quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

31 DE DEZEMBRO - AMADEU MEIRELES

EFEMÉRIDEAmadeu José Meireles da Costa, homem da rádio e do teatro português, nasceu no Porto em 31 de Dezembro de 1928. Morreu na mesma cidade em 2 de Julho de 2004.
Com 21 anos, partiu para Coimbra, onde cumpriu o serviço militar. Nesta cidade, conheceu José Afonso, quando a repulsa pelo regime político que dominava então o país levava os estudantes universitários, noite após noite, a realizar debates e tertúlias.
Amigo pessoal de António Pedro, com ele fundou o Teatro Experimental do Porto em 1953. Em Junho desse ano, participou como actor na estreia desta companhia, no Teatro Sá da Bandeira, com a peça “A Nau Catrineta”, uma história tradicional adaptada ao teatro por Egito Gonçalves.
A passagem pela representação foi ligeira, pois o seu jeito para ensaiar era mais forte, tornando-se o braço direito do mestre António Pedro. Com talento notável para declamar, participou igualmente em muitas tertúlias culturais na Cooperativa do Povo Portuense, um dos seus locais preferidos e onde tinha grandes admiradores.
Em 1963, Monique Solal criou o primeiro e único curso de ballet no Conservatório de Música do Porto e Amadeu Meireles foi o seu encenador.
Foi apresentador do programa “Festival” da autoria do empresário Domingos Parker, exibido no Palácio de Cristal no Porto, onde foram lançadas as cantoras Maria da Fé e Lenita Gentil, entre outros.
As tardes de domingo eram passadas na Rádio Emissores do Norte Reunidos, onde fazia teatro radiofónico e participava no programa da tarde desportiva.
No final de 1963, tornou-se locutor residente da Rádio Renascença. Foi autor e locutor de um dos mais conhecidos programas radiofónicos da época, “Clube da Juventude”, com forte pendor cultural, divulgando literatura e música ligeira internacional. Nesta emissora, foi também autor e locutor da aplaudida rubrica diária “Peço a Palavra”, dedicada a personalidades que de algum modo se notabilizavam, por acontecimentos de cariz cultural, social ou político, e a acontecimentos dignos de relevo, que muitas vezes passavam despercebidos nas edições dos jornais.
A arte da sua escrita permitia camuflar nos seus textos a abordagem política, fintando o regime da época e os seus censores. Com fortes ideologias políticas de esquerda, Amadeu Meireles entrou em confronto com o então director da Rádio Renascença, Arala Pinto, e decidiu deixar aquela emissora, transferindo-se para o Rádio Clube Português, levando consigo o programa “Clube da Juventude”, que manteve o nível de audiência.
Escreveu alguns textos satíricos para os Parodiantes de Lisboa, programa de rádio muito popular. Em 1966, fundou – juntamente com Ofélia Diogo Costa – o Círculo Portuense de Ópera.
Nas décadas 1960/70, colaborou com Resende Dias e Roger Sarbib escrevendo letras para várias composições de música ligeira. Em 1972, foi convidado pela RDP – Antena 1 para fazer a locução radiofónica do Festival Eurovisão da Canção, em simultâneo com a transmissão televisiva da RTP. O mesmo aconteceria em 1973 e de 1975 a 1978.
Apesar destas colaborações, foi-se afastando progressivamente da rádio, para se dedicar ao ramo da química industrial até 1985, como técnico e empresário.
Regressou à rádio em 1986. Até 1990, foi autor e realizador de vários programas na Rádio Placard do Porto, na altura uma rádio cultural. Colaborava ainda no trabalho técnico dos estúdios de gravação e apoiava os novos locutores.
Entre 1991 e 1992, colaborou com a Companhia Seiva Trupe na peça “O Comissário de Policia” de Gervásio Lobato, no Teatro Carlos Alberto.
Em 2000, por doença, isolou-se em Tábua, na Fundação Sarah Beirão. Veio a falecer no Porto quatro anos mais tarde. 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

30 DE DEZEMBRO - LEW AYRES

EFEMÉRIDELew Ayres, actor norte-americano, intérprete do personagem Dr. Kildare no cinema, morreu em Los Angeles no dia 30 de Dezembro de 1996. Nascera em Mineápolis, Minnesota, em 28 de Dezembro de 1908.
Criado em San Diego, fugiu da escola para se dedicar à vida artística. Tocava banjo numa banda que se apresentava em clubes, quando foi descoberto por um caçador de talentos, que o levou para Hollywood.
Estreou-se em 1929, em “The Sophomore”, filme dirigido por Leo McCarey. Ainda no mesmo ano, teve actuação destacada – ao lado de Greta Garbo – em “O Beijo”, o que lhe valeu o papel principal em “All Quiet on the Western Front” (1930), o clássico pacifista de Lewis Milestone. Além do grande sucesso comercial, o filme levou-o ao estrelato e teve profundo impacto na sua vida pessoal e nas suas convicções.
Entretanto, a sua boa aparência e maneiras suaves contribuíram para que fosse escalado para produções menores, onde interpretou personagens sem grande densidade dramática, que em nada serviram para consolidar o prestígio já por si adquirido.
Tornou-se ídolo das matinées, entre 1938 e 1942, ao aceitar o papel de Dr. Kildare em nove filmes da série com o mesmo nome, produzida pela MGM. Um dos bons momentos dessa fase foi também “Holiday” (1938) de George Cukor, onde fez de irmão sempre bêbado de Katherine Hepburn.
Quando começou a Segunda Guerra Mundial, muitos actores envolveram-se directamente no conflito. Lew Ayres, porém, coerente com as suas ideias pacifistas, declarou-se partidário da “objecção de consciência” contra conflitos armados, engajamentos militares e armas em geral. Visto como covarde, recebeu o desprezo dos estúdios e do público. No entanto, serviu durante mais de três anos no corpo médico na Nova Guiné e Filipinas, cuidando dos feridos de guerra, na função de assistente de capelão. Em 1946, “perdoado” por Hollywood e pelos espectadores, recomeçou a carreira com “The Dark Mirror”, um clássico do “cinema negro” de Robert Siodmak. Em 1949, foi nomeado para o Oscar de Melhor Actor pela sua actuação em “Johnny Belinda” (1948), um drama muito elogiado de Jean Negulesco.
A partir daí, embora continuasse a representar nas décadas seguintes, passou a dedicar-se especialmente à televisão. Um convite para reviver o personagem Dr. Kildare na TV acabou frustrado, quando viu recusado o seu pedido de não haver publicidade ao tabaco. Além de telefilmes, participou em várias séries. Uma tentativa de popularizar no Ocidente as suas crenças filosóficas e religiosas, de inspiração oriental, resultou no documentário “Altars of the World” (1976), que recebeu um Globo de Ouro.
Ayres casou-se e divorciou-se das actrizes Lola Lane e Ginger Rogers. Em 1942, jurou nunca mais se casar. Porém, mais de vinte anos depois, uniu-se a Diana Hall, que lhe deu o seu único filho. Foi o casamento mais duradouro, só terminando com o seu falecimento, três décadas depois.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

