domingo, 15 de julho de 2007

EFEMÉRIDE - Rembrandt Harmenszoon van Rijn, considerado um dos maiores pintores da história da arte barroca europeia e o maior pintor holandês do século XVII, nasceu em Leiden, no dia 15 de Julho de 1606. Morreu em Amesterdão, em 4 de Outubro de 1669, sendo sepultado anonimamente. Viveu numa época que os historiadores denominam a “Era de Ouro da Holanda”, em que este país atingiu o apogeu na política, na ciência, no comércio e na cultura, sobretudo na pintura.
Bastante jovem, estudou latim e frequentou muito brevemente a Universidade de Leiden, demonstrando desde logo o seu interesse pela pintura. Aprendeu com mestres da época e, em breve, abria ele próprio um estúdio, juntamente com um amigo. Aos 21 anos, começou a ensinar.
Em 1629, relacionou-se com Constantijn Huygens, político e poeta, que lhe abriu as portas da corte, de onde recebeu várias encomendas.
Depois de enviuvar, teve uma filha de uma empregada, o que levou a Igreja Protestante Holandesa a excomungá-lo, por «viver em pecado».
Rembrandt gastava mais do que aquilo que ganhava, comprando obras de arte e raridades, o que o levou à bancarrota em 1656. Teve de vender a maioria das suas obras, a própria casa e a sua máquina de impressão.
Além de cerca de 600 pinturas, Rembrandt deixou para a posteridade 300 gravuras e 2000 desenhos. Realizou uma centena de auto-retratos, o que possibilitou seguir a sua evolução pessoal, tanto física como emocional. Ele “pintou-se” sem contemplações, com todos os seus defeitos e rugas.

sábado, 14 de julho de 2007

EFEMÉRIDE - Léo Ferré, anarquista, poeta, compositor e cantor franco-monegasco, morreu em Castellina in Chianti, em Itália, no dia 14 de Julho de 1993. Nascera no Mónaco, em 24 de Agosto de 1916.
Muito cedo, Léo Ferré começou a demonstrar interesse pela música. Aos sete anos, já integrava um coral religioso no Mónaco, onde aprendeu o solfejo e a harmonia. Aos nove anos, os pais puseram-no num pensionato também religioso, em Itália, onde ele ficaria durante oito anos. Aos dez anos, compôs a sua primeira melodia para um poema de Verlaine.
De regresso ao Mónaco, aperfeiçoou-se a tocar piano e obteve o bacharelato de Filosofia. Em 1935, foi para Paris estudar Direito. Licenciou-se em Ciências Políticas quatro anos depois, fazendo em seguida o serviço militar.
Para ser tocada no casamento de uma sua irmã, escreveu uma “Ave-maria” para órgão e violoncelo, que foi tocada na Igreja de São Carlos do Mónaco. Foi em 1941 que começou a compor canções. Trabalhou para a Rádio Monte-Carlo e actuava também em cabarets. Em 1945, encontrou Edith Piaf, que o aconselhou a ir para Paris. Léo Ferre seguiu o conselho e ali escreveu muitas canções de sucesso. Em 1948, compôs “Os amantes de Paris” para Edith Piaf e em 1950 gravou o seu primeiro disco, em que cantou acompanhando-se ao piano. No mesmo ano, representou o papel de pianista no filme “A gaiola de oiro”.
Só em 1952, e depois do seu segundo casamento, começou a viver mais desafogadamente. Cantores, como Henri Salvador e Yves Montand, interpretaram as suas canções, com assinalável êxito. Assinou um contrato com a editora “Odéon”, onde gravou canções que lhe deram fama.
1955 foi o ano da consagração, sendo a vedeta do “Olympia” durante vinte noites. Escreveu depois a sua primeira recolha importante de poemas. Em 1960, passou a fazer parte, juntamente com Charles Aznavour, Henri Salvador, Dalida e Jacques Brel, do grupo de cantores da célebre editora Barclay. Gravou vários álbuns dedicados a poetas de renome, cujas obras passaram a despertar o interesse de um público mais vasto.
Em 1970, instalou-se definitivamente na Toscânia, Itália, mas continuou a actuar em França, gravando a sua obra-prima, o duplo álbum “Amor, Anarquia”. Em 1983, efectuou uma tournée por vários países europeus, que o trouxe também a Portugal. Em 1987, nova digressão pelo estrangeiro, desta vez alargada ao Canadá e ao Japão.
Morreu subitamente no feriado nacional francês - 14 de Julho, a um mês de completar 77 anos. O seu nome ficou como uma grande referência da canção francesa.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

