quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

31 DE JANEIRO - BACIRO DJÁ

EFEMÉRIDE - Baciro Djá, político da Guiné-Bissau, presidente do Frente Patriótica de Salvação Nacional, nasceu na Guiné-Bissau em 31 de Janeiro de 1973.

Foi ministro da Defesa do governo de Carlos Gomes Júnior e, depois, ministro da Presidência do Conselho de Ministros, ministro dos Assuntos Parlamentares e porta-voz do governo de Domingos Simões Pereira, sucedendo a este como primeiro-ministro em 20 de Agosto de 2015.

A sua nomeação foi, porém, denunciada pelo PAIGC como «golpe de estado constitucional».

Em 7 de Setembro de 2015, formou o seu governo, que tomou posse no mesmo dia perante a Assembleia Nacional Popular.

Entretanto, demitiu-se dois dias depois, na sequência da invalidação pelo Supremo Tribunal da sua nomeação.

Em 2018, fundou o Frente Patriótica de Salvação Nacional.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

30 DE JANEIRO - OLIVIA COLMAN

EFEMÉRIDE - Olivia Colman, de seu nome completo Sarah Caroline Olivia Sinclair, premiada actriz britânica, nasceu em Norwich no dia 30 de Janeiro de 1974.

Ao longo da sua carreira, recebeu diversos prémios, entre eles, um Oscar, dois Emmys, quatro BAFTA, três Globos de Ouro e dois SAG Award.

Formada pela Escola de Teatro Bristol Old Vic, Colman fez a sua estreia como actriz na sitcom “Peep Show” do Channel 4 (2003/2015).

Os seus outros papéis na TV incluem “Green Wing” (2004/2006), “That Mitchell and Webb Look” (2006/2008), “Beautiful People” (2008/2009), “O Reverendo” (2010/2014), “Flowers” (2016/2018) e “Fleabag” (2016/2019).

Colman recebeu o BAFTA TV Award de Melhor Actriz em Comédia pelo seu papel no programa “Twenty Twelve” (2011/2012) e de Melhor Actriz coadjuvante pela série “Acusado” (2012).

Ela recebeu a aclamação da crítica e do público pelo seu desempenho na série de drama policial da ITVBroadchurch” (2013/2017), que lhe rendeu o prémio de Melhor Actriz da Academia Britânica de Televisão. Também participou na mini-série “O Gerente Noturno de Susanne Bier”, pelo qual ganhou o Globo de Ouro de Melhor Actriz coadjuvante em televisão.

Entre 2019 e 2020, interpretou a rainha Elizabeth II na série da Netflix, “The Crown”, ganhando um Globo de Ouro de Melhor Actriz em série dramática e um Emmy Award.

No cinema, os papéis de Colman incluem “Chumbo Grosso” (2007), “A Dama de Ferro” (2011), “Um Final de Semana em Hyde Park” (2012), “O Lagosta” (2015) e “Assassinato no Expresso do Oriente” (2017), com destaque para “Tiranossauro” (2011), “A Favorita” (2018) e “The Father” (2020). A sua interpretação de Ana da Grã-Bretanha em “A Favorita” deu-lhe o Oscar de Melhor Actriz.

Colman é filha de Mary Leakey, uma enfermeira, e de Keith Colman, um auditor oficial. Frequentou as escolas Norwich High School for Girls e Gresham’s School. Mais tarde, frequentou a Universidade de Cambridge, onde estudou Educação Primária durante um semestre. Enquanto esteve em Cambridge, fez parte do famoso grupo de teatro Footlights.

Olivia Colman mudou de curso depois de passar apenas um semestre em Cambridge e foi estudar Representação na Bristol Old Vic Theatre School, tendo concluído os estudos em 1999.

Colman é casada com Ed Sinclair, um actor e escritor que conheceu na Universidade de Cambridge. Os dois são casados desde 2001 e têm três filhos.

Colman ganhou notoriedade graças ao seu papel de Sophie Chapman na série de comédia “Peep Show” (2003/2015). A actriz conheceu os criadores da série, David Mitchell e Robert Webb, nas audições para o grupo de teatro Footlights enquanto estudava na Universidade de Cambridge e trabalhou com eles em vários projectos, incluindo nas séries de comédia “The Mitchell and Webb Situation” (2001) e “That Mitchell and Webb Look” (2006/2008).

Grande parte da carreira de Colman passou por séries de comédia britânicas como “Green Wing” (2004/2006), “Beautiful People” (2008/2009), “Rev.” (2010/2014) e “Twenty Twelve” (2011/2012), esta última valeu-lhe um prémio BAFTA na categoria de Melhor Desempenho Feminino num Programa de Comédia em 2013. No mesmo ano, venceu ainda o BAFTA de Melhor Actriz coadjuvante pela sua participação na série dramática “Accused”.

Em 2014, Colman venceu mais um prémio BAFTA, desta vez na categoria de Melhor Actriz, pelo seu trabalho na série “Broadchurch”, que estreou em 2013. Este papel valeu-lhe ainda uma nomeação na mesma categoria nos prémios Emmy Internacional.

Colman venceu o seu primeiro Globo de Ouro em 2017, pelo seu trabalho na série “The Night Manager”.

Olivia Colman recebeu elogios interpretando personagens em filmes dramáticos como Hannah em “Tyrannosaur” (2011), Carol Thatcher em “A Dama de Ferro” (2011), Isabel Bowes-Lyon em “Um Final de Semana em Hyde Park” (2012) e Bethan em “Locke” (2013).

Em 2017, foi anunciado que substituiria a actriz Claire Foy no papel de Rainha Isabel II na terceira temporada da série “The Crown”.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

29 DE JANEIRO - ANA RUTE

EFEMÉRIDE - Ana Rute Santos Marques Rodrigues, futebolista portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 29 de Janeiro de 1998.

Actua como meio-campista, no Campeonato Nacional Feminino e na Selecção Nacional.

É jogadora do SC de Braga.

Ana Rute estreou-se por Portugal frente a Israel.

Em 30 de Maio de 2023, foi incluída na selecção de 23 jogadoras para a Copa do Mundo Feminina da FIFA 2023.

domingo, 28 de janeiro de 2024

28 DE JANEIRO - MIGUEL BARNET

EFEMÉRIDE - Miguel Barnet Lanza, poeta, narrador, ensaísta, etnólogo e político cubano, nasceu em Havana no dia 28 de Janeiro de 1940.

E presidente da União de Escritores e Artistas de Cuba (2007) e da Fundação Fernando Ortiz. É também membro do Comité Central do Partido Comunista de Cuba, deputado à Assembleia Nacional e membro do Conselho de Estado.

Conhecido pela sua novela-testemunho “Biografia de um cimarrón” (1966), é um dos escritores cubanos de maior sucesso internacional e a sua obra está traduzida em várias línguas. Em 1994, obteve o Prémio Nacional de Literatura de Cuba.

