terça-feira, 31 de janeiro de 2017

ZAZ - "Je Veux"


31 DE JANEIRO - HENRI DESGRANGE

EFEMÉRIDEHenri Antoine Desgrange, ciclista, director e jornalista desportivo francês, nasceu em Paris no dia 31 de Janeiro de 1865. Morreu em Beauvallon, em 16 de Agosto de 1940.
Bateu doze recordes mundiais de ciclismo, incluindo o da hora em pista com 35,325 km (Maio de 1893). Henri Desgrange foi também o primeiro organizador do Tour de France.
Henri Antoine estudou no Liceu Rollin e obteve o bacharelato com um ano de avanço. Licenciou-se em Direito aos 20 anos. Começou a sua vida profissional trabalhando num notário. Exerceu depois a advocacia, mas decidiu dedicar-se ao desporto, tanto ao nível da sua prática como também ao de organizador e dirigente. Em 1894, foi contratado como director desportivo pelo construtor de automóveis Adolphe Clément-Bayard.
Publicou dois ensaios : “La Tête et les jambes” (1894) e “Alphonse Marcaux” (1899).  Como jornalista, colaborou em diversas revistas: “La Bicyclette”, “Paris-Vélo” e “Le Journal de sports”.  
Em 1900, foi nomeado director e chefe de redacção de um novo diário desportivo, “L'Auto-Vélo”, que seria rebaptizado “L'Auto” três anos mais tarde.
Empresário, tornara-se também director do Velódromo do Parque dos Príncipes em 1897 e do Velódromo de Inverno em 1903. Em 1907, financiou o lançamento do diário cultural “Comœdia”.
Em 1917, com 52 anos, alistou-se para participar na Primeira Guerra Mundial. Continuou sempre a praticar desporto, sendo fundista em marcha e corredor de cross-country.
Organizou a primeira Volta a França e, até 1939, continuou a ser o seu organizador. A realização da prova foi então interrompida em virtude da Segunda Guerra Mundial.
Um monumento em sua memória foi erigido, por subscrição, em Galibier. O Prémio Henri Desgrange recompensa todos os anos, na Volta à França, o primeiro ciclista a passar no topo do cume de Galibier ou no cume mais alto da corrida se aquele não fizer parte do itinerário. 
Outro Prémio Henri Desgrange é igualmente atribuído ao jornalista ou artista francês que melhor tenha servido, no exercício da sua profissão, a causa desportiva.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

30 DE JANEIRO - GENE HACKMAN

EFEMÉRIDE – Eugene “Gene” Allen Hackman, actor norte-americano, nasceu em San Bernardino no dia 30 de Janeiro de 1930. Foi nomeado cinco vezes para os Oscars, tendo ganho dois, um de Melhor Actor Principal e outro de Melhor Actor Coadjuvante.
Filho de um jornalista que deixou a família quando ele tinha 13 anos de idade, Eugene teve de conviver com o alcoolismo da mãe, que morreu vítima de um incêndio que ela mesma provocara.
Deixou a casa da mãe aos 16 anos para ingressar nos Marines, onde esteve três anos. Quando saiu, foi estudar jornalismo na Universidade de Illinois. No entanto, abandonou depois a faculdade e foi fazer um curso técnico de rádio. Resolveu seguidamente tentar a carreira de actor e matriculou-se na Pasadena Playhouse (Califórnia).
Em 1964, estreou-se na Broadway com a peça “Any Wednesday” e, no mesmo ano, fez o filme “Lilith”, ao lado de Warren Beatty. A primeira indicação para os Oscars veio em 1967, como actor coadjuvante, em “Bonnie and Clyde”. Em 1970, foi indicado de novo com “Meu Pai, Um Estranho”.
O primeiro Oscar (Melhor Actor) chegou em 1972, com o papel de detective, em “French Connection” (1971). Para ele, no entanto, “Conversação Secreta”, filme de Francis Ford Coppola, teria sido o seu melhor trabalho.
Na década de 1990, Hackman teve alguns problemas cardíacos, mas nem com a saúde debilitada parou de trabalhar e foi com o far-westOs Impiedosos”, dirigido por Clint Eastwood, que ganhou o segundo Oscar e também um Globo de Ouro (1993).
Casou duas vezes. Com a primeira esposa, uma caixa de banco, teve três filhos. Desde 1991, está casado com a pianista clássica Betsy Arakawa.
Gene Hackman conquistou no total três Globos de Ouro e dois Bafta Awards. Retirou-se de cena em 2004. Escreveu cinco romances, três em colaboração com o arqueólogo submarino Daniel Lenihan.

domingo, 29 de janeiro de 2017

29 DE JANEIRO - COLLEEN MCCULLOUGH

EFEMÉRIDEColleen McCullough, escritora australiana, morreu na ilha Norfolk no dia 29 de Janeiro de 2015. Nascera em Wellington, em 1 de Junho de 1937. É conhecida sobretudo pelo seu romance “Os pássaros escondem-se para morrer” (“The Thorn Birds”), escrito em 1977.
Era filha de mãe neozelandesa e pai escocês. Durante a sua adolescência, a família mudou-se para Sidney, onde ela estudou Medicina. No seguimento de uma alergia que a tornava inapta para esta profissão, tornou-se especialista em Neurociências.
Trabalhou em diferentes hospitais de Sidney, mudando-se para Londres em 1963, prosseguindo a sua carreira. Em 1967, foi trabalhar para o serviço de Neurologia da Yale Medical School em New Haven, no Connecticut (Estados Unidos), onde foi professora e continuou as suas pesquisas.
Para melhorar a sua situação económica, lançou-se na pintura e na literatura. Publicou “Tim”, em 1974, e “Os pássaros escondem-se para morrer”, três anos depois. Com este último romance, alcançou fama mundial.
Voltou a Inglaterra para prosseguir a carreira de cientista, mas a sua nova notoriedade empurrou-a para a literatura em exclusividade. No fim dos anos 1970, instalou-se com o marido na ilha Norfolk. 
Colleen McCullough foi autora de vários livros com temas históricos e sentimentais. Entre 1990 e 2007, publicou a série “Os Mestres de Roma”, romances consagrados à história da república romana.
Em 2006, tentou os romances policiais e escreveu cinco em que a protagonista comum era a inspectora Carmine Delmonico.
Morreu aos 77 anos. Era membro da Academia das Ciências de Nova Iorque. Duas das suas obras foram adaptadas ao cinema (1979 e 1985) e três à televisão (duas mini-séries e um telefilme). Foi galardoada com o oficialato da Ordem da Austrália.

sábado, 28 de janeiro de 2017

28 DE JANEIRO - ISMAIL KADARE

EFEMÉRIDEIsmail Kadare, escritor albanês, nasceu em Gjirokastër no dia 28 de Janeiro de 1936. Filho de um funcionário público, presenciou a devastação da Albânia pelas tropas que se digladiaram durante a Segunda Guerra Mundial, experiência que deixou marcas na sua vida e na sua obra.
Estudou História e Filologia na Universidade de Tirana e no Instituto Gorky de Literatura em Moscovo. Em 1960, a ruptura da Albânia com a União Soviética obrigou-o a volta à Albânia, onde iniciou a carreira de jornalista. Tinha, aliás, começado a escrever muito jovem, em meados dos anos 1950, mas sobretudo poesia. 
Em 1963, a publicação do seu primeiro romance, “O General da Armada Morta”, trouxe-lhe popularidade, primeiro na Albânia e depois no estrangeiro, graças à respectiva tradução em francês. As obras seguintes passaram a ser vendidas no mundo inteiro e foram traduzidas em mais de 30 línguas.
Sentindo-se ameaçado pelo regime albanês, exilou-se em França em Outubro de 1990. Actualmente, reparte a sua vida entre os dois países.
Tem ganho muitos prémios literários e foi nomeado diversas vezes para o Prémio Nobel de Literatura, aparecendo na lista dos favoritos. Em 1992, recebeu o Prémio Mundial Cino del Duca e, em 2005, o Prémio Internacional Man Booker. Em 2009, foi galardoado com o Prémio Príncipe de Astúrias das Letras e, em 2015, com o Prémio Jerusalém.
As opiniões divergem sobre se Kadare foi um dissidente ou um conformista durante o período comunista da Albânia. Em diversas ocasiões, Kadare refutou a ideia de ter sido dissidente. Argumentos podem ser esgrimidos em ambos os sentidos. A verdade é que ele era um escritor tolerado e foi mesmo deputado (1972/82) do regime de Enver Hoxha.
A sua obra, composta por novelas, romances, ensaios, poesia e peças de teatro, é reconhecida pelo público e pela crítica como uma trave mestra da literatura contemporânea.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

