sábado, 31 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Octavio Paz, escritor e diplomata mexicano, Prémio Nobel da Literatura em 1990, nasceu na cidade do México, em 31 de Março de 1914. Morreu na mesma cidade, no dia 19 de Abril de 1998.
Residia em Espanha, quando da Guerra Civil Espanhola e apoiou sem hesitações a luta dos republicanos no seu combate antifascista. Tendo entrado depois para a carreira diplomática, foi colocado em França em 1946, tendo aí conhecido vários escritores surrealistas, salientando-se André Breton.
Em 1968, quando o seu governo reprimiu com violência os estudantes em Tlatelolco, por ocasião dos Jogos Olímpicos do México, abandonou como protesto o posto que ocupava então na Embaixada Mexicana na Índia.
Escreveu Poesia e Ensaios, tendo feito também algumas traduções, entre elas a de uma Antologia de Fernando Pessoa (1984).
Em 1980, recebeu o título de Doutor Honoris Causa, outorgado pela Universidade de Havard. Além do Prémio Nobel, obteve também, em 1981, o Prémio Cervantes, o maior galardão do mundo hispânico, e ainda o prestigioso Prémio Neustadt, em 1982. Foi fundador de várias revistas consagradas às Artes e à Política. Com a sua morte, em 1998, desaparecia um dos grandes vultos da poesia de língua espanhola no século XX.

sexta-feira, 30 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Adelino da Fontoura Chaves, jornalista, actor e poeta brasileiro, nasceu no dia 30 de Março de 1859, em Axixá, então pequena povoação e hoje uma cidade do Maranhão. Faleceu em Lisboa, em 2 de Maio de 1884, portanto apenas com 25 anos. É patrono da Cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras.
Começou a trabalhar muito cedo, logo após ter concluído a instrução primária, tendo-se depois mudado para o Recife e alistado no exército, em Pernambuco. Colaborou na revista satírica “Os Xênios”, iniciando igualmente uma carreira de actor que o levaria de regresso à terra natal, para uma apresentação. O conteúdo do papel que aí lhe coube levou-o à prisão. Abandonou o teatro e decidiu mudar-se para o Rio de Janeiro, onde colaborou em vários periódicos, nalguns dos quais publicou poemas seus.
Em 1883, sentindo-se doente, veio para a Europa para se tratar, ao mesmo tempo que desempenhava as funções de correspondente em Paris da “Gazeta da Tarde”. Piorou com o rigor do Inverno e mudou-se para Lisboa, onde veio a falecer, no Hospital de São José. O destino cortara precocemente uma carreira literária, que se adivinhava muito meritória.
Com uma obra quase desconhecida, mesmo entre os eruditos, Adelino Fontoura não publicou nenhum livro, porque evidentemente nunca supusera morrer tão cedo. A sua poesia dispersa foi, no entanto, reunida e publicada na Revista da Academia. O mesmo aconteceu em 1943, no suplemento Autores e Livros . Em 1955, saiu finalmente o volume “Dispersos”, de Adelino Fontoura, na Colecção Afrânio Peixoto, com um prefácio de Múcio Leão sobre a vida e obra do poeta.

quinta-feira, 29 de março de 2007

PAI AFLITO

Um jovem pai chega ao pediatra, com um criança nos braços e pergunta aflito:
- Doutor, meu filho está com seis meses e não abre os olhos! É muito grave?
O médico examinou o bebé e disse:
- É sim... Mas quem deve abrir os olhos é o senhor, meu amigo! O menino é filho de japonês.
EFEMÉRIDE - Evángelos Odysséas Papathanassíu, mais conhecido como Vangelis, compositor grego, figura de destaque no mundo da música new age e electrónica, nasceu em Vólos, no dia 29 de Março de 1943.
Entre as suas composições mais conhecidas, devem salientar-se a banda sonora do filme Chariots of Fire (Carros de Fogo), que recebeu o Óscar de 1981 e, mais recentemente, a do filme “1492 - Cristóvão Colombo”, com a música “Conquista do Paraíso”. Entre muitas outras composições, destaca-se também o hino do Mundial de Futebol em 2002.
Vangelis começou a compor desde os quatro anos e aos seis já tocava em público, estudando praticamente sozinho. Mais tarde, então, estudou música clássica, pintura e direcção de filmes na Academia de Artes de Atenas.
No começo dos anos “60” formou um grupo pop, que ganhou grande notoriedade na Grécia e, quando dos Movimentos Estudantis de Maio 68, em Paris, mudou-se para a capital francesa, aí fundando uma banda rock progressivo em que o vocalista era Demis Roussos.
Iniciou a sua carreira de compositor de música para filmes em 1970 e publicou a partir daí muitos discos, principalmente desde a sua mudança para Londres. Compôs igualmente a parte musical de vários documentários do oceanógrafo francês Jacques Cousteau.
Em 1989, ganhou o Prémio Max Steiner pelo conjunto das suas músicas para filmes. Em 1991, fez parte do júri do Festival de Cannes. Em 1992, o governo francês outorgou-lhe o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras.
A sua composição Mythodea, feita em 1993, seria usada mais tarde como tema das missões da NASA para Marte.
Em 2005, recebeu o WSA Public Choice Award pela banda original do filme Alexandre.

quarta-feira, 28 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo, romancista, poeta, dramaturgo, historiador e jornalista português, nasceu em Lisboa, no dia 28 de Março de 1810, tendo falecido em Santarém, na quinta de Vale de Lobos, em 13 de Setembro de 1877.
Estudou Latim, Lógica e Retórica no Palácio das Necessidades e, mais tarde, na Academia da Marinha Real.
Em 1831, envolveu-se numa revolta militar contra os absolutistas, acabando por se exilar. Regressado a Portugal, foi durante sete anos director da revista Panorama, uma publicação artística e científica, na qual também colaborou com trabalhos de sua autoria. Literariamente começou por escrever poesias, passando depois a obras de ficção. Percorreu o país, pesquisando e juntando documentos necessários à sua actividade de historiador. É autor de A História de Portugal e História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal. Foi precursor em Portugal das Narrativas Históricas, na senda de Walter Scott na Escócia e de Vítor Hugo em França, faceta que viria a fazer dele um dos melhores escritores portugueses de todos os tempos. Juntamente com Garrett, introduziu também o Romantismo na literatura portuguesa.
Para o fim, desiludido com a vida pública, recusou vários títulos e nomeações preferindo ocupar-se da sua propriedade, próximo de Santarém, onde viria a morrer.

terça-feira, 27 de março de 2007

PARA SALAZAR
(com rancor)

Tudo nos tiraste,
Nem miolos nem liberdade,
Nada nos deixaste.
Num povo sem vontade
Tu nos transformaste,
Povo de cabeça vazia
E incapaz de pensar.
Os poucos que o tentaram
Tu não os deixaste
(eras polícia
Do próprio pensamento).

………………………………………….

Pediste então ao povo
Que livremente
Exprimisse a sua opinião!
Não tinham opinião
As cabeças ocas
Que tu,
Por tuas mãos,
Esvaziaste,
Enchendo-as ao longo
De quatro décadas
Apenas de palavras vãs.

Os homens passam,
As nações ficam,
Mas tu deixaste em farrapos
PORTUGAL,
Triste país do sol,
Último país da Europa.


(Transcrição parcial de um poema que escrevi em 1969 e que parece ser ainda actual, pois há vírus que continuam activos e que nos agridem à mais pequena distracção...)