29 DE DEZEMBRO - FREDDIE HUBBARD

EFEMÉRIDEFreddie Hubbard, de seu nome completo Frederick Dewayne Hubbard, trompetista e compositor de jazz norte-americano, morreu em Los Angeles no dia 29 de Dezembro de 2008. Nascera em Indianápolis, Indiana, em 7 de Abril de 1938. Graças a um som único e à sua arte de improvisar, contribuiu imenso para a expansão do jazz moderno e do bebop.
Começou a tocar trompete na Arsenal Technical High School em Indianápolis, prosseguindo os estudos musicais no Arthur Jordan Conservatory of Music. Chet Baker foi uma das suas primeiras influências, embora Hubbard tenha dado depois preferência a Clifford Brown, Fats Navarro e Dizzy Gillespie.
Dedicou-se mais seriamente ao jazz depois de se ter mudado para Nova Iorque, em 1958. Ali trabalhou com Sonny Rollins, Slide Hampton, J. J. Johnson, Bill Evans, Philly Joe Jones, Oliver Nelson e Quincy Jones, entre outros.
Enveredou pelo hard bop, no seio do grupo Art Blakey and the Jazz Messengers. Com este grupo, criou vários álbuns entre os quais “Mosaic”, “Buhaina's Delight” e “Free For All”. Desenvolveu seguidamente o seu próprio som, afastando-se da influência de Clifford Brown e obtendo o título de Nova Estrela, através do magazine de jazz “Downbeat”.
Em Junho de 1960, gravou o seu primeiro álbum, na qualidade de líder – “Open Sesame”, na companhia do saxofonista Tina Brooks, do pianista McCoy Tyner, do baixista Sam Jones e do baterista Clifford Jarvis.
Em Maio de 1961, gravou “ Olé Coltrane”, convidado por John Coltrane quando de uma sessão nos estúdios da Atlantic Records. Em Agosto, compôs um dos seus mais célebres títulos, “Ready For Freddie”, em colaboração com o saxofonista Wayne Shorter.
Nos anos 1960, gravou 36 álbuns que são hoje considerados verdadeiros clássicos. Lançou-se também no free jazz. Nos anos 1970, entrou no grupo V.S.O.P., que inovava num novo género de jazz : o free bop (mistura do bebop dos anos 1940, da sua evolução nos anos 1950 e do free jazz dos anos 1960). Freddie conheceu então alguns dos seus maiores sucessos.
A década de 1970 foi o ponto culminante da sua celebridade. Gravou o seu maior álbum, “California Concert”, e efectuou improvisações sensacionais e performances musicais excelentes. Foi considerado um dos grandes trompetistas do seu tempo.
Com vários problemas de saúde, interrompeu temporariamente a carreira de trompetista. Em 1992, fez um golpe profundo no lábio superior que se infectou. Nunca mais reencontrou o seu nível. Continuou a tocar e a gravar discos, mas só ocasionalmente.
Durante a sua carreira de quase 50 anos, recebeu – entre outros prémios – um Grammy para o Melhor Disco de Jazz (1972) e o Prémio dos Mestres do Jazz da Instituição Nacional das Artes, em 2006. Morreu numa clínica de Sherman Oaks, no noroeste de Los Angeles, um mês depois de ter sofrido um ataque cardíaco.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

CHICO BUARQUE - "Voltei a Cantar"


28 DE DEZEMBRO - CRISTINA BRANCO

EFEMÉRIDECristina Branco, cantora portuguesa, nasceu em Almeirim no dia 28 de Dezembro de 1972. Aos 18 anos, passou a ter uma grande admiração por Amália, quando o avô lhe ofereceu o disco “Rara e Inédita”. Depois, por brincadeira, num jantar de amigos, cantou pela primeira vez um fado.
Ao participar no “Programa da Manhã” da RTP, foi vista e ouvida por José Melo, que a convidou para cantar em Amesterdão, no Círculo de Cultura Portuguesa, da qual era o presidente. José Melo passou depois a ser o seu empresário.
Gravou o disco “Cristina Branco In Holland”, em edição de autor, registado ao vivo em dois concertos realizados no dia 25 de Abril de 1996. Foram feitos mil exemplares que se venderam imediatamente, logo seguidos por edições sucessivas, até chegar aos 5 000 discos vendidos. Foi assim que tudo começou…
O disco “Murmúrios”, que foi lançado pela editora holandesa Music & Words, reuniu 14 temas, desde fados tradicionais como “Abandono” (imortalizado por Amália, com texto de David Mourão-Ferreira) até versões de Sérgio Godinho (“As certezas do meu mais brilhante amor”) e José Afonso (“Pomba branca”). A maioria dos temas tem assinatura de Maria Duarte, autora dos textos, e música de Custódio Castelo. Em França, recebeu – em 1999 – o Prix Choc da revista “Le Monde de la Musique”, por ser considerado o Melhor CD de Música Tradicional.
Em 2000, saiu o álbum “Post-Scriptum” (título de um poema de Maria Teresa Horta), que conquistou o segundo Prix Choc, desta vez por ser considerado o Melhor Álbum do Mês de Março, em França.
Na Holanda, foi editado o disco “Cristina Branco Canta Slauerhoff”, com textos do poeta holandês J. J. Slauerhoff (1898/1936), com tradução de Mila Vidal Paletti e música de Custódio Castelo. O disco constitui como que uma prova de agradecimento de Cristina Branco ao país que lhe abriu as portas do sucesso, embora nunca lá tenha vivido.
Durante o ano de 2000, Cristina realizou cerca de 130 espectáculos por todo o mundo. O disco “Corpo Iluminado", o primeiro com edição da Universal francesa, foi editado em 2001. No ano seguinte, foi reeditado “O Descobridor”, novo título para o disco em que tinha cantado poemas de Slauerhoff.
O álbum “Sensus” foi editado pela Universal em Março de 2003, com letras de David Mourão-Ferreira, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Eugénio de Andrade, Camões e Shakespeare, entre outros.
Ulisses” foi o nome do disco seguinte, editado em 2005. Em 2006, foi lançada uma gravação ao vivo, em formato CD e DVD, registada em Julho de 2006 no Leidsche Shouwburg Theater, na Holanda.
Começou 2007 com vários espectáculos de revisitação da obra de José Afonso. Nesse mesmo ano, foi lançada a compilação “Perfil” e o álbum “Abril” com cantigas de Zeca Afonso.
Em Março de 2009, novo disco (“Kronos”) – o primeiro sem a colaboração musical de Custódio Castelo. O disco foi constituído por canções inéditas compostas por uma dezena de criadores.
Começou o ano de 2011, participando na tournée anual Ano Novo da Sinfonietta de Amesterdão, depois de já o ter feito em 2006. Em Fevereiro de 2011, lançou o álbum “Não há só tangos em Paris” (“Fado Tango” na versão internacional). Em Fevereiro de 2013, foi editado o álbum “Alegria”, no qual contou com a colaboração de alguns dos seus poetas e compositores favoritos.

domingo, 27 de dezembro de 2015

CRISTINA BRANCO - "Cansaço"