Desde muito jovem, vinculou-se a figuras cimeiras da etnologia cubana, como Argeliers León e Isaac Barreal. Colaborou com Alejo Carpentier na Imprensa Nacional de Cuba e com Nicolás Guillén na União Nacional de Escritores e Artistas de Cuba, instituição da qual foi fundador e vice-presidente por eleição. É formado pelo Primeiro Seminário de Etnologia e Folclore criado pelo etnólogo e musicólogo Argeliers León em 1960.

Com 21 anos de idade, fez parte do grupo fundador da Academia de Ciências de Cuba e integrou a primeira equipa de trabalho do seu recém-criado Instituto de Etnologia e Folclore. Durante os sete anos em que laborou como investigador cientista desta instituição, recebeu diversos cursos nestas matérias, dados por professores cubanos e estrangeiros, e obteve altas qualificações. Especializou-se na investigação etnológica e em aspectos da transculturación das religiões de origem africana em Cuba e nas Caraíbas.

Além de ser um activo promotor cultural em Cuba, é um profundo conhecedor da música cubana, sobre a qual tem escrito e dado conferências ilustradas com artistas cubanos de calibre internacional. Foi bolseiro do Sistema de Bolsas Académicas da Alemanha (DAAD) e da Bolsa Guggenheim dos Estados Unidos.

Em 1995, criou-se por sua sugestão, e com o apoio do Ministério de Cultura de Cuba, a Fundação Fernando Ortiz, instituição cultural cubana de carácter público e civil, não governamental, da qual é presidente.

Em 1996, foi designado, pela Unesco e pelo Ministério de Relações Exteriores de Cuba, membro do Conselho Executivo da dita organização. Nesse mesmo ano, recebeu o título de Mestre em História Contemporânea, outorgado pela Universidade de Havana, e em Fevereiro de 1997, sob proposta da mencionada instituição de altos estudos, a Comissão Nacional Cubana de Graus Científicos outorgou-lhe o título de Doutor em Ciências Históricas.

Em Maio de 1997, a Cátedra Extraordinária de Nossa América, da Faculdade de Ciências Antropológicas da Universidade Autónoma de Yucatán, em Mérida, México, nomeou-o membro do seu Conselho Honorário, em representação da República de Cuba no âmbito académico americanista.

Dirige desde 1999 a revista cubana de antropologia “Catauro”.

Em 2006, recebeu o Prémio Juan Rulfo na categoria Conto pelo seu relato Fátima ou o parque da fraternidade”, que relata a vida de um travesti de Havana. Em 2012, publicou-se a tradução em inglês (“Fátima, Queen of the Night”) na prestigiosa revista norte-americana “World Literature Today”.

É fundador da UNEAC e seu actual presidente. É vice-presidente do Comité Científico Internacional do Programa Rota do Escravo.

sábado, 27 de janeiro de 2024

27 DE JANEIRO - SUHARTO

EFEMÉRIDE - Hadji Mohamed Suharto, ou simplesmente Suharto, político e militar indonésio, morreu em Jacarta no dia 27 de Janeiro de 2008. Nascera em Kemusuk, Yogyakarta, em 8 de Junho de 1921.

Foi presidente da Indonésia, mantendo-se no cargo durante 31 anos, desde o derrube do presidente Sukarno, em 1967, até à sua renúncia, em 1998.

Ele foi amplamente considerado por observadores estrangeiros como um ditador. Contudo, o legado do seu governo, marcado por corrupção e progressos, continua controverso até aos dias actuais.

Suharto nasceu numa pequena vila chamada Kemusuk, em Java, na cidade de Yogyakarta, durante a dominação colonial holandesa, crescendo numa família empobrecida. Os seus pais, que eram javaneses muçulmanos, divorciaram-se logo após o nascimento dele, o que o forçou a viver em lares adoptivos durante toda a sua infância.

Durante a ocupação japonesa da Indonésia, Suharto serviu num grupo de segurança indonésio criado pelos japoneses. Durante a luta pela independência, juntou-se ao recém-formado exército indonésio. Suharto foi subindo nas patentes e após a independência, foi promovido a major-general.

Entre 30 de Setembro e 1 de Outubro de 1965, ocorreu uma tentativa de golpe de estado na Indonésia, que foi detida por tropas lideradas por Suharto. De acordo com a liderança das forças armadas, o golpe foi orquestrado pelo Partido Comunista.

Entre 1965 e 1966, o exército realizou uma série de expurgos contra os comunistas e, no final, o presidente Sukarno foi forçado a deixar o poder, com o general Suharto assumindo a presidência.

Ele foi formalmente apontado como chefe de estado interino em 1967 e eleito presidente oficialmente no ano seguinte. Ele então montou uma campanha social chamada «de-Sukarnoização» para tentar reduzir a influência do seu antecessor.

Nos primeiros anos no poder, o governo de Suharto gozou de apoio popular e da lealdade das forças armadas, permitindo a ele implementar o que chamou de “Nova Ordem”.

Até à década de 1990, o seu regime foi marcado por acentuado autoritarismo, repressão política e corrupção desenfreada que, lentamente, começou a minar a sua base de apoio.

Em meados dos anos 1990, a sua situação ficou insustentável, especialmente após a crise financeira asiática de 1997, que levou a uma série de protestos e instabilidade.

Sem alternativa, Suharto anunciou, em Maio de 1998, que renunciava à presidência. Ele faleceu dez anos depois, em 2008, de falência múltipla dos órgãos e teve um funeral de Estado.

Sob a sua administração, Suharto construiu um governo forte, centralizado e dominado por militares. A capacidade de manter a estabilidade numa Indonésia ampla e diversa, além da sua postura declaradamente anticomunista, conquistou o apoio económico e diplomático do Ocidente durante a Guerra Fria. Num dos eventos mais marcantes da sua ditadura, Suharto ordenou a brutal invasão do Timor-Leste, em 1975, na qual morreram, segundo grupos de direitos humanos, cerca de 200 mil timorenses. Durante boa parte da sua presidência, a economia da Indonésia melhorou significativamente, com o país sendo industrializado e a qualidade de vida em ascensão, puxado principalmente por melhorias nos níveis de educação.

Planos para conceder o status de Herói Nacional a Suharto estão a ser considerados pelo governo indonésio e têm sido debatidos vigorosamente no país.

De acordo com a organização Transparência Internacional, Suharto foi um dos líderes mais corruptos da era moderna, tendo desviado e assumido ilegalmente uma fortuna avaliada entre US$ 15/35 bilhões de dólares.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

26 DE JANEIRO - THEOPHANIS LAMBOUKAS

EFEMÉRIDE - Theophanis Lamboukas, também conhecido pelo nome artístico de Théo Sarapo, cantor francês e último marido de Edith Piaf, nasceu em Paris no dia 26 de Janeiro de 1936. Morreu em Limoges, em 28 de Agosto de 1970.