27 DE JANEIRO - CLAUDIO GUILLÉN

EFEMÉRIDEClaudio Guillén Cahen, escritor espanhol, morreu em Madrid no dia 27 de Janeiro de 2007. Nascera em Paris, em 2 de Setembro de 1924.
Era filho do poeta Jorge Guillén, membro destacado da Geração de 27 que, devido à Guerra Civil Espanhola, se exilou – juntamente com a família – nos Estados Unidos. Cláudio estudou em Sevilha, em Paris e nos EUA.
Durante a Segunda Guerra Mundial, alistou-se como voluntário nas forças do general De Gaulle.
Foi professor catedrático das Universidades de San Diego (1965/76), Princeton e Harvard (1978/85).
Em 1982, regressou a Espanha e, nesse mesmo ano, foi nomeado catedrático extraordinário de Literatura Comparada na Universidade Autónoma de Barcelona.
Em 2002, Claudio Guillén ingressou na Real Academia Española. Faleceu em Madrid no dia 27 de Janeiro de 2007, com 82 anos de idade.
Entre os prémios que recebeu, saliente-se o Prémio Nacional de Ensaio (Espanha) em 1999 e o Prémio Internacional de Ensaio ‘Caballero Bonald’ em 2005.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

26 DE JANEIRO - FERNANDO AMARAL

EFEMÉRIDEFernando Monteiro do Amaral, político português, morreu em Lamego no dia 26 de Janeiro de 2009. Nascera na mesma cidade em 13 de Janeiro de 1925.
Era licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, exercendo a advocacia. Foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Lamego.
Foi deputado à Assembleia Constituinte em 1975/76 e à Assembleia da República, em 1976/80, pelo Partido Social Democrata.
Exerceu o cargo de ministro da Administração Interna no VII Governo Constitucional e, mais tarde, o cargo de ministro-adjunto do primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão no VIII Governo Constitucional.
Foi eleito vice-presidente da Assembleia da República, de Junho de 1983 a Outubro de 1984, e o 7º presidente da Assembleia da República, de Outubro de 1984 a Agosto de 1987. Foi também designado, por inerência, membro do Conselho de Estado, na qualidade de presidente da Assembleia da República, durante o mesmo período.
De 1987 a 1989, foi igualmente membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, da qual se tornou vice-presidente.
Foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lamego. Foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo de Portugal e com a Grã-Cruz da Ordem do Libertador da Venezuela, ambas em 1987. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

BEE GEES - "Too Much Heaven"

25 DE JANEIRO - ANTÓNIO SEBASTIÃO VALENTE

EFEMÉRIDEAntónio Sebastião Valente, arcebispo católico e administrador colonial português, primeiro patriarca das Índias Orientais, morreu em Goa no dia 25 de Janeiro de 1908. Nascera em El Puerto de Santa María, província de Cádis (Espanha), em 20 de Janeiro de 1846.
Os pais eram naturais de Mértola. Frequentou a instrução primária em Beja, formou-se em Coimbra e leccionou nos Seminários de Viseu e Santarém. Foi ordenado diácono em Setembro de 1871 e padre em Maio de 1872.
Em Setembro de 1881, foi sagrado arcebispo de Goa e primaz do Oriente pelo cardeal Gaetano Aloisi Masella.
Em 1886, com a elevação da Arquidiocese goesa à dignidade honorífica de Patriarcado das Índias Orientais, tornou-se o primeiro patriarca do Oriente. Exerceu, para além disso e por várias vezes, as funções de presidente do Conselho de Governo do Estado Português da Índia (1886, 1889, 1892, 1894, 1897 e 1905). Faleceu no exercício do patriarcado, aos 62 anos de idade.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

24 DE JANEIRO - MARIA DELLA COSTA

EFEMÉRIDE – Gentile Maria Marchioro Della Costa Polloni, actriz brasileira, morreu no Rio de Janeiro em 24 de Janeiro de 2015. Nascera em Flores da Cunha, Rio Grande do Sul, no dia 1 de Janeiro de 1926.
Estreou-se no palco, como show-girl, no Casino Copacabana. Em 1944, iniciou-se no teatro com “A Moreninha” de Joaquim Manuel de Macedo. Em seguida, veio para Portugal, estudar arte dramática com a actriz Palmira Bastos, no Conservatório de Lisboa.
De volta ao Brasil, passou a fazer parte do grupo Os Comediantes, participando em espectáculos como “Rainha Morta” de Henry de Montherlant, “Terras do Sem-Fim” de Jorge Amado, “Vestido de Noiva” de Nelson Rodrigues e “Não Sou Eu” de Edgard da Rocha Miranda.
Fundou em 1948 (juntamente com o marido, o também actor Sandro Polloni) o Teatro Popular de Arte, estreando depois a peça “Anjo Negro” de Nelson Rodrigues, no Teatro Fénix (Rio de Janeiro).
Em 1954, inaugurou a sua própria casa de espectáculos, o Teatro Maria Della Costa, no bairro da Bela Vista em São Paulo, projectado por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Sandro Polloni, à frente da casa, criou um repertório considerado dos melhores de sempre do teatro brasileiro. Montagens como “Tobacco Road” de Erskine Caldwell e Jack Kirkland (1948), “Prostituta Respeitosa” de Jean-Paul Sartre (1948), “Com a Pulga Atrás da Orelha” de Feydeau (1955), “A Moratória” de Jorge Andrade (1955), “Rosa Tatuada” de Tennessee Williams (1956) e “A Alma Boa de Setsuan” de Bertolt Brecht (1958), marcaram esta fase.
A sua Companhia fez seguidamente uma excursão pela Europa e, em 1963, lotaram – durante 45 dias – diversas casas de espectáculos em Buenos Aires. Ao visitar Nova Iorque, conheceu o autor Arthur Miller e dele trouxe, para comemorar os dez anos do seu teatro (1964), a famosa peça “Depois da Queda”, dirigida por Flávio Rangel. Com este mesmo director, fez também os espectáculos “Homens de Papel” de Plínio Marcos (1967) e “Tudo no Jardim” de Edward Albee (1968), entre outros.
No cinema, actuou em diversos filmes: “O Cavalo 13” (1946) e “O Malandro e a Grã-fina” (1947), ambos realizados por Luiz de Barros; “Inocência” (1949); “Caminhos do Sul” (1949); e “Moral em Concordata” (1959). Foi dirigida pelo italiano Camillo Mastrocinque no premiado “Areião” (1952), produção da Maristela Filmes.
Na televisão, teve pouca participação: fez a novela “Beto Rockfeller” na TV Tupi, em 1968, e – na TV Globo – actuou em “Estúpido Cupido” (1976) e “Te contei?” (1978).
Em 2002, Maria Della Costa foi homenageada pelo Ministério da Cultura Brasileiro com a Ordem do Mérito Cultural.
Nos seus últimos anos de vida, residiu no município fluminense de Parati, onde administrava o seu próprio hotel. Faleceu aos 89 anos, vítima de edema pulmonar agudo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