27 DE DEZEMBRO - ALAN BATES

EFEMÉRIDEAlan Arthur Bates, actor britânico, morreu em Londres no dia 27 de Dezembro de 2003, vítima de cancro no pâncreas. Nascera em Darley Abbey, Derbyshire, em 17 de Fevereiro de 1934. Foi nomeado em 1968 para um Oscar, com o filme “The Fixer”, e venceu o Tony Award de 2002, ano em que foi nomeado “sir” pela rainha da Inglaterra.
Estudou na Royal Academy of Dramatic Art, tendo começado a sua carreira teatral em 1955 num grupo de Midlands, antes de ingressar na English Stage Company.
Membro do grupo “Angry Young Men ”, animado por Harold Pinter, John Osborne e Peter Shaffer, iniciou a sua carreira no cinema em 1960, com “The Entertainer”. No mesmo ano, fez o papel de Mick na peça “The Caretaker” de H. Pinter. Rigoroso nas escolhas que fazia, apareceu em numerosos sucessos comerciais muito bem recebidos também pela crítica.  
Em 1964, o triunfo internacional de “Zorba o Grego”, em que contracenou com Anthony Quinn, contribuiu para aumentar a sua popularidade.
Foi nomeado para o Oscar de Melhor Actor em 1968. Seguiram-se vários filmes de relevo. Paralelamente, continuou a actuar no teatro. As suas aparições nos ecrãs dos cinemas tornaram-se mais raras nos anos 1990, mas ainda regressou em 2001 com o filme “Gosford Park” de Robert Altman.
Alan Bates foi casado com a actriz Victoria Ward, desde 1970 até à morte dela em 1992. Na biografia “The Life of Alan Bates”, publicada em 2007 por Donald Spoto, é revelada a sua bissexualidade, com a autorização expressa do seu filho e de um irmão. Muito discreto na sua vida privada, Bates interpretou no cinema vários papéis relacionados com a homossexualidade, nomeadamente em “Love” (1968).
Foi agraciado com a comenda da Ordem do Império Britânico em 1996 e foi feito cavaleiro em 2002. 

sábado, 26 de dezembro de 2015

Cena de "Zorba o Grego"


26 DE DEZEMBRO - LOUISE DE VILMORIN

EFEMÉRIDELouise Lévêque de Vilmorin, escritora francesa, morreu em Verrières-le-Buisson (Essonne) no dia 26 de Dezembro de 1969. Nascera na mesma localidade em 4 de Abril de 1902.
Nascida no castelo familiar de uma célebre família de botânicos, era a segunda filha de Philippe de Vilmorin e de sua esposa Mélanie de Gaufridy de Dortan. Em 1923, chegou a estar noiva do célebre escritor e aviador Antoine de Saint-Exupéry, mas acabou por se casar com um americano – dois anos depois – instalando-se em Las Vegas, no Nevada.
Teve três filhas deste casamento, que acabou em divórcio. Em 1933, teve uma ligação amorosa com o político e escritor André Malraux, vindo porém a casar com o conde Paul Pálffy ab Erdöd em 1938, divorciando-se em 1943.
Viajou muito, com várias estadias na Suíça em casa do príncipe Sadruddin Aga Khan, que era seu amigo. Em 1961, conheceu em Genebra o pintor Émile Chambon, de quem se tornou também amiga, apadrinhando uma sua exposição em Paris e prefaciando mesmo o respectivo catálogo.
Encorajada por André Malraux, Louise de Vilmorin publicou o seu primeiro romance em 1934, “Sainte-Unefois”. Publicou também várias recolhas de poemas, alguns dos quais foram musicados e transformados em canções. O músico Francis Poulenc comparou-a a Paul Éluard e Max Jacob, pois encontrava também na sua poesia «uma espécie de impertinência sensível e de libertinagem», segundo as suas próprias palavras.
Louise trabalhou ainda como cenarista e autora de diálogos para algumas longas-metragens : “Les Amants” (1957) e “La Française et l'Amour” (1960), aparecendo igualmente como actriz em “Amélie ou le Temps d'aimer” (1961) e “Teuf-teuf” (1963).
Ao longo da sua carreira literária, escreveu treze romances, seis livros de poemas e três ensaios. Cinco das suas obras foram adaptadas ao cinema. Acabou a sua vida ao lado do grande amor da juventude, André Malraux. 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

25 DE DEZEMBRO - SISSY SPACEK

EFEMÉRIDESissy Spacek, de seu verdadeiro nome Mary Elizabeth Spacek, actriz e cantora norte-americana, nasceu em Quitman no dia 25 de Dezembro de 1949. Embora seja essencialmente uma actriz dramática, tem sido igualmente bem sucedida em comédias.
Spacek é descendente de checos de ascendência alemã, por parte do pai, e de irlandeses de ascendência inglesa, por parte de mãe. O apelido “Sissy” era a forma carinhosa como era chamada pelos irmãos.
Após a morte de um dos seus irmãos em 1967, Spacek desistiu de tentar entrar numa universidade, após se ter graduado na Quitman High School. Aos 18 anos, viajou para Nova Iorque, com o objectivo de se tornar cantora. Na ocasião, teve a ajuda de um primo e de sua esposa, a actriz Geraldine Page.
Durante algum tempo, actuou em bares na Greenwich Village, onde chegou também a fazer testes para a Decca Records. Embora a editora tenha gostado da sua voz, não a contrataram por já possuírem uma cantora com um timbre semelhante (Loretta Lynn). Em 1968, assinou um pequeno contrato com a Tourette Records para gravar a canção “John, You Went Too Far This Time”.
Matriculou-se no consagrado Lee Strasberg's Actors Studio e passou a ter aulas de interpretação. Em 1972, fez a sua estreia no filme “Prime Cut”. O reconhecimento veio, em 1973, com “Badlands”. Pela sua actuação, foi indicada para o BAFTA, na categoria de Melhor Revelação. Ainda nos bastidores do filme, conheceu o director de arte Jack Fisk, com quem veio a casar-se. Nesse período, fez também alguns filmes independentes e participou em filmes para televisão e nalgumas séries.
O reconhecimento internacional chegou, ao protagonizar a película “Carrie”. O filme, considerado depois como um clássico de horror, rendeu a Sissy a primeira indicação para o Oscar de Melhor Actriz.
Em 1977, no filme “3 Women”, teve uma elogiada performance no papel de uma misteriosa rapariga que mudava drasticamente de personalidade. O realizador do filme, Robert Altman, declarou então: «Ela é inesquecível. Uma das melhores actrizes com quem já trabalhei».
Sissy teve outro grande momento, ao interpretar a cantora country Loretta Lynn, em “Coal Miner's Daughter” (1980). Loretta era uma das principais representantes deste género musical nas décadas de 1960 a 1980. A sua entrega para dar corpo à personagem foi intensa. Spacek e Loretta tornaram-se amigas e chegaram a fazer algumas apresentações juntas. Além de toda a carga dramática para o papel, Sissy também usou a sua experiência musical para encarnar Loretta Lynn e cantou, ela mesma, todas as canções do filme. Esta produção recebeu cinco indicações para os Oscars, incluindo para Melhor Filme. A película rendeu a Sissy o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Actriz, sendo também nomeada para o BAFTA e o Grammy, pela banda sonora.
A sua versatilidade foi comprovada novamente em diferentes produções. Em “Missing” (1982), interpretou a esposa de um jovem jornalista que foi sequestrado no Chile, durante o golpe de estado de Pinochet. Baseado numa história verídica, o filme foi realizado por Costas Gravas e teve no elenco o actor Jack Lemmon. Contracenando com Mel Gibson, fez “The River” em 1984. Teve entretanto mais duas nomeações para os Oscars e para os Globo de Ouro de Melhor Actriz.
Com Diane Keaton e Jessica Lange, protagonizou a comédia “Crimes of the Heart” (1986), que lhe valeu um Globo de Ouro e mais uma nomeação para os Oscars.
No auge da carreira, decidiu reservar um período da sua vida para se dedicar à família a tempo inteiro. Passados alguns anos, voltou ao trabalho em “The Long Walk Home” (1990). Fez parte do elenco de “JFK” no ano seguinte, uma realização de Oliver Stone. Seguiram-se vários filmes, nesta mesma década, tendo tido também actuações memoráveis em produções para televisão.
Foi muito elogiada pela sua interpretação em “The Straight Story” (1999) do realizador David Lynch.
Com o filme “In the Bedroom” (2002), ganhou o seu terceiro Globo de Ouro e foi nomeada mais uma vez para o Oscar de Melhor Actriz. Em 2011, Sissy Spacek foi homenageada com uma estrela na Calçada da Fama.
Em 2012, publicou a sua biografia intitulada “My Extraordinary Ordinary Life”. Sissy sempre se preocupou em manter a sua vida pessoal longe dos holofotes e, devido a isso, recusou morar em Los Angeles, preferindo criar as filhas na sua fazenda em Virginia.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