Gabriel de Sousa


EFEMÉRIDE - Iuri Alexeïevitch Gagarin, cosmonauta russo e primeiro homem a viajar pelo espaço, morreu em Kirzhach, no dia 27 de Março de 1968. Nascera em Klushino, em 9 de Março de 1934 .
A viagem histórica teve lugar em 12 de Abril de 1961, a bordo da Vostok 1, com a qual fez uma órbita completa ao redor da Terra, em 1 h 48, tendo proferido então a célebre frase “A Terra é azul”. A localidade onde nasceu (Klushino), a oeste de Moscovo, foi rebaptizada “Gagarin”, após a sua morte.
Em 1955, após completar os estudos secundários e técnicos, Iuri entrara para a Escola de Aviação Militar de Orenburg, tendo-se tornado piloto de MIG-15. Em 1960, fez parte do primeiro grupo de pilotos seleccionados para o programa espacial soviético, tendo sido escolhido posteriormente para tripular a Vostok 1. Após o célebre voo, Gagarin passou a viajar pelo mundo promovendo a tecnologia do seu país, tendo visitado também o Brasil, onde foi recebido pelo Presidente Jânio Quadros que lhe outorgou a Ordem do Cruzeiro do Sul.
A partir de 1962, ocupou o cargo de deputado no Soviete Supremo da União Soviética, até voltar ao Centro Espacial Soviético, para trabalhar no design de naves espaciais.
Mais tarde, regressou aos treinos para se qualificar num novo tipo de MIG. Durante um voo de rotina, ele e o seu instrutor morreram quando o avião que pilotavam se despenhou no solo. O Cosmódromo de Baikonur, no Kazaquistão, passou a ter também o seu nome. Uma cratera lunar passou a chamar-se igualmente “Gagarin”. Foi-lhe dado o título oficial de Herói da União Soviética.

segunda-feira, 26 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Tennessee Williams, pseudónimo de Thomas Lanier Williams, dramaturgo americano, nasceu em Columbus, no Mississipi, em 26 de Março de 1911. Morreu em Nova Iorque, no dia 25 de Fevereiro de 1983. O nome que adoptou foi uma homenagem que quis prestar a seus avós, que viviam no Tennessee.
Aos 26 anos, deixou a família e foi para Nova Orleães e depois para Nova Iorque, onde exerceu pequenas profissões, começando a escrever somente nos tempos livres. Quando os Estados Unidos entraram na 2ª Guerras Mundial, ele foi dispensado por “razões psiquiátricas, homossexualidade, alcoolismo, perturbações cardíacas e nervosas”.
Em 1943, foi para Hollywood, contratado pela Metro Goldwyn Mayer, para fazer a adaptação de um romance para o cinema. Este trabalho não foi do seu agrado, escreveu um guião à sua maneira e a Metro recusou-o. Escreveu então, por conta própria, uma peça que foi representada em Nova Iorque e lhe trouxe o êxito, aos 34 anos. Novo sucesso dois anos mais tarde, com a conhecida peça “Um eléctrico chamado desejo” (Escrita em 1947 e Prémio Pulitzer no ano seguinte), transposta para o cinema por Elia Kazan e com a estreia de uma futura grande estrela – Marlon Brando. Nos vinte e quatro anos que se seguiram, 19 peças foram criadas por Tennessee Williams e apresentadas na Broadway. Entre elas uma das mais famosas – “Gata em telhado de zinco quente”, Prémio Pulitzer 1955. Foi também presidente do júri do Festival de Cinema de Cannes em 1976.
Tennessee ficou conhecido sobretudo como dramaturgo, mas também escreveu romances, novelas e poesia. Muitas das suas peças foram adaptadas ao cinema, por grandes realizadores, o que lhe aumentou enormemente a celebridade.

domingo, 25 de março de 2007

A DOR

Uma senhora asmática, no consultório:
- A senhora está se sentindo melhor? - Pergunta o médico.
- Não, senhor doutor!
- A senhora seguiu a minha recomendação de dormir com a janela aberta!
- Sim, senhor doutor!
- E a dor no peito não desapareceu?
- Não, senhor doutor! Mas desapareceram a televisão e o leitor de
DVD!
EFEMÉRIDE - Frédéric Mistral, escritor e lexicógrafo francês, de língua provençal (occitana), Prémio Nobel de Literatura em 1904, morreu em Maillane, na Provença, em 25 de Março de 1914. Nascera na mesma localidade, no dia 8 de Setembro de 1830.
Começou a sua escolaridade somente aos nove anos, obteve o bacharelato em Nimes e aos dezoito já estava a frequentar o curso de Direito em Aix-en-Provence. Defendeu a independência da Provença e sobretudo a sua língua. Foi membro da Academia de Marselha e autor do melhor dicionário da língua occitana até hoje publicado.
A sua obra principal foi “Mireia”, à qual dedicou oito anos da sua vida. Publicou-a em 1859 e conta os amores de Vincent e Mireille, numa história que se pode comparar à de “Romeu e Julieta”. Com o valor do Prémio Nobel criou o Museu Arlaten em Arles.

sábado, 24 de março de 2007

RENOVAR A ESPERANÇA
(soneto)

Meu destino será o Infinito,
Já só faltam alguns meses… Ou anos?
A vida mais o tempo fazem danos:
- É por isso que me revolto e grito!

Se viver mais feliz era o meu fito,
No Mundo só encontrei desenganos,
Poucas certezas e muitos enganos:
- Será que a felicidade é um mito?

Olho e por todo o lado vejo Guerra,
Tempestades e nenhuma bonança.
É triste tudo o que a vida encerra,

Tive tantos sonhos desde criança
Que eles não caberiam na Terra,
Mas sonhei p’ra renovar a Esperança!


Gabriel de Sousa

«Se não fosse a certeza
Que não sei de onde vem,
Não comia, não dormia,
Nem falava com ninguém.»
António Gedeão


NÃO PERDER A ESPERANÇA
(décimas)

1

Seja qual for tua dor,
Não deves desanimar:
- Vida não vai acabar,
Voltará a ter fulgor
E a dar-te muito amor,
Afugenta a tristeza,
Pensa apenas na beleza
Do Mundo ao teu redor.
Só podia ser pior,
Se não fosse a certeza

2

Da esperança não morrer.
Não te falte, de verdade,
Toda a força de vontade,
A desdita vais vencer,
Indo de novo viver
Junto de quem te quer bem,
Te amando como ninguém.
Será bela tua imagem,
Até sobrará coragem
Que não sei de onde vem!

3

Não deves pensar na morte
Porque tudo vais vencer
E deixarás de sofrer,
Tens de acreditar na sorte
E nunca perder o norte,
Lembra-te como eu sorria,
De cada vez que te via
Meu coração rebentava,
De tal modo te amava
Não comia, não dormia.

4

O futuro vai melhorar
E não haverá mais guerra
Nem fome na nossa Terra,
Tua dor vai acabar,
Até poderás sonhar
Com os que te querem bem
E que tanto amor te têm,
Não queiras ser mais aquela
Que já não cuidava dela
Nem falava com ninguém!


Gabriel de Sousa
A ESPERANÇA
(quadras)

No momento de partir,
Minha secreta Esperança
É ver olhos a sorrir,
No rosto duma criança.

Se Terra rima com Guerra
E Esperança com Criança,
Não haja Guerra na Terra
Nem Criança sem Esperança!

Eu não quero ver mais Guerra
Nem fome numa Criança…
…Eu quero que a Paz na Terra
Seja horizonte de Esperança!

Para ter Felicidade:
- Duas gotas de Esperança,
Alguns gramas de Verdade
E sorrisos de Criança!

Gabriel de Sousa
O LOUCO SUICIDA

O louco atira-se do terceiro andar do manicómio. Logo se junta, como é hábito, uma multidão curiosa em volta dele. Um sujeito, percebendo que ele ainda está vivo, pergunta:
- O que aconteceu, amigo?
E o louco:
- Não sei! Cheguei mesmo agora!
EFEMÉRIDE - Dario Fo, actor, escritor e dramaturgo italiano, Prémio Nobel de Literatura em 1997, nasceu em Sangiano, no dia 24 de Março de 1926. É, acima de tudo, um homem do Teatro, em toda a sua plenitude.
Com catorze anos, foi para Milão para estudar na Academia de Belas-Artes de Brera. Depois da guerra, matriculou-se em Arquitectura no Instituto Politécnico, mas não completou os estudos.
Os seus pais foram “resistentes activos” durante o fascismo, o pai organizando o transporte de cientistas judeus e de prisioneiros britânicos, a mãe cuidando de outros resistentes feridos.
Dário Fo lia muito, desde Gramsci até Marx, passando por novelistas americanos, por Brecht, Mayakovsky e Lorca. Costumava também entreter os amigos, contando histórias do género das que tinha ouvido na infância, a seu pai e nas tabernas junto ao lago.
Trabalhou na Rádio e na Televisão, representando monólogos satíricos, escritos por ele próprio. Em 1952, estreou-se como actor em peças cómicas. Casou-se e partiu para Roma, onde colaborou em vários filmes. Em 1959, a peça “Os arcanjos não jogam flippers”, escrita em vinte dias, lançou-o internacionalmente, tendo passado a escrever uma nova peça em cada Outono, até 1967.
Por convicção “anti-burguesa”, recusou continuar a ser o “bobo da corte” e levou o teatro às fábricas e às casas do povo. Nessa época, conseguiu que muita gente visse teatro pela primeira vez.
Continuou sempre a escrever, mas só em 1977 viu as suas peças apresentadas na televisão. Anti-conformista e provocador, Dário Fo tem tido ao longo da sua carreira vários problemas com a justiça italiana e com o Vaticano.
Viu a sua permanência nos Estados Unidos proibida pelas autoridades americanas em 1980. Em 1981, ganhou o Prémio Sonning e realizou Molière na Comédie Française em Paris.
Há bem pouco tempo, tinha-se “especializado” em paródias contra Berlusconi. Candidatou-se em 2006 nas eleições autárquicas, por Milão, e é actualmente conselheiro municipal. Também em 2006, foi nomeado Doutor Honoris Causa pela prestigiada Universidade La Sapienza de Roma.

