sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

31 DE JANEIRO - JEAN SIMMONS



EFEMÉRIDEJean Merilyn Simmons, actriz britânica, nasceu em Londres no dia 31 de Janeiro de 1929. Morreu em Santa Monica, na Califórnia, em 22 de Janeiro de 2010, vítima de cancro num pulmão.
Filha de um antigo atleta olímpico e instrutor de ginástica, Jean Simmons teve uma infância feliz num subúrbio da classe operária de Londres, onde estudou na Orange Hill School em Golders Green.
Quando do início da 2ª Guerra Mundial, em 1939, Jean e os seus irmãos mais velhos foram para Somerset. Em 1943, voltou a Londres onde – juntamente com uma irmã – se matriculou na Ada Foster School of Dance. Duas semanas depois, o produtor cinematográfico Val Guest esteve na escola à procura de uma jovem para interpretar o papel da filha adolescente de Margaret Lockwood, no filme “Give Us The Moon”. Embora não tivesse experiência, Jean ganhou o papel e deixou o produtor impressionado com o seu talento instintivo. Depois de actuar em pequenos papéis, o seu trabalho em “The Way to the Stars”, em 1945, chamou a atenção do produtor Gabriel Pascal, que lhe ofereceu um contrato com o J. Arthur Rank Studio. Assim, aos 16 anos de idade, ela fez o papel de uma harpista no filme “Caesar and Cleopatra”, protagonizado também por Vivien Leigh. No mesmo ano, o cineasta britânico David Lean colocou-a no papel de Estella, na adaptação ao cinema da obra de Charles Dickens, “Great Expectations”.
Em 1950, foi eleita a mais popular estrela do cinema britânico. No Outono deste mesmo ano, viajou até aos Estados Unidos para promover “Trio”, adaptação ao cinema de uma colectânea de três contos de Somerset Maugham, em que ela actuava. Foi então escolhida pela revista “Life”, para capa de um dos seus números. Pouco tempo depois, voltou aos Estados Unidos, desta vez para entrar no seu primeiro filme americano, “Androcles and the Lion”.
O auge da sua carreira ocorreu em 1960, ao participar em três grandes produções: “Spartacus”, “Entre Deus e o Pecado” e “O Pecado Mora ao Lado”. Durante os anos 1980, passou a dedicar-se mais à televisão, aparecendo num grande número de séries e de filmes.
Em 1986, esteve internada no Betty Ford Center, em Rancho Mirage, na Califórnia, para tratamento ao alcoolismo, voltando depois às suas actividades normais na televisão. No cinema, reapareceu em “Star Trek: The Next Generation” (1991) e “Colcha de Retalhos” (1995), não abandonando, todavia, os seus trabalhos para a TV.
Jean Simmons casou-se aos 21 anos com o actor Stewart Granger, de quem se divorciou oito anos depois. Contraiu o seu segundo matrimónio em 1960, com o realizador Richard Brooks, tendo-se divorciado em 1977. Teve dois filhos, um de cada casamento. Em 1994, foi agraciada com o título de Membro do British Film Institute.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

30 DE JANEIRO - SIDNEY SHELDON



EFEMÉRIDE Sidney Sheldon, de seu verdadeiro nome Sidney Schechtel, guionista, produtor, realizador e romancista norte-americano, morreu em Rancho Mirage no dia 30 de Janeiro de 2007. Nascera em Chicago, em 11 de Fevereiro de 1917. Publicou dezoito romances, tendo todos alcançado a lista dos “mais vendidos” do jornal “The New York Times”. Totalizaram mais de 300 milhões de cópias, com traduções em 51 idiomas e distribuídos em cerca de 180 países. Ele é considerado o Escritor Mais Traduzido do Mundo pelo “Guinness”. Escreveu igualmente cerca de 250 guiões, seis peças para a Broadway e 25 filmes.
Ganhou o seu primeiro prémio aos 10 anos, num concurso organizado pela revista infantil “Wee wisdom”. Depois de se licenciar na East High School de Denver, frequentou a Universidade Northwestern, mas não concluiu qualquer curso.
Durante a Grande Depressão, trabalhou em diversos empregos para ajudar no sustento da família. Foi vendedor de sapatos, locutor de rádio e marçano de uma drogaria. Depois de ter vendido uma canção que tinha composto para o líder de uma banda local, mudou-se para Nova Iorque, onde tentou afirmar-se como compositor. Quando surgiu uma oportunidade (um popular compositor da época interessou-se pelas suas composições e ofereceu-se para se reunir com ele no dia seguinte), Sheldon desistiu e voltou para Chicago, onde a família ainda residia.
Em 1937, ao mudar-se para Hollywood, conseguiu inicialmente o emprego de leitor de guiões, fazendo resumos para facilitar a escolha dos produtores de cinema. Depois, passou a escrever argumentos de forma independente e a enviá-los para alguns estúdios. Após não ter recebido sequer resposta da maioria, um deles – chamado “Dangerous Holiday” – foi comprado pela Paramount por mil dólares. Logo depois, vendeu um outro argumento, “South of Panamá”, para a PRC, e escreveu o respectivo guião, que seria o primeiro a ser filmado. Passou a ser guionista a tempo inteiro.
Com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, alistou-se no Army Air Corps, onde foi treinado para ser piloto. Mais tarde, seria impedido de continuar o serviço militar por causa da sua hérnia discal. Voltou à vida civil e foi convidado para actualizar o libreto do musical “A Viúva Alegre” para a Broadway. O musical foi produzido em 1943, quando Sheldon tinha 26 anos, e foi um sucesso. Ao mesmo tempo, trabalhou em dois outros espectáculos: Voltou depois para Hollywood, onde escreveu o guião do filme “The Bachelor and the Bobby-Soxer”, protagonizado por Cary Grant, com o qual ganhou o Oscar de Melhor Guião Original em 1947. Logo a seguir, trabalhou na revisão e edição do guião de “Desfile de Páscoa”, com Judy Garland e Fred Astaire.
Continuou a trabalhar com filmes e, esporadicamente, escrevia libretos para a Broadway, até ser escolhido para produtor da MGM. Em 1953, realizou um filme pela primeira vez, “Dream Wife”, com Cary Grant e Deborah Kerr. Passou depois para a Paramount, onde escreveu o guião de “You're Never Too Young”, que foi um êxito junto do público e da crítica. 
Regressou à Broadway, onde co-escreveu o guião do musical “Redhead”, que ganhou o título de Melhor Musical de 1959 nos Tony Awards. Após voltar ao cinema para algumas produções, Sheldon foi convidado para criar o programa de televisão “The Patty Duke Show”, que foi apresentado entre 1963 e 1966. 
A sua estreia como romancista ocorreu em 1970, quando publicou “A Outra Face”, depois de ter hesitado em o adaptar directamente ao cinema, à televisão ou ao teatro. “A Outra Face” foi nomeado o Melhor Livro de Estreia pelo Edgar Allan Poe Award de 1971. O seu segundo livro foi “O Outro Lado da Meia-Noite”, lançado em 1973, que alcançou o primeiro lugar na lista dos mais vendidos do “The New York Times”, onde permaneceu durante 53 semanas. A partir de então, passou a dedicar-se aos livros, publicando diversos romances, como “A Ira dos Anjos” e “Se Houver Amanhã”. Embora escrevesse os seus livros de uma maneira rápida, fazia depois revisões que chegavam a levar um ano, antes dos livros serem publicados.
Morreu devido a complicações causadas por uma pneumonia, junto da sua terceira esposa e a poucos dias de completar 90 anos de idade. 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