23 DE JANEIRO - CAMILLA COLLETT

EFEMÉRIDECamilla (Wergeland) Collett, romancista norueguesa, geralmente descrita como a primeira feminista da Noruega, nasceu em Kristiansand no dia 23 de Janeiro de 1813. Morreu em Kristiania, actual cidade de Oslo, em 6 de Março de 1895. Era a irmã mais nova do poeta Henrik Wergeland e é reconhecida como das primeiras autoras a contribuir para o Realismo na literatura norueguesa.
Camilla, pertencente à grande burguesia de Kristiania, defendeu a emancipação das mulheres, deixando alguns escritos que constituem uma bíblia do feminismo burguês.
Filha de um pastor, Camilla começou por ser uma rapariga bem educada que observava e seguia os irmãos mais velhos. O pai tinha sido chamado a desempenhar – em 1814 – um papel importante no turbilhão da política norueguesa causado pelo tratado de Kiel e pela rivalidade entre a Suécia e a Dinamarca.
Para melhorar uma educação já bastante esmerada, Camilla foi enviada em 1827 para uma instituição interna de raparigas em Christianfeldt, onde estudou alemão e literatura europeia. Em 1830, regressou a Kristiania.
Com 17 anos, Camilla assistiu ao início da carreira literária do irmão Henrik, viu o casamento infeliz da irmã e apaixonou-se por um jovem poeta (Johan Sebastian Welhaven) originário de uma família burguesa arruinada. Johan preferiu, no entanto, dedicar-se apenas à vida literária. O pai de Camilla incitou-a, então, a viajar pela Europa. A jovem habituou-se a viajar desde 1834 e, nos anos 1860, passaria mesmo mais tempo nas capitais europeias do que na Escandinávia.
Livre na sua vida, mas sentindo-se revoltada constantemente pela dominação masculina, viveu dos recursos familiares e habitou a casa do pai até ao casamento com o jurista Jonas Collett em 1841. O casal teve quatro filhos e Jonas faleceu em 1851.
Camilla, que escrevia um diário desde a adolescência e tinha os meios de se dedicar à literatura, lançou-se na elaboração de pequenas novelas, sublimando a sua vida pessoal e inspirando-se na vida sentimental descrita nos seus diários íntimos. Uma recolha destas primeiras novelas foi publicada em 1860.
Em 1854/55, escreveu o seu primeiro romance psicológico, “As filhas do prefeito”, onde aborda o papel do amor e disseca o direito das mulheres a disporem das suas vidas e dos seus sentimentos.
Escreveu mais novelas e romances entre 1861 e 1885. Postumamente, em 1912/13, foram publicadas todas as suas obras (“Samlede voerker”).

domingo, 22 de janeiro de 2017

22 DE JANEIRO - STEVE PERRY

EFEMÉRIDESteve Perry, de seu verdadeiro nome Stephen Ray Perry, cantor e compositor musical norte-americano, nasceu em Hanford (Califórnia) em 22 de Janeiro de 1949. Foi vocalista da banda Journey de 1977 até 1996.
Steve, que tem ascendência portuguesa (os pais são dos Açores), tem sido muito elogiado e aclamado por ser um compositor, cantor e entertainer completo.
Aos 18 anos, mudou-se para Los Angeles correndo atrás do seu sonho de ser cantor. Começou por trabalhar como técnico de som e tocou em várias bandas locais como The Sullies e Ice and Pieces.
Em 1977, uma gravação privada da sua banda Alien Project chegou às mãos do manager Herbert, que procurava justamente um vocalista para o grupo Journey. A banda Alien Project foi entretanto dissolvida, quando um dos seus integrantes faleceu num acidente de automóvel. Herbert contactou então Steve e, em meados de 1977, ele tornou-se o vocalista dos Journey.
Passou a ser conhecido por “The Voice” (como Frank Sinatra, Whitney Houston e outros) pelos fãs, críticos e colegas, em virtude da sua voz forte, melodiosa e capaz de atingir notas altas com grande facilidade. Steve toca também guitarra, piano e bateria.
Entre 1977 e 1996, gravou vários álbuns com os Journey. Em 1985, participou num disco de apoio a artistas africanos (United Support of Artists for África), juntamente com um grupo de 44 artistas americanos, dirigido por Harry Belafonte, Kenny Rogers, Michael Jackson e Lionel Richie. “We Are The World” vendeu cerca de oito milhões de discos e recebeu o Grammy Award de canção do ano. Continua a ser a gravação de carácter humanitário mais vendida de todos os tempos.
Em 1996, Steve Perry deixou os Journey por não poder fazer uma tournée por razões de saúde. Em 1998, reapareceu em duas canções, na banda sonora do filme “Quest of Camelot”, ao lado de Bryan White. Desde aí, passou a ser produtor e a assinar diversas composições musicais e bandas sonoras para cinema. 

sábado, 21 de janeiro de 2017

STEVE PERRY - "Journey - Don't Stop Believin'"


21 DE JANEIRO - KONRAD BLOCH

EFEMÉRIDEKonrad Emil Bloch, bioquímico alemão, nasceu em Neisse no dia 21 de Janeiro de 1912. Morreu em Lexington, Massachusetts, em 15 de Outubro de 2000, vítima de insuficiência cardíaca. Foi agraciado com o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1964.
Estudou Química Orgânica na Universidade Técnica de Munique. Em 1934, devido às perseguições aos judeus levadas a cabo pelos nazis, fugiu para o Instituto de Investigação Suíço em Davos, antes de se mudar para os Estados Unidos, em 1936. Adquiriu a nacionalidade norte-americana em 1944.
Nos Estados Unidos, frequentou a Universidade de Columbia e completou um doutoramento em Bioquímica em 1938. Deu aulas na mesma universidade entre 1939 e 1946, assim como nas Universidades de Chicago e de Harvard. Nesta última, leccionou até 1982, ano em que se reformou.
Em 1964, partilhou com Feodor Lynen, o Nobel de Fisiologia ou Medicina, por descobertas relativas aos mecanismos da síntese do colesterol. Os dois cientistas, independentemente, contribuíram para o conhecimento do mecanismo intermediário da gordura e dos lípidos, o que foi decisivo no estudo das doenças circulatórias e, posteriormente, no tratamento da arteriosclerose.
K. Bloch foi também um dos primeiros cientistas a ter descoberto o papel importante do colesterol na formação das hormonas sexuais, descoberta que abriu o caminho à biossíntese de esteróides activos.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

20 DE JANEIRO - NUNO TEOTÓNIO PEREIRA

EFEMÉRIDENuno Teotónio Pereira, arquitecto português, morreu em Lisboa no dia 20 de Janeiro de 2016. Nascera na mesma cidade em 30 de Janeiro de 1922.
Formou-se em Arquitectura, com 18 valores, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1949). Colaborou no atelier do arquitecto Carlos Ramos, entre 1940 e 1943. Ainda antes de concluir o curso, participou – em 1948 – no 1º Congresso Nacional de Arquitectura, como arquitecto estagiário.
Fez – com Costa Martins – a comunicação “Habitação Económica e Reajustamento Social”. Fundou – em 1952 – o Movimento para a Renovação da Arte Religiosa.
Entre 1948 e 1972, foi consultor de Habitações Económicas na Federação das Caixas de Previdência, tendo realizado o primeiro concurso para habitações de renda controlada. A nível internacional, foi o primeiro delegado português ao Comité do Habitat da União Internacional dos Arquitectos (Bucareste, 1966). Foi presidente do conselho directivo nacional da A.A.P. nos mandatos 1984/86 e 1987/89.
Ao longo da sua carreira, conquistou vários prémios de arquitectura: Prémio da I Exposição Gulbenkian 1955, com o Bloco das Águas Livres; 2.º Prémio Nacional de Arquitectura da Fundação Gulbenkian 1961; Prémio AICA de 1985; e os Prémios Valmor de 1967, 1971 e 1975, respectivamente com a Torre de Habitação nos Olivais Norte, o Edifício “Franjinhas” na Rua Braamcamp e a Igreja do Sagrado Coração de Jesus (com Nuno Portas).
Recebeu ainda: o Prémio I.N.H. de Promoção Municipal 1992, com o empreendimento de 144 fogos em Laveiras, Oeiras; o Prémio Espiga de Ouro da Câmara Municipal de Beja 1993; e o Prémio Municipal Eugénio dos Santos da CML, 1995.
Foi membro honorário da Ordem dos Arquitectos desde Novembro de 1994 e Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto em 2003 e pela Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa em 2005.
Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade em Junho de 1995 e com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique em Outubro de 2004. Recebeu a Medalha de Ouro de Mérito Municipal de Lisboa.
Em Abril de 2015, Nuno Teotónio Pereira foi distinguido com o Prémio Universidade de Lisboa 2015, «pelo exercício brilhante na área da Arquitectura e como figura ética».
Foi uma das personalidades católicas que fizeram uma vigília na Capela do Rato, na passagem de ano 1972/1973, assumindo posição contra as Guerra Coloniais e a ditadura do Estado Novo, tendo sido preso.
Faleceu na sua casa de Lisboa, após um longo período de doença e a poucos dias de completar 94 anos de idade.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