sexta-feira, 23 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Roger Martin du Gard, escritor francês, Prémio Nobel de Literatura em 1937, nasceu em Neuilly-sur-Seine , no dia 23 de Março de 1881. Faleceu em Bellême, em 22 de Agosto de 1958.
Tendo por origem uma família economicamente desafogada, constituída na maior parte por advogados e magistrados, e com uma vocação que despertara muito precocemente, Roger Martin du Gard não teve dificuldades em dedicar a sua vida inteiramente à literatura.
Uma das suas principais obras, Jean Barois, foi publicada em 1913. Depois da 1ª Guerra Mundial, projectou a publicação de um longo romance, obra que o viria a ocupar durante vários anos e que seria constituída por doze volumes: Les Thibault.
Passou grande parte da 2ª Guerra Mundial (1939/1945) em Nice, onde continuou a escrever. Várias das suas obras, porém, só foram publicadas postumamente, com o apoio de um grupo de admiradores.

quinta-feira, 22 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Johann Wolfgang von Goethe, poeta, romancista, dramaturgo, cientista e filósofo alemão, morreu em Weimar, no dia 22 de Março de 1832. Nascera em Frankfurt, em 28 de Agosto de 1749.
Foi uma das figuras mais importantes do seu tempo, na Literatura Alemã e no Romantismo Europeu.
Goethe estudou Direito nas Universidades de Leipzig e Estrasburgo, tendo aprendido igualmente grego, latim e francês. Doutorou-se em 1772, ano em que começou a praticar advocacia. Ocupou diversos cargos políticos. A partir de 1794, passou a dedicar-se quase exclusivamente à literatura, numa produção quase febril.
Foi autor da peça “Fausto”, mundialmente conhecida, de vários romances notáveis e de uma importantíssima obra poética.
No campo científico, passou alguns anos da vida obcecado pela sua Teoria das Cores, onde tentava contrariar a teoria de Newton. Também a sua descoberta do osso inter-maxilar no crânio humano, que indicaria um parentesco entre o homem e outros animais, terá servido de inspiração para Darwin. Escreveu um ensaio sobre a metamorfose das plantas, ideia muito avançada em relação aos botânicos da sua época. Foi condecorado com a Legião de Honra por Napoleão Bonaparte, em Erfurt.
Numa “quase ainda madrugada” de Março, sentado numa poltrona ao lado da cama, restabelecendo-se de um resfriado, Goethe chamou o criado e pediu «Abram a janela, para que entre mais luz». Dito isto, morreu…

quarta-feira, 21 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Ayrton Senna da Silva, piloto de automóveis brasileiro, vencedor por três vezes do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, nasceu em São Paulo, no dia 21 de Março de 1960. Morreu em Bolonha, em 1 de Maio de 1994. É considerado um dos maiores nomes do desporto brasileiro e um dos mais importantes pilotos de automobilismo de todos os tempos.
Desde muito novo se interessou por automóveis e, aos quatro anos, já tinha um kart construído por seu pai. Aos nove conduzia jipes pelos caminhos interiores das propriedades da família. Começou a competir em provas de kart aos treze anos e aos dezassete ganhou o seu primeiro título – o Campeonato Sul-Americano.
Mudou-se para Inglaterra em 1981 para competir, tendo vencido logo a Fórmula Ford 1600 inglesa. No ano seguinte, venceu os Campeonatos Inglês e Europeu de Fórmula Ford 2000. Em 1983, ganhou o Grande Prémio de Macau e a Fórmula 3 inglesa.
Em 1985, venceu o seu primeiro Grande Prémio no Estoril, em Portugal, debaixo de um verdadeiro dilúvio, o que afinal era a sua grande especialidade. No ano seguinte, ganhou o Grande Prémio de Espanha. Foi nesse ano, verdadeiramente, que se tornou o grande ídolo do Brasil, ao vencer o Grande Prémio de Detroit, à frente do francês Alain Prost, depois da selecção brasileira de futebol ter sido eliminada da Copa do Mundo justamente pelos franceses. Deu uma volta de honra, exibindo uma bandeira do Brasil.
Entre os 41 Grandes Prémios que ganhou, contam-se dois do Brasil e seis no Mónaco. Em 1993, ocupava a terceira posição na lista de todos os milionários do desporto. Nesse ano, durante uma tournée na Austrália, a cantora Lina Turner considerou Ayrton “the best” (o melhor), dedicando-lhe uma canção.
Foi no fatídico 1º de Maio de 1994, no GP de São Marino, que Senna teve “o acidente”. Na sétima volta, o seu carro saiu da pista numa curva a mais de 200 quilómetros à hora e embateu num muro de betão. Ayrton não sobreviveu ao embate. De acordo com os peritos, tratou-se de uma falha mecânica no seu Williams. Fora Campeão do Mundo por três vezes (1988, 1990 e 1991), disputara 161 GP, comparecera 81 vezes no pódio e obtivera 65 “poles positions”. Aos 34 anos, Ayrton Senna tinha encontro marcado com Deus.

terça-feira, 20 de março de 2007

BRIGA NA RUA

Dois garotos estavam a brigar na rua. Um senhor que passava por eles aproximou-se e separou-os.
- Não tens vergonha? Disse ele, dirigindo-se ao mais velho. -
Bater num menino bem mais pequeno é cobardia!!
- O senhor queria o quê? - respondeu o menino.
- Que ficasse à espera que ele crescesse?
EFEMÉRIDE - Lev Ivanovich Yashin, guarda-redes soviético, considerado o melhor jogador de todos os tempos no seu lugar, conhecido como o “Aranha Negra”, devido ao seu equipamento todo preto, morreu em Moscovo no dia 20 de Março de 1990, vítima de doença oncológica no estômago. Nascera em Tuchino, nos arredores de Moscovo, em 22 de Outubro de 1929.
Começou a sua vida desportiva praticando esgrima, basquetebol, ténis, waterpolo e hóquei. Um dia, o Dínamo, tendo necessidade de um guarda-redes convidou-o. Ele foi e ficou. Tinha apenas catorze anos.
Yashin só defendeu as cores do Dínamo de Moscovo, numa carreira de 22 anos em que conquistou 5 Campeonatos e três Taças da URSS. Jogou três Campeonatos Mundiais (1958, 1962 e 1966), tendo conquistado uma Medalha Olímpica em Melbourne (1956) e a Taça da Europa em 1960.
Foi o único guarda-redes a ganhar a “Bota de Ouro” (1963), como melhor jogador do ano na Europa. Condecorado com a Ordem de Lenine em 1967 e com a Ordem Olímpica no ano seguinte.
Jogou 270 jogos sem sofrer um golo e defendeu mais de 160 penalidades. Participou em 812 jogos e foi internacional 78 vezes. Submetia-se a um ritual pouco comum no desporto: antes dos jogos mais importantes, fumava um cigarro e bebia uma bebida forte. Ou será apenas uma lenda?
Abandonou o futebol aos 42 anos, passando a ser técnico e tendo treinado várias equipas juvenis, o Dínamo e a Selecção. Foi professor de Educação Física e teve responsabilidades no Ministério dos Desportos e na Federação de Futebol. Em 1986, sofreu a amputação de uma perna, devido a complicações causadas por uma lesão no joelho.
Postumamente, foi considerado o “Atleta Soviético do Século” (1999). Em vida, fora o Melhor Guarda-Redes do Ano em 1960, 63 e 66. Em 1998, foi também eleito pela FIFA, como o “Melhor Guarda-Redes do século XX”.
O troféu que é dado, desde 1994, ao melhor guarda-redes de cada Campeonato do Mundo tem o seu nome. Já o conquistaram Preud’homme I (Bélgica), Barthez (França), Kahn (Alemanha) e Buffon (Itália). Faz hoje 17 anos que Yashin foi derrotado no jogo que todos acabamos por perder - o jogo da vida.