29 DE JANEIRO - VICTOR MATURE



EFEMÉRIDEVictor Mature, de seu verdadeiro nome Victor Joseph Maturi, actor norte-americano, nasceu em Louisville no dia 29 de Janeiro de 1913. Morreu em Rancho Santa Fé, em 4 de Agosto de 1999, vítima de leucemia. O pai era um emigrante italiano que foi para os Estados Unidos com a família em 1912 e a mãe era de origem suíça.
Na juventude, Victor trabalhou com o pai no ramo de cutelaria e, às vezes, como pescador. Estudou na Academia Militar de Kentucky, mas porque desejava seguir a carreira de actor, ingressou depois no Playhouse de Pasadena. Fez um casting para um papel no clássico “E Tudo o Vento Levou”, em 1939, mas perdeu para o seu colega George Reeves, o futuro super-homem da década de 1950.
Após alguns pequenas participações, Mature teve sucesso nos seus primeiros papéis principais, sobretudo junto do público feminino, que o considerava «um pedaço de homem» ou «o sorriso mais cativante do mundo». A crítica jamais o levou a sério como actor (e ele próprio admitia que não representava muito bem), embora se tenha tornado um dos actores mais populares e requisitados pelos grandes realizadores das décadas de 1940 e 1950, devido à sua presença máscula nos ecrãs.
Como muitos outros astros de Hollywood, alistou-se na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, onde serviu num navio de transporte de tropas. Estava em Okinawa, quando a bomba atómica foi lançada sobre o Japão.
Com o fim da guerra, voltou para Hollywood e trabalhou mais do que nunca. Os seus papéis em “Paixão dos Fortes” de John Ford e “O Beijo da Morte” de Henry Hathaway são considerados os seus melhores trabalhos. Posteriormente, centrou-se em protagonistas mais exóticos, principalmente em épicos, como “Sansão e Dalila” de Cecil B. DeMille, em 1949; “O Manto Sagrado” de Henry Koster, em 1953; “Demétrius e os Gladiadores” de Delmer Daves; e “O Egípcio” de Michael Curtiz, em 1954. Actuou também em diversas comédias, policiais, filmes de guerra e westerns, interpretando aventureiros, cowboys, polícias, soldados e até índios. Nunca teve grandes pretensões artísticas, mas foi um dos maiores campeões de bilheteira na década de 1950.
A partir dos anos 1960, diminuiu o seu ritmo de actuações no cinema, interessando-se mais em jogar golfe e dedicando-se ao ramo imobiliário, onde se destacou como corretor, abrindo mesmo a sua própria firma. Em 1966, aceitou fazer uma paródia de si mesmo, interpretando um actor de meia-idade, ainda armado em galã, na película “O Fino da Vigarice”, dirigido por Vittorio de Sica. Em 1984, fez um intervalo no seu desporto favorito para uma pequena participação num remake de “Sansão e Dalila” para a televisão. Foi a sua última actuação. Apesar da vida pacata que levou e tendo sempre considerado o cinema apenas como um modo de conseguir a independência económica, foi casado cinco vezes e teve vários casos amorosos, alguns com actrizes de grande renome.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