19 DE JANEIRO - JOÃO MÁRIO

EFEMÉRIDEJoão Mário Naval da Costa Eduardo, futebolista português, nasceu no Porto em 19 de Janeiro de 1993. Representa actualmente o FC Inter de Milão.
Iniciou-se no FC Porto, onde esteve apenas dois anos. Com onze anos de idade, rumou ao Sporting CP, onde fez toda a sua formação.
Com inúmeras internacionalizações (23 na equipa principal), uma Taça de Portugal conquistada em 2014/15 e uma Super Taça de Portugal (2015) a fazerem parte do seu currículo, João Mário foi titular no plantel principal do Sporting de 2012 a 2016. Esteve emprestado ao Vitória de Setúbal em 2014.  
Em Agosto de 2016, foi contratado pelo Inter de Milão por 40 milhões de euros, com mais 5 milhões por objectivos. Tratou-se da segunda transferência mais cara de um jogador luso a sair de Portugal, a seguir à transferência de Renato Sanches do SL Benfica para o FC Bayern de Munique.
Foi internacional português de Sub 17, Sub 18 e no Campeonato da Europa de Sub 19, realizado na Lituânia em 2013. Neste último ano, disputou ainda o Torneio de Toulon e a Taça do Mundo de Sub 20 que se realizou na Turquia. Disputou em seguida o Europeu de Esperanças (2015), na República Checa, em que Portugal foi batido na final pela Suécia nas grandes penalidades.
Estreou-se pela Selecção Portuguesa principal em Outubro de 2014, numa partida amistosa contra a França. Foi convocado para o Euro 2016, que Portugal viria a conquistar. Em Agosto de 2016, foi feito Comendador da Ordem do Mérito.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

18 DE JANEIRO - VASSILIS TSITSANIS

EFEMÉRIDEVassilis Tsitsanis, compositor grego, nasceu em Trikala no dia 18 de Janeiro de 1915. Morreu em Londres, em 18 de Janeiro de 1984. Tornou-se um dos maiores compositores gregos do seu tempo e é amplamente reconhecido como um dos fundadores do estilo musical denominado “rebético”. Escreveu mais de quinhentas canções e ainda é lembrado como um dos maiores músicos gregos de sempre.
Desde muito jovem, Tsitsanis demonstrou grande interesse pela música e aprendeu a tocar bandolim, violino e bouzouki, que foi o principal instrumento das suas canções. Em 1936, foi para Atenas para estudar Direito e, em 1937, fez a sua primeira gravação.
Em 1937, mudou-se para Salónica, onde prestou o serviço militar, permanecendo na cidade durante vários anos, a parte final coincidindo com a ocupação da Grécia pela Alemanha. Tornou-se famoso e, nesse período, escreveu muitas das suas melhores canções, as quais só seriam gravadas no final da II Grande Guerra Mundial. Até ao fecho da editora pelos alemães em 1941, Tsitsanis já tinha gravado mais de 100 composições e tocado em muitas gravações de outros músicos.
Em 1946, Tsitsanis regressou a Atenas, recomeçando a gravar e continuando a compor. Morreu no dia do seu sexagésimo nono aniversário, no Royal Brompton Hospital em Londres, após cirurgia a um pulmão. Teve direito a funerais nacionais e continua – hoje – a ser considerado uma lenda da música grega.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

17 DE JANEIRO - GREGORY CORSO

EFEMÉRIDE - Gregory Nunzio Corso, poeta norte-americano, morreu em Minneapolis no dia 17 de Janeiro de 2001. Nascera em Nova Iorque, em 26 de Março de 1930. Ao lado de Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs, ele foi um dos quatro principais membros da Geração Beat.
A mãe de Gregory tinha apenas dezasseis anos quando ele nasceu e, um ano depois, abandonou a família e voltou para Itália. Corso viveu, assim, a maioria da sua infância em orfanatos e casas de adopção. O pai casou-se quando ele tinha onze anos e acabou por ficar com ele. Corso, no entanto, fugia repetidamente e foi mandado para um internato masculino, do qual também se escapava.
A sua adolescência complicada incluiu ainda vários meses na Tombs (Túmulos), a prisão municipal de Nova Iorque, por causa de um rádio roubado. Aos dezassete anos, foi condenado de novo por roubo e esteve preso três anos na  Clinton State Prison. Gregory mergulhou então na literatura, frequentando a biblioteca da prisão e começando a escrever poesia.
Depois de ser liberado em 1950, regressou a Nova Iorque e conheceu Allen Ginsberg num bar da Greenwich Village. Tiveram uma primeira e longa conversa. Mais tarde, Ginsberg acabou por introduzir Corso e a sua poesia junto de outros membros da Geração Beat.
O primeiro volume da poesia de Gregory Corso (“Vestal Lady on Brattle and Other Poems”) foi uma edição caseira publicada em 1955, com a ajuda dos colegas da Harvard, onde ele assistia a aulas como aluno ouvinte.
O segundo livro, “Gasoline”, foi editado em 1958, quando vivia em Paris no célebre Beat Hotel. Foi também na capital parisiense que compôs a recolha de poesia “The Happy Birthday of Death” (1960), publicando  no ano seguinte o seu único romance “The American Express”. Em 1962, escreveu novo livro de poesia, “Long Live Man”.
A sua vida caótica e a sua dependência da heroína explicam a ausência de publicações nos anos seguintes, mas ele continuava a escrever e a participar em leituras poéticas. Só publicou novos livros nos anos 1970/80: “Elegiac Feelings American” e “Herald of the Autochthonic Spirit”.
Em 1980, a publicação de “Mindfield: New and Selected Poems” fez com que muitos novos leitores descobrissem a sua obra.
Corso morreu vítima de cancro na próstata. As suas cinzas repousam, de acordo com os seus desejos, próximo do túmulo do poeta Percy Bysshe Shelley, no Cemitério Protestante de Roma.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

16 DE JANEIRO - ANATOLY SOLOVYEV

EFEMÉRIDEAnatoly Yakovlevich Solovyev, ex-cosmonauta e coronel da força aérea soviética e russa, recordista de “passeios” no espaço e de tempo passado fora de astronaves em órbita, nasceu em Riga no dia 16 de Janeiro de 1948.
Graduado pela Escola Superior de Aviação Militar em 1972, serviu durante quatro anos como piloto e comandante de esquadrão no Extremo Oriente até entrar para o curso de preparação de cosmonautas, no Centro de Treino de Cosmonautas Yuri Gagarin, na Cidade das Estrelas.
Completou o curso em 1979, passando os anos seguintes em treino no grupo seleccionado para missões nas naves Soyuz T e para estadias de longa duração nas estações Salyut e Mir. Em Julho de 1987, foi comandante/reserva da expedição russa que transportou um sírio até à Mir, a Soyuz TM-3, parte do programa político/espacial Inter-cosmos.
O seu primeiro voo espacial teve lugar em Junho de 1988, na Soyuz TM-5, em que foi comandante e que durou nove dias, levando – além dele – os cosmonautas Viktor Savinykh e Aleksandr Aleksandrov, este o segundo búlgaro no espaço, também integrante do programa Inter-cosmos e o primeiro a entrar numa estação orbital.
Na sua segunda missão, entre Fevereiro e Agosto de 1990, fez parte da tripulação permanente da Mir, passando 179 dias no espaço, transportado para lá pela Soyuz TM-9.
Durante a “Fase Um” do Programa Mir-bus Espacial, realizado pelos Estados Unidos e pela Rússia nos anos 1990, foi comandante da tripulação reserva da expedição Mir-18. Em Junho de 1995, tornou-se parte efectiva do programa, indo novamente ao espaço, desta vez na Atlantis STS-71 e como tripulante da Mir-19, cumprindo 75 dias de missão na estação orbital e regressando na Soyuz TM-21.
O seu último voo foi também o de mais longa permanência em órbita. Comandante da Soyuz TM-26, voou até à Mir, em dupla com Pavel Vinogradov, para uma permanência recorde de 197 dias, entre Agosto de 1997 e Fevereiro de 1998.
É detentor do recorde de “caminhadas” no espaço (16) e do maior número de horas nelas passadas (82). Solovyev foi condecorado por várias vezes: Ordem de Lenine, medalha de ouro da Ordem da Revolução de Outubro, Ordem da Amizade dos Povos e seis medalhas militares. Após passar à reserva, ficou a residir com a família na Cidade das Estrelas, próximo de Moscovo.

