quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEA Corrida Internacional de São Silvestre, que é a mais famosa corrida de atletismo de estrada realizada no Brasil e uma das mais populares do Mundo, tem lugar anualmente na cidade de São Paulo, em 31 de Dezembro, dia de São Silvestre. Comemora a data da morte do Papa Silvestre, canonizado também neste mesmo dia.
A corrida tem actualmente um percurso de 15 km, muito menos de metade da maratona, mas com quase todas as suas dificuldades. Desidratações e insolações ocorrem frequentemente, tanto entre os profissionais como entre os amadores, que são a grande maioria dos participantes.
A primeira edição da corrida realizou-se em 31 de Dezembro de 1925 e foi idealizada e fundada pelo jornalista Cásper Líbero, um milionário que fez fortuna no início do século XX no sector da Imprensa. Em 1928, ano da quarta edição do evento, Líbero fundou um dos primeiros periódicos dedicados exclusivamente ao desporto, a “Gazeta Esportiva”, que a partir de então passou a ser a organizadora e patrocinadora da corrida.
Facto de assinalar é que a Corrida de São Silvestre nunca deixou de realizar-se, mesmo durante a Segunda Guerra Mundial.
Originalmente era restrita a homens e com participação exclusiva de cidadãos da cidade de São Paulo. Nos anos seguintes, corredores de outras localidades do Brasil foram aceites, mas somente em 1941 a corrida seria vencida por um corredor de fora do estado de São Paulo: José Tibúrcio dos Santos, de Minas Gerais.
Em 1945 foi autorizada a participação de estrangeiros, mas apenas provenientes de outros países da América do Sul. O sucesso das duas primeiras edições internacionais levaram os organizadores a abrirem as inscrições a atletas de todo o Mundo a partir de 1947.
A corrida permaneceria aberta apenas a homens até 1975, ano considerado pelas Nações Unidas como o Ano Internacional da Mulher.
Por curiosidade, assinale-se que em 1993 se realizou a primeira corrida para crianças denominada a “São Silvestrinha”.
Na primeira edição do evento, em 1925, inscreveram-se sessenta atletas, mas actualmente o seu número ultrapassa sempre, e em muito, os dez mil.
Em 1953 o vencedor foi o mais famoso corredor da época e um dos maiores de todos os tempos, o checo Emil Zatopek, o que muito contribuiu para o aumento da fama desta corrida a nível internacional. Praticamente todos os grandes corredores de longa distância do Mundo têm concorrido a esta prova, pelo menos uma vez.
O maior vencedor de todos os tempos em homens é, no momento, Paul Tergat, do Quénia, que venceu a prova por cinco vezes (1995, 1996, 1998, 1999 e 2000) e detém o recorde com 43 minutos e 12 segundos.
Dois portugueses já venceram a prova : Manuel Faria (1956 e 1957) e Carlos Lopes (1982 e 1984). Em senhoras, duas portuguesas também: Rosa Mota que ganhou por seis vezes consecutivas (1981 a 1986) e Aurora Cunha (1988).

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE Victor Serge, de seu verdadeiro nome Victor Lvovich Kibalchich, anarquista, revolucionário e escritor francófono, filho de emigrantes políticos russos, nasceu em Bruxelas no dia 30 de Dezembro de 1890. Faleceu no México em 19 de Novembro de 1947.
Era oriundo de uma família russo-polaca de Narodniks. O pai, um oficial da Guarda Imperial, abandonara a Rússia a seguir ao atentado em que Alexandre II perdeu a vida em 1881.
Desde a idade de quinze anos demonstrou o seu anti-militarismo e opôs-se à política colonial belga. Em 1906 começou a frequentar os meios anarquistas de Bruxelas. Viveu de vários ofícios, tais como: técnico-desenhador, fotógrafo e tipógrafo.
Publicou o seu primeiro artigo em 1908. Escreveu para várias publicações, sobretudo anarquistas, por vezes com o pseudónimo de “Le Rétif” (O Agitador).
Em 1909 deixou a Bélgica e foi para Paris.
Estava preso quando a Primeira Guerra Mundial começou e logo anteviu que o conflito iria encaminhar a Rússia para uma revolução: «Os revolucionários sabiam que o Império autocrático, com os seus carrascos, os seus massacres organizados, os seus requintes formais, a sua fome, as suas cadeias siberianas e a sua iniquidade antiga, não poderia sobreviver à guerra».
Após a sua libertação em 1915, foi viver para Barcelona, voltando depois para França até que, após a queda de Nicolau II em Fevereiro de 1917 na Rússia, tentou ir para o seu país a fim de aderir à Revolução em andamento, o que só conseguiu em 1918, com a ajuda da Cruz Vermelha Dinamarquesa.
Quando Serge chegou à Rússia, aderiu aos Bolcheviques e trabalhou durante algum tempo com Máximo Gorki, numa editora. Foi um activo participante no processo revolucionário russo, trabalhando como jornalista, editor e tradutor.
Crítico do estalinismo, viu-se obrigado mais tarde a abandonar a União Soviética para fugir à repressão, exilando-se no México
Apesar de ser grande admirador de Lenine e da Revolução, Victor Serge não poupou críticas aos aspectos que julgava serem menos bons da actuação do Governo soviético. Em 1923, Serge incorporou-se na Oposição de Esquerda, liderada por Leon Trotsky. Crítico acérrimo do caminho ditatorial tomado por Estaline, teria sido ele o primeiro a descrever o Governo soviético posterior a Lenine como “totalitário”.
Em 1925 escreveu “O que todo revolucionário deve saber sobre a repressão”. Em 1928 Serge foi expulso do Partido Comunista e impossibilitado de trabalhar para o Governo. Nos anos seguintes, escreveu “O ano I da Revolução Russa” e dois romances: “Homens em Prisão” e “O nascimento do nosso poder”. Todas estas obras foram proibidas na União Soviética, sendo publicadas em França e em Espanha.
Serge foi detido e preso em 1933. Conseguiu abandonar o país graças às pressões e protestos de sectores políticos em França, Bélgica e Espanha. Exilou-se então em França, onde publicou dois livros sobre a Revolução Russa e a sua degeneração: “De Lenine a Estaline” e “Destino de uma Revolução” (1937). Escreveu ainda vários romances e um livro de poesia (“Resistência”) sobre as suas experiências na Rússia.
Quando a França foi invadida pela Alemanha em 1940, Serge conseguiu fugir para o México, onde continuou a escrever. A sua autobiografia “Memórias de um revolucionário” foi publicada nos Estados Unidos em 1945. Em 1947, pouco antes de morrer, escreveu “Trinta anos depois da Revolução Russa”, considerado o seu testamento político. Nele mantém as suas convicções revolucionárias e socialistas, ao mesmo tempo que reconhece os erros cometidos pelo Partido Bolchevique, os quais, aliados ao assédio capitalista, à derrota das expectativas revolucionárias na Europa e aos precedentes de revoluções massacradas, poderiam explicar a deriva totalitária estalinista. Nunca hesitou em apoiar a experiência revolucionária russa e o partido de Lenine, se bem que afirmasse que as lutas anti-capitalistas deveriam assumir novas formas no futuro.
A saúde de Serge foi piorando em consequência dos seus largos períodos de prisão em França e na Rússia, mas continuou a escrever até ao ataque cardíaco que o vitimou. Foi reconhecido internacionalmente como um escritor e romancista de grande talento.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