24 DE DEZEMBRO - ALVES BARBOSA

EFEMÉRIDE – António Alves Barbosa, ex-ciclista português, nasceu em Fontela, Vila Verde, Figueira da Foz, no dia 24 de Dezembro de 1931.
Começou a sua carreira como amador júnior em 1950. Foi o primeiro ciclista português a vencer três vezes a Volta a Portugal (1951/56/58) e a ficar colocado nos primeiros dez lugares da Volta à França (1956), sendo considerado um dos melhores ciclistas portugueses de todos os tempos. Representou sempre o Sangalhos DC.
Para além da Volta a Portugal, Alves Barbosa disputou, entre outras provas internacionais, a Volta a França (1956, 1957, 1958 e 1960), a Volta a Espanha (1957, 1958 e 1961), a Volta a Marrocos (1952 e 1960) e a Volta a Andaluzia (1960 e 1961).
Em 1961, iniciou uma carreira de treinador de ciclismo, no SL e Benfica. Em 1975/78 e 1989/92, foi director técnico nacional da modalidade. Foi depois comentador de ciclismo na rádio e na televisão.
Recebeu a Medalha de Mérito Desportivo em 1990 e foi condecorado com a Medalha de Ouro da Juventude e dos Desportos de França em 2007. Em 2015, foi galardoado com o Prémio Especial do Júri dos Prémios Nacionais “Bento Pessoa – Casino da Figueira”.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

TALISMÃ (quadras)

TALISMÃ

I
Fé não é palavra vã,
É sentimento bem forte.
Jesus – o meu talismã
Vai melhorar minha sorte.
II
Presente sem Amanhã,
Que Futuro vamos ter?
Jesus – o meu talismã
Vai-nos todos proteger!     (a)
III
Jesus – o meu talismã
Protege a minha vida.
Faz com que o amanhã
Não seja coisa sofrida.

Gabriel de Sousa

(a) – Menção Honrosa no 20º Concurso Internacional de Quadras Natalícias – 2015 (Fuseta)

CANTAR NATAL (quadras)

CANTAR NATAL – 2015

I
Vamos cantar o Natal
P’ra alegrar o País.
Queremos em Portugal
Só gente muito feliz.
II
Com o humor permitido,
No Natal, nesta canção,
Jesus é mal sucedido:
- O Benfica é Campeão!     (a)
III
Vamos cantar no Natal
As canções ao Deus Menino,
Pedindo que Portugal
Melhore o seu destino.
                                                                                       
Gabriel de Sousa

(a) – Menção Honrosa no 20º Concurso Internacional de Quadras Natalícias – 2015 (Fuseta)

23 DE DEZEMBRO - MANUELA MOURA GUEDES

EFEMÉRIDEManuela Moura Guedes, de seu verdadeiro nome Maria Manuela Guedes Outeiro Pereira Moniz, cantora e profissional de televisão, nasceu no Cadaval em 23 de Dezembro de 1955.
Viveu em Torres Vedras, onde frequentou o Liceu Nacional. Ingressou depois na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde chegou a ser monitora de Teoria Geral do Direito Civil, ficando a poucas disciplinas de terminar o curso. Entrou para a RTP como locutora de continuidade, em 1978.
Naquele canal, apresentou o Festival RTP da Canção de 1979, ao lado de Fialho Gouveia, numa altura em que ainda usava o nome de Manuela Matos. Lançou entretanto a sua carreira musical, editando os álbuns “Conversa Fiada” e “Sonho Mau”. Na rádio, tornou-se uma das vozes habituais, em programas como “Grafonolona Ideal” e “TNT – Todos No Top”.
O singleFlor Sonhada”, lançado em 1981, com a canção de Miguel Esteves Cardoso “Foram Cardos, Foram Prosas”, revelou-se um sucesso. Pôs fim à sua carreira musical em 1982 com “Álibi”, um álbum cuja instrumentalização ficou a cargo dos GNR.
Na televisão, continuou em programas de entretenimento, com a apresentação de “Berros e Bocas” na RTP1, ao lado de Luís Filipe Barros. Na Rádio Comercial, apresentou um programa com o jornalista Henrique Garcia. Pouco depois, iniciou-se na informação, na RTP, sem contudo deixar de apresentar outros programas, como “Raios e Coriscos”, com Miguel Esteves Cardoso e Catarina Portas.
Em 1995, foi eleita deputada à Assembleia da República, pelo CDS -Partido Popular, saindo no ano seguinte. Foi contratada pela TVI, ainda em 1995, tornando-se pivot do “Jornal Nacional”. O seu estilo peculiar, marcadamente sensacionalista e agressivo, valeu-lhe várias criticas de diversos sectores políticos e sociais, bem como da própria classe jornalística. Resistindo a essas críticas, manteve a sua preponderância na TVI, por influência do então director de informação José Eduardo Moniz (que era, já na altura, o seu marido).
Afastada em 2005 pelos proprietários do canal, regressou como apresentadora do “Jornal Nacional – 6ªFeira” (2008/09), tendo sido suspensa pela administração em Setembro de 2009. Em resposta, acompanhada por alguns colegas e pelo marido, apresentou a sua demissão da direcção de informação.
Depois de quatro anos no desemprego, regressou à televisão em 2013 com a apresentação – na RTP1 – de uma nova edição do popular concurso “Quem Quer Ser Milionário?”, que durou até 2015.
Em Outubro de 2014, iniciara a colaboração como comentadora do programa “Barca do Inferno”, na RTP Informação, juntamente com Isabel Moreira, Marta Gautier (depois substituída por Sofia Vala Rocha) e Raquel Varela. Devido a um desentendimento, abandonou o programa, por sua iniciativa e em pleno directo, em 8 de Junho de 2015.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

22 DE DEZEMBRO - CARLOS GRAÇA

EFEMÉRIDECarlos Alberto Monteiro Dias da Graça, médico, político e escritor santomense, nasceu em São Tomé e Príncipe no dia 22 de Dezembro de 1931. Morreu em Lisboa, em 17 de Abril de 2013, após doença prolongada. De família cabo-verdiana, exerceu em São Tomé e Príncipe as funções de médico e político, tendo estado directamente envolvido na luta pela independência do seu país.
Foi médico particular do então presidente do Gabão Omar Bongo. Desde cedo (1961), participou nas lutas políticas pela libertação de São Tomé e Príncipe, no seio do Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe (CLSTP) em Libreville (Gabão). Foi co-fundador do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP) em 1972.
Nos preparativos para a independência, em 1974, Carlos Graça assumiu a função de ministro dos Assuntos Sociais. Após a independência, foi ministro da Saúde e dos Assuntos Sociais no governo de transição e nos primeiros governos após a independência, até Janeiro de 1977 – ano em que se demitiu por discordar das opções políticas seguidas. Exilou-se no Gabão.
Em 1979, foi condenado à revelia a 24 anos de trabalhos forçados. Em 1983, presidiu a Frente de Resistência Nacional de São Tomé e Príncipe, que abandonou três anos depois. 
De 1988 a 1990, devido a novas condições políticas, foi ministro dos Negócios Estrangeiros. Em 1990, foi eleito secretário-geral do MLSTP, então transformado em partido – o PSD. Primeiro-ministro de 1994 a 1996, candidatou-se à Presidência, em 1996, tendo sido derrotado.
Publicou várias obras, de que se destacam: “Ensaio sobre a condição humana” (2004), “João Paulo II Político” (2007), “Che Guevara, personagem mítico” e “Memórias políticas de um nacionalista santomense sui generis” (2012).
Participou no VII Congresso Internacional de Médicos Escritores e Artistas Lusófonos promovido pela União de Médicos Escritores e Artistas Lusófonos em Lisboa (2010). Defendeu a organização do congresso seguinte em São Tomé, cabendo-lhe a presidência. A saúde, porém, não o deixou ver cumprido aquele desejo e o congresso foi transferido para Curitiba, no Brasil. Faleceu com 81 anos.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