Sarapo foi inicialmente um cabeleireiro, tendo mais tarde abraçado a carreira de actor e cantor. Apresentado por Claude Figus a Edith Piaf, casou com ela aos 26 anos, enquanto Edith tinha 46 anos e a saúde já fortemente debilitada (viria a morrer um ano e um dia depois, em 10 de Outubro de 1963).

Ainda em 1962, Sarapo e Piaf obtiveram um enorme sucesso com a canção “À quoi ça sert l’amour?”. O seu casamento com Piaf também permitiu à sua irmã, Christie Laume, lançar-se no mundo da canção.

Após a morte de Piaf, Sarapo herdou cerca de 7 milhões de francos de dívidas, o que levou ao despejo do apartamento que ambos partilharam no Boulevard Lannes em Paris.

Quando começou a cantar com Piaf, Sarapo possuía uma voz muito anasalada. Nos anos seguintes melhorou-a, passando a ter uma voz bastante aveludada. Após a morte de Piaf, Sarapo ainda obteve grandes êxitos com as canções “La maison que ne chante plus” e “Le Jour viendrá” e outras mais modestas com “La ronde” e “Nous n’etions pas pareils”.

Sarapo era um actor e o seu filme mais conhecido foi “Judex” de Georges Franju, que estava a ser rodado quando Edith Piaf faleceu.

Nunca se libertou da fama de se ter aproveitado da influência de Edith Piaf, quando esta estava débil e doente terminal. Sarapo faleceu num acidente de automóvel, em Agosto de 1970.

Está sepultado ao lado de Edith, no cemitério do Père Lachaise em Paris

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

25 DE JANEIRO - PAUL-HENRI SPAAK

EFEMÉRIDE - Paul-Henri Spaak, político belga, nasceu em Schaerbeek no dia 25 de Janeiro de 1899. Morreu em Braine-l’Alleud, em 31 de Julho de 1972.

Ocupou o lugar de primeiro-ministro da Bélgica. Foi o primeiro presidente do Parlamento Europeu. Junto com Robert Schuman, Alcide De Gasperi e Konrad Adenauer, foi um líder na formação das instituições que evoluíram para a União Europeia.

Membro da influente família Spaak, serviu brevemente na Primeira Guerra Mundial antes de ser capturado e ganhou destaque após a guerra como jogador de ténis e advogado, tornando-se famoso pela defesa de alto perfil de um estudante italiano acusado de tentar assassinar o príncipe herdeiro de Itália em 1929.

Socialista convicto, Spaak entrou na política em 1932, pelo Partido dos Trabalhadores Belga (mais tarde, Partido Socialista Belga) e ganhou a sua primeira pasta ministerial no governo de Paul Van Zeeland em 1935.

Tornou-se primeiro-ministro da Bélgica em 1938 e ocupou o cargo até 1939.

Durante a Segunda Guerra Mundial, actuou como ministro das Relações Exteriores no governo belga no exílio sob Hubert Pierlot, onde negociou a fundação da União Aduaneira do Benelux com os governos da Holanda e Luxemburgo.

Após a guerra, recuperou duas vezes o cargo de primeiro-ministro, primeiro por menos de um mês, em Março de 1946, e novamente entre 1947 e 1949. Ocupou várias outras pastas ministeriais belgas até 1966. Foi ministro das Relações Exteriores da Bélgica durante 18 anos, entre 1939 e 1966.

Spaak, um defensor convicto do multilateralismo, tornou-se internacionalmente famoso pelo seu apoio à cooperação internacional.

Em 1945, foi escolhido para presidir à primeira sessão da Assembleia Geral das novas Nações Unidas. Defensor de longa data da integração europeia, Spaak foi um dos primeiros defensores da união aduaneira e negociou o acordo do Benelux em 1944.

Foi o primeiro presidente da Assembleia Consultiva do Conselho da Europa entre 1949 e 1950 e tornou-se o primeiro presidente da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) entre 1952 e 1954.

Em 1955, foi nomeado para o chamado Comité Spaak que estudava a possibilidade de um mercado comum na Europa e desempenhou um papel influente na preparação do Tratado de Roma de 1957, que instituiu a Comunidade Económica Europeia (CEE). Recebeu o Prémio Carlos Magno no mesmo ano.

Entre 1957 e 1961, serviu como segundo secretário-geral da NATO.

Aposentando-se da política belga em 1966, Spaak faleceu em 1972. Ele continua a ser uma figura influente na política europeia e o seu nome foi dado, entre outras coisas, a uma fundação de caridade, a um dos edifícios do Parlamento Europeu e a um método de negociação.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

24 DE JANEIRO - ARMÉNIO VIEIRA

EFEMÉRIDE - Arménio Adroaldo Vieira e Silva, jornalista e escritor de língua portuguesa cabo-verdiano, nasceu na Praia, Santiago, em 24 de Janeiro de 1941.

Elemento activo da geração de 1960, colaborou em “SELÓ - folha dos novíssimos”, “Boletim de Cabo Verde”, revista “Vértice” (Coimbra), “Raízes”, “Ponto & Vírgula”, “Fragmentos” e “Sopinha de Alfabeto”, entre outras publicações. Foi ainda redactor do extinto jornal “Voz di Povo”.

Em 1981, lançou o livro “Poemas”.

Foi o primeiro cabo-verdiano, em 2009, a vencer o Prémio Camões.

Em Junho de 2013, publicou “O Brumárioe “Derivações do Brumário”. Iniciou uma série com «versos livres, notas poéticas e miscelâneas».

Em 2021, pela primeira vez, um livro seu foi publicado no Brasil por uma editora local. O livro, intitulado “Safras de um Triste Outono”, foi semifinalista do Prémio Oceanos do ano seguinte.

Em 2023, tornou-se um dos jurados internacionais do Prémio Internacional Pena de Ouro.

Três poemas seus (“Lisboa - 1971”, “Quiproquo” e “Ser tigre”), encontram-se no CD “Poesia de Cabo Verde”.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

23 DE JANEIRO - GUIDA MARIA

EFEMÉRIDE Guida Maria, actriz portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 23 de Janeiro de 1950. Morreu na mesma cidade em 2 de Janeiro de 2018.

Teve uma carreira com cerca de seis décadas, principalmente no teatro, mas também com passagem pelo cinema e televisão, tendo ficado conhecida principalmente pela peça “Monólogos da Vagina”. Eras filha do actor Luís Cerqueira.

Fez a sua formação teatral na Escola de Teatro do Conservatório Nacional, tendo ao mesmo tempo participado em peças de Vasco Morgado. Foi igualmente bolseira na American Academy of Dramatic Arts de Nova Iorque durante uma pausa da carreira, na década de 1980, e participou em vários workshops no Actors Studio.