O GATO E O RATO

O rato, com fome, estava na toca e do lado de fora ele ouvia: Miau, miau, miau.
O tempo passava e ele ainda ouvia:
-Miau, miau, miau.
Depois de várias horas, já cansado, o rato ouviu:
- Ão, ão, ão, ão!
Então deduziu:...
Se tem cachorro lá fora, o gato foi embora...
Saiu disparado em busca de comida.
Nem bem saiu da toca, o gato
crau!!...
Inconformado, já na boca do gato perguntou:
- Puxa, gato, que sacanagem é esta?
E o gato respondeu:
- Meu filho, hoje, neste mundo globalizado, quem não fala, pelo menos, dois idiomas, morre de fome!
Um sorriso espelhado
Nos olhos duma criança
É presente desejado
Neste Mundo sem esperança
*
G. de S.
EFEMÉRIDE - Ernő Rubik, arquitecto e professor de design húngaro, inventor do Cubo de Rubik ou Cubo Mágico, nasceu em Budapeste, no dia 13 de Julho de 1944.
Nascido quando a guerra grassava na capital húngara, Ernő licenciou-se em arquitectura na Universidade Técnica de Budapeste em 1967. Posteriormente estudou arquitectura de interiores na Escola Superior de Artes Decorativas.
Trabalhou como arquitecto de 1971 a 1975, para voltar depois à Universidade, desta vez para ensinar. Em 1980, tornou-se editor de um jornal especializado em jogos e puzzles e, em 1983, abriu a sua própria empresa “Rubik Stúdió”, onde vem concebendo móveis e jogos.
O seu “Cubo Mágico” correu Mundo, tornando-se um passatempo bastante popular, de que houve posteriormente várias variantes. O processo para patentear a invenção iniciou-se em 1975 e logo ele pressentiu a importância do passatempo, de tal modo que procurou um sócio para a sua fabricação industrial. Apareceu e encantou o público húngaro em 1977 e, três anos mais tarde, era conhecido no mundo inteiro.
Foi preciso um mês de prática intensiva para Ernö Rubik resolver pela primeira vez o seu próprio quebra-cabeças. Antes, ele não estava seguro sequer de haver um método eficaz para o conseguir.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

EFEMÉRIDE - Desiderius Erasmus Roterodamus, conhecido como Erasmo de Roterdão, teólogo, filósofo holandês e um dos maiores humanistas da Renascença, morreu em Basileia, Suiça, em 12 de Julho de 1536. Nascera em Roterdão, provavelmente no dia 28 de Outubro de 1469.
Por morte dos pais, a sua educação ficou a cargo de vários mosteiros que lhe proporcionaram uma educação exemplar para a época. Se bem que tenha feito os votos monásticos aos 25 anos, julga-se que nunca viveu como tal, sendo até um crítico da vida nos mosteiros e de várias características da Igreja. Frequentou depois o Colégio Montaigu, na Universidade de Paris. Passou seguidamente por Lovaina, Inglaterra, Basileia e Itália, tendo leccionado em algumas instituições académicas.
A maior produção literária de Erasmo foi feita bastante tarde na sua vida, só tendo começado a escrever sobre Literatura e Religião depois de conseguir dominar perfeitamente o Latim.
Preparou uma nova edição do Novo Testamento, com tradução para o Latim, após estudo aprofundado de vários manuscritos gregos. A sua obra mais conhecida é o “Elogio da Loucura”, obra dedicada a Thomas More.
Em 1543, sete anos após a sua morte, vários livros seus foram queimados publicamente em Milão, juntamente com os de Lutero. Era o fim da Reforma humanista da Igreja Católica.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