segunda-feira, 19 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Edgar Rice Burroughs, romancista americano, criador do “Tarzan, o homem-macaco”, morreu em Encino, no dia 19 de Março de 1950. Nascera em Chicago, em 1 de Setembro de 1875.
Além de ter criado um dos personagens de ficção mais conhecido em todo o Mundo, foi igualmente autor de vários livros de ficção científica e de romances policiais.
Foi criticado, na época, pelo carácter muito repetitivo de algumas das suas histórias, mas o sucesso dos seus livros é prova, no entanto, de uma prodigiosa imaginação, que inspiraria mesmo vários autores de ficção-científica e de histórias-fantásticas do século XX.

domingo, 18 de março de 2007

UM POLIGLOTA EM LISBOA

Uma brasileira vai visitar uma amiga portuguesa e, quando as duas estão passeando pelas ruas, um turista as aborda:
- Entschuldigung, koennen Sie Deutsch sprechen? - pergunta ele.
As duas garotas se entreolham e o sujeito tenta novamente:
- Excusez-moi, parlez-vous Français?
As duas continuaram sem entender nada.
- Parlare Italiano?
Elas permaneceram caladas.
- Hablan ustedes Español?
Nada.
Angustiado, o turista poliglota desiste e vai-se embora.
Então a brasileira vira-se para a portuguesa e diz:
- Amiga... Acho que a gente devia aprender uma língua estrangeira, hein!
- Pra quê?
- Perguntou a portuguesa
- Aquele gajo ali sabia falar quatro línguas e não adiantou nada!

EFEMÉRIDE - António Pereira Nobre, poeta português , morreu na Foz do Douro, em 18 de Março de 1900, vítima de tuberculose, tendo nascido no Porto, em 16 de Agosto de 1867. Na época, a tuberculose era uma doença quase incurável mas, apesar disso, António Nobre deslocou-se à Suiça, Madeira e Nova Iorque na esperança de uma cura, porém sem resultado.
Cursou Direito em Coimbra, sendo reprovado duas vezes. Partiu então para Paris, onde se licenciou na Sorbonne, em Ciências Políticas e Direito (1894).
Publicou em Paris, em 1892, o primeiro e único livro publicado em vida(“”), constituído pela maioria dos seus poemas Foi um dos poetas mais originais da sua geração, marcado por um “romantismo tardio” e com uma obra integrada na corrente “decadentista-simbolista”.
Postumamente, foram publicados mais dois livros seus: Despedidas, em 1902, e Primeiros Versos, em 1921. Publicaram-se também vários volumes com a sua Correspondência.

sábado, 17 de março de 2007

PRENDA DE ANIVERSÁRIO

É muito comuns os casais terem problemas de comunicação, porque as mulheres nunca dizem claramente o que querem e os homens não se esforçam para as entender. Esta história ilustra bem isso.
A mulher, querendo um carro desportivo novo, virou-se para o marido e disse-lhe:
- Meu amor, o meu aniversário está a chegar. Quero um presente “surpresa”. Para te ajudar, vou dar uma dica: quero algo que vá de zero a cem em menos de 5 segundos. Pode ser de qualquer cor.
No dia do aniversário, ele deu-lhe uma balança novinha, cor-de-rosa… Não se sabe exactamente o que se passou (imagina-se!), mas até hoje o marido ainda está desaparecido.
Gatuno consciencioso...

EFEMÉRIDE - Elis Regina Carvalho Costa, famosa e popular cantora brasileira, nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 17 de Março de 1945. Morreu em São Paulo, em 19 de Janeiro de 1982, vítima de overdose de cocaína, tranquilizantes e bebida alcoólica.
Começou a sua carreira num programa infantil (O Clube do Guri, na Rádio Farroupilha), quando tinha onze anos. Em 1959 assinou contrato com a Rádio Gaúcha e, dois anos depois, com menos de 17 anos, foi ao Rio gravar o seu primeiro disco. Em 1964, fez novo contrato, agora com a TV Rio. Participou em vários espectáculos e lançou mais alguns discos.
No fim de 1964, conheceu o produtor Solano Ribeiro da TV Excelsior que viria a ser a sua primeira paixão. No ano seguinte, venceu o Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior de São Paulo, recebendo o Prémio Berimbau de Ouro e alcançando definitivamente a fama. O disco Dois na Bossa foi o primeiro disco a vender no Brasil um milhão de exemplares.
Em 1968 deslocou-se à Europa e, no Olympia de Paris, tornou-se na primeira artista a actuar ali duas vezes no mesmo ano, alcançando simultaneamente o sucesso internacional.
Em 1975, com o Falso Brilhante, actuou durante mais de um ano, realizando quase trezentos espectáculos.
Em 1980, gravou o programa especial “Mulher” para a Rede Globo e, no ano seguinte, fez o seu último espectáculo “Trem Azul”.
Elis lançou grandes nomes da música brasileira, entre eles Milton Nascimento que, aliás, a considerou como sua musa inspiradora e lhe dedicou várias composições.
Elis Regina sempre criticou a ditadura brasileira e talvez não tenha sido perseguida e exilada, como aconteceu com outros artistas, em virtude da sua grande popularidade. Foi presidente da ASSIM, Associação de Intérpretes e de Músicos. Casou duas vezes e teve três filhos, que também seguiram a carreira musical.
O “Furacão” ou a “Pimentinha”, como lhe chamava carinhosamente Vinícius de Moraes, deixou muitas saudades, não só no Brasil, quando decidiu partir e ir descansar no Cemitério do Morumbi.

sexta-feira, 16 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, escritor português, nasceu em Lisboa, no dia 16 de Março de 1825. Suicidou-se em São Miguel de Seide, em 1 de Junho de 1890.
A sua vida aventureira e impulsiva, inspirou muitos dos seus livros. Estreou-se com o poema heróico - cómico “Pundonores Desagravados”. Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente da literatura, escrevendo mais de duzentos livros, a um ritmo frenético, alucinante e intenso. Um dos seus melhores livros (Amor de Perdição) terá sido escrito apenas em quinze dias. Escreveu poesia, teatro, história, ficção e biografias, tendo feito igualmente críticas literárias e traduções.
Foi criado por uma tia e, mais tarde por uma irmã, a partir da morte do pai, que ocorreu quando ele tinha dez anos. A mãe morrera nove anos antes.
Casou aos dezasseis, mas o casamento durou pouco tempo. Apaixonou-se depois por uma freira. Tentou estudar Medicina mas, em vez disso, a partir de 1848, passou a levar uma vida boémia, entre cafés e salões burgueses, escrevendo apesar de tudo para diversos jornais.
Apaixonou-se mais tarde por Ana Plácido e, quando esta se casou com um brasileiro, atravessou um período de misticismo que o levou a entrar num seminário, mas por pouco tempo. Camilo “raptou” Ana e, depois de andaram foragidos durante algum tempo, deslocando-se de terra em terra, acabaram por ser presos e julgados. Ficaram numa prisão do Porto, onde escreveu Memórias do Cárcere. Quando foram libertados, passaram a viver juntos, mas só se casaram dois anos antes da morte do escritor.
Paralelamente à sua actividade nas Letras, fundou e dirigiu vários jornais. Foi eleito sócio da Academia Real das Ciências, sob proposta do escritor Alexandre Herculano,.
Vários desgostos com os filhos, a morte dum e o alcoolismo doutro, a falta de dinheiro e uma cegueira progressiva, levaram-no por fim ao suicídio. A aventura que fora a sua vida, chegava ao fim.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Falta de jeito...
...Assim é que ele se atira mesmo!
EFEMÉRIDE - Victor Vasarely, de seu verdadeiro nome Vásárhelyi Győző, pintor e escultor húngaro radicado em França, morreu em Paris, no dia 15 de Março de 1997, a menos de um mês de completar 91 anos. Nascera em Pécs, na Hungria, em 9 de Abril de 1906.
Estudou em Budapeste, onde cursou Medicina durante dois anos . Foi para Paris no começo dos anos “30”, onde trabalhou como artista gráfico em agências de publicidade. Entre 1946 e 1948, depois de um período de expressão figurativa, decidiu optar por uma arte construtivista e geométrica abstracta. É considerado o pai da Op art (Arte Óptica).
Experimentou o uso de transparências e cores em projecções, produziu tapeçarias e publicou muitas gravuras. Os seus quadros combinam variações de círculos, quadrados e triângulos, por vezes com gradações de cores puras, para criar imagens abstractas e ondulantes.
Viajou por vários países, onde ganhou muitos prémios, entre eles, o Prémio Guggenheim, em Nova Iorque, e o Art Critics Prize, em Bruxelas. Foi nomeado Cavaleiro da Ordem da Legião de Honra Francesa e recebeu a Medalha de Ouro da Trienal de Milão.