ARY DOS SANTOS & CARLOS DO CARMO


21 DE DEZEMBRO - CARLOS DO CARMO

EFEMÉRIDECarlos do Carmo de Ascensão de Almeida, cantor português, nasceu em Lisboa no dia 21 de Dezembro de 1939.
Filho de Alfredo de Almeida, livreiro e proprietário da casa de fados O Faia, e de Lucília do Carmo, uma das mais populares fadistas portuguesas de sempre, frequentou o Liceu Passos Manuel, estudando depois Hotelaria, na Suíça. Iniciou a sua carreira artística em 1964, embora tenha gravado o primeiro disco com a idade de nove anos. Ainda em 1964, casou-se com Maria Judite de Sousa Leal, mãe dos seus três filhos.
Representou Portugal no XXI Festival Eurovisão da Canção em 1976, com o tema “Flor de Verde Pinho” inspirado num poema de Manuel Alegre. Entre muitas outras suas canções, as mais conhecidas são “Os Putos”, “Um Homem na Cidade”, “Canoas do Tejo”, “O Cacilheiro”, “Lisboa Menina e Moça”, “Duas Lágrimas de Orvalho” e “Bairro Alto”.
Realizou numerosas tournées, tendo cantado no Olympia de Paris, na Ópera de Frankfurt, na Ópera de Wiesbaden, no Canecão do Rio de Janeiro e no Hotel Savoy de Helsínquia. Em Portugal, deu espectáculos na Fundação Calouste Gulbenkian, no Mosteiro dos Jerónimos, no Casino Estoril e no Centro Cultural de Belém.
Em Setembro de 1997, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Deve muitos dos seus êxitos ao duo José Carlos Ary dos Santos / Fernando Tordo, entre eles “Lisboa Menina e Moça” e “Estrela da Tarde”.
Em 2003, ganhou o Prémio José Afonso, então atribuído pela Câmara Municipal da Amadora, na sequência do qual foi publicado o livro “Carlos do Carmo, do Fado e do Mundo”, uma entrevista biográfica realizada por Viriato Teles.
Entre numerosos galardões, foi-lhe atribuído o Globo de Ouro do Mérito e da Excelência, o Prémio Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores e o Prémio Goya para Melhor Canção Original, com o “Fado da Saudade”. Esta última canção, de 2008, fez parte da banda sonora do filme “Fados”, que concorria àqueles que são considerados os oscars espanhóis.
É cidadão honorário do Rio de Janeiro, membro de honra do Claustro Ibero-Americano das Artes e recebeu um diploma do Senado de Rhode Island (Estados Unidos) pelo seu contributo para a divulgação da música portuguesa.
Foi também pioneiro na nova discografia portuguesa, devido ao seu disco “Um Homem no País”, que foi o primeiro CD editado por um artista em Portugal.
Em 2014, tornou-se – a par de Elisabete Matos – no segundo artista português a ganhar um Grammy, obtido na categoria Lifetime Achievement. No mesmo ano, em Novembro, recebeu o Grammy Latino de Carreira no Hollywood MGM de Las Vegas e foi homenageado com o vídeo “Lisboa Menina e Moça” a 35 vozes.

domingo, 20 de dezembro de 2015

CARLOS DO CARMO & ANA MOURA - "Novo Fado Alegre"


20 DE DEZEMBRO - SARA MATOS

EFEMÉRIDE – Sara Alves de Matos, modelo, cantora e actriz portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 20 de Dezembro de 1989. Foi actriz exclusiva da TVI, tendo actualmente um contrato de exclusividade com a SIC.
Antes de fazer a sua primeira experiência em televisão, concluiu o curso de Teatro na Escola Profissional de Teatro de Cascais e foi membro do elenco fixo da companhia Projectos Novos Actores. Em 2002, fez um curso de Expressão Dramática na Casa do Artista. Em 2004, seguiu um curso idêntico na ACT e, em 2007, fez um workshop de Interpretação para Televisão.
“Morangos com Açúcar” foi o seu primeiro trabalho em televisão, mas não foi a primeira vez que representou, pois fazia teatro desde os 10 anos. Antes de entrar na referida série, fez ainda o primeiro ano da Escola Superior de Teatro e Cinema. Na aludida telenovela fazia par amoroso com Lourenço Ortigão. Este amor passou da ficção para a vida real.
Sara entrou depois na novela “Anjo Meu”. Em 2012, foi considerada a Actriz do Ano na categoria de Teatro pelos leitores da revista “Lux”, pela sua participação na peça “Closer” de Patrick Marber. Ainda em 2012, protagonizou o filme “Morangos com Açúcar”. Em 2013, entrou na telenovela “Doida Por Ti”.
Participou, com o actor, Lourenço Ortigão, em workshops de representação no Brasil.
Foi a vencedora da 1ª edição do talent show da TVIDança com as Estrelas”, fazendo par com o bailarino André Branco. Participou igualmente na novela “Belmonte”, que deixou a meio por ter recebido um convite irrecusável para integrar um novo projecto televisivo, “O Beijo do Escorpião”, no mesmo canal.
Em 2014, ganhou o Globo de Ouro de Revelação do Ano, na categoria Representação. Finalizadas as gravações da novela “O Beijo do Escorpião” e terminando o seu contrato de exclusividade com a TVI, dedicou o ano de 2015 ao cinema e ao teatro, onde fez parte de alguns filmes de sucesso como “O Pátio das Cantigas”, “O Leão da Estrela” e “O Último Animal”. No teatro, entrou na peça “O protagonista”. Em Outubro de 2015, assinou contrato com a SIC.

sábado, 19 de dezembro de 2015

ZECA AFONSO - "A morte saiu à rua"