EFEMÉRIDE - George Gershwin, compositor americano, morreu em Hollywood, no dia 11 de Julho de 1937, vítima de tumor cerebral. Nascera em Brooklyn, Nova Iorque, em 26 de Setembro de 1898.
Em 1924, compôs "Rhapsody in Blue", porventura a sua música mais conhecida. Esta composição tem aliás uma história curiosa: o chefe de orquestra Paul Whiteman pediu a Gershwin para compor uma peça para concerto, dedicada à música americana, a ser apresentada no Aeolian Hall, no ano seguinte. Gershwin esqueceu-se completamente da encomenda e só se lembrou quando leu no New York Tribune que Rachmaninov assistiria a este concerto e que ele, Gershwin, era suposto estar a compor um “jazz concerto” para o efeito. Foi então que se pôs a trabalhar, justamente cinco semanas antes do acontecimento.
Muitas das suas composições foram utilizadas no teatro e no cinema; outras tornaram-se clássicos da música de jazz, sobretudo as que foram gravadas por Ella Fitzgerald.
As obras de Gershwin são influenciadas pela “escola francesa”, principalmente por Debussy, Chostakovitch, Stravinsky e Schönberg.
Entre muitas outras músicas mundialmente conhecidas, salienta-se também “Um americano em Paris” e “Summertime”.

terça-feira, 10 de julho de 2007

EFEMÉRIDE - Valentin Louis Georges Eugène Marcel Proust, escritor francês, nasceu em Auteuil, no dia 10 de Julho de 1871. Morreu em Paris, em 18 de Novembro de 1922, vítima de esgotamento e de uma bronquite mal tratada.
Publicou em 1894 o seu primeiro livro, “Os Prazeres e os Dias”, uma recolha de poemas e contos que passou quase despercebida. No ano seguinte, começou a escrever um romance, que deixaria em fragmentos desordenados e que só foi publicado trinta anos após a sua morte, tomando como título o nome do personagem principal (Jean Santeuil).
Depois do desaparecimento dos pais, a sua saúde já de si muito frágil deteriorou-se, ao mesmo tempo que ele se enclausurava e se esgotava a escrever quase sem descansar. A sua obra principal “À procura do tempo perdido” foi publicada desde 1913 até à sua morte, em vários volumes. Com o segundo volume “À l’ombre des jeunes filles en fleurs” ganhou, em 1919, o Prémio Goncourt. Deixou uma vasta obra. Segundo alguns críticos, o romance moderno teria começado com Proust. A sua homossexualidade, inconfessável na época, está patente no entanto na sua obra, sobretudo em “Sodoma e Gomorra”.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

AI ESTES POLÍTICOS!