quarta-feira, 14 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Glauber de Andrade Rocha, cineasta, actor e escritor brasileiro, nasceu em Vitória da Conquista, no dia 14 de Março de 1938. Residia há meses em Sintra, Portugal, preparando-se para rodar um filme, quando foi atacado por uma bactéria, provocada por uma broncopneumonia, de que padecia há algum tempo. Foi transferido de um hospital de Lisboa para uma clínica no Rio, onde faleceu, em 22 de Agosto de 1981, vítima de septicemia.
Alfabetizado por sua mãe, estudou depois em colégios presbiterianos, em Caetité e depois em Salvador, para onde se mudara em 1947. Tendo começado a escrever e a actuar em peças teatrais, o seu talento e vocação em breve se tornaram notados, sendo convidado para participar em programas de rádio e em grupos de teatro e de cinema.
Iniciou a sua carreira cinematográfica em 1959, ingressando simultaneamente na Faculdade de Direito da Bahia, para cursar Direito - curso que, no entanto, abandonou para iniciar uma breve carreira jornalística, especializada em assuntos de cinema. Em 1962, fez a sua primeira longa-metragem e, ao mesmo tempo, dedicou-se ao cine clubismo, tendo fundado também uma produtora. Em breve começaria a ser referenciado, pela ditadura instalada no Brasil em 1964, como um elemento perigoso, porque subversivo. Em 1971, com a radicalização do regime, partiu para o exílio, de onde nunca voltou totalmente.
Existiu sempre muita controvérsia acerca da sua obra e foi um incompreendido na sua época, tanto pela direita como pela esquerda brasileiras.
O seu filme Barravento foi premiado no Festival Internacional de Cinema da Checoslováquia em 1963. Em 1964, com “Deus e o diabo na terra do sol”, conquistou o Grande Prémio no Festival de Cinema Livre da Itália e o Prémio da Crítica no Festival Internacional de Cinema de Acapulco. Seria, no entanto, com “Terra em transe” que se tornaria mais conhecido, ao conquistar o Prémio da Crítica do Festival de Cannes, o Prémio Luis Buñuel em Espanha e o Golfinho de Ouro de melhor filme do ano, no Rio de Janeiro. Outro filme premiado foi “O dragão da maldade contra o santo guerreiro” com o Prémio de Melhor Direcção no Festival de Cannes e, de novo, o Prémio Luiz Buñuel em Espanha. Cineasta muito eclético, realizou 16 filmes, foi cenógrafo em doze, produtor em dez, actor em seis, montou dois e fez composições para um.

terça-feira, 13 de março de 2007

Finalmente, descobrimo-lo em Fortaleza - Brasil

Quem não se casaria com esta mulher?? eheheheheheh


CAIPIRA FIEL

Tonico, um sujeito de uma cidade do interior, não perdia a missa do domingo de manhã, de jeito nenhum. Por isso, era muito conhecido do pároco local.
Depois de estar sem ir à igreja durante mais de seis meses, encontrou o padre da paróquia, que lhe perguntou:
- O senhor não tem ido à missa. Qual é o "ismo" responsável: comunismo, protestantismo ou ateísmo?
E o bom do Tónico respondeu:
-Nenhum dos três, padre... Foi o reumatismo!...
EFEMÉRIDE - Giórgos Stylianou Seferiádis , conhecido literariamente por Giórgos Seféris, poeta, ensaísta e diplomata grego, Prémio Nobel de Literatura em 1963, nasceu em Esmirna, no dia 13 de Março de 1900. Faleceu em Atenas, em 20 de Setembro de 1971.
Com catorze anos, foi com os pais para a capital grega e - mais tarde - para Paris, onde estudou Direito e Literatura. Em 1925, regressou à Grécia, para seguir a carreira diplomática, embora tivesse demonstrado antes o seu grande interesse pela filologia e pela arte. Prestou serviço em Londres e na Albânia, até à 2ª Guerra Mundial. Entre 1957 e 1962, foi colocado em vários países árabes e voltou depois a Londres, onde participou nas negociações para a independência de Chipre.
Escreveu as suas obras em grego vernáculo, a língua falada pelos gregos letrados. Uma das suas maiores fontes de inspiração foi a “Odisseia”, de Homero, com a qual pretendeu demonstrar que a personalidade humana não tinha sofrido transformações através dos séculos. O seu primeiro livro de poemas foi publicado em 1931 - O Ponto Crítico. A crítica aclamou-o, desde logo, como o “poeta do futuro”. Foi ele que introduziu o simbolismo na moderna literatura grega.

segunda-feira, 12 de março de 2007

ESTRATÉGIA

Um velho vivia sozinho, queria cavar seu quintal, mas o filho, que o ajudaria, estava na prisão. O velho então escreveu ao filho:
- Filho, parece que não vou poder plantar o meu quintal este ano. Estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria este problema. Pai.
Pouco depois o pai recebeu o seguinte telegrama:
- PELO AMOR DE DEUS, Pai, não cave no quintal! Foi lá que eu escondi os corpos.
Às quatro da manhã do dia seguinte, vários de agentes da Polícia apareceram e escavaram o quintal inteiro, sem encontrar corpo algum. O velho, então, escreveu uma carta ao filho contando o que acontecera.
Eis a resposta:
- Plante agora, Pai. Isso foi o máximo que eu pude fazer por enquanto.

ESTRATÉGIA É TUDO PARA UM GESTOR... E PARA PROFISSIONAIS COMPETENTES.
Nada como uma boa estratégia, para conseguir coisas que parecem impossíveis.
"Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles, é opcional"
UTILIDADE

O MUNDO TODO NUM SITE:

http://www.ibge.gov.br/paisesat/

Através deste site, pode consultar os dados históricos e estatísticos de 192 países!
EFEMÉRIDEAntónio Rapagnetta, conhecido como Gabriele d'Annunzio, escritor italiano, nasceu em Pescara, no dia 12 de Março de 1863, tendo morrido em Gardone Riviera, em 1 de Março de 1938, vítima de acidente vascular cerebral. A sua obra, cujos temas principais são o prazer, o gozo da vida e a beleza, situa-se entre o esteticismo e a decadência que, posteriormente, se reflectiu em toda a literatura italiana.
Em 1897, foi eleito como independente para a Câmara dos Deputados. Depois do começo da 1ª Guerra Mundial, voltou a Itália onde fez vários discursos defendendo a entrada da Itália nas hostilidades, ao lado dos aliados. Apresentou-se como voluntário e notabilizou-se como piloto de caça, tendo perdido um olho em consequência de um acidente aéreo. Em Agosto de 1918, como comandante de um esquadrão, organizou um raid que ficou famoso, ao liderar nove aviões num voo de 700 milhas para lançar panfletos sobre a cidade de Viena. Em 1919, apesar do armistício, liderou um exército de 2000 voluntários que tomou a cidade de Fiume (hoje Rijeka, na Croácia), obrigando à retirada das tropas aliadas americanas, francesas e inglesas. A operação decorreu à margem dos desejos das autoridades italianas e, desde aí, meteu-se em várias complicações que culminaram com a rendição das suas tropas no Natal de 1920.
Gabriele d’Annunzio retirou-se então para sua casa, no Lago de Garda, e dedicou os seus últimos anos à literatura. Em 1937, foi eleito presidente da Academia Real Italiana. Deixou vários romances, tragédias, colectâneas de poesia e autobiografias.
É considerado um inspirador de Mussolini, posição para onde se inclinou quando dos incidentes que se seguiram à tomada de Fiume, mas nunca se comprometeu com o regime fascista. A sua trajectória política, porém, foi surpreendente. Embora começasse por defender ideias mais ou menos progressistas, passou depois a ser quase um símbolo da extrema-direita, ao mesmo tempo que se declarava anti-nazi, detestando Hitler e opondo-se, quanto pôde, à aproximação da Itália com a Alemanha.