28 DE JANEIRO - MAITÊ PROENÇA



EFEMÉRIDEMaitê Proença Gallo, actriz, apresentadora de televisão e escritora brasileira, nasceu em São Paulo no dia 28 de Janeiro de 1958. Descendente de avôs portugueses (materno e paterno), passou a sua juventude em Campinas. Aos cinco anos de idade, foi matriculada na Escola Americana, que era destinada principalmente a filhos de norte-americanos residentes no Brasil. Aos doze anos, a mãe foi assassinada pelo marido – pai de Maitê –, que era procurador de Justiça. Foi absolvido em dois julgamentos, com base na tese de legítima defesa da honra. Após o assassinato da mãe, Maitê foi morar com o irmão num pensionato luterano, onde ficaram três anos. Aos dezasseis, foi residir em Paris a mando do pai. Ao regressar ao Brasil, pediu abrigo a um padre. Aos dezanove, fez vários exames de admissão a faculdades e chegou a iniciar o curso de Psicologia, mas não o concluiu. Nos dois anos que se seguiram, decidiu correr mundo, passando por cerca de trinta países, entre Europa, África e Ásia. Ganhava algum dinheiro vendendo jornais, cuidando de crianças e distribuindo folhetos nas esquinas parisienses.
Foi em Paris que teve a sua primeira experiência com as artes cénicas, matriculando-se num curso de Mímica. Depois, matriculou-se também em vários cursos na Universidade de Paris, entre eles Arquitectura do Século XVII, Pensamento do Século XX, Pensamento Alemão do Início do Século e outras matérias. Posteriormente, foi conhecer o Médio Oriente. Quando soube que o pai estava muito doente, regressou ao Brasil. A sua pretensão não era a de ficar muito tempo, somente o necessário para a recuperação do pai. A sua vida, porém, tomou outros rumos. Enquanto esperava, começou a fazer um curso de Teatro e a estudar guiões para o cinema no Museu da Imagem e do Som. Nesse momento, o jornalista Mário Prata, um dos professores do curso no MIS, convidou-a para um teste na TV Tupi.
Em 1979, estreou-se como actriz de televisão na novela “Dinheiro Vivo”. Poucos meses depois, foi contratada pela Rede Globo e participou na novela “Coração Alado”. Sofreu, no entanto, um acidente de carro que a afastou durante quase um ano. Ainda usando bengala, foi convidada para interpretar uma das principais protagonistas da novela “As Três Marias”, juntamente com as experientes Nádia Lippi e Glória Pires. Para fazer este trabalho, foi obrigada a mudar de cidade e pediu um alto salário, pago na época somente a actores já consagrados mas que lhe foi concedido. Segundo ela mesma, o salário não pagava todas as críticas e pressões que sofria, fazendo-a odiar o trabalho de actriz. Chegou a pensar em abandonar a carreira, mas – além de ter um contrato com a Globo – já possuía bastante popularidade na imprensa, tinha sido capa de várias revistas e batido recordes de audiência. Foi aconselhada a não sair.
Em 1981, foi convidada para participar na telenovela “Jogo da Vida”. No ano seguinte, encenou o espectáculo “Mentiras Alucinantes de um Casal Feliz”. Em 1983, participou na novela “Guerra dos Sexos”, tendo-se em seguida transferido para a Rede Manchete, onde protagonizou a mini-série “A Marquesa de Santos”. Em 1985, voltou à Globo e integrou o elenco da novela “Um Sonho a Mais”.
Em 1986, viveu um dos melhores momentos da sua carreira, ao interpretar a cortesã Dona Beija na novela homónima, um dos seus grandes sucessos. Maitê protagonizou então as primeiras cenas de nudez numa novela do horário nobre. Em 1987, trabalhou na novela “Sassaricando”, filmando igualmente as longas-metragens “Sexo Frágil” e “Brasa Adormecida”, tendo recebido com esta última o Prémio de Melhor Actriz do 2º Rio Cine Fest. Também encenou o espectáculo “La Malasangre” e protagonizou o filme “A Dama do Cine Shanghai”, ao lado de António Fagundes, conquistando o Prémio de Melhor Actriz no II Festival de Cinema de Natal e também no XV Festival dos Melhores do Ano do CineSesc. Seguidamente, apresentou dois programas jornalísticos: o “Programa de Domingo” e “Diálogo”, ambos na Rede Manchete.
Em 1989, de volta à antiga casa, protagonizou a novela “O Salvador da Pátria”, fazendo par romântico com Lima Duarte, que viria a tornar-se um dos seus melhores amigos e confidente também, num momento em que o seu pai estava muito doente, acabando por se suicidar. Também rodou os filmes “O Beijo” e “Kuarup”, além de encenar a peça “Na Sauna”.
O ano de 1990, destaca-se bastante na sua vida, pela morte do irmão e pelo nascimento da sua única filha. Apenas seis meses após dar à luz, foi protagonista da mini-série “O Sorriso do Lagarto”, em que fez par romântico com Tony Ramos, que seria repetido várias vezes.
Em 1993, estreou a peça “Confissões de Mulheres de 30 no Rio de Janeiro e depois foi viajar pelo Nordeste. No final desse ano, encenou a mesma peça em São Paulo, além de actuar também no espectáculo “História de Nova York – Dorothy Parker”.
Em 1994, fez uma rápida passagem pela dramaturgia da Rede Bandeirantes, ao participar em alguns episódios da mini-série “Confissões de Adolescente”. Nesse ano, também trabalhou no filme “16060”, que lhe trouxe o Prémio de Melhor Actriz no Festival de Brasília. No ano seguinte, encarnou a sua primeira vilã na televisão. O seu papel era o de uma mulher fraca de carácter que mantinha um relacionamento secreto com um advogado sem escrúpulos. Após um desentendimento com a produção da novela, foi afastada, o que levou mesmo à alteração do enredo.
Em 1996, integrou o elenco fixo da série “A Vida Como Ela É” e, em 1997, rodou a curta-metragem “Vox Populi”, ganhando o Prémio de Melhor Actriz no Festival de Salvador. Depois, em 1998, entrou nos filmes “A Hora Mágica” e “Paixão Perdida”, além de ter actuado na novela “Torre de Babel”.
Em 1999, interpretou a rainha da França, Ana da Bretanha, na série “Os Três Mosqueteiros” da Globo e foi ainda protagonista de “Tolerância”, filme que teve grande sucesso. Participou na película “Bufo & Spallanzani” e foi estrela da novela “Vila Madalena”. A partir de então, passou a dedicar mais tempo ao teatro. Em 2000, protagonizou o espectáculo “Isabel”, pelo qual foi bastante elogiada pela crítica.
Em 2001, após uma participação especial na telenovela “Estrela Guia”, protagonizou Dona Yatá no filme “A Selva”, uma co-produção de Espanha, Portugal e Brasil, que integrou também o actor português Diogo Morgado. Participou igualmente no filme “Viva Sapato”, na pele de uma cómica jornalista americana. Em 2002, assinou – pela primeira vez sozinha – uma produção de teatro, levando aos palcos o monólogo “Buda”.
O ano de 2003 foi marcado pela sua estreia na revista “Época”, com uma coluna de crónicas. Após quase 25 anos de carreira, Maitê revelou o seu talento também para a literatura. As crónicas, escritas quinzenalmente, conquistaram o público pelo seu estilo franco, delicado e inteligente. Simultaneamente, destacou-se na temporada daquele ano na série para adolescentes “Malhação” e também rodou o filme “Jogo Subterrâneo”.
Em 2004, esteve presente no elenco de “Da Cor do Pecado”. Continuou também a publicar as suas crónicas e, no ano seguinte, lançou o seu primeiro livro, “Entre Ossos e a Escrita”, que reúne 50 crónicas publicadas entre 2003 e 2004. Em 2005, teve uma participação especial na telenovela “A Lua me Disse”. Nesse mesmo ano, ainda escreveu a sua primeira peça, “Achadas e Perdidas”, que ficou em cartaz durante três anos consecutivos.
A partir de 2006, passou a integrar a equipa de apresentadoras do programa “Saia Justa”, do canal GNT. Em 2007, finalizou o seu segundo livro, “Uma Vida Inventada”, que mistura ficção e factos reais. Lançado em 2008, o livro obteve grande sucesso, ficando em primeiro lugar no ranking da revista “Veja”, além de permanecer inúmeras semanas entre os dez mais vendidos na categoria Ficção. Também escreveu a peça “As Meninas”, que só seria estreada em 2009. Gravou o programa “Saia Justa” durante todo o ano e participou nas filmagens de “Elvis & Madona”.
Em 2008, viajou para Bali, na Indonésia, para gravar as primeiras cenas da novela “Três Irmãs”. Em seguida, estreou o filme “Onde Andará Dulce Veiga?”, que foi exibido em Agosto desse ano, na Mostra Competitiva do Tribeca Cinemas, em Nova York. Em Setembro, em Ibitipoca, Minas Gerais, numa fazenda de amigos, sofreu um acidente ao cair de um cavalo, no qual fracturou cinco vértebras. Mesmo assim, continuou a gravar “Três Irmãs” e o programa “Saia Justa”, narrando ainda o programa “Belezas Francesas”, além de ter feito telebiografias sobre Maria Callas, Brigitte Bardot e Sophia Loren, para o canal GNT. Também participou num sketch dos comediantes portugueses Gato Fedorento, no qual tentava imitar a pronúncia europeia da língua.
Em Outubro de 2009, circulou pela Internet um vídeo feito em 2007, para o programa “Saia Justa”, em que Maitê faz alguns comentários satíricos ao mesmo tempo que circula por ruas e monumentos de Portugal. Junto à fonte do claustro do Mosteiro dos Jerónimos, o vídeo mostra-a a cuspir dentro da fonte. A actriz – no seu blog – disse que estava apenas a imitar a estátua da fonte ao lado, que jorra água pela boca. Após a sua exibição em telejornais portugueses, o vídeo gerou revolta da parte do público que exigiu da parte dela, através de um abaixo-assinado online, um pedido de desculpas. A retratação da actriz foi feita em Outubro do mesmo ano. A direcção do canal GNT também apresentou as suas desculpas formais pelo sucedido. Em 2010, saiu do ar o “Saia Justa” e Maitê passou a integrar o elenco da telenovela “Passione”.
Considerada por muitos uma das mais belas actrizes brasileiras, já foi capa de revistas masculinas, como a edição brasileira da revista “Playboy”. Foi uma das raras mulheres a ter um suplemento especial na revista. Em 1987, após muitas recusas de convites para posar nua, acabou por aceitar, tornando-se um dos maiores símbolos sexuais do Brasil. A edição vendeu 630 mil exemplares, o maior número de vendas no mercado editorial até então. Posaria uma segunda vez, em 1996, aos 38 anos, na belíssima paisagem da Sicília, e reconfirmaria o sucesso. Desta vez, a revista alcançou a marca dos 720 mil exemplares vendidos.
Foi casada uma vez e teve vários relacionamentos, um dos quais com o escritor português Miguel Sousa Tavares.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