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EFEMÉRIDE - Candido Torquato Portinari, um dos maiores pintores brasileiros neo-realistas, nasceu em Brodowski no dia 29 de Dezembro de 1903. Faleceu no Rio de Janeiro em 6 de Fevereiro de 1962, vítima de intoxicação com as tintas que utilizava.
Portinari pintou mais de cinco mil obras, desde pequenos esboços até gigantescos painéis e murais. Foi o pintor brasileiro que alcançou maior projecção internacional.
Nasceu numa fazenda de café no interior de São Paulo, filho de imigrantes italianos. De família humilde, começou por cursar unicamente a instrução primária, mas manifestou desde criança a sua vocação artística. Aos seis anos de idade começou a desenhar e, aos nove, participou durante vários meses nos trabalhos de restauração da igreja de Brodowski, ajudando os pintores italianos. Em 1918 “Candinho”, como era chamado carinhosamente pela família, viajou para São Paulo, onde ingressou no Liceu de Artes e Ofícios. Depois, matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes, na qual estudou desenho e pintura. Em 1922 executou um retrato para o Salão de Belas Artes, com o qual ganhou a medalha de bronze.
Em 1928 conquistou o “Prémio de Viagem ao Estrangeiro” da Exposição Geral de Belas-Artes. No ano seguinte Portinari partiu para a Europa, viajando pela Itália, Inglaterra, Espanha e fixando-se em Paris durante cerca de um ano. Ia diariamente a museus, onde descobriu a pintura moderna. Discutia sobre arte nos cafés e não tinha quase tempo para pintar.
Regressado ao Rio de Janeiro, passou a trabalhar a um ritmo intenso, além de participar na comissão que promoveu a reforma do Salão Nacional de Belas-Artes.
Em 1932 fez uma exposição individual das suas pinturas e, três anos depois, o quadro “Café” recebeu a segunda menção honrosa da Exposição Internacional do Instituto Carnegie, nos Estados Unidos. Em 1936 pintou o seu primeiro mural, para o Monumento Rodoviário na Estrada Rio - São Paulo. Nessa mesma época, foi nomeado professor de pintura do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal. Em 1939 expôs 269 trabalhos no Museu Nacional de Belas-Artes. Antes, havia executado três grandes painéis para o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova Iorque.
Com o nascimento da sua neta Denise em 1960 passou a ocupar grande parte do seu tempo com ela. Nas “horas vagas” quedava-se a observar o mar.
Uma das obras mais importantes de Portinari, “O lavrador de café”, foi roubada do Museu de Arte de São Paulo em Dezembro de 2007, numa acção rápida que durou apenas três minutos e em que foi também levado um quadro de Picasso. Estas obras foram resgatadas e restituídas ao museu já este ano, sem terem sofrido quaisquer danos.
Em 1946 a Universidade de Chicago publicou o primeiro livro sobre a sua vida e a sua arte e, no mesmo ano, recebeu a Legião de Honra, concedida pelo governo francês. Em 1950 recebeu, em Varsóvia, a Medalha de Ouro do Prémio Internacional da Paz . Em 1955 foi considerado o “Melhor Pintor do Ano” pelo “International Fine Arts Council” e, em 1956, conquistou o Prémio Guggenheim de Pintura, por ocasião da inauguração dos seus painéis na sede da ONU.

domingo, 28 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE João Domingos Bomtempo, compositor, pianista, oboísta e pedagogo português, nasceu em Lisboa no dia 28 de Dezembro de 1775. Faleceu, também na capital portuguesa, em 18 de Agosto de 1842, vítima de apoplexia. O pai, que viera para Portugal no tempo de D. José, era oboísta na Corte de Lisboa e foi o seu primeiro professor de música.
Fez estudos no Seminário Patriarcal e, aos 14 anos, foi admitido na Irmandade de Santa Cecília como cantor da Capela Real da Bemposta. Aos vinte anos tomou o lugar do seu pai, que entretanto morrera.
Em 1801 decidiu ir para Paris, onde encontrou um bom ambiente para desenvolver a sua vocação musical, tendo convivido com vários exilados adeptos das novas correntes filosóficas e políticas, que se reuniam à volta do poeta Filinto Elísio. Iniciou então a carreira de pianista, ao mesmo tempo que apresentava as suas primeiras composições. Data dessa época, a “Grande Sonata para Piano” dedicada a “Sua Alteza Real, a Princesa de Portugal”.
As suas obras eram muito apreciadas pelos parisienses. Em 1804 atingira já uma fama notável, apresentando-se, entre outros locais, na Salle Olympique como pianista e compositor.
Entretanto, em Portugal, as tropas de Napoleão sofriam pesadas derrotas infligidas pelo exército luso-inglês e a sua situação em França começou a tornar-se delicada. Partiu para Londres em 1810, onde foi muito bem recebido pela comunidade portuguesa. Algumas famílias da aristocracia inglesa contrataram-no como professor de piano.
Publicou a maior parte das suas obras na editora do também músico Clementi, seu amigo desde os tempos de Paris.
Em 1813 o embaixador de Portugal em Londres realizou um grande festival para uma dupla celebração: o aniversário daquele que viria a ser o rei D. João VI e a expulsão do exército francês do território nacional. Influenciado pela euforia do momento, João Domingos Bomtempo compôs uma cantata intitulada “Hino Lusitano”. No festival apresentou-se perante uma audiência de personalidades, que incluía a quase totalidade do Conselho de Ministros britânico.
Em 1815 regressou a Portugal e uma das ideias que trazia em mente era fundar uma sociedade de concertos ao estilo da “Philharmonic Society” londrina. O ambiente que se vivia em Portugal não era no entanto dos melhores, o que o obrigou a regressar a Londres, onde continuou a publicar inúmeras composições.
Em 1816 passou por Paris, vindo a Lisboa quando da morte de D. Maria I no Brasil. Em 1817 o General Gomes Freyre foi enforcado no Forte de S. Julião da Barra e este ambiente de repressão levou-o de novo a Paris onde, no entanto, a crispação política já não era também muito propícia às artes. De regresso a Portugal, dedicou-se à composição da que é considerada a sua obra-prima, o “Requiem” dedicado a Camões, que é talvez o requiem mais importante composto entre o de Mozart (1791) e o de Berlioz (1837).
João Domingos Bomtempo voltou a sair do país para, em Março de 1821, apenas alguns meses depois da Revolução de 1820, oferecer ao Soberano Congresso, uma nova missa de homenagem à regeneração política portuguesa. Esta missa foi cantada na Igreja de S. Domingos no dia 28 de Março, seguida de um Te Deum. Alcançou a estima de D. João VI e dirigiu as exéquias fúnebres de D. Maria I quando os seus restos mortais chegaram a Lisboa. Conseguiu obter finalmente as condições que lhe permitiram fundar em 1822 a ambicionada Sociedade Filarmónica. No entanto, a política interpôs-se uma vez mais no seu caminho, quando a reacção miguelista lhe proibiu a realização de concertos. Este foi um período difícil na sua vida, em que até a integridade física esteve seriamente ameaçada. Acabou por se refugiar no Consulado da Rússia, onde se manteve durante cinco anos, até à chegada a Lisboa das forças liberais de D. Pedro.
Com o Constitucionalismo, J. D. Bomtempo pôde enfim retomar a sua actividade artística e foi nomeado professor da rainha D. Maria II. Em 1835 compôs, por ocasião do primeiro aniversário da morte de D. Pedro IV, uma “Segunda Sinfonia” e um “Libera Me”. Em 1836 foi criado o Conservatório Geral de Arte Dramática, sendo entregue a Bomtempo a Direcção da sua Escola de Música, mantendo-se como chefe da Orquestra da Corte e acumulando também com as funções de professor de piano.
Do seu espólio musical fazem parte sonatas, concertos para piano, sinfonias, várias obras corais e uma ópera inacabada.