19 DE DEZEMBRO - JOSÉ LEZAMA LIMA

EFEMÉRIDEJosé Lezama Lima, romancista, poeta e ensaísta cubano, considerado um das figuras mais influentes da literatura latino-americana, nasceu em Havana no dia 19 de Dezembro de 1910. Morreu na mesma cidade em 8 de Agosto de 1976.
Lezama viveu os tempos mais turbulentos da história de Cuba, participando em manifestações estudantis e lutando contra as ditaduras de Machado e de Batista.
A sua obra literária inclui o romance barroco semi-autobiográfico “Paradiso”, publicado em 1966. Conta a história de um jovem e das suas lutas contra misteriosas doenças, a morte do pai e as suas inclinações homossexuais e poéticas. Os primeiros cinco capítulos deste livro foram publicados na revista “Orígenes”, em 1940.
Licenciou-se em Direito e, de 1929 até à sua morte, viveu numa casa situada num dos velhos bairros de Havana, primeiro com a mãe e, depois da morte desta, com Maria Luísa Bautista, sua secretária, com quem se causou apesar da sua homossexualidade. Só deixou Cuba para duas breves viagens ao México e à Jamaica.
Lezama Lima coligiu várias antologias de poesia cubana e colaborou nas revistas “Verbum” (1937), “Espuela de Plata” (1939/1941), “Orígenes” (anos 1940) e “Nadie Parecia” (1941)”, sendo considerado o patriarca das Letras Cubanas nos seus últimos anos de vida.
O estilo barroco – que ele desenvolveu – baseava-se, em partes iguais, na sua sintaxe influenciada por Gôngora e por uma constelação assombrosa de imagens invulgares. O seu primeiro livro, um longo poema intitulado “Muerte de Narciso”, publicado quando tinha apenas vinte e sete anos, tornou-o desde logo famoso em Cuba.
Para além de poemas e romances, Lezama Lima escreveu diversos ensaios sobre figuras da literatura mundial como Mallarmé, Paul Valéry, Gôngora e Rimbaud, bem como sobre a estética barroca Latino-Americana.
Em 1972, recebeu o Prémio Maldoror de Poesia (Espanha) e, com o romance “Paradiso”, ganhou o Prémio de Melhor Obra Hispano-Americana Traduzida para Italiano (Itália).
José Lezama Lima morreu em 1976, devido a complicações da asma que o afligia desde a infância, sendo sepultado no Cemitério Colon em Havana. Influenciou vários escritores de língua espanhola, como Octavio Paz, Julio Cortázar e Mario Vargas Llosa, entre outros. 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

TRACY CHAPMAN & ERIC CLAPTON - "Give Me One Reason" (1999)


18 DE DEZEMBRO - W. MARK FELT

EFEMÉRIDEWilliam Mark Felt, agente secreto norte-americano (fonte de informação dos jornalistas do “Washington Post” que estiveram na origem do caso Watergate que levou à renúncia de Richard Nixon em 1974), morreu em Santa Rosa no dia 18 de Dezembro de 2008. Nascera em Twin Falls, em 17 de Agosto de 1913. A fonte era conhecida apenas como “Garganta Funda” e a sua verdadeira identidade só foi revelada pelo próprio em 2005.
Felt ingressou no FBI em 1942 e foi encarregado de várias missões de espionagem durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, foi director adjunto e candidato à sucessão de J. Edgar Hoover (Maio de 1972). Seria afastado da corrida por Richard Nixon em proveito de Patrick Gray, vindo do ministério da Justiça.
Durante a companhia eleitoral de 1972, alguns indivíduos foram apanhados em flagrante delito, ao colocarem microfones na sede do Partido Democrata. Felt participou então na divulgação do que se viria a chamar “o escândalo do Watergate”, revelando pormenores do assunto aos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein. Ajudou-os secretamente a descobrir que, na origem daquelas escutas ilegais, estavam a Casa Branca e Nixon. Todo o escândalo e a denúncia de obstruções à investigação do FBI que se seguiram foram denunciados por Felt e revelados pelos jornalistas. Incluía a criação, pela Administração Nixon, de um sistema de espionagem paralelo e ilegal. Tudo isto levou à demissão do presidente americano e a penas de prisão para alguns dos seus colaboradores. Do informador misterioso, apenas se sabia que era o “Garganta Funda”.
Só em 2005, a sua identidade foi revelada pelo magazine americano “Vanity Fair”. W. Mark Felt tinha decidido, aos 91 anos, descrever qual tinha sido o seu papel nos acontecimentos de há mais de três décadas atrás. Algumas horas mais tarde, o “Washington Post” – através da Internet – confirmava que ele tinha sido efectivamente a sua fonte de informação.
No seguimento desta revelação, as reacções foram várias. Para a família, ele era um herói nacional. Para outros, ele tinha sido um traidor. A motivação para o sucedido teria tido por origem, essencialmente, razões éticas relacionadas com a independência e integridade do FBI. Outros sugeriram que se trataria de uma vingança, por ter sido preterido na sucessão de Hoover à frente do FBI. Felt veio a falecer aos 95 anos, numa residência para reformados.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

17 DE DEZEMBRO - ERWIN PISCATOR

EFEMÉRIDEErwin Friedrich Maximilian Piscator, encenador, director e produtor teatral alemão, nasceu em Greifenstein no dia 17 de Dezembro de 1893. Morreu em Starnberg, em 30 de Março de 1966. Juntamente com Bertolt Brecht, foi um dos expoentes do teatro épico, um género que privilegia o contexto sociopolítico. Foi igualmente um dos mais importantes encenadores alemães do século XX. Judeu por nascimento, adoptou mais tarde o apelido “Piscator” (pescador, em latim) para fugir às perseguições nazis.
Começou por trabalhar, em 1919, num teatro experimental em Berlim, o Volksbühneem, do qual se tornaria director cinco anos mais tarde. Encenava as suas peças de acordo com as suas convicções sociopolíticas, para assim influenciar os espectadores e clarificar os ideais de esquerda.
Fez uma adaptação do drama romântico “The Robbers” de Friedrich Schiller, que originou uma grande polémica, pois Piscator cortou grande parte do texto e reinterpretou-o de acordo com as suas ideias.
Em 1927, fundou a influente, se bem que efémera, Piscator-Bühne – a sua própria companhia de teatro – em Nollendorfplatz, onde voltou a produzir peças polémicas com conteúdos sociopolíticos. Em 1928, produziu e fez uma notável encenação do romance checo “As aventuras do bravo soldado Schweik” de Jaroslav Hašek, com a colaboração do pintor expressionista George Grosz e de Bertolt Brecht.
Antes da ascensão de Hitler ao poder na Alemanha, Piscator dedicou uma parte da sua obra à situação política da União Soviética e, em 1931, foi para Moscovo trabalhar na Mezhrabpom, uma empresa cinematográfica soviética associada à organização Workers International Relief.
Com a subida de Hitler ao poder em 1933, a sua estadia na União Soviética deixou de ser por motivos profissionais para ser um exílio político. Em 1936, foi a Paris, onde se casou com a bailarina Maria Ley. Em 1939, o casal emigrou para os Estados Unidos.
Em Nova Iorque, tornou-se director do Dramatic Workshop, que ele fundou na New School for Social Research, em 1940. Alguns dos seus alunos foram Marlon Brando, Tony Curtis, Harry Belafonte e Tennessee Williams.
Em 1951, regressou à Alemanha e, em 1955, adaptou e encenou o romance “Guerra e Paz”. O espectáculo foi apresentado em cerca de vinte países. Em 1962, assumiu o cargo de director da Freie Volksbühne, em Berlim. Um ano depois, produziu a peça “The Deputy” de Rolf Hochhuth, sobre o Papa Pio XII e a sua alegada negligência no salvamento de judeus italianos das câmaras de gás nazis. Faleceu em 1966 com 72 anos de idade. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