27 DE JANEIRO - ARY FONTOURA



EFEMÉRIDE Ary Beira Fontoura, actor brasileiro, nasceu em Curitiba no dia 27 de Janeiro de 1933. Criou personagens inesquecíveis, como o sinistro professor Aristóbolo Camargo em “Saramandaia”; o avarento Nonô Correia em “Amor com Amor Se Paga”; o prefeito emblemático Florindo Abelha em “Roque Santeiro”; o autoritário coronel Artur da Tapitanga em “Tieta”; o deputado corrupto Pitágoras em “A Indomada”; o milionário que fingia ser faxineiro em “Chocolate com Pimenta”; o misterioso Silveirinha em “A Favorita”; o prefeito falido Isaías “Zazá” Junqueira em “Morde & Assopra”; e o seu personagem mais recente, o Dr. Lutero, em “Amor à Vida”.
Filho de um professor e de uma dona de casa de origem italiana, desde muito cedo manifestou a sua paixão pela arte de representar. Aos quatro anos, já gostava de imitar as pessoas e transformava diversas situações em cenas teatrais. Aos dez, cantava em programas infantis da Rádio Clube Paranaense. Em 1961, foi descoberto pela produção da primeira serie feita para TV no Brasil – “O Vigilante Rodoviário” – na qual participou num episódio filmado em Curitiba e Vila Velha, no Paraná onde residia.
Ser actor, porém, naqueles tempos, não era uma escolha bem vista pelas famílias e a profissão, ainda não regulamentada, estava associada à marginalidade. Resolveu, então, cursar a Faculdade de Direito, que abandonou no último ano para seguir a sua verdadeira vocação. Durante seis meses, trabalhou no Circo dos Irmãos Queirolo, uma das diversões da capital paranaense nas décadas de 1940 a 1970. Entusiasmado em seguir uma carreira artística, arrendou um imóvel e montou um grupo de teatro amador, a Sociedade Paranaense de Teatro, com amigos que tinham os mesmos interesses. Destacou-se igualmente no teatro radiofónico. No início dos anos 1960, foi director de tele-dramaturgia na TV Paraná, onde também apresentou diversos shows televisivos.
Na busca de novas oportunidades, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1964. Entre vários castings para integrar o elenco de peças teatrais, ainda conseguiu gravar um LP, com a sua experiência de ter sido cantor de músicas românticas, como boleros e sambas canção, em salas de Curitiba. Participou em comédias ligeiras e musicais, actuando em “Como Vencer na Vida Sem Fazer Força”, com Marília Pêra, Procópio Ferreira e Moacyr Franco, e fez verdadeiros malabarismos para sobreviver e não ter de voltar à cidade natal. Chegou, inclusivamente, a ser engraxador de sapatos e conseguiu um emprego de cozinheiro num pequeno restaurante.
Por intermédio do actor Graça Mello, conseguiu o seu primeiro papel na TV Globo, na série “Rua da Matriz” (1965). A sua primeira telenovela foi “Passo dos Ventos” (1968), de Janete Clair, a que se iriam seguir cerca de outras quarenta na Rede Globo.
Em 1975, foi escolhido para actuar em “Gabriela”, novela escrita a partir da obra de Jorge Amado. Mais de 30 anos depois, integraria o elenco do remake de “Gabriela”.
A actuação de Ary Fontoura na TV não se limitava às telenovelas. Trabalhou em programas humorísticos, como “Faça Humor Não Faça Guerra”, na década de 1970, e “Sai de Baixo”, em 2000, além de participar em diversos séries e outros programas. Teve ainda um papel de destaque no programa infanto-juvenil “Sítio do Picapau Amarelo”, em 2004.
Ainda nos anos 2000, partilhou a cena com a actriz Nicette Bruno na novela “Sete Pecados” (2007), interpretando os personagens Romeu e Julieta, vivendo um romance na terceira idade que arrebatou o público brasileiro. Em 2008, estreou-se em “A Favorita” e, no ano seguinte, fez uma participação especial na novela “Caras & Bocas”.
Ary Fontoura fez igualmente mais de 20 filmes, desde “O Vigilante Rodoviário” (1962) até “A Guerra dos Rocha” (2008). Neste último, interpretou o papel de uma mulher – a matriarca octogenária, em torno da qual gira toda a história.
A sua passagem pelo teatro também foi fecunda. Teve actuações em comédias clássicas e teatro de revista, com passagens pelo Teatro Nacional de Comédia e pelo Grupo Opinião. Em 1978, integrou o elenco de “A Ópera do Malandro” de Chico Buarque. Na década de 1980, fez trabalhos memoráveis no elenco fixo do Teatro dos Quatro, no Rio de Janeiro, como as peças “Rei Lear” de Shakespeare e “Sábado, Domingo e Segunda” de Eduardo De Filippo. Pelas suas actuações nestas duas últimas peças, recebeu duas vezes o Troféu Mambembe de Melhor Actor (1983 e 1986). Em 2005, comemorou os 55 anos de carreira com a peça “Marido de Mulher Feia Tem Raiva de Feriado”.
Em 2011, entrou em “Morde & Assopra” como o prefeito falido Isaías “Zazá” Junqueira, casado com a fútil Minerva e pai da mimada Alice e de um divertido homossexual. Além de ver a sua actuação muito elogiada, Zazá Junqueira tornou-se um personagem inesquecível e, segundo ele próprio, um dos principais da sua carreira.