domingo, 15 de janeiro de 2017

15 DE JANEIRO - MASSIMO D'AZEGLIO

EFEMÉRIDEMassimo Taparelli D'Azeglio, pintor, escritor e político italiano, morreu em Milão no dia 15 de Janeiro de 1866. Nascera em Turim, em 24 de Outubro de 1798. É um dos pensadores e actores do Risorgimento. A sua obra “I miei ricordi”, publicada postumamente em 1867, é um clássico da literatura italiana.
Filho de um general que era embaixador em Roma, o jovem Massimo apaixonou-se pela pintura. Oficial de cavalaria, fixou-se em Roma onde se fez notar como paisagista depois de ter estudado no atelier de Martin Verstappen.
Em 1830, casou com a filha do grande poeta romântico Alessandro Manzoni, fundador da língua italiana moderna. 
D'Azeglio escreveu dois romances históricos – “Ettore Fieramosca, o la disfida di Barletta” (1833) e “Niccolò de' Lapi, ovvero i Palleschi e i Piagnoni” (1841) – em que desenvolveu o sentimento nacional. Em 1846, publicou “Gli ultimi casi di Romagna”, onde defendeu a ideia de que a unificação da Itália deveria ser feita pela casa de Sabóia.  
De tendência monárquica moderada e católico fervoroso, não tomou parte em nenhum dos complots nem nos numerosos levantamentos que tiveram lugar na história italiana durante a primeira metade do século XIX.
Em 1848, alistou-se no exército piemontês. Foi promovido a coronel e gravemente ferido durante a batalha de Vicence contra os austríacos. Em Maio de 1849, o rei Victor-Emmanuel II nomeou-o primeiro-ministro e ministro dos negócios estrangeiros. Durante o seu governo, foi suprimida a imunidade de que beneficiavam os eclesiásticos, o que provocou a hostilidade do Papa e dos católicos conservadores.
Em Outubro de 1850, fez entrar Cavour no governo, como ministro da agricultura e do comércio. Em Maio de 1852, D'Azeglio foi substituído por Cavour à frente do executivo.
Durante a 2ª Guerra da Independência, foi nomeado comissário de Victor-Emmanuel II em Bolonha. Foi ainda embaixador em Londres, prefeito em Milão, senador, general de brigada e ajudante-de-campo do rei. 
Em 1865, sucedeu ao seu irmão Roberto na direcção da Galeria Sabauda de Turim. No ano seguinte ao seu falecimento (1866), a filha publicou a sua autobiografia “I miei ricordi”. 

sábado, 14 de janeiro de 2017

PACO IBAÑEZ - "La poesia es..."


14 DE JANEIRO - CASSIANO RICARDO

EFEMÉRIDECassiano Ricardo Leite, jornalista, ensaísta e poeta brasileiro, morreu no Rio de Janeiro em 14 de Janeiro de 1974. Nascera em São José dos Campos, São Paulo, no dia 26 de Julho de 1894.
Representante do “modernismo de tendências nacionalistas”, esteve associado aos Grupos Verde-Amarelo e da Anta, sendo co-fundador do Grupo da Bandeira, reacção de cunho social-democrata àqueles grupos. A sua obra foi-se transformando ao longo da carreira, evoluindo formalmente de acordo com as novas tendências dos anos 1950 e participando no “movimento da poesia concreta”. Pertenceu às Academias Paulista e Brasileira de Letras.
Aos 16 anos, publicou o seu primeiro livro de poemas – “Dentro da noite”. Formou-se em Direito no Rio de Janeiro, em 1917. Rumou depois para São Paulo, onde trabalhou como jornalista em diversas publicações e chegou a fundar alguns jornais. Aproximou-se de Menotti Del Picchia e de Plínio Salgado, na época da Semana de Arte Moderna de 1922. Em 1924, fundou “A Novíssima”, uma revista modernista. Em 1928, publicou “Martim Cererê”, dentro da mesma linha.
Afastou-se das ideias de Plínio Salgado e fundou, com Menotti Del Picchia, o Grupo político da Bandeira (1937). Neste mesmo ano, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, sendo o segundo modernista aceite na instituição.
Em 1950, foi eleito presidente do Clube da Poesia de São Paulo e, entre 1953 e 1954, foi chefe do Escritório Comercial do Brasil em Paris, vindo a ocupar outros cargos públicos nos anos seguintes.
A sua obra passou por diversos momentos. Inicialmente, apresentou-se ligada ao Parnasianismo e ao Simbolismo. Com a fase Modernista, explorou temas nacionalistas e – depois – restringiu-se mais, louvando a epopeia bandeirante e detendo-se em temas intimistas e próximos da realidade observável.
A partir da década de 1950, já no período das tendências que têm sido chamadas por alguns críticos de “segunda vanguarda”, aproximou-se do grupo concretista das revistas “Planalto” e “Invenção”, mostrando claramente o seu espírito, desde sempre, vanguardista.
Em “Jeremias sem chorar” de 1964, Cassiano Ricardo mostra a sua grande capacidade em se reciclar, produzindo poemas tipográficos e visuais, sempre utilizando as possibilidades espaciais da página escrita e sem perder as suas próprias características. Cassiano Ricardo declarou que o verde-amarelismo tendo resultado no Integralismo, não havia mais nada a dizer a este respeito. Foi a causa do seu afastamento.
Na época em que foi um dos editores da revista concretistaInvenção”, sofreu uma certa rejeição do grupo, pela sua oposição, no passado, a Oswald de Andrade. Além disso, Cassiano, em função das diferenças de fundo entre a poesia concreta e a sua, considerava «radicais demais» os poetas concretistas. Estes desacordos levaram-no a afastar-se do grupo. Faleceu no Rio de Janeiro aos 79 anos de idade.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