Um empresário marca audiência com um ministro.
Enquanto aguarda para ser atendido, é tratado com toda solicitude pelo chefe do gabinete, na sala de espera, que o recebe efusivamente com abraços e apertos de mão.
Quando, finalmente, é recebido pelo ministro, o empresário sente a falta da sua carteira, que estava no bolso do casaco.
Fica super-constrangido, mas resolve levar o fato ao conhecimento do ministro:
- Eu não sei nem como lhe dizer, mas a minha carteira desapareceu! Eu tenho a certeza que estava com ela ao entrar na sala de espera do seu gabinete. Eu tive o cuidado de guardá-la bem, após apresentar o BI
na portaria. Eu não quero fazer nenhum tipo de insinuação, mas... na verdade, a única pessoa com quem eu estive, de lá para cá, foi com seu chefe de
gabinete...
O ministro nem espera o empresário terminar de falar.
Retira-se da sala e segundos depois retorna com a carteira desaparecida na mão.
Ao recebê-la de volta, o empresário comenta, completamente passado:
-... Eu sinto muito... Espero não ter causado nenhum problema entre o senhor e o seu assessor quando recuperou a minha carteira de volta.
- Não se preocupe! Ele nem deu por isso!
EFEMÉRIDE - Carlos Justiniano Ribeiro Chagas, médico brasileiro, famoso pela descoberta da doença que ficou com o seu nome, nasceu em Oliveira, Minas Gerais, em 9 de Julho de 1879. Morreu no Rio de Janeiro, vítima de crise cardíaca aguda, em 8 de Novembro de 1934.
Em 1905, foi o responsável pela primeira campanha de profilaxia contra a malária, no interior de São Paulo, conseguindo controlar o surto. Foi a primeira acção com sucesso na história da luta contra esta doença e foi ponto de partida para o combate à malária a nível mundial.
Em 1909, Carlos Chagas descobriu o protozoário causador da tripanossomíase americana, ao qual deu o nome de Trypanosoma cruzi. O estudo desta moléstia, que ficaria conhecida mundialmente por doença de Chagas, foi o mais completo realizado por um só pesquisador e nele estavam incluídos todos os aspectos da doença, desde o vector até à epidemiologia, passando pelo agente patogénico, pelo hóspede e pelas manifestações clínicas. Foi ainda ele que idealizou o Centro Internacional de Leprologia.
Recebeu o título de Benemérito da Pátria e da Humanidade, tendo ganho muitos prémios pelo mundo fora. Eleito para a Academia Nacional de Medicina, recebeu em 1912 o prestigioso Prémio Schaudinn, na presença de outros brilhantes cientistas. Foi director do Instituto Oswaldo Cruz, de 1917 até à data da sua morte e, de 1929 a 1924, foi director do Departamento de Saúde do Brasil. Foi também muito activo na organização de cuidados especiais, prevenção e campanhas contra as epidemias de “gripe espanhola”, doenças sexualmente transmissíveis, lepra, tuberculose, etc. Criou igualmente uma escola de enfermagem e a primeira cadeira de medicina tropical. Foi nomeado duas vezes para o Prémio Nobel, mas nunca o recebeu.

domingo, 8 de julho de 2007

EFEMÉRIDE - Manuel José de Arriaga Brum da Silveira, político e primeiro Presidente eleito da República Portuguesa, nasceu na Horta, Açores, em 8 de Julho de 1840. Morreu em Lisboa, no dia 5 de Março de 1917. Pertenceu ao Partido Republicano Português e, mais tarde, ao Partido Democrático.
Estudou Direito na Universidade de Coimbra até 1865, exercendo depois a profissão de advogado. Foi deputado de 1882 a 1892. Era um orador admirado, defendendo uma sociedade mais justa, com menos privilégios para as camadas superiores e mais acesso ao ensino. Muitos dos seus discursos contribuíram para dar força à causa republicana.
Não era anticlerical, como eram muitos dos primeiros republicanos. Dias depois da implantação da República, foi nomeado reitor da Universidade de Coimbra, única forma encontrada para acalmar os estudantes, que se entregavam a todo o género de vandalismos.
Contrariamente a muitos políticos, que sobem na vida graças aos cargos que ocupam, Manuel de Arriaga, de família aristocrático-burguesa, foi perdendo tudo o que tinha. Até o pai o deserdou, "obrigando-o" a dar lições de inglês para conseguir continuar o curso. Mesmo a Presidência não foi um eldorado. Muito diferente do que acontece hoje, era o Presidente quem tinha de adquirir o mobiliário para a nova casa, tinha de pagar renda, não recebia dinheiro para transportes, não tinha Secretário, nem Protocolo nem Conselho de Estado. Teve mesmo de comprar um automóvel, com o dinheiro do seu bolso, para as deslocações oficiais.
O seu mandato de Presidente, de 1911 a 1915, foi muito agitado, com mudanças frequentes de Governo e tentativas de restabelecimento da monarquia. Devido à Primeira Guerra Mundial houve também forte pressão sobre as colónias portuguesas em África.
Abandonou o “poder” sem glória. Morreu aos 76 anos, tendo os seus restos mortais sido transladados para o Panteão Nacional só em 2004, mas com os votos unânimes de todos os deputados da Assembleia da República.