A sua carreira artística incluiu televisão, cinema e teatro, tendo sido nesta modalidade que se destacou, com participação em cerca de quarenta peças.

Estreou-se em 1957, com sete anos, na peça “Fogo de Vista”, de Amílcar Ramada Curto. Aos dez anos, fez parte da peça A sapateira prodigiosa”, levada à cena pela companhia de teatro Rey Colaço-Robles Monteiro, e onde também participou Eunice Muñoz. O seu primeiro sucesso aconteceu com a peça O Milagre de Anne Sullivan”, encenada por Luís de Sttau Monteiro.

No cinema, salienta-se “Promessa” (1972), de António de Macedo, baseado numa peça de Bernardo Santareno, tendo protagonizado o primeiro nu integral no cinema nacional. Este filme passou por vários festivais de cinema, incluído o de Cannes, e foi premiado no Festival de Belgrado e CartagenaNo cineasta, participou ainda em “O Princípio da Sabedoria” (1975) e “A Bicha de Sete Cabeças” (1978).

Foi, a partir de 1978 até à sua extinção (em 1998), actriz da Companhia Residente do Teatro Nacional D. Maria II, tendo aí representado, em peças como “Auto da Geração Humana”, “O Alfageme de Santarém”, As Alegres Comadres de Windsor”, “A Bisbilhoteira”, “A Casa de Bernarda Alba”, “Romance de Lobos”, “Bodas de Fígaro”, Slag, Maria Stuart”, ou “O Leque de Lady Windermere”.

Começou a fazer televisão com a série “Uma Cidade Como a Nossa” (1981). Participou no especial da série brasileira “O Bem Amado”, da TV Globo, gravado em Lisboa. Participou nas películas “O Barão de Altamira” (1986), de Artur Semedo, “O Vestido Cor de Fogo” (1986), de Lauro António, Os Emissários de Khalom” (1988) e “Serenidade” (1989) de Rosa Coutinho Cabral.

Na televisão, participou em séries e novelas como “Cobardias” (1987), “Passerelle” (1988), “A Grande Mentira” (1990), “Quem Manda Sou Eu” (1991), a aclamada telenovela Na Paz dos Anjos” (1994), “Nico D'Obra” (1993), “Nós os Ricos” (1996), “Super Pai”, “Olhos de Água”, “Tudo por Amor”, “Morangos com Açúcar”, “Bem-Vindos a Beirais”, “A Única Mulher”, “Filhos do Vento” (1996) e “Esquadra de Polícia” (1998).

Participou no filme “No Dia dos Meus Anos” (1992), de João Botelho. Salienta-se ainda o seu monólogo na peça Shirley Valentine”, exibida na Sala Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II, em Janeiro de 1996. Outros monólogos seus que se destacaram foram os das peças “Andy & Melissa” (2001), “Zelda” (2004), “Stôra Margarida” (2006) e “Sexo? Sim, mas com orgasmo” (2010).

Participou nas séries da RTP “Não és Homem não és Nada” (1999), “O Crime...” (2001) e nas novelas da TVI “Olhos de Água” (2001), “Tudo por Amor” (2002) e “Baía das Mulheres” (2004).

Em 2006, interpretou no teatro a peça Stôra Margarida”, de Roberto Athayde, no Casino Estoril. A partir de certa altura, a actriz começou a aparecer com menos regularidade (no Teatro, Televisão e Cinema) devido à falta de convites para trabalhar.

Em 1997, representou com grande sucesso na peça Casa de nha Bernarda” no Centro Cultural Português do Mindelo, uma adaptação da obra “A Casa de Bernarda Alba”, de García Lorca, que teve igualmente grande êxito.

Estreou Os Monólogos da Vagina”, de Eve Ensler, no Teatro Auditório do Casino Estoril, em 20 de Outubro de 2000. De forma a organizar a peça, Guida Maria teve de enfrentar várias dificuldades, incluindo de ordem financeira, e um teatro que estivesse disponível. Segundo a actriz, a administração do Estoril Sol também esteve inicialmente contra a organização da peça no seu nome original, tendo depois dado autorização para avançar.

Apesar de ter sido um fracasso no dia da estreia, acabou por ser depois um grande sucesso, tendo a peça ficado vários meses em cena, com diversas reposições, apesar de ter sofrido os efeitos do clima de insegurança gerado após os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001. Para o sucesso da peça contribuiu decisivamente a cobertura por parte da comunicação social, que publicou vários artigos sobre a mesma.

Posteriormente, lançou a peça “Zelda”, que também financiou, e que foi novamente um fracasso, por estar a decorrer naquele momento o Campeonato Europeu de Futebol de 2004 em Portugal.

Finalmente, apresentou a peça “Stôra Margarida” no Teatro do Casino do Estoril, que também falhou, apesar de ter tido um grande sucesso originalmente no Brasil.

Em 2009, foi editada a biografia “Guida Maria - Uma vida”, da autoria de Rui Costa Pinto.

Em 2017, interpretou no Auditório da Biblioteca do Espaço Cultural Cinema Europa a peça “Os Malefícios do Tabaco”, um monólogo escrito por Anton Tchekhov com encenação de Paulo Ferreira, produzido pela Junta de Freguesia de Campo de Ourique e com o apoio da AMA - Academia Mundo das Artes.

Faleceu em 2018, aos 67 anos, no Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa. Estava internada naquela unidade de saúde devido a um cancro no pâncreas, doença do qual já padecia há vários meses. O velório teve lugar na Basílica da Estrela, tendo o corpo sido inumado no Cemitério dos Prazeres.

Esteve relacionada com o músico Mike Sergeant, tendo o casal tido uma filha, a actriz Julie Sargeant.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

ÉDITH PIAF & THÉO SARAPO - "À Quoi Ça Sert L'amour?" - Subtitulado al Español

22 DE JANEIRO - THOMAS JONES

EFEMÉRIDE - Thomas David Jones, astronauta norte-americano, veterano de quatro missões no espaço, nasceu em Baltimore no dia 22 de Janeiro de 1955.

Formou-se em 1977 na Academia da Força Aérea dos Estados Unidos e obteve o doutoramento em Ciência Planetária na Universidade do Arizona em 1988.

Após a graduação, Jones serviu durante seis anos na força aérea, pilotando bombardeiros estratégicos e fortalezas voadoras B-52, acumulando 2 000 horas de voo em jactos até deixar a carreira em 1983.

Entre 1983 e 1988, trabalhou em pesquisas espaciais na Universidade do Arizona e, de 1989 a 1990, no departamento de desenvolvimento e engenharia da CIA.

Seleccionado para a NASA em Janeiro de 1990, Jones tornou-se astronauta em 1991.