sábado, 27 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEBenazir Bhutto, política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra, primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de governo num Estado muçulmano, foi assassinada em Rawalpindi no dia 27 de Dezembro de 2007. Nascera em Karachi, em 21 de Junho de 1953.
Estudou em colégios católicos e, em 1969, com dezasseis anos, partiu para os Estados Unidos onde se licenciou na Universidade de Harvard (1973). Prosseguiu depois os seus estudos em Oxford, no Reino Unido, onde estudou Filosofia, Política, Economia, Direito Internacional e Diplomacia. Benazir, que era filha do primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto (1971-1977), regressou ao Paquistão em 1977, após um golpe de Estado que depôs o seu pai que seria executado dois anos mais tarde. Benazir Bhutto e a mãe foram detidas em 1979 e obrigadas ao exílio na Grande Bretanha em 1984, onde permaneceram até à legalização dos partidos políticos (1986).
Em 1988, o seu partido venceu as eleições parlamentares e ela tornou-se a primeira Chefe de Governo de um Estado Muçulmano. Dois anos depois, o Presidente Paquistanês destituiu-a do cargo, alegando abuso de poder. O seu partido perdeu então as eleições e ela passou a fazer oposição no Parlamento.
Em 1993 tornou-se primeira-ministra pela segunda vez mas, três anos depois, foi novamente destituída do cargo. Em 1998, após a tomada do poder por militares liderados pelo recente presidente Musharraf, Bhutto voltou a exilar-se no Dubai e em Londres para escapar a processos que corriam na justiça paquistanesa por alegada corrupção. Viajou muito e participou em numerosas conferências em vários países.
Amnistiada em 2007, voltou ao Paquistão. Emocionada, foi acolhida por dezenas de milhares de pessoas e, durante o desfile pela Capital, ocorreram duas explosões que mataram pelo menos 140 pessoas e feriram cerca de duzentas, mas Benazir desta vez não foi atingida.
Bhutto chegou a ser presa no domicílio, mas foi libertada pouco tempo depois. Pediu a renúncia do general Musharraf da presidência do Paquistão, apesar deste lhe ter “oferecido” o cargo de primeira-ministra. Benazir Bhutto acabou por ser assassinada num atentado suicida, quando voltava de um comício do seu partido (Partido do Povo do Paquistão, PPP). Um dirigente da Al-Qaeda reivindicou a responsabilidade pelo acto, o que foi desmentido por um outro responsável da mesma organização no Afeganistão.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE Eduard Vilde, jornalista e escritor estoniano, faleceu em Tallinn no dia 26 de Dezembro de 1933. Nascera em Pudivere, Lääne-Virumaa, em 5 de Março de 1865. Foi o fundador do Realismo na Estónia.
Os pais eram empregados domésticos e Eduard cresceu numa mansão de Muuga (actual Laekvere). De 1878 até 1882 frequentou uma escola nos arredores de Tallinn. De 1883 a 1886 trabalhou na redacção do jornal “Virulane” e de 1887 a 1890 no “Postimees”. Em 1890 foi, como jornalista independente, para Berlim. Após voltar à Estónia, e até 1905, trabalhou em diversos jornais entre eles o “Virmaline” em Narva, o “Eesti Postimees” e o “Teataja” em Tallinn e o “Uudised” em Tartu.
Em 1896 viveu algum tempo em Moscovo, regressando depois à Crimeia e ao Cáucaso. Em 1905 teve de se exilar para evitar a repressão, devido às suas actividades contra o regime do czar. Até à Revolução Russa de 1917, viveu em vários países: Suíça, Finlândia, Alemanha, Estados Unidos da América e Dinamarca.
Em 1917/1918 voltou à Estónia, onde trabalhou para o teatro. Em 1919/20 esteve ao serviço da diplomacia da jovem República da Estónia, como emissário em Berlim. Desvinculou-se do Ministério dos Negócios Estrangeiros para poder ficar em Berlim por sua conta, desenvolvendo actividades artísticas (1920/1923). Em 1923 voltou ao país natal, onde consagrou o resto da vida a preparar a publicação das suas obras completas, que constituiriam 33 volumes. Escreveu romances, textos humorísticos e peças de teatro. Em muitos dos seus livros, Vilde manifestou um grande interesse em expressar as motivações psicológicas dos seus personagens.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEDean Martin, de seu verdadeiro nome Dino Paul Crocetti, americano de origem italiana, um dos mais influentes artistas do século XX, tanto na música, como na televisão e no cinema, morreu em Beverly Hills, na Califórnia, em 25 de Dezembro de 1995, vítima de doença oncológica pulmonar. Nascera em Steubenville, no Ohio, em 7 de Junho de 1917.
Possui três estrelas na "Calçada da Fama", uma pelo seu trabalho no cinema, a segunda pelas suas gravações musicais e a terceira pelas suas actuações na televisão.
Durante a juventude, Dino Paul teve vários pequenos empregos até começar a trabalhar num clube de Nova Iorque, cantando com bastante êxito. Adoptou então o nome artístico porque ficaria conhecido.
Nos anos 1940 conheceu Jerry Lewis, que actuava com outros cómicos. Os dois homens vieram a formar um duo, que se tornou o mais cómico dos Estados Unidos da época. Enveredando depois pelo cinema, rodaram vários filmes, acabando por se separar em pleno triunfo. Dean Martin dedicou-se então à música e à televisão.
Pertencia a um grupo de amigos ("Rat Pack"), formado por Frank Sinatra, Sammy Davis Jr e Shirley MacLaine, que realizou muitas actividades artísticas em conjunto durante a década de 1960. O grupo desfez-se mas Dean Martin continuou a ter êxito, desalojando mesmo os Beatles do “Hit Parade” em 1964.
Ao lado de John Wayne revelou-se também como actor dramático no filme “Rio Bravo”. Fez vários filmes de grande sucesso.
A morte do filho mergulhou-o no desgosto e na solidão. Frank Sinatra e Sammy Davis Jr tentaram dar-lhe de novo o gosto pela vida, organizando uma tournée em conjunto, mas ele abandonou após alguns concertos.
Morreu no Natal de 1995, ficando como uma figura lendária, um “homem dos sete instrumentos”.
Embora detestasse “O Padrinho” que, segundo ele, só serviu para veicular uma ideia errada dos Italo-americanos, mais tarde seria revelado que ele e Sinatra (também de origem siciliana) possuíam ligações muito estreitas com a Máfia. Dizia-se mesmo que os dois eram os cantores oficiais dos patrões mafiosos da “Cosa Nostra”.
Contava-se também que Dean Martin estava embriagado em permanência, o que é falso, na medida em que ele animou durante nove anos o “Dean Martin Show” em que substituía o “bourbon” por sumo de maçã e este género de show obrigava a muito trabalho e concentração. É o tributo da fama: sempre muitas verdades, misturadas com algumas mentiras…
Feliz Natal para todos!!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE Ana Maria Machado, jornalista, professora, pintora e escritora brasileira, nasceu no Rio de Janeiro, Santa Tereza, em 24 de Dezembro de 1941.
Licenciada em Letras, foi professora em diversos colégios e faculdades. Como jornalista, trabalhou durante mais de dez anos na “Rádio Jornal do Brasil” e escreveu para a revista “Realidade”. Antes, e enquanto estudava, foi também pintora, tendo feito algumas exposições individuais e colectivas.
No final de 1969, depois de ter sido presa por razões políticas, exilou-se na Europa. Lutou para sobreviver, com o seu filho Rodrigo ainda pequeno, trabalhando como jornalista na revista Elle em Paris e na BBC de Londres, além de se tornar professora na Sorbonne. Nesse período, doutorou-se em Linguística e Semiologia, orientada pelo mestre Roland Barthes. A tese resultou no livro "Recado do Nome", que trata da obra de Guimarães Rosa. Simultaneamente com toda esta actividade, Ana não parou de escrever histórias infantis que vendia para a “Editora Abril”. Voltou ao Brasil em 1972, trabalhando novamente como jornalista. Sob pseudónimo, ganhou o prémio “João de Barro” com o livro "História Meio ao Contrário” (1977).
Em 1980, foi uma das fundadoras da primeira livraria infantil no Brasil, a “Malasartes” (no Rio de Janeiro), que existe ainda hoje. Nesta década, Ana Machado publicou mais de quarenta livros e, em 1981, ganhou o prémio “Casa de Las Américas” com o livro “De Olho nas Penas”.
As suas obras granjearam o reconhecimento mundial ao receber, em 2000, o Prémio Hans Christian Andersen, o mais importante prémio de literatura infantil. No ano seguinte ganhou o Prémio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. Exercendo intensa actividade na divulgação da leitura e no fomento do livro, escreveu também romances para adultos. Entrou para a Academia Brasileira de Letras em 2003. Tem no total mais de cem livros publicados no Brasil e em cerca de vinte outros países, tendo sido vendidos mais de dezoito milhões de exemplares das suas obras.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDECarla Gilberta Bruni Tedeschi Sarkozy, modelo, autora, compositora e cantora italiana, naturalizada francesa em 2008, actual primeira-dama de França, nasceu em Turim no dia 23 de Dezembro de 1967.
Pertence a uma família amante da música, sua mãe era actriz e pianista e o pai adoptivo industrial e compositor de ópera. O pai biológico, um empresário italiano, vive em São Paulo no Brasil desde os anos 1970.
Foi criada em França a partir de 1973 e depois na Suíça. Começou muito jovem a aprender a tocar piano e guitarra. De regresso a Paris, estudou arquitectura na Sorbonne. Em 1985 abandonou os estudos para se dedicar à carreira de modelo, sendo considerada uma das mais belas dessa época, que contou igualmente com Claudia Schiffer, Naomi Campbell e Kate Moss. Nos finais dos anos 80 era uma das vinte modelos mais bem pagas do Mundo, desfilando para grandes costureiros.
Teve relacionamentos com rock-stars como Mick Jagger e Eric Clapton, e com o actor Kevin Costner, entre outros. Uns verdadeiros, outros inventados, deram-lhe o “direito”a ser conhecida por “borboleta” ou por “devoradora de homens”.
Entrou em dois filmes em 1995 e 1997. Em 1998 trocou as passarelas da moda pela música, tendo gravado vários discos, um deles (“Comme Si De Rien N'Était”), cantado em inglês e em francês, contem algumas letras polémicas que fazem já alusão ao seu actual marido, o Presidente de França Nicolas Sarkozy. O produto da venda deste disco reverteu para a “Fondation France”.
Do seu primeiro disco, publicado em 2000, vendera mais de 250 000 exemplares. Em 2002 gravara um álbum em que, além de cantar, também tocava guitarra. Foi muito bem recebido pela crítica, tendo vendido dois milhões de discos.
No fim de 2007 surgiram os primeiros rumores de que estaria a namorar o Presidente Francês Nicolas Sarkosy. No princípio de 2008 era anunciado o casamento, o que aconteceria em Fevereiro, na mais estrita intimidade.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEGabrielle Wittkop, escritora francesa, morreu em Frankfurt no dia 22 de Dezembro de 2002. Nascera em Nantes, em 27 de Maio de 1920.
Foi autora de uma literatura incomodativa, agressiva e provocante, por vezes fúnebre, ultrapassando frequentemente os cânones morais. O seu estilo rico e notável, assim como os temas que tratou, fizeram dela uma digna herdeira do Marquês de Sade, de Lautréamont e de Edgar Allan Poe.
Encontrou em Paris, durante a ocupação nazi, um desertor alemão homossexual, chamado Justus Wittkop, com mais vinte anos do que ela. Casaram-se no fim da guerra, união que Gabrielle qualificaria de «aliança intelectual», ela própria assumindo várias vezes também a sua homossexualidade.
O casal instalou-se na Alemanha, onde viveram até ao fim dos seus dias. Continuando a escrever em francês, colaborou no entanto em diversos jornais alemães, entre eles o “Frankfurter Allgemeine Zeitung”.
Apoiada e encorajada pelo marido, historiador e ensaísta, desenvolveu depois a sua escrita em língua alemã, publicando algumas obras em alemão que, curiosamente, nunca foram traduzidas para francês.
O marido suicidou-se em 1986, atingido pela doença de Parkinson. Gabrielle Wittkop confessou depois que o encorajara naquele sentido. Ela, por sua vez, vítima de doença oncológica pulmonar, escolheria a mesma via aos 82 anos, suicidando-se três dias antes do Natal de 2002.
Entre os seus livros mais notáveis, alguns publicados a título póstumo, salienta-se: “O Necrófilo” (1972), “A Morte de C.” (1975), “O Sonho da Razão” (2003), “O Traficante de Crianças” (2003) e “Cada vez há uma árvore que cai” (2006).