sábado, 7 de julho de 2007

EFEMÉRIDE - Abílio Guerra Junqueiro, político, jornalista e escritor português, morreu em Lisboa, no dia 7 de Julho de 1923. Nascera em Ligares, Freixo de Espada à Cinta, em 17 de Setembro de 1850.
Foi um dos poetas mais populares da sua época e a sua poesia contribuiu para o descrédito da Monarquia e a criação do ambiente revolucionário, que antecedeu a implantação da República. Frequentou durante dois anos o curso de Teologia mas, porque não tinha vocação religiosa, veio a optar por Direito, licenciando-se na Universidade de Coimbra. Foi eleito deputado por Macedo de Cavaleiros em 1878 e por Quelimane em 1890.
Iniciou a sua carreira literária, como jornalista, no jornal A Folha e cedo começou a mostrar o seu talento para a poesia. Antes de se fixar em Lisboa, em 1875, já publicara alguns livros.
Continuou a sua carreira literária na capital portuguesa, colaborando nos jornais A Lanterna Mágica e Diário de Notícias, e publicando vários livros de poesia. Em 1879 reuniu, no livro A Musa em Férias, a maioria dos poemas que escrevera até então. Traduziu vários contos, sobretudo de Hans Christian Andersen.
Em 1885, publicou no Porto A Velhice do Pai Eterno, obra que provocou a ira da hierarquia religiosa, mas que é um dos seus livros mais conhecidos. Em 1910, foi nomeado Ministro Plenipotenciário da República Portuguesa na Suiça, lugar de que se demitiu em 1914. Morreu nove anos mais tarde.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Foto curiosa da Praça do Marquês de Pombal em 1930.
Clicar para aumentar a imagem
SÃO JOÃO EM ALMADA
(quadras)

1

Há beleza, luz e cor
No São João em Almada,
Onde procurei o Amor
E achei a minha amada!

2

Almada é luz e cor,
Muitas sardinhas a assar,
Arraiais com esplendor
E fogueiras p’ra saltar.

3

Cada cor por mim pintada
Na tela da nossa vida
É um voto p’ra que Almada
Tenha a festa apetecida!


Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDE - Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, pintora mexicana, nasceu em Coyoacán, em 6 de Julho de 1907 . Morreu na mesma localidade, em 13 de Julho de 1954. A sua casa, quatro anos mais tarde, foi transformada no Museu Frida Kahlo. Em 2002, foi feito um filme baseado na sua vida.
Aos seis anos, contraiu paralisia infantil, que foi a primeira de uma longa série de enfermidades, acidentes e lesões que a afligiria durante a vida. Como sequela ficou-lhe uma lesão na perna e pé direito, daí o usar sempre calças e saias compridas.
Não foi muito precoce na sua paixão pela pintura mas, entre 1922 e 1925, assistiu a aulas de desenho e gravura no âmbito dos seus estudos. Só depois, devido a um grave acidente rodoviário que a deixou com lesões permanentes, começou a pintar, para melhor passar o tempo da longa convalescença.
Em 1928, ingressou no Partido Comunista Mexicano, interessando-se sobretudo pela emancipação das mulheres. Um ano mais tarde, casou-se com o pintor Diego Rivera. Entre 1930 e 1933, por três vezes ficou grávida, contra a opinião dos médicos devido a lesões na bacia, e três vezes abortou.
Frida abandonou o lar durante alguns meses, depois de Diego a ter traído com a própria irmã, que lhe servia de modelo. Instalou-se no centro do México e foi a sua vez de ter relações extraconjugais, sobretudo com mulheres. Em 1935, partiu para Nova Iorque com duas amigas e só voltou quando soube que a relação entre Diego e a sua irmã Cristina chegara ao fim.
Entre 1937 e 1939, o político russo Leon Trotski viveu refugiado na sua casa em Coyoacán. Frida ofereceu-lhe um auto-retrato “como prova de todo o seu amor”. Que se teria passado entre ambos? Trotski foi assassinado dois anos mais tarde, por motivos políticos.
Etiquetada de “surrealista”, Frida negava-o dizendo que “nunca tinha pintado sonhos, mas sim realidades”. Em 1939, expôs as suas obras em Paris e divorciou-se.
Em 1940, deslocou-se a São Francisco, para se tratar com um médico seu conhecido. Diego Rivera encontrava-se também nos Estados Unidos e propôs-lhe um novo casamento, o que ela aceitou. A saúde de Frida ia, no entanto, de mal a pior, tendo sido operada sete vezes à coluna. Adaptou-se a pintar, deitada, com um cavalete especial fixado à cama.
Em 1953, foi feita a primeira grande exposição individual da sua obra no México. Impedida pelos médicos de se levantar, pediu que a sua cama fosse transportada até ao local, para poder assistir à inauguração. Em Agosto, foi-lhe amputada a perna direita, o que lhe tirou as dores, mas a deixou profundamente deprimida. Morreu, vítima de pneumonia, quase um ano depois. No final do seu diário, escreveu : «Espero partir com alegria… e nunca mais voltar». Foi incinerada, de acordo com a sua vontade, porque «Mesmo num caixão, nunca mais quero estar deitada».

quinta-feira, 5 de julho de 2007

EFEMÉRIDE - A República de Cabo Verde tornou-se independente, em 5 de Julho de 1975. Território insular no Oceano Atlântico, ao largo do continente africano, foi colónia portuguesa desde 1456 até 1975.
Tratava-se de um arquipélago desabitado. A sua população teve origem na mestiçagem entre os colonos portugueses e os escravos vindos de África. De origem vulcânica e com ausência de florestação, é vítima de secas crónicas.
A partir do século XIX, foi uma importante escala nas travessias do Atlântico, primeiro de barcos e depois de aviões.
Em 1956, os independentistas de Cabo Verde e da Guiné-Bissau aliaram-se, formando o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e de Cabo Verde), aliança que perdurou para além das respectivas independências, só sendo desfeita em 1980.
O arquipélago é formado por duas séries de ilhas: o “Sotavento”, com as ilhas Brava, Fogo, Santiago e Maio, e o “Barlavento”, com Boa Vista, Sal, São Nicolau, Santa Luzia, São Vicente e Santo Antão. A capital é Praia, em Santiago, a maior ilha do arquipélago.
A cultura cabo-verdiana é de origem afro-europeia. Há diversos estilos musicais, sendo os mais conhecidos: o funaná, a coladeira e a morna, sendo esta última conhecida no mundo inteiro, graças sobretudo às interpretações da cantora Cesária Évora.
A língua oficial é o português, mas a maioria dos habitantes fala o crioulo de Cabo-Verde. Há dezenas de milhares de cabo-verdianos a trabalhar em Portugal.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

UM POUCO DE SAL...