domingo, 11 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Sir Alexander Fleming, cientista escocês que descobriu a penicilina, morreu em Londres no dia 11 de Março de 1955, vítima de ataque cardíaco. Nascera em Ayrshire, na Escócia, em 6 de Agosto de 1881.
Foi médico microbiologista no Hospital St. Mary de Londres até ao começo da 1ª Guerra Mundial. Durante a guerra, esteve na frente ocidental de batalha, em França, e verificou a enorme mortalidade causada por feridas, infecções, septicemia e gangrena. De regresso ao hospital, quando acabou a guerra, iniciou desde logo as pesquisas para encontrar um novo antiséptico que pudesse acabar com aquele flagelo.
Quase por acaso, mas beneficiando sobretudo do seu grande poder de observação, veio a descobrir a proteína antimicrobiana lisozima (1922) e o antibiótico penicilina (1928), facto que foi objecto de comunicação científica no Journal of Experimental Pathology (1929). Tanto os colegas como a comunidade científica não deram a devida importância à descoberta, julgando que a penicilina só serviria para tratar infecções banais. A indústria farmacêutica, que tinha investido imenso nas Sulfamidas (descoberta alemã), também não se mostrou muito interessada. Outro tanto não aconteceu, felizmente, com os cientistas norte-americanos que, anos mais tarde, durante a 2ª Grande Guerra, por intermédio dos químicos Ernst Boris Chain e Howard Walter Florey, descobriram o método de purificação da penicilina que permitiria finalmente a sua síntese e distribuição às populações. Propositadamente, Fleming não patenteara a sua descoberta, pois previu que assim seria mais fácil o fabrico e difusão de um produto que ele considerava fundamental para o tratamento de infecções. Fleming escreveu também numerosos e importantes artigos sobre bacteriologia, imunologia e quimioterapia.
Fleming recebeu o Prémio Nobel de Medicina em 1945, juntamente com os aludidos químicos. Juntos tinham iniciado a “era dos antibióticos”.
Graças à descoberta da penicilina, milhões de vidas puderam e continuam a poder ser salvas, por esse Mundo fora.

sábado, 10 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Osama Bin Laden, chefe e fundador da Al-Qaeda, organização terrorista envolvida em diversos atentados, originário do Iémen, nasceu em Riyad, na Arábia Saudita, em 10 de Março de 1957, completando hoje cinquenta anos. Ignora-se, no entanto, se ainda está vivo. Tão depressa se diz que ele estará algures nas montanhas entre o Afeganistão e o Paquistão, embora sofrendo de insuficiência renal e necessitando de diálise, como depois se afirma que teria morrido vítima de tifo em 2006. Pelo meio, apareceram várias mensagens em vídeo, a si atribuídas, mas cuja veracidade nem sempre foi confirmada.
A CIA, aliada à Arábia Saudita e ao Paquistão, armou-o e apoiou-o durante a guerra-fria, para combater os soviéticos, quando da invasão e ocupação do Afeganistão. Foi agente secreto ao serviço da CIA e do Paquistão.
Em Fevereiro de 1989, os soviéticos abandonaram o Afeganistão e o grupo de Bin Laden pediu a continuação do apoio dos EUA e da Arábia Saudita, até à tomada de Cabul. Estes países, no entanto, vendo os seus objectivos atingidos (retirada da União Soviética) cortaram-lhe todos os financiamentos e o apoio logístico.
Sentindo-se traído, Osama foi para a Arábia Saudita, mas as relações já não eram boas. Este país retirou-lhe mesmo a nacionalidade. Instalou-se no Sudão, onde investiu em vários negócios e empresas. Entre 1992 e 1996, Bin Laden, que financiou grupos islamistas que tinham combatido os soviéticos, lançou um apelo para que os interesses americanos fossem atacados em todo o mundo. Um daqueles grupos foi responsável pelo atentado no Iémen contra soldados americanos. No mesmo ano, foi perpetrado o primeiro atentado contra o World Trace Center, com seis mortes. Os americanos conseguem a sua expulsão do Sudão e Bin Laden refugia-se no Afeganistão, então já sob controlo dos talibãs.
Depois do atentado às Torres de Nova Iorque, Bush ordena o ataque ao Afeganistão, com o fim de aniquilar a Al-Qaeda.
Bin Laden é procurado desde então, devido aos vários actos terroristas, principalmente os de 1998 no Quénia e na Tanzânia e o de 2001 nos Estados Unidos. O governo americano oferece uma recompensa de 25 milhões de dólares a quem indicar a sua localização exacta ou o entregar morto ou vivo.
Bin Laden, cujas origens se situam numa família várias vezes milionária, que o renegou publicamente em 1994, tem 53 meios-irmãos (filhos do mesmo pai) e, ele próprio, é pai de cerca de vinte filhos.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Foi ontem...

EFEMÉRIDE - Charles Bukowski, romancista e poeta americano, de origem polaca, morreu em Los Angeles, no dia 9 de Março de 1994, vítima de leucemia. Nascera em Andernach, na Alemanha, em 16 de Agosto de 1920, mas a família mudou-se para os Estados Unidos, quando ele tinha apenas três anos. Foi vítima continuada dos maus-tratos do pai, que era alcoólico, e herdou o seu vício desde a adolescência. Aos 16 anos, enfrentou o pai e os dois bateram-se, bêbados, sob o olhar assustado, mas passivo, de sua mãe. Com relações difíceis com toda a gente, ele tornou-se, a pouco e pouco, um excluído e um rejeitado da sociedade, que só se fazia notar por ser muito feio. Como paliativo, descobriu a escrita e a poesia.
Apesar de ter estudado Jornalismo, nunca exerceu esta profissão. Teve uma vida muito atribulada, em que se misturaram o álcool, a escrita – sobretudo obscena - e várias profissões, desde a de carteiro até à de empregado de armazém, passando por condutor de camiões.
Bukowski começou a escrever poesia, bastante novo (1935), mas só publicou o primeiro livro, vinte anos mais tarde. Em 1962, passou a escrever também prosa, privilegiando experiências de vida e aspectos autobiográficos. Em 1971, publicou o livro “O carteiro”, reflexo da sua actividade nos correios. Ao todo, escreveu mais de cinquenta livros e milhares de “publicações de cordel”.
Durante vários anos, uma das suas actividades principais foi a leitura de poemas, em eventos culturais e em universidades. Embebedava-se antes de cada sessão e, depois, alternava a declamação de poemas com asneiras e insultos. Os espectadores gostavam e vibravam com o espectáculo. Bukowski passou a consagrar-se inteiramente à literatura.
Nos anos 1980, tornou-se finalmente célebre, convivendo com muitos artistas, passando a viver um pouco mais calmamente, rodeado de gatos e escrevendo vários poemas por dia. O dinheiro que ganhava, esse, continuava a gastá-lo em vinho e também em apostas de cavalos.