O seu primeiro voo ao espaço foi em Abril de 1994, na STS-59 da nave Endeavour (a bordo da qual realizou as suas duas primeiras missões espaciais). Em Outubro do mesmo ano, foi novamente ao espaço como comandante de carga na missão STS-68.

Em Novembro de 1996, participou na STS-80 Columbia, que colocou em órbita dois satélites e onde operou o braço robótico Canadarm para colocar um deles na órbita certa no espaço.

A sua última missão foi na nave Atlantis, STS-98, em Fevereiro de 2001, que instalou o módulo Unity na estrutura da Estação Espacial Internacional.

Nas suas quatro missões, Jones acumulou um total de 53 dias no espaço, incluindo 19 horas de caminhadas espaciais.

domingo, 21 de janeiro de 2024

21 DE JANEIRO - CECIL B. DEMILLE

EFEMÉRIDE - Cecil Blount DeMille, cineasta norte-americano, um dos 36 fundadores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, morreu em Los Angeles no dia 21 de Janeiro de 1959. Nascera em Ashfield, Massachussets, em 12 de Agosto de 1881. 

Nasceu numa família ligada às artes, o pai foi professor, actor e dramaturgo, enquanto a mãe, também professora, ensinava inglês na Brooklyn Academy Lockwood.

Cecil decidiu estudar Artes Dramáticas em Nova Iorque, para onde a família se mudou depois de Cecil passar pela Escola Militar da Pensilvânia e ser rejeitado como um soldado para lutar na guerra contra Espanha.

Em 1900, conseguiu fazer alguns shows da Broadway actuando pela companhia teatral de Mary Pickford, com a ajuda de director de teatro David Belasco, amigo do seu pai.

Neste período, casou com a actriz Constance Adams, e dedicou-se a produzir e dirigir algumas obras teatrais, além de trabalhar com o seu irmão William, o que o ajudou a conseguir suficiente experiência no teatro (encenação, direcção de actores e show business em geral).

Entre 1913 e 1956, fez numerosas produções, entre filmes mudos e sonoros. Ele é reconhecido como um dos fundadores da indústria cinematográfica de Hollywood, o produtor-director mais bem-sucedido comercialmente na história do cinema.

Os seus filmes mais populares são: “The King Of Kings” (a sua biografia de Jesus Cristo foi aclamada pela sua sensibilidade. Embora fosse um filme mudo, que circulou em 16 milímetros, causou impressões por mais de meio século depois de seu lançamento, atingiu mais de 800 milhões de espectadores; rendeu-lhe a Grã-Cruz da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, a qual lhe foi conferida pelo Papa Pio XI), “The Ten Commandments”, “Cleopatra”, “Samson and Delilah”, “The Greatest Show on Earth” (pelo qual ganhou o Oscar de Melhor filme) e a segunda versão de “Os Dez Mandamentos”, o sétimo filme de maior bilheteria de todos os tempos, o primeiro na lista baseada na Bíblia, tornando-se o maior êxito comercial da sua carreira e da história da Paramount (43 milhões de dólares arrecadados só no mercado norte-americano).

Nas primeiras horas de 21 de Janeiro de 1959, DeMille faleceu de insuficiência cardíaca.

Recebeu uma nomeação para o Oscar, na categoria de Melhor Director, com “O Maior Espectáculo da Terra” (1952).

Recebeu ainda outra nomeação para os Oscars, na categoria de Melhor Filme, com “Os Dez Mandamentos” (1956).

Ganhou um Oscar honorário em 1950, concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, como reconhecimento aos seus 37 anos de carreira.

sábado, 20 de janeiro de 2024

20 DE JANEIRO - FERNANDO CABRAL

EFEMÉRIDE - Fernando Cabral, político português, morreu no Porto em 20 de Janeiro de 2008. Nascera na mesma cidade em 22 de Fevereiro de 1928.

Oriundo de uma modesta família da freguesia da Vitória, Fernando Cabral começou a trabalhar muito novo. Iniciou-se como jornalista do “Diário do Norte”, vespertino portuense entretanto extinto, transitando depois para o “Jornal de Notícias”, enquanto cursava Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Concluído o curso, para além de exercer advocacia, foi também dirigente do FC do Porto, chegando a ocupar o cargo de vice-presidente de uma direcção presidida por Afonso Pinto de Magalhães.

Após o 25 de Abril, Fernando Cabral surgiu no núcleo de fundadores do, na época, Partido Popular Democrático (PPD), com Francisco Sá Carneiro. Ocupou vários cargos políticos, nomeadamente o de vice-governador civil do Porto, quando Mário Cal Brandão era governador civil.

Eleito presidente da Câmara Municipal do Porto em 15 de Dezembro de 1985, sucedendo a Paulo Vallad.

Fernando Cabral teve, ao longo de quatro anos, uma actividade também relevante: lançou o programa de eliminação dos bairros de lata que existiam um pouco por todo o município do Porto; foi responsável pela compra do Teatro Rivoli, tornando-o teatro municipal; e esteve ligado ao arranque do projecto da Via de Cintura Interna.

Fernando Cabral encontra-se sepultado em jazigo de família no cemitério de Agramonte.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

19 DE JANEIRO - FRANÇOISE GIROUD

EFEMÉRIDE - Françoise Giroud, jornalista, escritora e política francesa, morreu em Paris no dia 19 de Janeiro de 2003. Nascera Lea France Gourdji, em Lausanne, em 21 de Setembro de 1916.

O seu pseudónimo, Françoise Giroud, é quase um anagrama de Gourdji e foi inventado por Maurice Diamant-Berger, quando ela começou a trabalhar numa estação de rádio, por volta de 1938. Esse pseudónimo foi oficializado quando da publicação do decreto 76860/1976, no “Journal officiel” da República Francesa.

Além de ter sido uma figura de destaque do jornalismo, Giroud destacou-se também na política, tendo sido vice-presidente do Partido Radical-Socialista e da União para a Democracia Francesa (UDF). Foi também secretária de Estado da Condição Feminina do primeiro-ministro Jacques Chirac (de 16 de Julho de 1974 a 24 de Agosto de 1976) e secretária de Estado da Cultura do primeiro-ministro Raymond Barre (de 24 de Agosto de 1976 a 30 de Março de 1977), ambos durante a presidência de Giscard D’Estaing (1974/1981). Como ministra da Cultura, Françoise Giroud inaugurou, em Fevereiro 1977, o Centre Georges Pompidou.

Lea France Gourdji era filha de Salih Gourdji, director da Agence télégraphique ottomane em Genebra, e de Elda Farragi, ambos judeus mizrahim do Império Otomano.

Lea France Gourdji começou a trabalhar aos 14 anos de idade, mas deixou a escola. Após obter um diploma de dactilografia na escola Remington, encontrou emprego numa livraria do boulevard Raspail, em Paris, em Maio de 1931.