A D. Beatriz, organista numa igreja, tem 80 anos e é solteira.Era admirada por todos pela sua simpatia e doçura. Uma tarde, convidou o novo padre da igreja para ir lanchar a sua casa e ele ficou sentado no sofá enquanto ela foi preparar um chá. Olhando para cima do órgão, o jovem padre reparou numa jarra de vidro com água e que lá dentro, boiava um preservativo. Quando a D. Beatriz voltou com o chá e as torradas o padre não resistiu tirar a sua curiosidade perguntando o porquê de tal decoração em cima do órgão. E responde ela apontando para a jarra:
"Ah! Refere-se a isto? Maravilhoso, não é? Há uns meses atrás, ia eu a
passear pelo parque, quando encontrei este pacotinho no chão. As
indicações diziam para colocar no órgão, manter húmido e que, assim,
ficava prevenida contra todas as doenças. E sabe uma coisa?
Este Inverno ainda não me constipei".
EFEMÉRIDE - Giuseppe Garibaldi, guerrilheiro e político italiano, nasceu em Nice, no dia 4 de Julho de 1807, há portanto duzentos anos. Morreu na ilha de Caprera, em 2 de Junho de 1882.
Ficou conhecido como o “herói dos dois mundos”, por ter participado em vários conflitos na Europa e na América do Sul. Foi uma das figuras mais notáveis da unificação italiana.
Embora tivesse começado por seguir as pisadas do pai, a bordo de navios mercantes, chegando a ter a licença de capitão, cedo viu que não era aquela a vida que desejava. Abraçou os ideais socialistas e entrou para a sociedade secreta Jovem Itália, participando na luta pela unidade italiana. Tomou parte numa insurreição em Génova, que fracassou. Condenado à morte, conseguiu refugiar-se em Marselha e, em 1835, fugiu para o Rio de Janeiro.
No Brasil, aproximou-se dos republicanos e foi figura importante na Revolução Farroupillha. Ao lado do general Davi Canabarro, tomou o porto de Laguna, onde foi proclamada a República Catarinense. Aqui conheceu a sua futura mulher, Ana Maria de Jesus Ribeiro. Após uma década de lutas, as coisas começaram a correr mal para a República Rio-grandense, que iria desaparecer, e Garibaldi mudou-se para Montevideu, onde prosseguiu a sua luta pela liberdade. Dos brasileiros do Rio Grande, diria mais tarde: «Nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, nem cavaleiros mais brilhantes que os da bela cavalaria rio-grandense. Com eles aprendi a desprezar o perigo e a combater dignamente pela causa sagrada das nações».
Regressou a Itália em 1848, para reiniciar a luta pela unificação italiana. Como ele previra, foi uma sequência de fome, de sede, de marchas forçadas, de batalhas e de morte. Voltou a exilar-se em Tânger, Nova Iorque e Peru.
De novo em Itália, a partir de 1854, participou na Segunda Guerra da Independência, que levaria à unificação italiana e à coroação de Vítor Emanuel II, como primeiro rei de Itália, em 1861. Só faltava Veneza, ainda dominada pelos austríacos, e Roma, sob o domínio do Papa.
Em 1870, pôs-se ao serviço da França, durante a guerra franco-alemã, sendo o único comandante francês a vencer os prussianos. Viria a ser eleito, mais tarde, deputado à Assembleia Nacional Francesa.
Garibaldi recusou títulos de nobreza e a pensão vitalícia, que o rei italiano lhe ofereceu, retirando-se para a sua pequena casa na ilha de Caprera, onde viveu os seus últimos dias e onde foi enterrado. Do seu testamento simbólico, constava “o seu amor pela Liberdade e pela Verdade e o seu ódio pela Mentira e pela Tirania”.