domingo, 26 de janeiro de 2014

MICHEL DELPECH EM 1969

26 DE JANEIRO - MICHEL DELPECH



EFEMÉRIDE – Jean-Michel Delpech, actor, autor, compositor e cantor francês, nasceu em Courbevoie (Hauts-de-Seine) no dia 26 de Janeiro de 1946.
Em 1964, conheceu Roland Vincent, que passaria a ser o seu compositor. Nesse mesmo ano, foi lançado pela editora Vogue o seu primeiro disco de 45 rotações “Anatole”. Em 1965, participou na comédia musical  “Copains Clopant”, que ficou em cena durante seis meses e lhe trouxe muita popularidade, sobretudo com a interpretação da canção “Chez Laurette”.
Por essa época, conheceu Chantal Simon, com quem se viria a casar em 1966. Seguidamente, fez a primeira parte de um espectáculo de Jacques Brel no Olympia.
Em 1967, Johnny Stark – o empresário de Mireille Mathieu – tomou conta também da sua carreira. No ano seguinte, conquistou o Grande Prémio do Disco com “Il y a des jours où on ferait mieux de rester au lit”. Passou depois para a editora Barclay. Foi a época dos seus grandes sucessos “Wight Is Wight” (em homenagem ao festival de rock da ilha de Wight), “Paul chantait Yesterday” (homenagem aos Beatles) e “Pour un flirt”.
Em 1970, deixou Johnny Stark e, dois anos depois, cessou a sua colaboração exclusiva com Roland Vincent. Foram lançados os discos “Les divorcés” e “Que Marianne était jolie” (1973), “Le chasseur” (1974) e “Quand j'étais chanteur” (1975).
Divorciou-se. Apesar dos seus sucessos, Michel Delpech atravessou um período conturbado e mesmo de depressão. Refugiou-se na religião, primeiro no budismo e depois no catolicismo. Falou-se em tentativas de suicídio, que ele desmentiria numa biografia onde contou detalhadamente todo este período.
Em 1985, casou-se com Geneviève Garnier-Fabre, também artista, que conhecera dois anos antes. Lançou o álbum “Loin d'ici”. Em 1989, foi publicada uma compilação dos seus sucessos que se vendeu muito bem. Desde então, grava regularmente novos discos e continua a fazer concertos. Em 2004, saiu o seu disco “Comme vous”, a que se seguiu uma tournée.
Em Dezembro de 2006, foi publicado o álbum de duetos “Michel Delpech & ...”, muito bem acolhido pelo público e que se classificou em primeiro lugar nos tops de vendas, em Janeiro de 2007. No mês de Março seguinte, deu dois concertos no Grand Rex em Paris, fazendo depois uma tournée em França.
Michel Delpech tem um filho, Emmanuel, nascido em 1990, que o acompanha como guitarrista desde 2007. Em Novembro de 2012, representou o seu próprio papel no filme de Grégory Magne e Stéphane Viard, “L'Air de rien”. Em Março de 2013, anulou vários dos seus concertos por razões de saúde relacionadas com uma doença do foro oncológico.

sábado, 25 de janeiro de 2014

25 DE JANEIRO - ARTUR MORAES



EFEMÉRIDEArtur Guilherme Moraes Gusmão, futebolista brasileiro que alinha actualmente como guarda-redes do SL e Benfica, nasceu em Leme, São Paulo, no dia 25 de Janeiro de 1981.
Começou a jogar em equipas amadoras de Campinas, uma localidade de São Paulo.  Em 1996, ingressou no Paulista de Jundiaí, tendo sido Campeão Paulista de Juvenis no ano seguinte.  
Clubes onde jogou, como profissional: Paulista (Etti Jundiaí) em 2001/02, Cruzeiro FC (2003/06), Coritiba FC (por empréstimo em 2006/07), AC Siena (2008), AC Cesena (empréstimo em 2008), AS Roma (2008/10), SC Braga (2010/11) e Benfica desde 2011.
Pelo Etti Jundiaí, foi Campeão Paulista (A2) e Campeão Brasileiro (série C). Em representação do Cruzeiro, foi Campeão do Brasil em 2003, venceu a Copa do Brasil do mesmo ano e foi Campeão do Estado de Minas Gerais em 2003 e 2004. Pelo Coritiba, foi Campeão do Brasil (D2) em 2007.
Pelo Benfica, ganhou a Taça da Liga de 2011/12 e foi Vice Campeão de Portugal em 2012/13. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

24 DE JANEIRO - MICHEL SERRAULT



EFEMÉRIDEMichel Lucien Serrault, actor francês, nasceu em Brunoy, Essonne, em 24 de Janeiro de 1928. Morreu em Équemauville (Calvados) no dia 29 de Julho de 2007.
Serrault foi um dos actores mais populares e atípicos da sua geração, apreciado tanto pelos intelectuais e crítica como pelo grande público, devido à facilidade e autenticidade demonstradas ao longo de uma carreira recheada com 135 longas-metragens, em papéis muito diferentes e originais. Ele é o único actor a ter ganho o César de Melhor Actor por três vezes.
Tendo entrado com 14 anos no pequeno seminário de Conflans, em Charenton-le-Pont, ele desejava então ser padre e proclamava ter duas paixões: «Fazer rir e ocupar-se de Deus». Foi no entanto um padre que o orientou para a carreira de actor. Michel Serrault diria mais tarde que, finalmente, não teria gostado do voto de castidade…
Nos anos 1950 e 1960, apresentou-se em espectáculos de cabarés parisienses, em duo com Jean Poiret, que conheceu em 1952. Começou no cinema com um pequeno papel em “Les Diaboliques” (1955) de Henri-Georges Clouzot e, depois, com “Ah! les belles bacchantes”.
Lançou-se numa longa aventura em filmes cómicos, com actuações de grande relevo. Foi também uma importante figura do teatro, em peças que eram por vezes televisionadas. A adaptação ao cinema de “La Cage aux folles” foi igualmente um grande sucesso internacional.
Em 1977, perdeu a sua filha Carolina, com 19 anos, num acidente de automóvel. A sua mulher e a filha mais nova nunca ultrapassaram verdadeiramente esta tragédia. A este drama familiar correspondeu uma mudança de rumo artístico. De aí em diante, foi em papéis dramáticos que passou a sobressair. Michel Audiard, autor de muitos dos seus diálogos diria a seu respeito: «Ele é o maior actor do mundo».
Pouco antes da sua morte, estava a acabar uma obra, na qual desejava contar as recordações da sua carreira. Este livro, intitulado “À bientôt”, foi publicado em Novembro de 2007, cerca de quatro meses após o seu falecimento.
Morreu em sua casa, com 79 anos, vítima das complicações de uma doença rara, polychondrite crónica e atrofiante, um dia antes do desaparecimento de Ingmar Bergman e de Michelangelo Antonioni. Em dois dias, três grandes perdas para a cinematografia mundial. Em 2 de Agosto de 2007, numerosos amigos do mundo do cinema e alguns representantes oficiais assistiram ao seu funeral em Honfleur. Em 2009, os seus restos mortais foram trasladados para o cemitério antigo de Neuilly-sur-Seine, onde repousam ao lado dos da sua filha e esposa.  