Graças às relações de amizade da sua família com Marc Allégret, este apresentou Françoise Giroud ao escritor André Gide, que a empregou como secretária durante algum tempo. Ela começou então uma nova carreira cinematográfica, em Paris.

Desde 1935, o nome de “France Gourdji” aparece no filme “Baccara” de Yves Mirande. Em seguida, tornou-se a primeira mulher francesa autora do guião de um filme, o do director Marc Allégret (por quem ela se apaixonou, embora ele tivesse uma relação com André Gide) e de Jean Renoir, do qual se tornou a assistente de direcção a partir de 1937, depois de Jacques Becker, com quem escreveu guiões em parceria, dessa vez assinando o nome Françoise Giroud. Essas diferentes actividades levaram-na a descobrir o seu talento de escritora.

Logo após a guerra, ela foi contratada por Hélène Lazareff como directora da redacção e criação da revista “Elle”, na época uma publicação moderna e feminista. Ela foi sua directora de 1945 a 1953.

Françoise Giroud também colaborou ao mesmo tempo com os jornais “France Dimanche”, “L’Intransigeant” e “France Soir”, escrevendo artigos biográficos. As suas convicções afirmaram-se e revelaram-se através dos seus posicionamentos contra a guerra da Argélia, quando ela fundou a revista “L’Express”, em 1953, com o seu amante Jean-Jacques Servan-Schreiber.

O seu apartamento foi então alvo de um atentado com carga explosiva em 1962. Mas ela continuou dirigindo a revista até 1974, como directora da redacção e, em seguida, enfim como presidente do grupo Express-Union, entre 1970 e 1974.

Além da sua carreira jornalística, Françoise Giroud publicou vários ensaios, como “La Nouvelle Vague, portrait de la jeunesse” en 1958, inventando esta expressão que serviu para qualificar, ulteriormente, o estilo dos novos cineastas vindos dos “Cahiers du cinema”.

Apesar de ser filiada no Partido radical, cujo programa prometia a modernização social, Françoise Giroud apoiou François Mitterrand nas eleições presidenciais de 1974. O candidato Valéry Giscard d’Estaing foi eleito, mas ele nomeou-a, mesmo assim, secretária no gabinete do primeiro ministro, encarregada da Condição feminina. Ela exerceu este cargo entre Julho de 1974 e Agosto de 1976, período durante o qual lançou o programa “Cento e uma medidas” em favor das mulheres (instituição de direitos relativos às mulheres, luta contra as discriminações, abertura das profissões ditas masculinas, etc.).

Em seguida, foi nomeada como secretária da Cultura até Março de 1977, tornando efectivas as decisões tomadas antes de sua nomeação, como a lei sobre a arquitectura de 31 de Janeiro de 1977 e a criação das Direcções regionais das Actividades culturais (DRAC).

Candidata às eleições municipais francesas de 1977 em Paris, a pedido de Valéry Giscard d’Estaing e de Michel d’Ornano, ela esteve no centro de um escândalo: o senador Maurice Bayrou, Compagnon de la Libération (Companheiro da Liberação), fez queixa no tribunal por uso ilegal da Medalha da Resistência. Djenane, irmã de Françoise, que criou e coordenou um dos primeiros movimentos de resistência em Clermont-Ferrand desde 1941, recebera essa medalha após haver sido internada no campo de Ravensbrück. Segundo Christine Ockrent e Laure Adler, uma carta recebida pela mãe delas, teria provado que a medalha havia sido atribuída às duas irmãs, mas que Françoise, que se tinha juntado ao movimento em 1944, não tinha ido buscar a sua·  Em consequência desse escândalo, ela retirou a sua candidatura às eleições parisienses e não foi nomeada novamente para o mesmo cargo no novo governo de Raymond Barre. A sua boa fé, entretanto, acabou por ser reconhecida, e o procurador da República arquivou o processo em 1979.

Françoise Giroud abandona a política em 1979 e, inspirando-se na sua experiência política, escreveu “La Comédie du pouvoir” (“A Comédia do poder”) e, em seguida, “Le Bon Plaisir” (“O Bom Prazer”) em 1983, livro que foi adaptado para o cinema. Esse último livro, publicado pelas edições Mazarine, conta a história de um presidente da República que dissimula a existência de um filho adulterino. No entanto, ela ignorava a existência do filho oculto de François Mitterrand.

Associada a um grupo de intelectuais franceses, entre os quais Bernard-Henri Lévy, Jacques Attali, Philippe Mahrer, Marek Halter, Alfred Kastler este Prémio Nobel de Física, Guy Sorman e Robert Sebbag, bem como a médicos, jornalistas e escritores, ela funda em 1979 a Associação Acção Contra Fome (ACF).

Ela era membro do comité de honra da Associação pelo direito de morrer de maneira digna (ADMD).

Quando Giroud deixou o seu lugar no governo, “L’Express” acabara de ser vendido a James Goldsmith, e Raymond Aron, editorialista da revista, opõe-se à sua reintegração. Ela assina crónicas no “Journal du Dimanche” (JDD), mas foi licenciada por haver criticado o “Paris Match” que traía o segredo de François Mitterrand e Mazarine Pingeot.

Em 1983, Jean Daniel propôs-lhe o cargo de editorialista no “Nouvel Observateur”, revista na qual ela escreveu durante vinte anos crónicas de televisão. Ela produziu igualmente várias emissões de televisão e publicou ensaios, biografias e romances que tiveram sucesso. Ela foi então convidada para membro do júri do prémio Femina em 1992. Ela também fez parte do comité de patrocínio da Coordenação francesa para a Década da cultura da paz e da não-violência.

Em 16 de Janeiro de 2003, ao sair da estreia de uma representação na Opéra-Comique, já enfraquecida por uma primeira queda na semana precedente, escorregou na grande escadaria e cai batendo com a cabeça no chão. No dia seguinte, ainda trabalhou a tarde inteira, com Albina du Boisrouvray, na redacção de um livro de entrevistas. Ao cair da noite, ela entrou em coma, sendo levada ao Hospital Americano de Paris, onde morre no dia 19 de Janeiro, sem ter recobrado a consciência. Foi incinerada em 22 de Janeiro no crematório do cemitério Père-Lachaise. Conforme era sua vontade, a filha, Caroline Eliacheff, dispersou as suas cinzas numa roseira.

Françoise Giroud teve dois filhos: um menino (Alain-Pierre Danis, nascido em Nice em 1941 e falecido em 1972, num acidente de ski, em Tignes, e que era um filho oculto de Elie Nahmias, director de uma empresa petrolífera) e uma menina, Caroline Eliacheff, nascida em Boulogne em 1947, do seu casamento com o produtor de cinema Anatole Eliacheff.