13 DE JANEIRO - MICHAEL BRECKER

EFEMÉRIDEMichael Brecker, saxofonista de jazz, morreu em Nova Iorque no dia 13 de Janeiro de 2007. Nascera em Filadélfia, em 29 de Março de 1949. Ganhou onze Grammy Awards como músico e compositor e, postumamente, ainda lhe foi atribuído este prémio mais quatro vezes.
Criado em Cheltenham Township, Michael tomou contacto com a música ainda criança, em virtude do pai ser pianista de jazz amador. Pertencente a uma geração que viu o jazz rock não como um inimigo, mas como uma opção musical viável, Brecker começou a estudar clarinete e saxofone alto. Em seguida, ingressou numa escola, onde escolheu o saxofone tenor como seu principal instrumento.
Licenciou-se na Cheltenham High School em 1967 e, depois de um ano na Indiana University, mudou-se para Nova Iorque em 1970. Estreou-se aos 21 anos como membro da banda de jazz rock Dreams, que incluía o seu irmão mais velho Randy no trompete, o trombonista Barry Rogers e o baterista Billy Cobham. A duração da Dreams foi curta, apenas um ano, mas mesmo assim foi muito influente.
A maioria do trabalho inicial de Brecker teve por timbre uma abordagem baseada tanto nas guitarras de rock como nos saxofones do R&B. Após a Dreams, actuou com Horace Silver e com Billy Cobham, mais uma vez, antes de se unir novamente com o seu irmão Randy para formar a banda Brecker Brothers. A banda seguiu as tendências jazz/rock da época, mas com muito mais atenção aos arranjos estruturados e uma forte influência rock. A banda permaneceu junta de 1975 a 1982 com sucesso e musicalidade consistentes.
Ao mesmo tempo, Brecker deixou a sua marca como solista em numerosas gravações pop e rock. As suas mais notáveis colaborações incluíram Paul Simon & Arthur Garfunkel, Lou Reed, Joni Mitchell, Eric Clapton, Aerosmith, Frank Sinatra, Frank Zappa, John Lennon, Dire Straits e Bruce Springsteen, entre outros. No início de 1980, foi também membro da banda NBC's Saturday Night Live. Gravou ou tocou também com as principais figuras do jazz da sua época, incluindo Chet Baker, Quincy Jones e muitos outros.
Após a co-liderança, com Mike Mainieri, do grupo Steps Ahead, Brecker gravou finalmente um álbum a solo em 1987, que ficou marcado pelo retorno a uma configuração de jazz mais tradicional. Continuou a gravar álbuns nos anos 1990 e 2000, ganhando vários Grammy Awards. As suas tournées a solo ou em grupo, pelas principais cidades mundiais, tinham geralmente lotações esgotadas.
Durante uma apresentação no Festival de Jazz do Monte Fuji em 2004, Brecker sentiu uma forte dor nas costas. Pouco tempo depois, em 2005, foram-lhe diagnosticados sérios problemas sanguíneos (síndrome mielodisplásica). Apesar de uma busca amplamente divulgada, não foi possível encontrar um doador de células estaminais compatível. No final de 2005, foi submetido a um transplante experimental com células estaminais parcialmente compatíveis. Em 2006, parecia estar a recuperar, mas o tratamento acabou por não resultar na cura. Fez a sua última performance em público em Junho de 2006, no Carnegie Hall. Faleceu em 2007, vítima de leucemia.
Em Fevereiro de 2007, Michael Brecker foi premiado postumamente com dois prémios Grammy pela sua participação no trabalho do irmão, o álbum “Some Skunk Funk”. Foi de novo agraciado com dois Grammy Awards, por este mesmo álbum, nas categorias de Melhor Solo Instrumental e Melhor Álbum Instrumental de Jazz.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

ANA MOURA - "Leva-me Aos Fados"


12 DE JANEIRO - MAURICE GIBB

EFEMÉRIDEMaurice Ernest Gibb, cantor, compositor, pianista, guitarrista, baixista, teclista, multi-instrumentista britânico, morreu em Miami no dia 12 de Janeiro de 2003. Nascera em Douglas, Ilha de Man, em 22 de Dezembro de 1949. Foi conhecido principalmente por ser membro dos Bee Gees, um dos grupos de maior sucesso de sempre. Gémeo de Robin Gibb, Maurice era o mais novo de três irmãos por 35 minutos.
Foi um dos mais reconhecidos pianistas e teclistas de todos os tempos, tendo feito os arranjos de diversas músicas dos Bee Gees. Durante muito tempo, dedicou-se mais a tocar Baixo, instrumento que tocava com uma eficiência única. Outro instrumento que utilizou muito foi a Guitarra, que tocava com mestria. Era considerado um guitarrista excepcional, com um som moderno e inovador, tendo feito os arranjos de diversas canções do grupo, entre elas “This Is Where I Came In”, “She Keeps On Coming”, “Man in the Middle” e “Walking on Air”.
Maurice – embora quase nunca usasse – tinha um falsete perfeito, facto que pode ser comprovado nas partes finais da música “Nights on Broadway” cantada ao vivo, onde Maurice faz os falsetes enquanto os seus irmãos Barry e Robin fazem o coro.
Maurice era considerado também o “ponto de equilíbrio” entre as mentes opostas de Barry e Robin. Era muito brincalhão no palco, mas – como todos – tinha os seus pontos fracos: passou 30 anos da sua vida mergulhado no alcoolismo, vício do qual só se libertou em 1989.
Maurice Gibb casou-se com a cantora Lulu em Fevereiro de 1969, tendo-se divorciado em 1973. Casou-se depois, em Outubro de 1975, com Yvonne Spenceley, com a qual teve dois filhos.
Gibb morreu inesperadamente aos 53 anos, no Mount Sinai Medical Center em Miami, devido a complicações com uma oclusão intestinal e respectiva cirurgia. Tinha junto de si a esposa, filhos e irmãos. O seu funeral teve a participação de Michael Jackson, entre outros nomes famosos. A ex mulher, Lulu, esteve também presente.
Na gravação do último álbum, usou uma guitarra que lhe foi presenteada por John Lennon.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

MAURICE GIBB - "Wild Flower"


11 DE JANEIRO - ADA NEGRI

EFEMÉRIDEAda Negri, escritora italiana, morreu em Milão no dia 11 de Janeiro de 1945. Nascera em Lodi, na Lombardia, em 3 de Fevereiro de 1870.  Estudou na Escola Normal Feminina de Milão.  
Tendo por origem uma família de artesãos, tornou-se professora de aldeia em 1887, com apenas dezassete anos. A partir do ano seguinte, foi professora na escola primária de Motta Visconti. Começou, por essa época, a escrever para um jornal da Lombardia (“Fanfulla de Lodi”).
O seu primeiro livro de poesia, “Tempeste” (1891), conta a tragédia dos pobres abandonados, através de palavras de grande beleza.
O seu segundo volume poético, “Fatalità” (1892), confirmou a sua reputação como poetisa. Em 1894, conquistou o Prémio Giannina Milli. Foi professora, depois, no Instituto Superior Gaetana Agnesi em Milão.
Casou-se com um industrial de têxteis, com quem teve uma filha que foi sua fonte de inspiração para numerosos poemas. Tiveram uma segunda filha, que morreu com apenas um mês de idade. Durante este período, a sua poesia mudou consideravelmente, tornando-se muito introspectiva e autobiográfica.
Divorciou-se em 1913 e instalou-se em Zurique até ao fim da Primeira Guerra Mundial. Publicou em 1917 o volume “Os Solitários”, uma série de pequenas histórias centradas sobre as mulheres.
Era uma visitante frequente de Laglio, no lago de Como, onde escreveu o seu único romance “Estrela da Manhã”, publicado em 1921. Ada Negri foi a primeira mulher a ser membro da Academia de Itália (1940).

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

10 DE JANEIRO - ALEKSEY NICOLAYEVICH TOLSTOY

EFEMÉRIDEAleksey Nikolayevich Tolstoy, escritor russo, nasceu em Pougatchev no dia 10 de Janeiro de 1883. Morreu em Moscovo, em 23 de Fevereiro de 1945.
Estudou no Instituto de Tecnologia de São Petersburgo. Começou a sua carreira literária em 1907 com uma recolha de poemas e atingiu a plena notoriedade literária em 1911. Nos anos que antecederam a Revolução Russa, escreveu vários romances e sete peças teatrais, sendo considerado um dos mais dotados e brilhantes autores neo-realistas
No seguimento da Revolução de 1917, temendo represálias por ser aristocrata, exilou-se na Alemanha e depois em França. No Outono de 1921, cansado de estar fora do seu país, instalou-se em Berlim, na esperança de regressar à Rússia. Entretanto, colaborou num jornal pró soviético de Berlim. Reentrou na URSS em 1923, apoiando o governo e aproximando-se do Partido Comunista.
Aleksey Tolstoy foi uma figura pública proeminente do início do século XX. Pertencia à nobre família dos condes de Tolstoy e era parente de vários escritores. Trabalhou em muitos géneros literários, incluindo dramas, novelas sócio/psicológicas, romances históricos, ficção científica, contos folclóricos, histórias curtas e de não ficção, histórias e contos infantis, poesia, teatro e jornalismo. Era igualmente grande apreciador do folclore russo e tradutor.
Em 1939, foi honrado com a aceitação na Academia das Ciências da URSS e venceu três Prémios Estaline na área da literatura (1941, 1943 e 1946, este a título póstumo).
Em 1942, foi membro da comissão de investigação dos crimes dos invasores alemães, creditado como advogado de acusação e representante da União Soviética nos Julgamentos de Nuremberga.
Foi casado três vezes, tendo deixado uma descendência (filhos e netos) de cientistas, músicos, escritores e historiadores.  
Em 2001, a União dos Escritores da Rússia criou, em sua homenagem, um prémio nacional bianual para galardoar «as contribuições criativas para o desenvolvimento da literatura russa», abarcando duas tipologias: Narrativa Ficcional e Jornalismo.
Algumas das suas obras foram adaptadas ao cinema. Do seu romance “Ibycus” foi feita uma adaptação em banda desenhada, entre 1998 e 2001, tendo um dos álbuns vencido o Prémio de Melhor Álbum no Festival de Angoulême (França, 2000).