16 DE DEZEMBRO - RAFAEL ALBERTI

EFEMÉRIDERafael Alberti Merello, poeta espanhol, membro da Geração de 27, nasceu em El Puerto de Santa María no dia 16 de Dezembro de 1902. Morreu na mesma localidade em 28 de Outubro de 1999. Recebeu o Prémio Cervantes em 1983. É considerado um dos maiores escritores da chamada Idade de Prata da literatura espanhola, que terminou com o advento da Guerra Civil.
Nascido numa família burguesa de origem italiana, estudou num colégio jesuíta do qual foi expulso. Em 1917, partiu para Madrid, onde o pai foi trabalhar. A vida citadina entusiasmou-o e anunciou que queria ser pintor. Dois anos depois, apesar de reticências da família, organizou a sua primeira exposição.
Decidiu-se finalmente pela literatura e publicou a sua primeira recolha de poemas, “Marinero en tierra”, que lhe valeu o Prémio Nacional de Poesia (1924).
Em 1931, casou-se com a escritora Maria Teresa Leon e tornou-se militante do Partido Comunista. Viajou pela URSS, na companhia da esposa, e encontrou vários intelectuais, nomeadamente Boris Pasternak, Elsa Triolet eLouis Aragon.
Em 1934, fundou a revista revolucionária “Outubro”. Dois anos depois, começou a Guerra Civil espanhola. Alberti animou então uma Aliança de intelectuais antifascistas e dirigiu a “Revista Azul”. De 1939 a 1977, exilou-se em França, na Argentina e depois em Itália.
Poeta de vanguarda, ele não enjeitava porém a tradição de Gôngora, mestre da poesia barroca. O resultado foi “ Cal y canto ”, escrito em 1926/27 e publicado dois anos depois.  
Sobre los ángeles” abriu uma terceira etapa na sua obra – o surrealismo. Ideologicamente, aproximou-se do anarquismo, lançando-se também na poesia politica cuja primeira manifestação foi “Con los zapatos puestos tengo que morir” (1930).    
Com a chegada da Segunda República (1931), Alberti adoptou as posições do marxismo revolucionário. Os poemas deste período foram publicados em “Consignas” (1933), “Un fantasma recorre Europa” (1933), “13 bandas y 48 estrellas” (1936), “Nuestra diaria palabra” (1936) e “De un momento a outro” (1937). Em 1938, juntou todas estas recolhas no livro “El poeta en la calle”.
O exílio (1939/77) despoletou o último ciclo da sua obra, composto sobretudo de poesia apolítica, com poemas de grande qualidade. Após o regresso a Espanha, a sua produção, bastante prolífica, incluiu em particular o livro de poesia erótica “Canciones para Altair” (1988). Rafael Alberti faleceu aos 96 anos de idade, na terra que o vira nascer. 

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

15 DE DEZEMBRO - FRANCISCO TÁRREGA

EFEMÉRIDE Francisco de Asís Tárrega Eixea, guitarrista espanhol que revolucionou a composição para guitarra, morreu em Barcelona no dia 15 de Dezembro de 1909. Nascera em Vila-real, em 21 de Novembro de 1852. É considerado um dos guitarristas mais influentes do mundo, sendo considerado a pai da guitarra clássica moderna.
Durante a juventude, sofreu uma queda grave num canal de irrigação que lhe veio a afectar a visão de modo definitivo. A família mudou-se para Castellón e inscreveu-o em aulas de música. Os seus dois primeiros professores eram cegos. 
Em 1862, o concertista Julián Arcas, em tournée pela região e ouvindo falar no jovem talento, aconselhou o pai de Tárrega a deixá-lo ir para Barcelona estudar com ele. O pai aceitou, mas insistiu para que o filho tivesse também lições de piano. O violão e a guitarra eram, na época, considerados como instrumentos de acompanhamento para cantores, enquanto o piano estava mais em voga na Europa.
No entanto, Francisco teve de parar com as lições pouco tempo depois, porque Arcas partiu para o estrangeiro, onde ia dar vários concertos. Apesar da sua idade (10 anos), Tárrega fugiu e tentou começar uma carreira musical autónoma, actuando em cafés e restaurantes da capital catalã. Em breve, porém, foi encontrado e levado para junto do pai, que teve de fazer sacrifícios enormes para assegurar o prosseguimento da sua educação musical.
Três anos mais tarde, em 1865, nova fuga então para Valência, onde se juntou a um grupo de boémios. O pai procurou-o e levou-o para casa. Ele fugiria ainda uma terceira vez, novamente para Valência.
No começo da adolescência, Francisco era já um bom músico, tanto na guitarra como no piano. Para ganhar dinheiro, tocava com outros músicos em eventos locais. Em breve voltou para o lar, para ajudar a família. 
Entrou para o Conservatório de Madrid em 1874, graças ao mecenato de um rico mercador da região. Utilizava uma guitarra recentemente adquirida, fabricada em Sevilha por António de Torres. Estudou composição e foi aconselhado a abandonar o piano e a dedicar-se exclusivamente à guitarra.
No fim dos anos 1870, já ensinava alguns alunos, dando também – com regularidade – concertos em várias regiões espanholas. Começou a tocar igualmente as suas próprias composições.
Em 1881, actuou na Ópera de Lyon, no Teatro Odéon em Paris e em Londres. Casou-se no Natal de 1885 com María José Rizo, fixando-se em Barcelona, onde teve como amigos Isaac lbéniz e Pablo Casals, entre outros músicos célebres.
Conheceu mais tarde uma viúva rica, Conxa Martinez, que se tornou sua mecenas. Ela autorizou toda a família a ocupar o seu casarão de Barcelona, onde ele veio a escrever a maioria das suas melhores obras.
Em 1900, visitou Alger, onde ouviu o ritmo repetitivo de um tambor árabe. Na manhã seguinte, compôs a sua famosa “Danza Mora”. Em 1902, cortou as unhas e criou uma sonoridade que se iria tornar típica nos guitarristas associados à sua escola. Fez uma tournée por Itália, actuando em Roma, Nápoles e Milão.
Tárrega teve as suas habilitações musicais questionadas, quando defendeu uma metodologia diferente da que era usada na época. Segundo ele, o toque realizado pela mão direita na guitarra deveria ser feito num ângulo de 90º e com a parte «macia» do dedo, ou seja, sem utilização da unha. Tárrega justificava a metodologia, afirmando que o toque do dedo causava assim uma sensação de maior «controlo emocional e técnico» das obras em execução.
Uma das suas mais famosas composições não é conhecida integralmente pela maioria das pessoas que, no entanto, já ouviram algum fragmento. Trata-se da “Gran Vals” (“Grande Valsa”), que é um dos toques padrão da empresa de telemóveis Nokia.
Em Janeiro de 1906, foi afectado por uma paralisia do lado direito e nunca recuperou completamente. Fez o seu último trabalho em Dezembro de 1909 (“Oremus”), falecendo treze dias mais tarde. 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

NESTE NATAL (glosa de quadra)


Celebremos a amizade
Em paz e santa união
Neste Natal de saudade
Que preenche o coração!»
Maria José Fraqueza

NESTE NATAL

O sucesso e o dinheiro
São sinais de qualidade,
Mas os amigos primeiro…
… Celebremos a amizade!

Guerras são p’ra esquecer,
Não sou carne p’ra canhão,
Vamos lá então viver
Em paz e santa união.

Não percamos a esp’rança,
Espalhemos p’la cidade
O direito a ser criança,
Neste Natal de saudade.

Roguemos ao Deus Menino
Numa sentida oração:
- Use Seu poder divino
Que preenche o coração!