domingo, 21 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEPaco de Lucía, nome artístico de Francisco Sánchez Gómez, guitarrista espanhol de flamenco com renome internacional, nasceu em Algeciras, no dia 21 de Dezembro de 1947.
O seu nome artístico foi adoptado em honra da sua mãe Lúcia, de origem portuguesa. Paco aprendeu a tocar guitarra com o pai e dois dos irmãos.
Em 1958, com apenas onze anos, fez a sua primeira actuação na Rádio Algeciras e, no ano seguinte, recebeu um prémio especial numa competição de flamenco em Jerez de la Frontera.
Fez parte de vários conjuntos e gravou muitos discos a partir de 1965. Em 1991 gravou o Concierto de Aranjuez de Joaquin Rodrigo, com a Orquestra de Cadaques. O autor, presente nas gravações, teria dito que «nunca ninguém tinha tocado a sua peça com tanta paixão e intensidade como Paco de Lucía». Antes, gravara também vários temas de Manuel de Falla.
Em 2004 foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias das Artes, por ser um músico que ultrapassou fronteiras e estilos. Segundo declaração do júri, «ele é o mais universal dos artistas flamengos, com um estilo que fez escola entre as mais jovens gerações, e a sua arte tornou-se um dos melhores embaixadores da cultura espanhola através do Mundo. Tudo o que se pode exprimir com as seis cordas de uma guitarra pode sair das suas mãos, que se animam com uma comovente sensibilidade».
Paco de Lucía, que tem sido autor também das bandas sonoras de vários filmes, vive actualmente em Cancun no México.