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

9 DE JANEIRO - RIGOBERTA MENCHÚ

EFEMÉRIDE Rigoberta Menchú Tum, indígena guatemalteca, nasceu em Uspantán, El Quiché, no dia 9 de Janeiro de 1959. Foi agraciada com o Prémio Nobel da Paz em 1992, pela sua acção em defesa dos direitos humanos, especialmente dos povos indígenas, sendo Embaixatriz da Boa Vontade da UNESCO (1993) e vencedora do Prémio Príncipe das Astúrias de Cooperação Internacional.
Filha de duas personalidades bastante respeitadas na sua comunidade natal, o pai era um activista na defesa das terras e dos direitos indígenas e a mãe uma parteira indígena, mister que é passado de geração em geração.
O Nobel foi atribuído a Rigoberta em reconhecimento da «sua acção pela justiça social e reconciliação étnico/cultural baseadas no respeito dos direitos dos povos indígenas».
Na leitura que fez quando da recepção do prémio, reivindicou os direitos históricos negados aos povos indígenas e denunciou a perseguição sofrida desde a “descoberta” do continente americano por Colombo, momento em que foi destruída uma civilização plenamente desenvolvida em todos os âmbitos do conhecimento. Insistiu na necessidade da paz, desmilitarização e justiça social no seu país, assim como no respeito pela natureza e pela igualdade para as mulheres.
Parte da sua popularidade adveio do livro auto-biográfico de 1982/83 “Me llamo Rigoberta Menchú y así me nació la conciencia”. O livro foi escrito pela venezuelana Elisabeth Burgos, a partir de várias entrevistas com Rigoberta. Neste livro, ela explica como iniciou a vida de trabalhadora numa plantação de café, aos cinco anos de idade, em condições tão péssimas que foram a causa da morte de um irmão e de um amigo.
Já adulta, participou em manifestações de protesto contra o regime militar, pelos seus abusos contra os direitos humanos. A Guerra Civil da Guatemala teve lugar entre 1962 e 1996, embora a violência tenha sido iniciada antes. Em 1980, o pai foi assassinado na embaixada espanhola na cidade da Guatemala, juntamente com outras vinte pessoas. Diversas ameaças forçaram-na ao exílio no México, em 1981.  
Em 1991, participou na elaboração da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas elaborada no seio da ONU.
Quando findou a guerra civil, tentou sem sucesso levar a tribunal diversos políticos e militares, por assassinato de cidadãos espanhóis e por genocídio contra o povo Maia da Guatemala. As acusações incluíam o ditador e ex-militar Efraín Ríos Montt.
Em 1998, foi galardoada com o Prémio Príncipe das Astúrias de Cooperação Internacional, juntamente com Fatiha Boudiaf, Fatana Ishaq Gailani, Somaly Mam, Emma Bonino, Graça Machel e Olayinka Koso-Thomas, «por su trabajo, por separado, en defensa y dignificación de la mujer».
Em 2007, anunciou que concorreria ao cargo de Presidente da Guatemala, tendo a esperança de vir a ser a primeira mulher a ocupar o cargo no seu país, mas obteve apenas 20,7% dos votos.
Rigoberta é presidente das companhias Salud para Todos e Farmácias Similares, que têm por finalidade fornecer a baixo custo medicamentos genéricos para as populações mais carenciadas. Por intermédio da fundação com o seu nome, organiza também diversas acções humanitárias.

domingo, 8 de janeiro de 2017

8 DE JANEIRO - ZHOU ENLAI

EFEMÉRIDEZhou Enlai, por vezes escrito também Chu En-Lai, político chinês, morreu em Pequim no dia 8 de Janeiro de 1976. Nascera em Huai'an, Jiangsu, em 5 de Março de 1898. Foi um célebre, influente e proeminente líder do Partido Comunista Chinês.
Desde a fundação da República Popular da China (1 de Outubro de 1949) até à sua morte, exerceu o cargo de primeiro-ministro e, entre 1949 a 1958, foi igualmente um hábil e qualificado ministro dos Negócios Estrangeiros.
Teve um papel importante na consolidação do controlo do poder pelo PCC, organizou a política estrangeira do país e desenvolveu a economia chinesa. 
Preconizou a coexistência política com o Ocidente, depois do impasse da Guerra da Coreia, participando nos acordos de Genebra em 1954 e ajudando a organização da visita de Richard Nixon à China em 1972.
Esteve na origem das políticas executadas face às crises diplomáticas com os Estados Unidos, Taiwan, União Soviética (depois de 1960), Índia e Vietname.
Ficou igualmente conhecido por ser um apoio de longa data de Mao Zedong, sobretudo no que respeita à política estrangeira. «Apesar das suas personalidades opostas, formaram uma equipa eficaz» segundo opinião de Henry Kissinger, diplomata americano que trabalhou com ambos.
Em grande parte graças à sua experiência, sobreviveu à purga de grandes dirigentes durante a Revolução Cultural nos anos 1960, sendo mesmo mediador em várias situações, o que o tornou ainda mais popular. Morreu oito meses antes de Mao Zedong. 

sábado, 7 de janeiro de 2017

MIREILLE MATHIEU - "Paris en colère"


7 DE JANEIRO - CHARB

EFEMÉRIDECharb, de seu nome Stéphane Charbonnier, desenhador satírico e jornalista francês, morreu em Paris no dia 7 de Janeiro de 2015. Nascera em Conflans-Sainte-Honorine, em 21 de Agosto de 1967. Foi chefe de redacção do jornal satírico francês “Charlie Hebdo”, desde 2009 até à sua morte no atentado contra aquele semanário, onde começara a trabalhar em 1992.
Estudou no Colégio dos Louvais, em Pontoise, e publicou os seus primeiros desenhos no jornal escolar “Cause toujours”. Ingressou depois no Liceu Camille Pissarro, onde obteve o bacharelato (1987). Seguiu cursos de publicidade, que abandonou para se dedicar inteiramente ao desenho. Assinava já com o pseudónimo “Charb”. Os seus desenhos eram publicados por diversos jornais e foi também autor de vários livros e álbuns. 
A sua carreira foi marcada por desenhos com críticas aos governos, às religiões, ao racismo, etc. Maurice e Patapon são duas personagens habituais de Charb – Maurice é um cachorro bissexual e anarquista e Patapon é um gato assexual, fascista e ultra-capitalista, que gosta da morte e do sofrimento (dos outros).
Charb participava também no jornal “Mon Quotidien”, dedicado aos jovens de 10/14 anos. Esteve ligado ao Partido Comunista Francês. Em 2013, após a publicação das caricaturas do profeta Maomé, foi colocado na lista negra da Al-Qaeda.
Desde 2012, estava colocado sob protecção policial, após ter sido ameaçado de morte. O seu nome e o seu retrato figuraram, junto com outras oito pessoas, numa lista de personalidades «procuradas mortas ou vivas, por crimes contra o Islão», publicada em 2013 pela revista jihadista Inspire”.
Fez parte dos caricaturistas convidados para realizar desenhos humorísticos para a edição de 2011 do “Petit Larousse illustré”.
Em 7 de Janeiro de 2015, Charb foi uma das vítimas do atentado perpetrado contra o “Charlie Hebdo”. Entrando na sala onde se realizava a reunião da redacção, os terroristas asseguraram-se da sua presença chamando pelo seu nome. Foi o primeiro a ser abatido, antes de matarem um a um todos os outros redactores e desenhadores presentes.
A título póstumo, foram-lhe atribuídas em 31 de Dezembro de 2015 as insígnias de Cavaleiro da Legião de Honra

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

SIMON & GARFUNKEL - "The Sounds Of Silence"