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ÓPERA NUMA CERVEJARIA DE PAMPLONA


23 DE JANEIRO - DEREK WALCOTT



EFEMÉRIDEDerek Alton Walcott, poeta e dramaturgo de Santa Lúcia, galardoado com o Prémio Nobel de Literatura em 1992, nasceu em Castries no dia 23 de Janeiro de 1930. Ao receber o Nobel, tornou-se o segundo autor negro, depois de Wole Soyinka, a receber esta distinção. Walcott é conhecido sobretudo pelo seu poema épico “Omeros”, uma adaptação da “Ilíada” às Caraíbas. A sua obra retrata de modo vivo e pitoresco a cultura e os costumes das Antilhas. 
Tendo ficado órfão de pai muito novo, foi criado com dificuldades pela família. A mãe tinha de fazer trabalhos extra de costura para o poder manter na escola anglófona. Foi assim que ele se viu separado da maioria francófona e católica das Antilhas. Encontra-se mais tarde, na sua obra, a necessidade que ele sentiu de ultrapassar a barreira das diferentes línguas faladas nas Caraíbas.
Começou a publicar poemas no fim dos anos 1940 e prosseguiu os estudos na Jamaica. De 1959 a 1976, dirigiu um atelier teatral na Trindade, onde fez representar algumas das suas peças. Em 1981, instalou-se nos Estados Unidos, onde se tornou professor em Harvard e na Universidade de Boston.
Walcott é autor de mais de quinze recolhas de poesia e de uma trintena de peças teatrais, que evocam de modo sublime a vida e a cultura das Caraíbas.
Experimental no seu começo, Walcott orientou-se depois para uma inspiração poliglota e folclórica. A utilização que ele faz da linguagem poética é muito original. Ele mistura, com efeito, a língua inglesa com dialectos ou modos de falar locais, como o crioulo, aos quais acrescenta ainda o francês e o latim.
Encontra-se na sua poesia, a necessidade constante de combinar a tradição europeia clássica, de Homero a Shakespeare, com o folclore das Antilhas. A forma literária que daí resulta é simultaneamente moderna e mestiça. Os seus escritos, que aliam o humor, a ironia, a seriedade e o lirismo, têm uma vocação universal e inspiram-se das criações de Aimé Césaire, Saint-John Perse e Pablo Neruda.
Em 2009, retirou a sua candidatura ao lugar de professor de Poesia na Universidade de Oxford, depois de um dossier anónimo, que o acusava de assédio sexual, ter sido enviado ao comité de selecção. No mesmo ano, escreveu a peça “Marie Laveau and Steel”, uma comédia musical que retrata a vida – na Luisiana – de Marie Laveau, uma praticante de vudu nos Estados Unidos.  

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

22 DE JANEIRO - LUÍS DE ALBUQUERQUE



EFEMÉRIDELuís Guilherme Furtado Mendonça Castilho de Albuquerque, professor universitário e historiador português, morreu em Lisboa no dia 22 de Janeiro de 1992. Nascera, igualmente em Lisboa, em 6 de Março de 1917.
Frequentou o Colégio Militar e licenciou-se em Ciências Matemáticas em 1939 e em Engenharia Geográfica em 1940, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Doutorou-se em Matemática na Universidade de Coimbra em 1959.
Iniciou a sua carreira como docente, na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, em 1941, onde foi também um especialista em História da Educação. Nesta mesma universidade, ascendeu por concurso público a professor catedrático, em Julho de 1966.
Nos anos 1940, participou activamente nas lutas antifascistas contra Salazar. Teve uma fecunda actividade literária na revista “Vértice”, da qual foi jornalista, director, editor e distribuidor. Nestas actividades, utilizou quatro pseudónimos, o que lhe evitou maiores problemas com a PIDE. Em 1946, foi presidente da Associação Académica de Coimbra, mas foi afastado por razões políticas.
Aclamado como um dos principais vultos da historiografia do Século XX no estudo dos Descobrimentos Portugueses, escreveu também para jovens e crianças e analisou a história da náutica e da marinha. Exerceu o cargo de presidente da Comissão Científica dos Descobrimentos Portugueses. Na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974, foi nomeado governador civil do distrito de Coimbra, único cargo político que ocupou (1974/76).
Entre 1978 e a sua jubilação em 1987, foi director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. Em 1983, colaborou na organização da XVII Exposição Europeia de Arte Ciência e Cultura e, em Novembro de 1984, apresentou – na Academia da Marinha – a comunicação “Gil Eanes e o Cabo Bojador”.
Em Outubro de 1991, foi hospitalizado na sequência de um acidente cardiovascular de que não viria a recuperar, falecendo em 1992 no Hospital da Marinha.
Foi membro de várias academias portuguesas e estrangeiras, deixando uma vastíssima obra literária. Tem uma rua com o seu nome na cidade de Lagos, no Algarve.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

21 DE JANEIRO - BENNY HILL



EFEMÉRIDEBenny Hill, de seu verdadeiro nome Alfred Hawthorn Hill, cantor, actor e cómico britânico, nasceu em Southampton no dia 21 de Janeiro de 1924. Morreu em Teddington, em 20 de Abril de 1992. Tornou-se muito conhecido através do seu programa de televisão “The Benny Hill Show”.
Estudou no Colégio de Taunton e, durante a Segunda Guerra Mundial, ingressou na Escola de Bornemouth. Depois de ter terminado os estudos, trabalhou como leiteiro, operador de pontes, motorista e assistente de encenador. 
Inspirado pelas vedetas dos musicais britânicos, o seu sonho era, no entanto, entrar no mundo do espectáculo. Começou por mudar o seu nome para Benny, em homenagem ao seu comediante preferido, Jack Benny. Uma tentativa para ser aceite no célebre Windmill Theatre, que apresentava espectáculos de cantores, comediantes e striptease, não foi bem sucedida. O primeiro emprego no teatro profissional, como actor, teve lugar em “Straight man ” de Reg Varney, substituindo Peter Sellers, então ainda um desconhecido. Entre o fim da guerra e as primeiras emissões de televisão, trabalhou como animador de rádio.
A sua primeira actuação na televisão aconteceu em 1949, no programa “Hi There”. Continuou depois a trabalhar noutros locais, embora de maneira intermitente, até que a sua carreira foi lançada de modo definitivo com o “Benny Hill Show” em 1955 na BBC. Vários actores vinham regularmente actuar no seu programa, que se prolongou até 1968. Simultaneamente, esteve também no canal independente ATV, de 1957 a 1960 e de novo em 1967. Animou também a emissão de rádio “Benny Hill time”, difundida nas ondas da BBC de 1964 a 1966. Paralelamente, produziu um sitcom, “Benny Hill”, que durou de 1962 a 1963 e no qual criava um personagem diferente em cada episódio.
Em 1969, o “Benny Hill Show” passou para a Thames Television, onde esteve com grande êxito durante vinte anos, finalizando com uma emissão especial.
A saúde de Benny Hill começou a deteriorar-se no começo dos anos 1990, em virtude de problemas cardíacos. Em Fevereiro de 1992, os médicos aconselharam-no a perder peso e recomendaram-lhe uma cirurgia, que ele recusou. Uma semana depois, foram-lhe diagnosticados problemas renais.
No dia 21 de Abril de 1992, os vizinhos preocuparam-se por terem deixado de o ver e chamaram a polícia, que foi encontrar o corpo sem vida de Benny sentado em frente da televisão. No dia da sua morte, um novo contrato da Central Independent Television tinha-lhe sido proposto. Segundo a autópsia, teria sucumbido devido a uma trombose coronária. Morreu aos 68 anos.
Em Outubro de 1992, face a rumores de que teria sido enterrado com uma grande quantidade de jóias em ouro, os gatunos desenterraram o caixão e fugiram deixando-o aberto.
Benny Hill, que era um trabalhador compulsivo, tinha poucos amigos e não se casou, apesar de algumas tentativas. Nunca teve casa própria nem viatura. Vivera com a mãe até à morte desta, em 1976. O seu único “luxo” eram as viagens. Sentia-se bem em França, onde se deslocava frequentemente e podia beneficiar do anonimato. Dominava a língua francesa, mas também o alemão, o holandês e o italiano.  
Charlie Chaplin era um dos seus fãs incondicionais, tendo-o mesmo convidado para passar uns dias na sua casa da Suíça. Aí, Benny pôde verificar, com surpresa, que Chaplin possuía uma vasta colecção de vídeos com as suas actuações.