sábado, 20 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDELéopold Sédar Senghor, político e escritor senegalês, faleceu em Verson, França, em 20 de Dezembro de 2001. Nascera em Joal, pequena vila ao sul de Dakar, em 9 de Outubro de 1906.
Começou a estudar em instituições católicas. Em 1928 obteve uma bolsa de estudos e foi para Paris, ingressando na Sorbonne, tornando-se o primeiro africano a completar uma licenciatura naquela universidade. Começou depois uma carreira de professor de Letras Clássicas em Tours e depois na região parisiense.
Durante a Segunda Guerra Mundial esteve preso durante dois anos em vários campos de concentração nazis, dedicando-se a escrever ensaios e poemas que só seriam publicados após a Libertação
Depois da guerra, retomou o ensino e, entre 1948 e 1958, foi deputado na Assembleia Nacional Francesa.
Como escritor, desenvolveu a Negritude, movimento literário que exaltava a identidade negra, lamentando o impacto negativo que a cultura europeia tivera nas tradições africanas. Notabilizou-se sobretudo na Poesia.
Quando foi proclamada a independência do Senegal, em 1960, Senghor foi eleito Presidente da República, tendo desempenhado o cargo até ao final de 1980, graças a reeleições sucessivas. É autor do hino nacional senegalês.
Defensor do socialismo aplicado à realidade africana, tentou desenvolver a agricultura, combater a corrupção e manter uma politica de cooperação com a França. Instaurou no seu país um sistema político multipartidário.
Foi eleito para a Academia Francesa em 1983. Quando da sua morte em 2001, o Presidente francês Jacques Chirac disse que «A poesia perdera um mestre, o Senegal um homem de estado, a África um visionário e a França um amigo».
Recebeu durante a sua vida inúmeras condecorações, foi doutorado Honoris Causa por trinta e sete universidades e foi membro de muitas Academias estrangeiras. Ganhou prémios literários sem conta e o seu nome foi dado a universidades, colégios, liceus, ruas e espaços culturais, sobretudo em países africanos e em França.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEEmily Jane Brontë, escritora e poetisa britânica, faleceu em Haworth, Yorkshire, em 19 de Dezembro de 1848, vítima de tuberculose. Nascera em Thornton no dia 30 de Julho de 1818.
Passou quase toda a sua curta vida num presbitério, onde o pai era pastor. Emily, talentosa e sonhadora, teve sempre dificuldades em se relacionar com o mundo exterior.
Fraca nos estudos, foi com uma irmã para Bruxelas, onde estudou francês e alemão, tornando-se também uma excelente pianista, com predilecção especial por Beethoven. Voltou depois para a terra natal, ocupando-se de tarefas domésticas, fazendo longos passeios e escrevendo poesia. Era conhecida como selvagem, corajosa e amiga dos animais.
Em 1846 publicou por sua conta uma recolha de poemas. Por causa dos preconceitos da época para com as mulheres, utilizou sempre um pseudónimo masculino (Ellis Bell).
É autora do célebre livro “O Morro dos Ventos Uivantes”, publicado em 1847 e que seria o seu único romance. Recebeu críticas na época mas, posteriormente, foi considerado um clássico da literatura inglesa. Esta obra foi objecto de quatro versões oficiais no cinema e de inúmeras adaptações.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEGilbert Bécaud, de seu verdadeiro nome François Gilbert Léopold Silly, cantor, compositor e actor francês, faleceu em Paris no dia 18 de Dezembro de 2001, vítima de doença oncológica pulmonar. Nascera em Toulon, em 24 de Outubro de 1927. Era conhecido pelo “Senhor 100 000 volts” pelos seus espectáculos plenos de energia, sempre em movimento.
A sua gravata às bolas e a mão na orelha quando dos concertos são imagens que marcaram quem assistiu aos seus espectáculos. Bécaud “deslizava” de uma canção para outra desdobrando-se em personagens muito diferentes conforme as canções, mantendo o público bem acordado e… entusiasta se tivermos em conta as cadeiras frequentemente partidas pela agitação dos espectadores.
A sua gravata às bolas era um fetiche que tem a sua história: Gilbert tinha estudado piano e estava à procura de trabalho. Apresentou-se para fazer um ensaio num “Piano Bar” que queria contratar um pianista. O patrão disse-lhe que, tendo em conta a imagem de marca do seu estabelecimento, não o poderia aceitar pois não trazia gravata. Como estava acompanhado da mãe, que trazia um vestido azul com bolas brancas, esta cortou de imediato a parte de baixo do vestido para fazer uma espécie de gravata, que Bécaud atou à volta do pescoço, procurando de novo o patrão do bar, que o deixou então tocar, contratando-o de imediato. Desde aquele dia, Gilbert Bécaud apresentou-se sempre em cena com uma gravata às bolas, sem nunca mudar o modelo, como recordação deste primeiro episódio da sua carreira.
Actuava sempre com o mesmo piano, que tinha uma particularidade: ele era ligeiramente inclinado. Com efeito, Gilbert queria ver a sala quando estava sentado ao piano e, para isso, mandara cortar um dos três pés para lhe dar a inclinação necessária. Esta inclinação, dificilmente observável por quem não estivesse informado, era o suficiente para obter o resultado desejado, sem prejudicar o seu modo de tocar nem o de Gilbert Sigrist, pianista que o acompanhava regularmente.
Os seus maiores sucessos terão sido “Nathalie” e “Et maintenant”, entre cerca de quatrocentos canções. Actuou 33 vezes na célebre sala de espectáculos “l’Olympia” em Paris.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEAlphonse Boudard, romancista francês, nasceu em Paris no dia 17 de Dezembro de 1925. Faleceu em Nice, em 14 de Janeiro de 2000.
Recebeu o Prémio Renaudot em 1977 e o Grande Prémio do Romance da Academia Francesa em 1995.
Nascido de pai desconhecido e de uma cortesã, foi criado por uma família de camponeses e, mais tarde, a partir dos sete anos, pela sua avó parisiense.
Confrontado com a Segunda Guerra Mundial, optou naturalmente pela Resistência. Ferido em combate, recebeu uma medalha militar. Nos seus livros denunciou alguns “resistentes de última hora” que só aclamaram De Gaulle, depois de esconder ou destruir as imagens de Pétain.
Depois da guerra, viveu em grandes dificuldades, trabalhando em pequenos ofícios. Actividades menos lícitas e alguns expedientes levaram-no várias vezes à prisão. Reconhecido como “inteligente” pela administração penitenciária, teve acesso às bibliotecas, dedicou-se à leitura e fez a sua educação literária através de livros de autores célebres, de biografias e de descrições de viagens.
Foi internado num sanatório para tratar da tuberculose e, partindo desta experiência, escreveria mais tarde “A Cereja e o Hospital” (1961). A partir dos 33 anos dedicou-se somente à escrita, utilizando muitos calões e a linguagem popular, aquela que melhor conhecia.
Os seus livros foram “baptizados” de romances, por receio de chocar as famílias dos personagens que ele evocava, descrevendo comportamentos escabrosos. Assim evitava eventuais processos judiciais. As suas principais obras são no entanto fortemente autobiográficas, só com um pouco de imaginação à mistura. Ele “pintou” a cidade de Paris dos anos 1940 através dos seus gangsters, proxenetas, escroques e padres perversos.
Trabalhou também para o Cinema, sobretudo em filmes policiais (1960/1980), e para a Televisão, como autor e apresentador de uma série sobre “Os Grandes Criminosos”.
A sua obra é uma das mais importantes da literatura francesa do período pós-guerra. Escreveu também peças para Teatro e colaborou em vários jornais, como: Le Figaro, Le Magazine Littéraire, Le Quotidien de Paris, Lui, France-Soir, Détective, etc.. Várias das suas obras foram adaptadas ao cinema e à televisão.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDED. Afonso de Albuquerque, militar, navegador, explorador e político português, uma das principais figuras da expansão portuguesa no Oriente e da afirmação de Portugal como grande potência asiática, morreu em Goa no dia 16 de Dezembro de 1515. Nascera em Alhandra, em 1462.
Originário de uma família de fidalgos, foi educado na corte do rei D. Afonso V. Fez parte de várias expedições: socorro ao rei D. Fernando III de Nápoles, «para reprimir o furor dos turcos» (1480) e defesa da fortaleza da Graciosa, situada na ilha que o rio Luco forma junto da cidade de Larache (1489). Acompanhou o rei D. João II nas guerras com Castela (1476) e, em 1490, fez parte da sua guarda.
Em Abril de 1503 partiu para a Índia, tendo participado em várias batalhas, erguido uma fortaleza em Cochim e estabelecido várias relações comerciais.
De regresso a Portugal, foi bem acolhido pelo rei D. Manuel que voltou a enviá-lo para o Oriente em 1506, nomeando-o Governador da Índia. Neste posto, conquistou vários portos em Omã, acabando por chegar à riquíssima cidade de Ormuz, que se tornou tributária de Portugal. Em 1510 tomou Goa, considerando-a capital das possessões portuguesas. Em 1511 conquistou Malaca, abrindo aos portugueses o acesso às especiarias das ilhas Molucas e ao comércio com o Sião e a China.
Com a construção da fortaleza de Ormuz em 1515, concluiu o seu plano de domínio dos pontos estratégicos, que permitiam o controlo marítimo e o monopólio comercial da Índia.
Em 1514, na Índia, dedicou-se à administração e à diplomacia, concluindo a paz com Calecute, recebendo embaixadas de reis indianos e consolidando e embelezando Goa onde, por meio do casamento de portugueses com mulheres indígenas, procurou criar uma raça luso-indiana. O seu prestígio chegara ao auge, criando as bases do Império Português no Oriente.
Pouco tempo antes de morrer, foi feito Duque de Goa pelo rei D. Manuel I, sendo o primeiro duque português não pertencente à família real e recebendo assim o primeiro título de nobreza numa possessão do ultramar.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDELudwik Lejzer Zamenhof, oftalmologista e filólogo polaco, criador do Esperanto, a língua artificial mais falada e sucedida no mundo, nasceu em Białystok no dia 15 de Dezembro de 1859. Faleceu em Varsóvia, em 14 de Abril de 1917. Os seus idiomas nativos eram o russo, o yiddish e o polaco. Falava também fluentemente o alemão. Posteriormente aprendeu francês, latim, grego, hebraico e inglês, além de se interessar pelo italiano, espanhol e lituano.
Zamenhof, de origem judaica, foi criado na sua terra natal, que fazia então parte do Império Russo. Naquela época, falavam-se muitas línguas em Bialystok, o que gerava frequentemente dificuldades de compreensão. Isto motivou-o, no sentido de tentar encontrar uma solução para o problema. Durante anos, foi desenvolvendo uma nova língua num processo longo e trabalhoso.
Estudou medicina na Universidade de Moscovo mas, simultaneamente, continuava a interessar-se pelas línguas, chegando a redigir - aos vinte anos -uma gramática de yiddish que nunca foi publicada. Depois de dois anos de estudos, voltou a Varsóvia, onde finalizou o curso e se instalou como médico de clínica geral. Exercia a profissão sobretudo junto dos mais desfavorecidos. As dores físicas e morais dos seus pacientes preocupam-no de tal modo que não aguentou e decidiu especializar-se em oftalmologia. Muitas vezes renunciava ao pagamento das consultas e das intervenções.
À noite, continuou a trabalhar na nova língua e, em 1887, publicou um pequeno manual em russo (Língua Internacional), sob o pseudónimo de “Dr. Esperanto”, nome pelo qual ela ficaria conhecida.
A censura dos czares não conseguiu impedir o desenvolvimento do Esperanto que galgou as fronteiras do Império Russo, conquistando outros continentes no princípio dos anos 1900.
Em 1905 realizou-se em França o 1º Congresso Universal do Esperanto, com cerca de 700 participantes de 20 países. Concluiu-se que o Esperanto escrito já funcionava perfeitamente. Seguiram-se anualmente novos congressos. Em 1914, tudo estava preparado em Paris para acolher quase quatro mil congressistas originários de cinquenta países. O congresso não chegou porém a realizar-se, pois começara entretanto a 1ª Guerra Mundial e Zamenhof morreria antes dela acabar.
Só em 1984 foi descoberto na Alemanha um brevet obtido por Zamenhof para a construção de uma máquina de escrever. Por falta de dinheiro, ele não se aproveitara da ideia e outros tiveram a mesma ideia e exploraram-na.
Bateu-se até à sua morte para que todos os povos tivessem direito à dignidade e pudessem dialogar sem barreiras linguísticas ou religiosas.
O japonês Itô Kanzi, desaparecido em 2005, levou parte da sua vida a reunir os escritos e discursos de Zamenhof (49 volumes com mais de 20 000 páginas). O escritor Umberto Eco diria, a propósito do Esperanto : «Constatei que é uma língua construída com inteligência e que tem uma história muito bela…».
VAMOS CANTAR NATAL – 2008
(quadras)

1

Risquem da face da Terra
Qualquer semente do Mal!
- Não à Pobreza e à Guerra,
Vamos cantar o Natal! (a)

2

Mesmo até Deus nos sorria,
Se fosse coisa banal
Cantarmos em cada dia
Como se fosse Natal.