quinta-feira, 8 de março de 2007

EFEMÉRIDE - João de Deus de Nogueira Ramos, poeta e pedagogo, nasceu em São Bartolomeu de Messines, no dia 8 de Março de 1830. Faleceu em Lisboa, em 11 de Janeiro de 1896, sendo sepultado no Panteão Nacional. Em virtude das dificuldades económicas dos pais, não pôde seguir logo a carreira universitária. Começou por estudar Latim e ingressou no Seminário de Coimbra, que era então o local onde os mais pobres podiam prosseguir os estudos. Aos 20 anos, porque a vida eclesiástica não o atraía, ingressou na Universidade de Coimbra, para estudar Direito. Teve uma vida atribulada no que respeita aos estudos, levando dez anos para completar o curso. Logo que entrou na Universidade, começou a escrever poemas, que circulavam em folhas manuscritas e eram vendidas para obter o dinheiro necessário para sobreviver. Os primeiros poemas que se lhe conhecem são de 1851 e foram publicados na Revista Académica. João de Deus era uma pessoa triste e com carácter passivo. Eram os amigos e colegas de estudo que o ajudavam a publicar as poesias na imprensa da época. Em virtude destas publicações, a sua reputação de poeta foi crescendo. Depois de acabar a licenciatura, ficou ainda em Coimbra, mas dedicando-se mais à literatura do que à advocacia. Colaborou em vários jornais e esteve mesmo em Beja, como redactor do periódico “Bejense”. Dois anos depois, regressou à sua terra natal, mas em breve partia para Lisboa. Na capital, passou privações, mas nem por isso procurou uma forma estável de ganhar a vida, apesar de trabalhar imenso. Frequentava cafés e tertúlias, fazia traduções e escrevia sermões e hinos para cerimónias religiosas. Numa daquelas tertúlias, nasceu a ideia de tentar a eleição de João de Deus para deputado das Cortes o que, embora com dificuldade, veio a acontecer em 1868. Pretendia-se desse modo que ele ganhasse o suficiente, de modo seguro, para viver decentemente. João de Deus “deixou-se ir” a contraposto. A “aventura” apenas duraria um ano e o poeta só viria a garantir a sua estabilidade económica por intermédio do casamento, com uma de senhora de boas famílias. Começou então a publicar as suas obras de um modo mais sistemático.Envolveu-se também nas campanhas de alfabetização, escrevendo a Cartilha Maternal e o "método de ensinar a leitura às crianças", que o viria a distinguir como grande pedagogo e que seria adoptado como método nacional de ensino da língua portuguesa. Escreveu vários "livros de apoio aos professores" e tornou-se numa das figuras mais populares do fim do século XIX, em Portugal. Foi agraciado com a grã-cruz da Ordem de Santiago da Espada pelo rei D. Carlos. João de Deus escreveu também fábulas e obras destinadas ao Teatro. Das escolas onde se ensinou, segundo o seu método, ainda resta a Associação de Jardins-escola João de Deus, uma Instituição Particular de Solidariedade Social dedicada à educação e à cultura, com cerca de um milhar de pessoas ao seu serviço, repartidas por cerca de 40 escolas.

Evite ser (completamente) viciado pela Internet


quarta-feira, 7 de março de 2007

EFEMÉRIDE Joseph Maurice Ravel, compositor e pianista francês, nasceu em Cibourne, no dia 7 de Março de 1875. Morreu em Paris, em 28 de Dezembro de 1937, vítima das consequências de um acidente de táxi ocorrido cinco anos antes. Nestes 5 últimos anos de calvário, manteve as suas capacidades de inteligência, mas foi a pouco a pouco perdendo as suas capacidades motoras, continuando a pensar a sua música, mas já sem a conseguir escrever, nem tocar, nem mesmo falar.
Criança ainda, começou a interessar-se pela música, tendo estudado piano a par dos estudos convencionais. Foi inscrito no Conservatório de Paris aos catorze anos, estudou sozinho entre 1895 e 1898 e voltou ao Conservatório neste último ano. Celebrizou-se em todo mundo com Bolero, ainda hoje a música francesa mais tocada em todo o mundo. Para Ravel, no entanto, esta música não poderia existir sem a presença de bailarinos. Aliás, a musa inspiradora foi a sua amiga, dançarina e mecenas russa, Ida Rubinstein.
A obra mais monumental de Ravel foi, no entanto, Daphnis et Chloé, uma sinfonia que evoca a Grécia antiga, feita a pedido de Serge de Diaghilev, para os Ballets Russos.
O ano de 1928 foi o da sua consagração, tendo efectuado uma grande tournée de concertos pelo Canadá e pelos Estados Unidos, com grande sucesso. Encontrou-se com o então jovem George Gershwin, músico que ele muito apreciava, autor da Rhapsody in Blue, e ficou fascinado com a música popular americana. Escreveu, ao longo da vida, 111 obras, das quais 86 originais e 25 adaptações.
Em 1935, já bastante incapacitado, fez - por sugestão de Ida Rubinstein, uma derradeira viagem por Espanha e Marrocos. Depois, em 1937, ainda lhe foi feita uma derradeira operação cirúrgica ao cérebro, mas o destino estava marcado - não chegaria aos 62 anos. Com ele desaparecia um músico, que tendo sabido renovar a composição musical, nunca renunciara aos princípios herdados dos clássicos.
TELEFONES

Notícia publicada recentemente num jornal londrino:
"Após cavar a 100 metros de profundidade em solo britânico, cientistas ingleses acharam vestígios de fios de cobre, com cerca de 500 anos, e concluíram que seus antepassados já possuíam uma rede de telefones".

Na semana seguinte, para não ficarem para trás, os franceses cavaram 200 metros de profundidade nos subúrbios de Paris, e a manchete dos jornais deles foi a seguinte:
"Após escavar a 200 metros em solo parisiense, cientistas franceses encontraram vestígios de fibra gótica, com 600 anos, e concluíram que seus antepassados já possuíam uma rede de telefónica de alta qualidade".

Daí, os portugueses, dias depois, resolveram cavar a 300 metros de profundidade em terras portuguesas, e logo os jornais de Lisboa noticiaram o seguinte:
"Após escavações a 300 metros de profundidade em solo lusitano, e sem nada encontrar, cientistas portugueses concluíram que os seus antepassados já utilizavam telemóveis há 700 anos".
A CRISE NAS ESCOLAS…

Garoto à professora:
- Não quero alarmá-la, mas ATENÇÃO... O meu pai diz que se as minhas notas não melhorarem, alguém vai levar uma sova!

terça-feira, 6 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Maria Helena Vieira da Silva, célebre pintora portuguesa, naturalizada francesa em 1956, faleceu em Paris, no dia 6 de Março de 1992. Nascera em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1908.
Demonstrando grande inclinação para as artes desde muito nova, aprendeu pintura e desenho na Academia das Belas Artes de Lisboa, tendo estudado igualmente escultura e gravura. Trabalhou também em tapeçaria e vitrais.
Foi para Paris com vinte anos, acompanhada de sua mãe. Aí conheceu o pintor húngaro Árpád Szenes, com quem se viria a casar em 1930, ano em que expôs as suas pinturas em Paris. Ilustrou histórias para crianças, escrevendo mesmo uma delas em 1933.
Depois de breve passagem por Lisboa, percorreu a América Latina, durante e após a Segunda Guerra Mundial (o marido era judeu e perseguido pelos nazis). Esteve um largo período no Brasil, onde participou em várias exposições. Voltou depois para Paris, onde trabalhou o resto da vida.
Maria Helena Vieira da Silva é considerada um dos maiores artistas de arte abstracta do pós-guerra, se bem que a sua pintura não seja puramente abstracta.
As suas obras foram expostas em numerosos locais através do mundo, tendo ganho vários prémios, entre eles um na Bienal de São Paulo, em 1961.
Recebeu em 1966 o Grande Prémio Nacional das Artes do governo francês, sendo a primeira mulher a ser distinguida com tal galardão. Foi nomeada Cavaleiro da Legião de Honra em 1979 e foi eleita membro da Academia das Ciências, das Artes e das Letras em 1984.
Em 1988, recebeu a Medalha da Cidade de Lisboa. Em sua homenagem, foi criada em 1994 a Fundação Árpád Szenes - Vieira da Silva, com sede em Lisboa, onde estão expostas muitas obras do casal.