No final dos anos 1950, quando ela esperava um filho de Jean-Jacques Servan-Schreiber, precisou de abortar; em seguida, desenvolveu uma gravidez extra-uterina e foi submetida a uma cirurgia, em consequência da qual, se tornou estéril. Françoise Giroud acreditava que a sua esterilidade teria provocado a separação de Servan-Schreiber, que sempre se negara a divorciar-se da primeira mulher para se casar com ela e que, afinal, deixou Giroud para se casar com uma estagiária de vinte anos, Sabine Becq de Fouquières. Desesperada, Françoise teria enviado cartas anónimas de teor anti-semita ao casal e seus familiares. Entretanto, no seu livro “Histoire d’une femme libre”, publicado postumamente em 2013, ela nega ter enviado tais cartas. O rompimento com Servan-Schreiber também teria motivado Giroud a uma tentativa de suicídio, por ingestão de barbitúricos, em 1960.

Após a tentativa de suicídio, ela iniciou, em 1963, uma nova fase, muito mais séria e intensa, da sua psicanálise, com Jacques Lacan.

Em 1984, a morte do seu último companheiro, o editor Alex Grall, que ela ajudou a morrer dignamente, leva-a novamente à depressão.

Católica por circunstância e ateia por convicção, Françoise Giroud negou o seu judaísmo durante toda a vida, obedecendo à vontade de sua mãe. Ela só revelaria a sua origem ao seu neto Nicolas (nascido do casamento de Caroline Eliacheff com o realizador Robert Hossein), o futuro rabino Aaron Eliacheff, na Primavera de 1988. Ela se explicará sobre este assunto num romance póstumo, “Les Taches du léopard” (Fayard, 2003).

Era condecorada como comendadora da Legião de Honra e commandeur da Ordem Nacional do Mérito.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

18 DE JANEIRO - MARY KEITANY

EFEMÉRIDE - Mary Jepkosgei Keitany, atleta queniana, tricampeã das maratonas de Londres e de Nova Iorque, recordista mundial da meia-maratona e da maratona em provas corridas só por mulheres, nasceu em Kisok no dia 18 de Janeiro de 1982.

Ela também possui os recordes mundiais das 10 milhas, 20 km e 25 km.

Keitany começou a correr na escola primária e, em 2002, juntou-se a um grupo de jovens corredores chamado Hidden Talent Academy.

Em Janeiro de 2006, participou na sua primeira competição adulta, aos 24 anos, ficando na 21ª posição numa corrida de 5 km.

Após conseguir algum sucesso em corridas locais no Quénia, competiu no exterior pela primeira vez, vencendo algumas provas na Europa. Em 2009, venceu uma meia-maratona em Lille, França, fazendo 1h07m00s, uma marca expressiva que a colocou como a sétima mais rápida do mundo nesta distância.

O seu desempenho em Lille fez com que fosse convocada para o Campeonato Mundial da Meia Maratona de 2009 realizado em Birmingham, na Inglaterra, onde conquistou a medalha de ouro com a melhor marca pessoal de 1h06m36s. A sua marca era a segunda melhor do mundo. No mesmo Mundial, ganhou um segundo ouro por equipas.

Keitany estreou-se em maratonas com um terceiro-lugar na Maratona de Nova Iorque de 2010. Em Fevereiro de 2011, continuando o seu domínio na prova menor, bateu o recorde mundial da meia-maratona em Ras Al Khaimah, nos Emirados Árabes (1h05m50s).

Em Abril, ganhou a sua primeira maratona, a Maratona de Londres, com 2h19m19s. No ano seguinte, voltou a Londres para defender o seu título e tornou-se bicampeã da prova, com nova melhor marca pessoal de 2h18m37s, o que a colocou como a terceira mulher mais rápida da maratona na história, suplantada apenas pela britânica Paula Radcliffe e pela russa Liliya Shobukhova.

Com essas credenciais, Keitany chegou aos Jogos de Londres 2012 como favorita à medalha de ouro, ao lado de Shobukhova. Durante toda a prova, ela esteve no pelotão da frente, puxando o ritmo, até aos últimos dois quilómetros quando, para surpresa dos analistas e espectadores, perdeu velocidade, ficou para trás e acabou apenas em quarto lugar, fora do quadro de medalhas.

Depois de se retirar das competições em 2013, devido à gravidez e ao nascimento do seu segundo filho, voltou às maratonas em grande estilo vencendo a Maratona de Nova Iorque em três edições seguidas, em 2014, 2015 e 2016. Ela, entretanto, não foi seleccionada para integrar a equipa queniana na Rio 2016.

Em 2017, Keitany venceu pela terceira vez a Maratona de Londres e conquistou o recorde mundial desta prova corrida só com mulheres, com a marca de 2:17:01, atrás apenas do recorde geral da britânica Paula Radcliffe, obtido em 2003 no mesmo percurso quando a maratona então era disputada com a largada dada ao mesmo tempo para homens e mulheres. A sua marca e o seu recorde nacional queniano foram batidos dois anos depois pela compatriota Brigid Kosgei, que venceu a Maratona de Chicago de 2019 com 2:14:04, um novo recorde queniano e mundial.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

17 DE JANEIRO - LUCILE RANDON

EFEMÉRIDE - Lucile Randon, também conhecida pelo seu nome religioso de Irmã André, supercentenária francesa, morreu em Toulon no dia 17 de Janeiro de 2023. Nascera em Alès, em 11 de Fevereiro de 1904.  

Foi a freira mais velha conhecida e a pessoa mais velha do mundo, desde a morte de Kane Tanaka até à sua morte em 2023.

Cresceu numa família não religiosa, mas converteu-se ao catolicismo, aos 19 anos.

Ainda jovem, trabalhou como governanta. Começou depois a trabalhar num hospital aos 25 anos, cuidando de idosos e crianças órfãs.

Ela juntou-se à ordem de caridade católica “Filhas da Caridade”, em 1944, e tomou o nome de Irmã André em homenagem ao seu irmão falecido.

Em 2009, mudou-se para uma casa de repouso em Toulon, França.

Quando ela completou 115 anos, o Papa Francisco enviou-lhe uma carta pessoal e um rosário abençoado.

Em 16 de Janeiro de 2021, testou positivo para COVID-19 num surto na sua casa de repouso em Toulon, que viu 81 dos 88 moradores infectados com a doença. Não apresentou nenhum sintoma e, em 8 de Fevereiro, poucos dias antes de seu aniversário dos 117 anos, foi relatado que ela tinha conseguido recuperar, tornando-a na pessoa mais velha confirmada a ter sido infectada e a sobreviver ao vírus.