Gabriel de Sousa


(a) – 2º Prémio no 13º Concurso Internacional de Quadras Natalícias – 2008 (Fuseta)
Menino do meu encanto,
Minha Luz Celestial!
Que chegue a cada recanto
A mensagem de Natal!
Maria José Fraqueza

NATAL

Pela fome e pela guerra,
Há muitos povos em pranto…
…Faz voltar a Paz à Terra,
Menino do meu encanto!

P’ra Ti, querer é poder,
Acaba com todo o Mal,
Não deixes gente a sofrer
Minha Luz Celestial!

Um Mundo alegre e feliz
Deve ser o nosso encanto.
Que a Paz seja raiz
Que chegue a cada recanto!

Risos nos rostos que vejo,
Felicidade total,
Será este o meu desejo,
A mensagem de Natal!


NB – Menção Honrosa no 13º Concurso Internacional de Quadras Natalícias – 2008 (Fuseta)

Gabriel de Sousa

domingo, 14 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE Winfried Georg Maximilian Sebald, conhecido simplesmente por W. G. Sebald, romancista e ensaísta alemão, morreu em Norfolk, na Inglaterra, em 14 de Dezembro de 2001. Nascera em Wertach, Allgäu, na Alemanha, em 18 de Maio de 1944.
Sebald estudou na escola de Oberstdorf, onde obteve o bacharelato em 1863. Após dois anos de estudos de Literatura em Fribourg-en-Brisgau, licenciou-se na Suíça em 1966.
De 1966 a 1969 foi conferencista na Universidade de Manchester, enveredando depois pela carreira de professor.
Sebald odiava o seu nome Georg, qualificando-o de “nome verdadeiramente nazi”. O pai entrara para a Wehrmacht, justamente antes da Guerra, e conhecera a sua mãe quando dos preparativos para a invasão da Polónia. Por isso, Sebald considerava-se um “produto do fascismo”. Horrorizava-o o silêncio da geração do pai sobre os acontecimentos da guerra.
A partir dos anos 1980 encetou uma carreira literária que suscitou grande interesse em Inglaterra, nos Estados Unidos e em França. Chegou a ser “pensado” para candidato ao Prémio Nobel de Literatura. No meio da década de 1990, a crítica literária alemã deu-lhe também grande atenção.
Sebald interessou-se sobretudo por temas relacionados com estrangeiros e emigrantes, tendo obtido bastantes prémios, entre os quais se destacam: o “Prémio de Literatura de Berlim” (1994), o “Prémio Heinrich Heine” (2000) e o “National Book Critics Circle Award” (2002).
Morreu de acidente cardíaco ao volante da sua viatura, faltavam onze dias para o Natal de 2001.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE José Eduardo Agualusa, jornalista, editor e escritor angolano, nasceu no Huambo, Angola, em 13 de Dezembro de 1960. Estudou agronomia e silvicultura no Instituto Superior de Agronomia em Lisboa.
Divide o seu tempo entre Portugal, Angola e Brasil, onde tem uma editora dedicada exclusivamente a autores de língua portuguesa.
Publica uma crónica quinzenal na revista portuguesa “Pública” e realiza o programa “A Hora das Cigarras”, sobre música e poesia africana, difundido na RDP. É membro da União dos Escritores Angolanos.
Beneficiou até agora de três bolsas de criação literária: “Centro Nacional de Cultura” (1997), “Fundação Oriente” (2000) e “Deutscher Akademischer Austauschdienst” (2001). As suas obras estão traduzidas numa dezena de países.
O seu primeiro romance “A Conjura” recebeu o Prémio de Revelação Sonangol; “Nação Crioula” foi distinguido com o Grande Prémio de Literatura da RTP; “Fronteiras Perdidas” obteve o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores e “Estranhões e Bizarrocos” obteve o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças.
Em 2007 recebeu o prestigioso Prémio Independente de Ficção Estrangeira do diário britânico "The Independent", com “O Vendedor de Passados”, tornando-se o primeiro escritor africano a receber tal distinção
Também escreveu duas peças de teatro: “Geração W” e “Chovem amores na Rua do Matador”, esta juntamente com o escritor Mia Couto.
EFEMÉRIDEFrancis Albert Sinatra (Frank Sinatra), cantor e actor americano, nasceu em Hoboken, Nova Jersey, em 12 de Dezembro de 1915. Faleceu em Los Angeles no dia 14 de Maio de 1998.
Filho de imigrantes italianos, foi casado com Nancy Barbato, Ava Gardner, Mia Farrow e Barbara Marx. Tem duas estrelas no Passeio da Fama, uma pelo seu trabalho no Cinema e outra pelo seu trabalho na Televisão. Foi considerado como um dos maiores cantores do século XX e era apelidado de “A Voz” (The Voice).
Sem nenhum treino especial, Sinatra desenvolveu um estilo que criava uma longa e fluente linha musical sem pausas para respiração (recursos vocais encontrados normalmente nos cantores de ópera).
Sinatra entrou em mais de cinquenta filmes e teve o seu próprio show de Televisão durante vários anos, Na década de 90 continuou a fazer ainda muitos concertos e gravações, lançando uma série de duetos, apesar de ter feito a sua festa de “despedida” em 1971. Em 1995 fez a sua última aparição em palco, numa “Gala de Beneficência”
Ganhou três Oscares (1953, 1955 e 1972), dois Globos de Ouro (1953 e 1957) e vários “Grammy Awards”, muitos deles com a canção “Strangers In The Night”.
Eis duas frases curiosas de sua autoria: "Sou a favor de tudo o que ajude a atravessar a noite - seja uma oração, um tranquilizante ou uma garrafa de Jack Daniels" e "Só se vive uma vez e, do jeito que eu vivo, uma vez é suficiente".
Em 1960 implicou-se na campanha eleitoral de John Kennedy, organizando a gala de inauguração da Presidência.
Amigo de Grace Kelly e da família Grimaldi, Sinatra era padrinho da princesa Stéphanie do Mónaco.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEAlexander Issaïevich Soljenitsyne, romancista, dramaturgo, historiador e dissidente russo, nasceu em Kislovodsk no dia 11 de Dezembro de 1918. Morreu em Moscovo, vítima de uma crise cardíaca aguda, em 3 de Agosto de 2008. Venceu o Prémio Nobel de Literatura em 1970.
Desde muito novo, denotou interesse pela literatura e pelas ciências, o que era incentivado por sua mãe. Soljenitsyne estudou Matemática na Universidade Estatal de Rostov, ao mesmo tempo que seguia por correspondência cursos de Filosofia, Literatura e História. Durante a Segunda Guerra Mundial participou em acções importantes, como comandante de uma companhia de artilharia do Exército Soviético, obtendo a patente de capitão e sendo condecorado por duas vezes.
Algumas semanas antes do conflito acabar, foi preso por criticar Estaline, o que foi considerado uma actividade contra-revolucionária. Foi condenado a oito anos num campo de trabalhos forçados. Desta experiência surgiria o livro "O Primeiro Círculo", publicado no estrangeiro em 1968.
Em 1950 foi enviado para um "campo especial" para prisioneiros políticos, em Ekibastuz no Cazaquistão, onde trabalhou como pedreiro, mineiro e metalúrgico. Esta época inspiraria o livro "Um Dia na Vida de Ivan Denisovich" (1962).
Após ter recuperado a liberdade em 1953, foi enviado para o Cazaquistão em “exílio perpétuo”. Reabilitado em 1956, instalou-se a 200 km de Moscovo, leccionando em escolas secundárias durante o dia e passando as noites a escrever em segredo.
Foi recebido no Kremlin por Khrouchtchev, mas dois anos depois já sob a presidência de Brejnev, começou a ter dificuldade em publicar os seus livros. Em 1967, escreveu uma carta ao Congresso dos Escritores Soviéticos exigindo a supressão de qualquer censura sobre as produções artísticas.
Só veio a receber o Prémio Nobel de 1970 quatro anos mais tarde, depois de ter sido expulso da União Soviética, por ter publicado livros fora do território pátrio.
Depois da sua expulsão, instalou-se na Suíça, emigrando mais tarde para os Estados Unidos da América. Era convidado assiduamente para entrevistas, discursos e conferências.
Mikhaïl Gorbatchev restituiu-lhe a nacionalidade russa e as suas obras passaram a ser publicadas normalmente na URSS a partir de 1989. Regressou ao país natal em 1994. Durante três anos teve uma actividade social intensa e um programa na televisão, viajando bastante através da Rússia. A doença interrompeu este ciclo da sua vida.
Em 2007 Vladimir Putine homenageou-o com o prestigioso Prémio do Estado.
Soljenitsyne foi uma personalidade controversa que, ao longo dos tempos, foi acusado de nacionalista, czarista, ultra-ortodoxo, anti-semita ou favorável a Israel, traidor, cúmplice da Gestapo, da CIA., dos franco-maçons, dos serviços secretos franceses e mesmo do KGB.
Outras obras suas, bastante conhecidas também, são: “O Pavilhão dos Cancerosos” (1968); “O Arquipélago do Goulag” (1958/1967) e “Agosto, 1914” (1984).