ARY DOS SANTOS - ABRIL (em tempos de "marcha atrás")


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

20 DE JANEIRO - AUDREY HEPBURN



EFEMÉRIDEAudrey Hepburn, de seu verdadeiro nome Audrey Kathleen Ruston, actriz britânica, morreu em Tolochenaz, na Suíça, em 20 de Janeiro de 1993. Nascera em Ixelles, na Bélgica, em 4 de Maio de 1929. É considerada um ícone e uma lenda do cinema mundial. Hepburn protagonizou muitos filmes, entre os quais “A Princesa e o Plebeu”, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Actriz. Em Fevereiro de 1960, passou a ter uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, em homenagem à sua dedicação e contribuição para o cinema.
Os pais de Audrey divorciaram-se quando ela tinha 9 anos. Para manter a jovem afastada das brigas familiares, a mãe enviara-a para um internato em Inglaterra, onde ela se dedicou à dança, aprendendo ballet. Todavia, em 1939, com o começo da Segunda Guerra Mundial, a mãe decidiu levá-la para a Holanda, país neutro que – imaginava ela – não seria invadido pelos alemães. Os protestos de Audrey não foram suficientes para a mãe mudar de ideias. A menina queria continuar em Inglaterra, mas a mãe temia que a cidade de Londres fosse bombardeada.
A situação na Holanda foi, no entanto, bem diferente do que se previa. Com a invasão nazi, a família sofreu muitas privações. Audrey teve frequentemente de comer folhas de tulipa para sobreviver. Envolvida com a Resistência, viu muitos dos seus familiares serem mortos. Participou em espectáculos clandestinos de ballet para angariar fundos e transportou mensagens secretas nas suas sapatilhas.
Com o fim da guerra, Audrey e a mãe voltaram a Inglaterra, onde ingressou na prestigiada escola de dança Marie Lambert. A sua professora, porém, foi categórica, dizendo que ela era alta demais e não tinha talento suficiente para se tornar uma bailarina de primeiro plano. Desiludida, passou a trabalhar como corista e modelo fotográfico para garantir o sustento da família.
Foi por esta época que decidiu investir noutra área, a da representação, estreando-se num documentário, seguido por uma série de pequenos filmes. Em 1952, viajou para França a fim de filmar “Monte Carlo Baby”. Foi vista no hall do hotel onde estava hospedada, pela escritora francesa Collette. Naquele momento, Collette trabalhava na montagem para a Broadway da peça “Gigi”, cujo papel principal ainda não tinha sido atribuído. Encantada com Audrey, decidiu que seria ela a escolhida.
Pouco tempo após o encontro com Collette, Audrey participou numa audição para o filme “A Princesa e o Plebeu”. O realizador William Wyler escolheu-a de imediato para protagonizar a Princesa Ann, dividindo a cena com Gregory Peck, que também ficou surpreendido com o talento da jovem companheira. O sucesso foi grande. Hollywood adoptou-a e ela recebeu o Oscar de Melhor Actriz. Três dias após a cerimónia dos Oscars, recebeu o Tony Award pela sua actuação em “Ondine”. Esta peça fora uma sugestão de Mel Ferrer, por quem se apaixonara durante a temporada na Broadway e com quem se casou em Setembro de 1954. Audrey também faria “Sabrina”, que lhe trouxe a segunda nomeação para o Oscar. O costureiro Hubert de Givenchy, que desenhara os seus vestidos para este filme, ficou seu amigo para toda a vida.
Uma cruz à beira do abismo” levou-a à terceira nomeação para os Oscars e afastou qualquer dúvida quanto ao seu grande talento. Depois do nascimento do seu primeiro filho, voltou a Hollywood para protagonizar “Bonequinha de Luxo”, num papel que a transformaria num ícone e pelo qual seria lembrada para sempre. Foi a sua quarta nomeação para os Oscars. Em 1963, foi a actriz principal do musical “My Fair Lady”. 
Audrey Hepburn, que se divorciou de Mel Ferrer em Dezembro de 1968, decidiu parar a sua actividade de actriz e casou-se com o psiquiatra italiano Andrea Dotti. Moraram durante um ano em Roma, indo mais tarde viver na Suíça com os seus dois filhos, um de cada casamento.
Decidiu voltar ao cinema em 1976 e divorciou-se de Andrea Doti em 1982, após dois anos de separação. Neste período, entrou em vários filmes e conheceu o actor holandês Robert Wolders, de quem se tornou grande amiga e com quem viveu até ao fim dos seus dias, sem todavia se casar.
Em 1987, deu início àquele que consideraria «o seu mais importante trabalho: o de embaixatriz da UNICEF». Audrey, que tinha sido vítima da guerra, sentiu-se em dívida para com a organização, pois fora a United Nations Relief and Rehabitation Administration (que deu origem à UNICEF) quem primeiro chegara com comida e suprimentos após o fim da Segunda Guerra Mundial, salvando-a a ela e a muitas outras pessoas. Visitou cerca de 50 países, sobretudo em África e na América Latina, entre 1988 e 1992, viagens facilitadas pelo seu domínio de várias línguas (falava fluentemente francês, italiano, inglês, holandês e espanhol). A sua acção é hoje prosseguida pela Audrey Hepburn Children’s Fund., fundada pelo seu filho Sean, um ano após a sua morte.
Em 1989, fez uma participação especial em “Always” de Steven Spielberg. Este seria o seu derradeiro filme. Audrey passou os seus últimos anos em incansáveis missões da UNICEF, fazendo visitas, dando palestras e promovendo concertos. No fim de 1992, começou a sentir dores de estômago. Em 1993, foi-lhe diagnosticado um cancro que se espalhou de modo fulminante para o cólon. Morreu com 63 anos.