Faleceu em Janeiro de 2023, aos 118 anos de idade.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

16 DE JANEIRO - WILLIAM GROVER-WILLIAMS

EFEMÉRIDE - William Grover-Williams, de seu nome original William Charles Frederick Grover, automobilista francês e participante activo na Resistência Francesa, como membro das Special Operations Executive (SOE) do Reino Unido, condição que o levou à prisão e posterior execução pelas SS alemãs, nasceu em Montrouge, França, no dia16 de Janeiro de 1903. Morreu em Sachsenhausen, Alemanha, em 23 de Março de 1945.

É considerado um herói da Segunda Guerra Mundial.  

Grover-Williams era filho de Frederick Grover e de Hermance Dagan. O pai, inglês, era criador de cavalos. Aos 11 anos de idade, foi enviado para a Inglaterra, onde passou alguns anos vivendo com parentes na região de Hertfordshire.

Depois do fim da Primeira Guerra Mundial, Charles voltou com os seus pais e a família mudou-se para o Mónaco, local em que desenvolveu a sua paixão por automóveis.

Aos 15 anos, obteve licença para conduzir e comprou uma motocicleta Indian, com a qual passou a disputar corridas locais, sem, contudo, revelar tal facto aos pais.

Adoptou o pseudónimo W Williams para continuar a correr de forma anónima. Em 1919, Grover-Williams foi contratado, como motorista particular, pelo pintor irlandês William Orpen. Ao mesmo tempo, desenvolveu uma amizade com a então namorada de Orpen, Yvonne Aupicq. Quando Yvonne se separou de Orpen, passou a namorar Grover-Williams, com quem casou em 1929.

Após alguns anos a disputar corridas de moto, Grover-Williams passou a disputar corridas automobilísticas em França, ao volante de uma Bugatti.

Ainda com o pseudónimo W Williams, disputou o Grand Prix de Provence, em Miramas, e o Rali de Monte Carlo.

Em 1928, obteve a sua primeira vitória importante, no Grande Prémio de França. No ano seguinte, viria um sucesso ainda maior. Sempre ao volante da Bugatti, Grover-Williams repetiu a vitória no Grande Prémio de França e venceu a primeira edição do Grande Prémio do Mónaco, batendo a favorita equipe da Mercedes-Benz do campeão alemão, Rudolf Caracciola. Nesta ocasião, tornou-se o primeiro piloto a utilizar o British Racing Greeen nom seu carro.

Grover-Williams venceu, ainda, o Grande Prémio da Bélgica de 1931 e o Grand Prix de la Baule por três vezes seguidas, em 1931, 1932 e 1933. Obteve, ainda, o 6º lugar no Grande Prémio de França de 1932 e o 9º lugar o Grande Prémio do Mónaco de 1936.

Após a ocupação nazi da França, Grover-Williams foi a Inglaterra para se alistar, como cidadão britânico, numa das divisões do Exército Britânico, conhecida como RASC (Royal Arms Service Corps).

O facto de ser fluente em inglês e francês levou-o a ser recrutado pela Executiva de Operações Especiais, divisão criada pelo primeiro-ministro inglês, Winston Churchill, para facilitar o tráfego de informações nas linhas inimigas, bem como para fomentar os movimentos de resistência ao nazismo, especialmente a Resistência Francesa.

Grover-Williams foi enviado de volta a França e alocado na Secção F da SOE, passando a integrar uma das networks estabelecidas no território francês, mantidas pelo Serviço Secreto Britânico, denominada Chestnut Network.

Grover-Williams foi enviado a Paris, juntamente com outros dois automobilistas, os franceses Robert Benoist e Jean-Pierre Wimille, também integrantes das networks da SOE, para trabalhar na elaboração de células de sabotagem e no desenvolvimento de operações de paraquedistas, voltadas aos preparos do Dia D.

Em 2 de Agosto de 1943, contudo, Grover-Williams foi preso pelas SS, sendo deportado primeiramente para Berlin e, depois, para o campo de concentração de Sachsenhausen.

Finalmente, em 23 de Março de 1945, Grover-Williams foi executado pelo exército alemão.

A história de Grover-Williams foi contada no livro “The Grand Prix Saboteurs”, do jornalista inglês Joe Saward, que retrata, ainda, as histórias de Benoist, que também foi executado pelas tropas alemãs, e Wimille, os pilotos que participaram na Resistência Francesa. O jogo “The Saboteur”, lançado em 2009 pela Eletronic Arts para XBox 360, PlayStation 3 e Microsoft Windows, tem como seu personagem principal, Sean Devlin, baseado em Grover-Williams.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

15 DE JANEIRO - MANUEL FRAGA IRIBARNE

EFEMÉRIDE - Manuel Fraga Iribarne, político espanhol, morreu em Madrid no dia 15 de Janeiro de 2012. Nascera em   Vilalba, em 23 de Novembro de 1922.

Foi presidente da Galiza entre 1990 e 2005, foi ministro da Informação e Turismo (1962/1969) durante a ditadura de Francisco Franco e um nome importante na transição para a democracia e na elaboração da nova constituição do Reino de Espanha e senador às Cortes Gerais eleito pelo Parlamento da Galiza.

Licenciou-se em Direito e em Ciências Políticas e Económicas, e iniciou a actividade política em 1952, como secretário-geral do Instituto de Cultura Hispânica, e ocupou posteriormente vários cargos na área da Educação e da Cultura.

Em 1962, foi nomeado ministro da Informação e Turismo, na época em que a Espanha se tornou num dos principais destinos do turismo mundial.

Em 1973, foi nomeado embaixador de Espanha no Reino Unido, e volta ao seu país dois anos mais tarde para integrar o primeiro Governo da monarquia recém-restaurada, como vice-presidente e responsável pelos Assuntos Internos.

Entre 1977 e 1978, fez parte do grupo que redigiu a Constituição espanhola, os chamados “Padres de la Constitución”, e fundou a Aliança Popular, antecessora do actual Partido Popular (PP), cuja liderança deixou em 1987, quando foi eleito deputado ao Parlamento Europeu.

Desde a transição democrática, Fraga Iribarne apresentou-se a todas as eleições até 1986, tendo sido eleito deputado pela comunidade de Madrid nas legislativas de 1977, 1979, 1982 e 1986.

Em 1989, liderou a lista do Partido Popular às eleições regionais da Galiza, ganhando a maioria absoluta e tornando-se presidente da Junta. O sucesso eleitoral veio a repetir-se nas três eleições seguintes - 1993, 1997 e 2001.

Aos 82 anos, nas eleições regionais galegas de Junho de 2005, perde por um deputado a maioria absoluta (37 deputados do PP, 25 do PSOE e 13 do Bloco Nacionalista Galego) e abandona a presidência da Junta.

Autor de mais de 87 livros em espanhol e dois em galego.

Em 16 de Março de 1964, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal; a 23 de Novembro de 1992 com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo; e em 23 de Agosto de 1996 com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada de Portugal.

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