terça-feira, 3 de julho de 2007

EFEMÉRIDE - André Gustave Citroën, empresário francês, criador da marca de automóveis Citroën, morreu em 3 de Julho de 1935. Nascera em 5 de Fevereiro de 1878.
Era filho de um judeu holandês, que se suicidou quando ele tinha apenas cinco anos, e de uma senhora polaca também judia. Aos 35 anos, após se ter diplomado em engenharia, abriu uma pequena empresa para fabrico de diversas engrenagens. Entre 1907 e 1914, ocupou-se igualmente do saneamento financeiro da empresa automobilística “Mors”, que estava em grandes dificuldades. Foi entretanto a Detroit, nos Estados Unidos, para estudar um modo de produção em cadeia que estava a ser seguido por Henry Ford, método que ele viria a aplicar pela primeira vez na Europa, para produzir obuses durante a 1ª Guerra Mundial.
Depois da guerra, a sua fábrica foi convertida para produzir automóveis. Apresentou vários modelos do “Citroën”, a partir de 1919 e, oito anos mais tarde, já produzia 400 veículos por dia, o que era um terço de toda a produção automobilística francesa. Foi André Citroën que construiu o primeiro automóvel com tracção à frente, tendo sido também um grande inovador em publicidade e em marketing.
Acabou por entrar em falência, em 1934, devido ao acumular de dívidas provocadas pela sua paixão pelo jogo e pelos casinos. A fábrica foi tomada pelo seu principal credor, o fabricante de pneus Michelin, e Citroën morreria seis meses mais tarde, vítima de tumor maligno no estômago.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

EFEMÉRIDE - Vladimir Vladimirovich Nabokov, romancista, poeta e crítico literário russo, naturalizado americano em 1945, morreu em Montreux, na Suiça, em 2 de Julho de 1977. Nascera em São Petersburgo, no dia 23 de Abril de 1899.
Pertencente a uma família aristocrata do tempo dos czares, aos sete anos já falava francês e inglês, ajudado pelas governantas estrangeiras. O pai, que foi deputado e ministro, tinha uma biblioteca de 100 000 obras.
A Revolução de Outubro, com as inevitáveis convulsões, levou a família a exilar-se, mais tarde, primeiro em Berlim e depois em Londres. Estudou na Universidade de Cambridge, em Inglaterra, licenciando-se em literatura russa e francesa. Foi em Berlim que começou a sua carreira literária, como jornalista, escritor e tradutor. Em 1926, publicou o seu primeiro romance “Machenka”, que foi bem acolhido pelo público e pela crítica.
Durante a 2ª Grande Guerra Mundial, fugiu rumando aos Estados Unidos, onde ensinou em várias universidades. Continuou a escrever em russo, mas simultaneamente começou igualmente a utilizar o inglês, tendo publicado o seu primeiro livro nesta língua em 1941.
Lolita”, publicado em 1955, causou grande escândalo pelo seu conteúdo, mas a crítica considerou-o desde logo uma obra-prima. A história conta o amor, apaixonado e carnal, de um europeu por uma jovem americana de doze anos e foi adaptada duas vezes ao cinema, em 1962 e 1995.
Em 1958, era já um autor consagrado e pôde então dedicar-se inteiramente à literatura. Um ano depois, instalou-se na Suiça para o resto da vida. Ocupou-se em adaptar os seus primeiros romances russos à língua inglesa. Durante longos anos, trabalhou também no seu último livro, uma obra monumental que ele desejava que o imortalizasse. Em vão, porque Vladimir Nabokov ficou conhecido sobretudo pelo seu controverso romance “Lolita”.

domingo, 1 de julho de 2007

EFEMÉRIDE - Harriet Elizabeth Beecher Stowe, escritora norte americana, defensora da abolição da escravatura, morreu em Hartford, no dia 1 de Julho de 1896. Nascera em Litchfield, no Connecticut, em 14 de Junho de 1811.
Autora de vários livros e contos, o mais famoso sem dúvida é o romance A cabana do pai Tomás, publicado em folhetins nos anos 1851/52, que teve grande sucesso e que terá contribuído bastante para a consciencialização dos americanos no que respeita à escravatura. Está traduzido praticamente em todas as línguas.
Devido às suas ideias, Harriet teve de abandonar a cidade de Cincinnati, juntamente com o marido, refugiando-se no Maine.

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