6 DE JANEIRO - FRANCESCO SCAVULLO

EFEMÉRIDEFrancesco Scavullo, fotógrafo de moda norte-americano, conhecido pelas suas fotografias de celebridades e pelas capas para a revista “Cosmopolitan”, morreu em Nova Iorque no dia 6 de Janeiro de 2004. Nascera na mesma cidade em 16 de Janeiro de 1921.
O seu fascínio pelas imagens nasceu ao fotografar as irmãs, com a máquina do pai. Após completar o ensino secundário, começou a trabalhar num estúdio que produzia fotos para catálogos de moda. Depois disso, trabalhou três anos como assistente de Horst P. Horst, fotógrafo da revista “Vogue”, estudando e aprendendo as suas técnicas. Em 1946, fez uma foto de capa para a “Seventeen”, que lhe valeu um contrato com a revista. Em pouco tempo, Scavullo abriu o seu próprio estúdio em Manhattan.
Durante anos, fotografou celebridades e eventos de moda para revistas, publicidade, capas de álbuns de discos e cartazes de cinema e de espectáculos da Broadway. Alguns dos seus trabalhos mais polémicos foram um foto nua do actor Burt Reynolds para um poster central da revista “Cosmopolitan” – da qual fez as capas durante décadas, dando uma identidade visual própria à publicação – e outra da jovem Brooke Shields, que o chamava “Tio Frank”, que os críticos consideraram muito sexualizada.
Entre as diversas publicações para as quais trabalhou, estão também: “Harper's Bazaar”, “Good Housekeeping”, “Rolling Stone” e “Vanity Fair”.
Foi ele quem ajudou a construir a maior supermodelo da sua época, a adolescente Gia Carangi, de quem foi amigo, confidente e mentor e a quem apoiou mesmo quando a carreira de Gia entrou em declínio nos anos 1980 por causa de vício em drogas pesadas. Quando Gia já não conseguia arranjar trabalho na indústria, que a evitava, Scavullo continuou a confiar nela e ajudou-a até à morte, causada pelo vírus da SIDA, em 1986. Anos mais tarde, Angelina Jolie ganharia um Globo de Ouro ao interpretar esta modelo no telefilme “Gia”, em que Scavullo foi representado pelo actor Edmund Genest.
No cinema, Francesco apareceu a interpretar-se a si próprio no filme “Lipstick” (1976), fotografando a então top model americana e principal actriz do filme, Margaux Hemingway.
Foi um fotógrafo que influenciou dezenas de seguidores, admiradores do seu trabalho e do seu estilo, especialmente dos seus retratos. Francesco Scavullo morreu de insuficiência cardíaca, dez dias antes de completar 83 anos, quando estava a caminho de uma sessão de fotos com o animador da CNN, o jornalista Anderson Cooper.
Homossexual, viveu de 1972 até à sua morte, em companhia do produtor de moda Sean M. Byrne, que iniciara a carreira como seu assistente.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

5 DE JANEIRO - MOMOFUKU ANDO

EFEMÉRIDEMomofuku Ando, empresário japonês, de seu nome original Gô Peh-hok, fundador/presidente da Nissin Food Products e inventor das massas instantâneas, morreu em Ikeda, no dia 5 de Janeiro de 2007. Nascera em Chiavi, na província de Taïwan (que fazia então parte do Império do Japão), em 5 de Março de 1910.
Órfão, cresceu ma cidade de Tainan na companhia dos seus avós, que tinham um pequeno armazém de têxteis. Aos 22 anos, inspirado no exemplo dos avós, abriu a sua própria empresa têxtil em Eirakuchô (Taipei).  
Depois da Segunda Guerra Mundial, tornou-se oficialmente cidadão japonês. Inscreveu-se na Universidade Ritsumeikan e, simultaneamente, com o dinheiro da sua herança, fundou uma pequena empresa familiar.  
Em 1948, foi condenado por fraude fiscal e esteve dois anos na prisão. Momofuku declarou ter fornecido bolsas de estudo a outros estudantes da sua universidade, o que era considerado na época um modo de fugir aos impostos. A sua empresa faliu, mas ele abriria uma nova que se tornou na Nissin Foods, sediada em Ikeda. Paras começar, produzia apenas sal.
Ao sair da guerra, o Japão lutava com falta de víveres. O Ministério da Saúde tentava encorajar a população a comer pão, feito de farinha de trigo fornecida pelos Estados Unidos.  
Momofuku Ando perguntou porque razão o Estado recomendava o consumo de pão, quando os japoneses estavam mais habituados às massas. O Ministério respondeu que os fabricantes de massas eram empresas pequenas e instáveis para satisfazer as necessidades da população. Ando decidiu então desenvolver ele próprio a produção de massas.
Em Agosto de 1958, com 48 anos, depois de meses de tentativas e falhanços, Momofuku anunciou que, finalmente, aperfeiçoara o seu método de “cozedura relâmpago” que levou à invenção do macarrão instantâneo. No começo, a sua invenção foi considerada uma alimentação de luxo, devido ao preço.
Em 1964, para promover esta indústria, fundou a Instant Food Industry Association, que fixava as normas para uma competição leal entre as empresas do ramo. Passou também a ser indicada nas embalagens a data da produção de cada produto.
Momofuku começou a vender “Cup Noodles” (massas em taça) em Setembro de 1971. Graças à baixa de preços, o negócio prosperou, sendo vendidas quantidades astronómicas já neste século. Bastava acrescentar água quente e a refeição estava pronta a comer.
Momofuku Ando recebeu várias condecorações prestigiosas do governo e do imperador japonês, entre as quais a Ordem do Sol Nascente 2ª classe (2002), que é a segunda condecoração mais importante atribuível a um civil japonês.
Morreu aos 96 anos, em consequência de um ataque cardíaco. Era casado e tinha três filhos. Dizia que a sua longevidade se ficava a dever à prática de golfe e ao consumo diário das suas famosas massas (chikin râmen).

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

4 DE JANEIRO - JAMES BOND

EFEMÉRIDEJames Bond, ornitólogo norte-americano, conhecido não só pelo seu trabalho mas também por ter inspirado o nome do espião James Bond criado por Ian Fleming, nasceu na Filadélfia em 4 de Janeiro de 1900. Morreu na mesma cidade em 14 de Fevereiro de 1989.
O seu interesse pela história natural nasceu por ter acompanhado uma expedição que o pai realizou em 1911 ao delta do Orinoco. Começou então a coleccionar borboletas. Estudou na St. Paul's School em Concord, Nova Hampshire, mas – depois da morte da mãe – mudou-se com o par para Inglaterra (1914).
Estudou na Escola Harrow e, mais tarde, ingressou na Faculdade Trinity em Cambridge, onde se formou em 1922.
Após obter o bacharelato, voltou para aos Estados Unidos e empregou-se numa firma bancária durante três anos. O seu interesse pela história natural fez com que pedisse a demissão do emprego para se juntar a uma expedição de seis meses à Amazónia, organizada pela Academy of Natural Sciences. Trabalhou como ornitólogo nesta organização, na Filadélfia, ascendendo a curador de ornitologia, cargo que ocupou até 1974.
Especializou-se em pássaros das Caraíbas e escreveu um livro sobre o assunto (“A Field Guide to the Birds of the West Indies”), publicado em 1936 e reeditado onze vezes até 1993.
James recebeu a Medalha Musgrave do Instituto da Jamaica em 1953, a Medalha Brewster da American Ornithologists' Union em 1954 e o Prémio Leidy da Academy of Natural Sciences em 1975.
Faleceu aos 89 anos no Hospital Chestnut Hill, na Filadélfia, sendo sepultado no jardim da Igreja do Messias em Gwynedd Valley, na Pensilvânia.
O escritor Ian Fleming, que era um entusiasta da observação de aves, conhecia o livro de James e escolheu o seu nome para ser o herói de “Casino Royale”, em 1953. Fleming escreveu à esposa de James dizendo: «Ocorreu-me que esse nome breve, não romântico, anglo-saxónico e muito masculino era exactamente o que eu precisava e foi assim que nasceu um segundo James Bond...». Também contactou o James Bond real para lhe falar sobre o uso do seu nome no personagem e ele concordou. Em 1964, Ian ofereceu a James a primeira edição de “You Only Live Twice”, livro dedicado «ao verdadeiro James Bond pelo ladrão da sua identidade». Em Dezembro de 2008, este exemplar foi leiloado por 84 000 dólares.

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