Gabriel de Sousa

FRANCISCO TÁRREGA - "Gran Vals"


14 DE DEZEMBRO - FRIEDRICH DÜRRENMATT

EFEMÉRIDEFriedrich Dürrenmatt, dramaturgo, romancista e pintor suíço, morreu em Neuchâtel no dia 14 de Dezembro de 1990. Nascera em Konolfingen, em 5 de Janeiro de 1921.
O pai era pastor protestante e um dos seus avôs era um conhecido poeta e político. Dürrenmatt iniciou estudos de Filosofia e de Literatura Alemã na Universidade de Zurique em 1941, mas deixou-os um semestre depois. No Verão de 1942, recebeu treino militar. Porém, devido à uma deficiência visual provocada por diabetes, foi dispensado. Continuou então os estudos na Universidade de Berna. Em 1943, decidiu no entanto que iria ser escritor e interrompeu a vida académica. Os seus inspiradores eram Brecht, Kafka e Lessing.
Em 1945/46, escreveu a sua primeira peça “Es steht geschrieben”. Em 1947, casou-se com a actriz Lotti Geissler. Nos anos seguintes, para subsistir, escreveu novelas, romances policiais (sob a forma de folhetins em jornais) e programas radiofónicos, sem todavia renunciar à dramaturgia.
A pintura, outra das suas paixões, também está presente na sua obra. Muitos dos seus quadros podem ser vistos, desde 2000, no Centre Dürrenmatt Neuchâtel, na sua antiga residência.
Como acontecia com Brecht, as suas peças envolviam o público em debates teóricos, não servindo somente como entretenimento passivo. Friedrich Dürrenmatt começou a ter notoriedade mundial com “O Casamento do Senhor Mississípi” (“Die Ehe des Herrn Mississippi”, 1952), que o consagrou como um dos dramaturgos europeus mais influentes da sua época.
Em 1956, publicou a peça “A Visita da Velha Senhora” (“Der Besuch der alten Dame”), que foi também representada em Nova Iorque, Roma, Londres e Paris, sendo galardoada com vários prémios.
Em 1962, em plena Guerra-fria, escreveu “Die Physiker”, onde mais uma vez fala do que se passa no mundo, neste caso os avanços da física e as suas possíveis consequências.
Nos anos 1970/80, foi convidado para discursar perante públicos internacionais, tendo visitado os Estados Unidos, Israel, Polónia e o campo de concentração de Auschwitz.
Em 1983, morreu a sua esposa Lotti. Casou-se novamente, no ano seguinte, com Charlotte Kerr, também actriz. Dürrenmatt faleceu seis anos depois, vítima de crise cardíaca.  

domingo, 13 de dezembro de 2015

13 DE DEZEMBRO - CURD JÜRGENS

EFEMÉRIDECurd Gustav Andreas Gottlieb Franz Jürgens, actor austro-alemão, nasceu em Solln (Baviera) no dia 13 de Dezembro de 1915. Morreu em Viena, em 18 de Junho de 1982.
Era filho de um comerciante de Hamburgo e de uma professora francesa. Depois dos estudos, enveredou pelo jornalismo, trabalhando no “8-Uhr Abendblatt”. Paralelamente, seguia cursos de teatro, tornando-se depois actor com o incentivo da sua primeira mulher, que era também actriz. Iniciou a sua carreira artística nos palcos da capital austríaca.
Crítico do regime nazi na sua Alemanha natal, foi enviado para um campo de concentração em 1944, rotulado de «indivíduo politicamente incorrecto». Sobrevivendo à guerra, tornou-se cidadão austríaco logo após o conflito.
Após vários anos nos palcos austríacos e actuando também no cinema local e alemão, ganhou o prémio de Melhor Actor no Festival de Veneza de 1955, com o filme “Os Heróis estão Fatigados. No ano seguinte, tornou-se uma estrela internacional com o sucesso de “E Deus Criou a Mulher” de Roger Vadim, que lançou igualmente Brigitte Bardot como símbolo sexual do cinema.
Curd passou depois a trabalhar em diversos filmes de guerra rodados em Hollywood, estreando-se em 1957 com “A Raposa do Mar”, onde contracenou com Robert Mitchum, no papel de comandante de um submarino alemão perseguido por um destroyer americano, durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1962, marcou a sua presença – como oficial nazi – no épico de guerra “O dia mais longo”, grande sucesso daquele ano.
Com um carreira de mais de cem filmes, o seu momento de maior popularidade chegou em 1977, protagonizando o vilão Karl Stromberg em “007 O Espião que me Amava”, um dos filmes em que Roger Moore fez de James Bond.
Apesar de uma carreira de quase três décadas no cinema internacional, Curd sempre se considerou um homem do teatro. Também escreveu guiões e dirigiu alguns filmes, mas sem grande sucesso.
Casou-se cinco vezes, uma delas com a actriz húngara Eva Bartok, também ex-prisioneira de campos de concentração nazis. Jürgens manteve residência em França durante muitos anos, voltando a Viena para representar papéis no teatro. Foi durante um destes retornos que sofreu um ataque cardíaco, morrendo aos 66 anos de idade. Tinha sido operado várias vezes ao coração na década de 1970.

sábado, 12 de dezembro de 2015

12 DE DEZEMBRO - ARNALDO JABOR

EFEMÉRIDEArnaldo Jabor, guionista e realizador de cinema e televisão, produtor, dramaturgo, crítico de teatro e jornalista brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 12 de Dezembro de 1940.
Formado no ambiente do Cinema Novo, participou na segunda fase deste movimento, que buscava analisar a realidade nacional, inspirando-se no Neo-realismo italiano e na Nouvelle Vague francesa. A sua primeira longa-metragem foi o inovador documentário “Opinião Pública” (1967), uma espécie de mosaico sobre o modo como os brasileiros olham a sua própria realidade.
No início dos anos 1970, com o recrudescimento da repressão política e da censura, os antigos autores do Cinema Novo procuraram caminhos metafóricos ou alegóricos, para tentar fintar a acção do governo e poder expor as suas propostas. Jabor fez o mesmo com “Pindorama” (1970), mas nesta película o excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico comprometeram a qualidade da obra, como o próprio Jabor viria mais tarde a admitir.
No filme seguinte, redimiu-se completamente com um dos grandes sucessos de bilheteira do cinema brasileiro – “Toda Nudez Será Castigada” (1973), adaptado da peça homónima de Nelson Rodrigues, tem um enfoque mais humano, mas ainda assim não poupa implacáveis críticas à hipocrisia da moral burguesa e aos seus costumes. A actriz principal (Darlene Glória) ganhou o Urso de Prata de Melhor Actriz no Festival de Berlim.
Seguiu-se “O Casamento” (1975), adaptado de um romance do mesmo escritor, em que foi ainda mais forte nas suas investidas contra as deformidades comportamentais e sexuais da sociedade. Com “Tudo Bem” (1978), iniciou a chamada “Trilogia do Apartamento”. Foi talvez o seu filme mais relevante, que investiga, num tom de forte sátira e ironia, as contradições da sociedade brasileira. A obra ganhou o prémio de Melhor Filme no Festival de Brasília e proporcionou grandes desempenhos a Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro, entre outros grandes actores.
Eu Te Amo” (1980), que se dedica a uma análise intimista e sexual, consagrou Paulo César Pereio e Sónia Braga no cinema. Seguiram-se outros filmes com bastante sucesso junto do público. 
Na década de 1990, em virtude das circunstâncias ditadas pelo governo Collor de Mello, que não apoiava a produção cinematográfica brasileira, Jabor foi obrigado a procurar novos rumos e encontrou na imprensa o seu ganha-pão. Estreou-se como colunista no final de 1995 e, mais tarde, trabalhou na Rede Globo (“Jornal Nacional”, “Jornal da Globo”, “Bom Dia Brasil”, “Jornal Hoje” e “Fantástic”). Na Rádio CBN, comentou também – com o seu tom irónico – os factos da actualidade brasileira.
Tem abordado os mais variados temas, com intervenções apimentadas na televisão e nas suas colunas na imprensa, que lhe renderam muitos admiradores e obviamente também muitos críticos.
Diversos textos que circulam pela internet são falsamente assinados por Arnaldo Jabor. Em Novembro de 2009, o próprio autor escreveu uma coluna negando essas autorias e fazendo uma crítica sobre o assunto, dizendo que «a era digital não era para ele». 

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