segunda-feira, 5 de março de 2007

EFEMÉRIDE - António Gonçalves da Silva, mais conhecido por Patativa do Assaré, poeta popular, compositor, cantor e repentista brasileiro, nasceu em Serra de Santana, Assaré, no sul do Ceará, em 5 de Março de 1909. Morreu na sua terra natal, em 8 de Julho de 2002, vítima de pneumonia dupla. Tinha 93 anos.
Cego do olho direito desde os 4 anos de idade, António alfabetizou-se aos doze, frequentando a escola durante apenas quatro meses e começando desde logo a fazer versos. Trocando uma ovelha do pai por uma viola, iniciou-se como cantador e tocador aos 16 anos. Três anos depois, começou a utilizar o pseudónimo de Patativa, como eram conhecidos aqueles que viviam cantando os próprios versos. Patativa é o nome de uma ave que canta maravilhosamente.
Em 1926, viu um poema seu publicado no Correio do Ceará. Com o passar dos anos, foi-se tornando bastante conhecido mas, só em 1956, publicou o seu primeiro livro "Inspiração Nordestina". Publicou depois outras colectâneas, além de diversos folhetos de cordel. Celebrizou-se em todo o Brasil, em 1964, quando Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, gravou uma canção de sua autoria (Triste Partida). Gravou depois, ele mesmo, o disco "Poemas e Canções", em 1979, no mesmo ano em que Rosemberg Cariry produziu o filme "Patativa do Assaré". Depois disso, foram feitos outros filmes, documentários e peças de teatro sobre a sua vida. Na década de 1990, publicou mais alguns livros. Parte da sua obra foi traduzida em diversos idiomas e tornou-se tema de estudo na universidade francesa da Sorbonne. A sua obra abordou sobretudo os valores e os ideais dos camponeses cearenses, com temas sobre a reforma agrária e o quotidiano dos sertanejos. Falou também da beleza e dos contrastes nordestinos. A política serviu-lhe igualmente de mote, tendo sido perseguido por isso pelos militares.
Recebeu inúmeros prémios e distinções, de que se destacam os seus doutoramentos Honoris Causa em, pelo menos, três universidades. Era capaz de fazer sonetos clássicos e, ao mesmo tempo, poesia estritamente popular, guardando tudo na memória.
Quase surdo e cego desde 1999, o grande poeta (que tinha apenas um metro e meio de altura), “disfarçando” as suas incapacidades, costumava dizer, nos últimos anos de vida, que «não escrevia, porque já tinha dito tudo, nada mais tendo para dizer».

domingo, 4 de março de 2007

Tinha de haver uma (boa) razão...

EFEMÉRIDE - Antonio Lucio Vivaldi, um dos maiores compositores de música do período barroco, de nacionalidade italiana, nasceu em Veneza, no dia 4 de Março de 1678. Morreu em Viena, em 28 de Julho de 1741.
Para iniciar a sua carreira musical teve a ajuda do pai, barbeiro mas também um talentoso violinista. Admitido na Orquestra da Basílica de São Marcos, aí se tornou no maior violinista do seu tempo.
Em 1703, Vivaldi foi ordenado padre mas, no ano seguinte, foi dispensado da celebração da Santa Eucaristia, devido à sua saúde fragilizada, tendo então começado a ensinar violino num orfanato feminino. Foi um amor mútuo: as crianças tinha por ele uma enorme admiração e estima e Vivaldi compôs para elas a maioria dos seus concertos, cantatas e músicas sagradas.
Foi autor de mais de 450 concertos (entre os quais, se destaca o muito célebre - “As Quatro Estações”), 46 óperas, várias sinfonias, 73 sonatas, música de câmara e música sacra. A maior parte do seu repertório só viria a ser descoberto no século XX.
Como tantos músicos da sua época, Vivaldi acabou a vida na pobreza. Com graves problemas económicos, viu-se obrigado a vender muitos dos seus manuscritos a preços irrisórios, para custear a sua emigração para Viena. Não se conhecem exactamente os motivos desta deslocação, mas pensa-se que terá querido conhecer Carlos VI, que adorava as suas composições. Vivaldi veio a ocupar as funções de compositor na Corte Imperial. Não teve sorte, porém, pois pouco tempo depois o Imperador morreu e Vivaldi viu-se sem protecção nem dinheiro. Teve de vender, mais uma vez, muitos dos seus manuscritos para poder sobreviver. Faleceu pouco tempo depois.

sábado, 3 de março de 2007

As "maravilhas" das operações para melhorar o visual...
EFEMÉRIDE - Marguerite Duras, de seu nome verdadeiro Marguerite Germaine Marie Donnadieu, escritora e directora de filmes francesa, faleceu em Paris, no dia 3 de Março de 1996. Nascera em Gia Dinh, antiga Indochina Francesa, actual Vietname, em 4 de Abril de 1914.
Estudou Direito em França, licenciando-se em Ciências Políticas. Tornou-se escritora, adoptando como apelido o nome da vila em que se situava a casa de seu pai, que morrera quando ela tinha sete anos. A vida de Duras será uma história entre primaveras e tempestades, entre álcool e aborrecimento, entre palavras e silêncios.
Durante a ocupação alemã, juntou-se à Resistência e só conseguiu escapar de uma emboscada graças à ajuda de François Mitterrand, que seria anos mais tarde presidente da república francesa.
Escreveu peças de teatro, novelas, filmes e narrativas curtas, sendo a sua obra associada ao Movimento Novo Romance e ao Existencialismo. Alguns dos seus livros foram adaptados ao cinema.
Durante o “Maio de 68”, em França, encontramo-la na primeira linha, ao lado dos estudantes contestatários. Descontente com as adaptações feitas das suas obras, passou a dedicar-se ela própria ao cinema. Em 1971, juntamente com Simone Beauvoir e Jeanne Moreau, assinou um Manifesto reclamando a anulação da lei que condenava o aborto. Consumida pelo álcool, fez uma cura de desintoxicação, deixando de beber, mas voltando a mergulhar no vício tempos mais tarde.
Como já havia feito no Teatro, também no Cinema, Duras inovou até ao limite da experimentação. No filme “O Homem do Atlântico”, esse limite foi levado ao extremo, com uma sequência de trinta minutos, em que apenas a sua voz é ouvida sobre uma imagem completamente negra.
Em 1981, para o romance “A Doença e a Morte”, já necessitou de alguém a quem o ditar. Nova cura de desintoxicação em 1982. Em 1984, publicou o romance “O Amante”, que ganhou o célebre Prémio Goncourt e foi um êxito em todo o Mundo.
De novo prisioneira do álcool, tentou dar uma explicação para o seu vício, no livro “Vida Material”. Morreu em Paris, a um mês de completar oitenta e dois anos. Era um domingo, oito horas da manhã.

sexta-feira, 2 de março de 2007

EFEMÉRIDE - Serge Gainsbourg, de seu verdadeiro nome Lucien Ginzburg, autor-compositor-intérprete, actor, cineasta e cantor francês, morreu em Paris no dia 2 de Março de 1991, com o coração enfraquecido por muitos excessos. Já tivera uma crise cardíaca em 1973, a que se seguiram outras quatro, mas continuava a beber e a fumar como um louco. Nascera, também em Paris, em 2 de Abril de 1928. Durante a ocupação alemã, foi obrigado a usar a “estrela amarela” sobre a roupa, designativa de ser de origem judaica.
Escreveu canções para diversos intérpretes, de que se destacam Juliette Gréco, Françoise Hardy, France Gall, Petula Clark, Dalida, Nana Mouskouri, Brigitte Bardot, Catherine Deneuve, Isabelle Adjani e Jane Birkin, sua mulher.
Adoptou o nome artístico desde a década “50” e gravou o primeiro disco em 1958. Em 1965, ganhou o Concurso da Eurovisão da Canção, em Nápoles, com “Poupée de cire, poupée de son”, cantada por France Gall, em representação do Luxemburgo.
Serge foi também actor (em 26 filmes), cineasta (dirigiu cinco filmes e onze curtas-metragens) e escreveu músicas para mais de quarenta filmes. Deixou uma infinidade de discos, alguns gravados já depois da sua morte. Só, ou em colaboração, escreveu também onze livros.
A sua mais célebre canção, provocadora e erótica, “Je T’Aime Moi Non Plus”, foi composta originalmente para Brigitte Bardot, com a qual teve um romance. Brigitte, no entanto, acabou por não autorizar a publicação, com medo do escândalo, pois da interpretação fazia parte a simulação de um orgasmo pela cantora. Gainsbourg veio a encontrar uma candidata à altura. Precisamente a actriz inglesa Jane Birkin, com a qual se casaria depois, e que já havia causado escândalo com cenas de nudez no filme Blow Up de Antonioni. O êxito foi estrondoso e mantém-se até aos nossos dias.

quinta-feira, 1 de março de 2007

COELHO APRESSADO (Fábula)
 
No meio da selva estava um calor terrível e o único bar existente tinha uma fila de quilómetros...
Então, o coelho começou a passar correndo ao lado da fila, mas quando chegou ao lado do leão, levou uma patada e ouve do rei da selva:
- Vai para o fim da fila, malandro. O coelho passou ao lado do leão e continuou. O tigre dá-lhe outra tremenda patada e manda o coitado para o fim da fila.
Mais uma vez, ele começa a correr e, de repente, leva uma patada do crocodilo. Farto de levar patadas e ser mandado para o fim da fila, o coelho grita:
- Porra! Hoje não vou conseguir abrir a porcaria de bar!

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