domingo, 19 de janeiro de 2014

19 DE JANEIRO - PAOLO BORSELLINO



EFEMÉRIDEPaolo Borsellino, magistrado italiano, nasceu em Palermo no dia 19 de Janeiro de 1940. Morreu na mesma cidade em 19 de Julho de 1992, vítima de um atentado perpetrado com uma viatura armadilhada. Como magistrado, conjuntamente com o juiz Giovanni Falcone, que seria assassinado dois meses antes dele, dirigiu vários processos judiciais contra a Máfia siciliana.
Nascido num bairro operário, Borsellino fez os seus estudos de Direito na Universidade de Palermo, onde se licenciou em 1962, tendo passado – em 1963 – no exame/concurso nacional de acesso à Magistratura.
Exerceu as funções em várias cidades sicilianas. Casou-se em 1968 e foi transferido para Palermo em 1975. Passou a dedicar-se inteiramente à luta contra a Máfia, tendo no seu activo a detenção de seis membros da organização em 1980. Neste mesmo ano, um dos seus próximos, o capitão de carabineiros Emanuele Basile, foi assassinado. Só a partir dessa data, Borsellino passou a ter protecção policial.
Investigou, até à sua morte, as ligações entre a Máfia e os poderes político e económico. Paolo Borsellino é considerado um dos mais importantes magistrados e um símbolo na luta contra a Máfia durante o século XX.
Várias escolas e edifícios públicos italianos têm o seu nome. Entre eles, o aeroporto internacional de Palermo, conhecido hoje como Aeroporto Falcone-Borsellino. Salvatore Riina, chefe do ramo corleonês da Máfia, cumpre actualmente prisão perpétua pelo assassinato dos dois magistrados. 

sábado, 18 de janeiro de 2014

CUIDADO COM AS DISTRACÇÕES!!


18 DE JANEIRO - PAULO FERREIRA



EFEMÉRIDE Paulo Renato Rebocho Ferreira, ex-futebolista português, nasceu em Cascais no dia 18 de Janeiro de 1979.
Foi um dos grandes laterais direitos portugueses, tendo iniciado a carreira no GD Estoril Praia (1997/2000), então na 2ª Divisão. Na época 2001/02, estreou-se na I Divisão com a camisa do Vitória de Setúbal (2000/02). Em 2002, transferiu-se para o FC do Porto, onde – em duas épocas – ganhou dois Campeonatos (2002/03 e 2003/04), a Taça de Portugal 2002/03, a Super Taça de Portugal da mesma época, a Liga Europa da UEFA 2002/03 e a Liga dos Campeões Europeus 2003/04.
Foi contratado pelo Chelsea FC em 2004, por 20 milhões de euros, juntando-se assim a Ricardo Carvalho e ao treinador José Mourinho. Ganhou logo na primeira época (2004/05), o Campeonato Inglês e a Taça da Liga Inglesa. Do seu palmarés no clube londrino, fazem ainda parte mais dois Campeonatos de Inglaterra (2005/06 e 2009/10), quatro Taças de Inglaterra (2006/07, 2008/09, 2009/10 e 2011/12), duas Super Taças de Inglaterra (2005 e 2009), mais uma Taça da Liga Inglesa (2007), uma Liga dos Campeões Europeus (2011/12) e a Liga Europa da UEFA 2012/13.
A ida para o Porto abrira-lhe as portas da Selecção Nacional, tendo-se estreado contra a Inglaterra em 2002. Nos Europeus de 2004, actuou apenas no jogo de abertura e no da final, ambos contra a Grécia, tendo nos restantes jogos sido preterido por Miguel. Pôs um ponto final na sua carreira internacional, através de uma carta endereçada à Federação em Agosto de 2010. Jogou 64 vezes pela Selecção Nacional.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

17 DE JANEIRO - FRANÇOISE HARDY



EFEMÉRIDEFrançoise Madeleine Hardy, cantora, autora e compositora francesa, nasceu em Paris no dia 17 de Janeiro de 1944. Cresceu com a irmã e a mãe num pequeno apartamento em Paris. Quando terminou o ensino secundário, o pai ofereceu-lhe uma guitarra e Françoise começou a compor canções. A sua mãe estimulou-a a ingressar na universidade e Françoise matriculou-se na Faculdade de Ciências Políticas da Sorbonne, tendo depois mudado para Letras. No entanto, não chegou a concluir nenhum curso, pois descobriu que a música era a sua verdadeira vocação.
Em 1961, com apenas dezassete anos, assinou um contrato com a editora Vogue. No ano seguinte, alcançou grande sucesso internacional com a canção “Tous les garçons et les filles” (mais de dois milhões de cópias vendidas), à qual o seu nome ficou ligado para sempre. Foi capa da prestigiosa revista “Paris Match”. Por esta altura, conheceu o fotógrafo Jean-Marie Périer, com quem manteve uma relação amorosa até 1967.
Costureiros, como André Courrèges, Yves Saint Laurent e Paco Rabanne, escolhiam-na como embaixatriz de uma moda que prefigurava já como seria a mulher do ano 2000. Fez muitas tournées e espectáculos, mas preferia privilegiar a produção discográfica, vindo a ser uma vedeta internacional de grande sucesso. 
Em 1963, participou no Festival Eurovisão da Canção, realizado em Londres, como representante do Mónaco e com o tema “L’amour s’en va”, tendo alcançado o quinto lugar. Notada pelo cineasta Roger Vadim, foi convidada para entrar em “Château en Suède”, uma adaptação ao cinema da peça teatral de Françoise Sagan, com o mesmo nome.
Em 1967, iniciou uma relação sentimental com o cantor e actor Jacques Dutronc, seu companheiro até hoje. Tiveram um filho em 1973 e casaram em 1981 na Córsega.
Nos seus tempos livres, seguiu cursos de psicologia e astrologia, chegando a ser – mais tarde – convidada para dar consultas de astrologia, o que aceitou para ampliar os seus conhecimentos. Colaborou numa revista da especialidade e teve um programa semanal na Rádio Monte-Carlo (1980).
Em 1982, a grafologia começou a interessá-la igualmente. Conjugando-a com a astrologia e com a colaboração da grafóloga Anne-Marie Simond, criou uma nova emissão radiofónica – “Entre les lignes, entre les signes”.
Em 1988, anunciou que se ia retirar do mundo da música e lançou aquele que supostamente seria o seu último disco, “Décalages”. O álbum obteve o Disco de Ouro.
Escreveu para outros cantores e participou em discos colectivos e destinados a organizações de beneficência. Fundou uma empresa de produção discográfica.
Apesar da sua intenção, a retirada não se verificou e, em 1993, gravou um dueto com Alain Lubrano, “Si ça fait mal”, uma canção sobre o vírus da sida. Dois anos depois, assinou um contrato com a editora Virgin e, em 1996, lançou o álbum “Le Danger”.
Françoise Hardy regressou mais uma vez ao mundo dos discos em Novembro de 2004, com a edição de “Tant de belles choses”, que foi aclamado pela crítica e conquistou mais um Disco de Ouro. O seu filho, Thomas Dutronc, acompanha-a como músico e realizador.
Ainda em 2004, foi-lhe diagnosticado um linfoma que, no entanto, foi caracterizado como «pouco agressivo». Em Novembro de 2006, recebeu a Grande Medalha da Canção que lhe foi outorgada pela Academia Francesa. Em 2008, publicou as suas memórias, a pedido das Edições Robert Laffont (“Le Désespoir des singes… et autres bagatelles”), que foi um dos livros mais lidos naquele ano. Françoise Hardy completa hoje 70 anos de idade.

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