O melhor modo de ganhar aos dados...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEDiogo de Couto, escritor e historiador português, morreu em Goa no dia 10 de Dezembro de 1616. Nascera em Lisboa, em 1542.
Estudou Latim e Retórica no Colégio de Santo Antão e Filosofia no Convento de Benfica.
Em 1559 foi para a Índia, donde só regressou dez anos mais tarde. Amigo íntimo de Luís de Camões, foi encontrá-lo na Ilha de Moçambique em 1569, com dívidas e sem dinheiro para voltar a Portugal. Diogo de Couto, juntamente com outros amigos, ajudou o poeta a regressar, o que lhe deu a possibilidade de publicar em Lisboa a sua maior obra - “os Lusíadas”.
Voltou de novo ao Oriente, tendo recebido do Rei Filipe I a missão de prosseguir as "Décadas" de João de Barros, falecido em 1571, e de organizar os Arquivos de Goa.
Diogo de Couto entendia que a História devia contar a verdade sem quaisquer restrições, o que lhe trouxe vários dissabores, porque a sua objectividade incomodava muita gente. Criticou sem piedade os abusos, a corrupção e as violências ocorridas na Índia, protestando abertamente contra esses factos.
Além das "Décadas", de várias orações que proferiu em solenidades no Oriente e do relato do naufrágio da Nau S. Tomé, escreveu também o célebre “Diálogo do Soldado Prático”, que é uma critica mordaz ao funcionalismo na Índia, em que pôs a descoberto a ambição da riqueza, o amor ao luxo, a opressão sobre os pobres, a falta de dignidade e a deslealdade nas informações transmitidas ao Rei.
Algumas das suas obras perderam-se em incêndios, roubos e actos de pirataria, mas muitas delas foram por ele reescritas.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEIsidora Dolores Ibárruri Gómez, também conhecida como “A Passionária”, líder comunista espanhola, nasceu em Gallarta, no País Basco, em 9 de Dezembro de 1895. Faleceu em Madrid no dia 12 de Novembro de 1989, vítima de pneumonia. Tinha 93 anos.
Pertencia a uma família de mineiros. Estudou até aos quinze anos, não conseguindo realizar o seu sonho de ser professora, porque os pais não tinham meios de lhe pagar os estudos. Viu-se obrigada a trabalhar num atelier de costura e, mais tarde, como empregada de limpezas, até se casar.
Casou-se aos 21 anos, com a oposição dos pais que desaprovavam as ideias socialistas do futuro genro, também mineiro. No mesmo ano, nasceu a sua filha Esther, que morreria ainda criança, e iniciou a sua militância política.
Em 1918 escreveu o seu primeiro artigo no jornal “El Minero Vizcaino ”, assinando com o pseudónimo “La Pasionaria” que a acompanharia até à morte. Dolores lia muito, nomeadamente as obras de Karl Marx.
Em Abril de 1920 participou na fundação do P.C.E., no qual ficaria até morrer. Entrou para o Comité Central em 1930. Em 1931 tornou-se responsável do jornal do partido “Mundo Obrero”. Foi Secretária-Geral entre 1942 e 1960 e Presidente entre 1960 e 1989.
Em 1920 nasceu-lhe o filho Ruben e três anos mais tarde deu à luz três gémeas, das quais apenas uma sobreviveu (Amaya).
Em 1936 foi deputada pelas Astúrias, tendo conseguido a libertação dos prisioneiros políticos.
Distinguiu-se durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), opondo-se ao General Franco. Ficou célebre o seu slogan «No pasarán». Foi detida e presa várias vezes pelas suas actividades políticas. Defendeu com afinco a melhoria da condição feminina.
Exilou-se depois na URSS, só regressando a Espanha em 1977. Foi eleita deputada nas primeiras eleições democráticas realizadas após a morte de Franco. O filho, que se alistara no exército soviético durante a 2ª Grande Guerra, morreu em combate durante a Batalha de Estalinegrado (1942). Dolores recebeu um doutoramento honorífico da Universidade de Moscovo, o Prémio Lenine da Paz em 1964 e a Ordem de Lenine em 1965. Em 1966 publicou a sua autobiografia.
Devido ao seu simbolismo popular, inspirou grandes escritores como Pablo Neruda e Rafael Alberti, que lhe dedicaram poemas.
«Mais vale morrer em pé do que viver de joelhos», frase que utilizou em vários dos seus discursos, não é de sua autoria - contrariamente ao que muita gente pensa - mas de Emiliano Zapata, revolucionário mexicano.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Como pôr colírio nos olhos. Se necessário não hesite em pedir ajuda...

«A CANTAR NO CORAÇÃO»
(quadras)

1

Terá de haver paz no Mundo
E toda a gente ter pão:
- É meu desejo profundo
A cantar no coração!

2

Alcácer é sinfonia,
É amor e é paixão,
É alegre melodia
A cantar no coração!

3

Na guitarra a dedilhar,
A cantar no coração,
P’ra meus netos embalar,
Vou fazer uma canção.


Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDE Joachim Clemens Fest, historiador, jornalista e escritor alemão, nasceu em Berlim no dia 8 de Dezembro de 1926. Faleceu em Kronberg im Taunus, em 11 de Setembro de 2006.
O pai, forte opositor ao Nazismo, teve grande influência sobre ele, de tal modo que contrariamente ao que era usual na época, Fest não se inscreveu na Juventude Hitleriana.
Frequentou escolas em Berlim e em Breigau, tendo depois estudado Direito, História, Sociologia, Literatura Alemã e História da Arte em Friburgo, Frankfurt e Berlim.
Serviu no exército alemão, mas foi capturado e mantido como prisioneiro de guerra até ao final do conflito em 1945.
Trabalhou numa estação de rádio de 1954 até 1961 e fez uma breve passagem por um canal de televisão. Depois, passou a dedicar-se inteiramente à Literatura e especializou-se na história do III Reich.
Publicou em 1973 a sua famosa obra “Führer”, uma das mais completas biografias de Adolf Hitler, traduzida em cerca de vinte línguas e ainda hoje uma das fontes de informação mais fidedigna sobre a vida e a morte do ditador alemão. Em tudo o que escreveu, Fest deu provas de honestidade e intransigência em relação à história da Alemanha.
Em 2002 publicou “Os Últimos Dias de Hitler”, que se tornou rapidamente num best-seller. Foi neste livro que ele descreveu o último capítulo da Guerra, a Batalha de Berlim e o suicídio de Hitler no bunker da Chancelaria. Esta obra viria a inspirar o filme “A Queda”, estreado em 2004.

domingo, 7 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDELuís Carlos Martins Pena, diplomata, dramaturgo e introdutor da “comédia de costumes” no Brasil, faleceu em Lisboa no dia 7 de Dezembro de 1848. Nascera no Rio de Janeiro em 5 de Novembro de 1815.
As suas obras teatrais parodiavam com ironia e humor as aventuras e desventuras da sociedade brasileira e das suas Instituições.
Filho de pais pobres, perdeu o pai quando tinha um ano de idade e a mãe aos dez. O padrasto deixou-o a cargo de uns tutores, que o encaminharam para a vida comercial. Concluído o Curso Comercial em 1835, portanto aos vinte anos, frequentou depois a Academia Imperial das Belas Artes, onde estudou arquitectura, estatuária, desenho e música. Ao mesmo tempo aprendeu línguas, história, literatura e teatro.
Em 1838, foi representada pela primeira vez uma peça de sua autoria: “O juiz de paz na roça”. No mesmo ano foi admitido no Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde exerceu diversas funções. Em 1847 foi colocado em Londres.
Entretanto, escreveu cerca de trinta peças, das quais cerca de dois terços eram comédias. Em 1846/1847 fez igualmente críticas teatrais para o “Jornal do Commercio”.
Contraiu tuberculose em Londres e, em trânsito para o Brasil, veio a falecer em Lisboa com 33 anos de idade.
Toda a sua produção literária foi postumamente reunida em livros: “Comédias” (1898), “Teatro de Martins Pena” (1965) e “Folhetins - A semana lírica” (1965), que abrange a sua colaboração no Jornal do Commercio.
Martins Pena é patrono da Academia Brasileira de Letras, por escolha de um dos fundadores desta academia, o teatrólogo Artur Azevedo.

sábado, 6 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEBaldassare Castiglione, escritor e diplomata italiano, nasceu em Casático, perto de Mântua, em 6 de Dezembro de 1478. Morreu em Toledo, Espanha, no dia 8 de Fevereiro de 1529, vítima de fortes febres provocadas pela peste negra.
Estudou latim e grego em Mântua e Milão. Nesta última cidade, na corte de Ludovico, teve os primeiros contactos com a vida cavaleiresca.
Em 1503 participou, ao lado dos franceses, na batalha de Gagliano contra os espanhóis. No ano seguinte foi convidado para a Corte de Urbino, onde conheceu importantes membros da nobreza de então. Foi enviado em diversas missões diplomáticas da Corte e pôde também dedicar-se a trabalhos literários. Numa missão em Roma conheceu o pintor Rafael, que pintou o seu retrato, actualmente no museu do Louvre em Paris.
Em 1521 iniciou uma carreira eclesiástica e, três anos depois, o papa Clemente VII colocou-o em Madrid na qualidade de núncio apostólico.
Em 1528 publicou em Veneza “O Livro do Cortesão”, manual do “saber-viver” que teve um importante sucesso, sendo depois traduzido em várias línguas. As outras obras de sua autoria são menos conhecidas mas também interessantes, sobretudo os sonetos.
Em 1530, o seu corpo foi trasladado para o santuário de Nostra Signora delle Grazie, em Mântua, onde Baldassare mandara construir um monumento fúnebre.
Outdoor no Brasil. Bastante sugestivo...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEJosé Carreras, cujo nome em catalão é Josep Carreras Coll, cantor lírico espanhol, nasceu em Barcelona no dia 5 de Dezembro de 1946. São célebres as suas interpretações de obras de Verdi e Puccini. É um dos "três célebres tenores", juntamente com Plácido Domingo e Luciano Pavarotti (este já falecido).
Aos oito anos cantou pela primeira vez numa rádio (uma ária do Rigoletto). Com apenas onze anos, estreou-se no Gran Teatro Del Liceo de Barcelona, sendo o “menino narrador” de uma obra de Manoel de Falla. Estudou no “Conservatorio Superior de Música del Liceo” .
Em 1970, naquele mesmo teatro, estreou-se como profissional contracenando com a cantora lírica Montserrat Caballé.
Em 1971 ganhou o "Concurso de Vozes Verdianas", em Parma na Itália, o que lhe abriu caminho para uma ascensão vertiginosa que o colocaria entre os melhores tenores do mundo. A sua bela voz foi levada aos mais importantes Festivais e Teatros de Ópera do mundo. Deu igualmente recitais em diversas salas de prestígio. Calcula-se que, com a idade de 28 anos, já tinha interpretado 24 figuras diferentes como tenor vedeta.
Em Julho de 1987 foi-lhe diagnosticada leucemia aguda e os médicos deram-lhe uma possibilidade em dez de sobreviver, o que o fez cancelar todos os seus compromissos. Após um ano de muitos tratamentos, de um auto-transplante de medula óssea e de muita vontade de voltar a viver como antes, Carreras acabou por vencer a doença.
Em 21 de Julho de 1988 já estava a cantar em Barcelona, num concerto de beneficência, a que assistiram milhares de pessoas.
Criou a “José Carreras International Leukaemia Foundation” , fazendo muitas apresentações beneficentes e visitando hospitais que tratam de doentes com leucemia, onde leva apoio científico e muita esperança.
Em 1990 centenas de milhões de telespectadores do mundo inteiro puderam ver e ouvir os “Três Tenores” num concerto que abriu os Mundiais de Futebol.
Participou na gravação da comédia musical West Side Story, sob a direcção do compositor Leonard Bernstein.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE Aulo Pérsio Flaco (em latim, Aulus Persius Flaccus), poeta satírico da Roma Antiga, nasceu em Volterra, em 4 de Dezembro de 34 d.C.. Morreu muito novo, em Roma, no dia 24 de Novembro de 62 d.C., vítima de doença no estômago.
Pérsio nasceu numa família de cavaleiros, aparentada com altos representantes da ordem senatorial, originária de Volterra, uma pequena cidade etrusca situada na actual província italiana de Pisa. Era de origem nobre, tanto por parte de seu pai como de sua mãe. Quando tinha seis anos, ficou órfão de pai. Com doze, foi enviado para Roma, onde foi educado por Rêmio Palêmon e Virgínio Flávio, aprendendo sobretudo Gramática e Retórica. Relacionou-se então com diversos intelectuais da época.
Na sua juventude, Pérsio escreveu uma tragédia, onde abordou um episódio da história de Roma, além de outra obra que era provavelmente um guia de viagens.
Demonstrou nas suas obras, poemas e sátiras, um forte senso crítico contra os abusos dos seus contemporâneos. Os seus textos, que foram especialmente populares na Idade Média, só foram publicados após a sua morte, pelo seu amigo e filósofo Lúcio Aneu Cornuto, que tinha exercido sobre ele uma grande influência e que Pérsio considerava mesmo como um segundo pai.
Influenciado pela obra de Lucílio, Pérsio começara a trabalhar no seu próprio livro de sátiras, que passou a escrever lenta e espaçadamente. A morte prematura impediu-o de o completar. Cornuto eliminou toda a sua obra, à excepção das sátiras, nas quais fez pequenas alterações para que fossem editadas. Tiveram um sucesso imediato.
Pérsio foi descrito pelos seus contemporâneos, como sendo um homem de «humor tranquilo, modéstia virginal e beleza pessoal», tendo-se dedicado exemplarmente à família, a quem deixou uma considerável fortuna.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O computador "Magalhães" lá vai chegando a todos os cantinhos de Portugal!...

EFEMÉRIDEJean-Luc Godard, cineasta franco-suíço, nasceu em Paris no dia 3 de Dezembro de 1930. É mundialmente conhecido pelos seus filmes vanguardistas e polémicos, que têm tido como temas, de modo original e quase sempre provocador, os dilemas e perplexidades do século XX. Foi também actor, chefe de montagem, produtor e cenógrafo.
Godard passou a infância e a juventude na Suíça, regressando a Paris em 1946 para estudar Antropologia na Sorbonne. Preferia no entanto frequentar os vários cineclubes da capital e os cinemas do Quartier Latin. Tornou-se amigo de outros cineastas famosos como Bazin, Chabrol e Truffaut. A partir de 1952, colaborou como crítico na revista “Cahiers du Cinéma” e, após fazer vários documentários, realizou em 1959 o seu primeiro filme de longa-metragem o "Acossado". Este filme foi um dos primeiros da Nouvelle Vague, movimento que se propunha renovar a cinematografia francesa e revalorizar os realizadores, reabilitando os filmes ditos “de autor”.
As obras que se seguiram confirmaram Godard como um dos mais criativos cineastas do referido movimento. O cinema de Godard caracterizava-se pela grande mobilidade da câmara e pela improvisação.
Após o movimento estudantil de Maio de 1968, Godard criou o grupo de cinema “Dziga Vertov”, assim chamado em homenagem a um cineasta russo de vanguarda, e enveredou pelo cinema político.
Em 1984, “Je vous salue Marie” provocou enorme polémica por ser considerado irreverente em relação aos valores cristãos, sendo proibido em vários países.
Ganhou imensos prémios, entre os quais se salientam: um Urso de Ouro no Festival de Berlim (1965), dois Ursos de Prata no mesmo Festival (1960 e 1961), um Leão de Ouro no Festival de Veneza (1983), dois Prémios do Júri no mesmo Festival (1962 e 1967), um Leão de Ouro Honorário em homenagem à sua carreira (1982) e o Leopardo de Honra no Festival de Locarno (1995).

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