sexta-feira, 31 de maio de 2019

31 DE MAIO - JEAN-LOUIS GUEZ DE BALZAC


EFEMÉRIDE - Jean-Louis Guez de Balzac, escritor libertino francês, nasceu em Angoulême no dia 31 de Maio de 1597. Morreu na mesma comuna em 8 de Fevereiro de 1654. Foi um dos membros fundadores da Academia Francesa.
Foi muito reputado na época em que viveu, pela qualidade da sua prosa, que aparece especialmente nas suas “Lettres” (“Cartas”). A arte na sátira mordaz atinge o seu esplendor em “Le Prince”, um pseudo-elogio a Luís XIII de França (1631).
Nasceu numa família bem burguesa, que também adquiriu títulos de nobreza. Na sua juventude, estudou em dois colégios jesuítas, em Angoulême e em Poitiers, onde frequentou ainda a universidade, tendo aprendido teologia, latim e especialmente retórica.
Em 1612, conheceu Théophile de Viau quando a companhia de teatro de Viau visitou Angoulême. Fugiu de casa com a trupe. Os dois viajaram juntos com o grupo durante algum tempo, mas quando chegaram a Leida, matricularam-se como estudantes na universidade da cidade (Maio de 1615).
Recebeu ajuda do duque d’Epernon e de seu filho Louis, cardeal de la Valette, que o levou para Roma (1621/1623). De volta a Paris, as cartas escritas para os seus conhecidos e para muitos que ocupavam altos cargos na corte francesa trouxeram-lhe grande fama. Os elogios não paravam e ele tornou-se um ‘habitué’ do Hôtel de Rambouillet. O repentino sucesso parece ter afectado um pouco a sua cabeça. O cardeal de Richelieu fazia-lhe muitos elogios e promessas, mas nunca ofereceu a Balzac a nomeação para um cargo importante pelo qual ele ansiava.
Em 1624, uma colectânea das “Lettres” foi publicada e recebida muito bem pela crítica. Do Château de Balzac, para onde se retirara, continuou a corresponder-se com Jean Chapelain, Valentin Conrart e outros. Em 1634, foi eleito para a Academia Francesa.
A fama de Guez de Balzac deve-se principalmente às suas cartas, tendo sido feita uma segunda colectânea em 1636. “Recueil de nouvelles lettres” foi impressa no ano seguinte. As suas cartas, embora vazias e afectadas no conteúdo, mostravam um verdadeiro domínio do estilo, introduzindo uma nova clareza e precisão na prosa francesa e incentivando o desenvolvimento da linguagem em linhas nacionais, enfatizando os seus elementos mais idiomáticos. Balzac tem assim o crédito de executar na prosa francesa uma reforma paralela à feita por François de Malherbe nos seus versos. Escreveu várias dissertações sobre estilo.
No final da sua vida, distribuiu os seus bens por obras de caridade e retirou-se no convento dos Capuchinhos de Angoulême, onde morreu, tendo legado 12 000 livros ao hospício local.
Desde 1962, existe um liceu com o seu nome em Angoulême (Lycée Guez de Balzac).  

quinta-feira, 30 de maio de 2019

30 DE MAIO - MIGUEL LÓPEZ-ALEGRÍA


EFEMÉRIDE - Miguel Eladio López-Alegría, conhecido em língua inglesa como Michael Lopez-Alegria, ex-astronauta norte-americano, veterano de três missões espaciais, nasceu em Madrid no dia 30 de Maio de 1958.
Nascido na capital espanhola, cresceu em Mission Viejo, na Califórnia. Alistou-se na Marinha dos Estados Unidos e conseguiu o seu primeiro título de engenheiro em 1980, especializando-se em Engenharia Aeronáutica, na Escola de Pós-Graduação Naval dos Estados Unidos. Fala fluentemente inglês, espanhol, francês e russo, tendo sido seleccionado como astronauta, pela NASA, em 1992.
A sua primeira missão espacial foi na STS-73 em 1995. Alguns anos mais tarde, liderou as operações de tripulação da NASA na Estação Espacial Internacional (ISS), antes de voltar a bordo da STS-92 em 2000 e da STS-113 em 2002. Também participou em cinco caminhadas espaciais, que totalizaram quase 34 horas.
Em 19 de Setembro de 2006, aportou na ISS como comandante da Expedição 14, tendo descolado de Baikonur, no Cazaquistão, no dia anterior, a bordo da Soyuz TMA-9.
Retirou-se da NASA em 2012. Em 2017, tornou-se director de desenvolvimento de negócios da Axiom Space, empresa privada americana do ramo aeroespacial.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

29 DE MAIO - T. H. WHITE


EFEMÉRIDE - T. H. White, de seu nome completo Terence Hanbury White, escritor britânico, nasceu em Bombaim, Índia então britânica, hoje Mumbai, no dia 29 de Maio de 1906. Morreu no Pireu, na Grécia, em 17 de Janeiro de 1964.
Ficou célebre sobretudo por ter escrito “O Rei que Foi e um Dia Será”, uma série de livros que reconta a obra de Thomas Malory sobre o Rei Artur, e que muitos dizem ser a versão definitiva sobre o Rei Artur. Esta obra foi adaptada a desenhos animados por Walt Disney, em 1963.
Filho de um polícia indiano alcoólico e de uma mãe fria, Terence guardou da sua infância uma sensibilidade à flor da pele e um estado nevrótico. Para vencer os seus temores e o seu sentimento permanente de perigo, aprendeu a pilotar aviões, a conduzir bólides, a saltar de paraquedas e a pescar salmão.
Após se graduar na Universidade de Cambridge, nos anos 1930, com mérito em Inglês, passou algum tempo a leccionar em Stowe, antes de se dedicar por completo a escrever os seus livros. Em 1946, fixou-se definitivamente na ilha de Aurigny, a mais setentrional das ilhas anglo-normandas.
T. H. White morreu a bordo de um navio, no Pireu, depois de ter feito uma longa volta ao mundo para apresentação da sua obra literária. Sucumbiu a uma crise cardíaca. Está sepultado no Primeiro Cemitério de Atenas.
Em 2014, o seu romance “A Espada e a pedra” recebe o Prémio Retro Hugo, no cinquentenário da sua morte.

terça-feira, 28 de maio de 2019

28 DE MAIO - PAUL SCULLY-POWER


EFEMÉRIDE - Paul Desmond Scully-Power, oceanógrafo e ex-astronauta norte-americano, de origem australiana, nasceu em Sydney no dia 28 de Maio de 1944.
Estudou em Sydney e formou-se em Educação e Matemática Aplicada. Especialista em mar e qualificado como mergulhador da Marinha, tomou parte em 24 cruzeiros científicos, sendo chefe de missão em 13 deles.
Em 1967, foi convidado pela Real Marinha Australiana para fazer parte do primeiro grupo de pesquisas oceanográficas e passou cinco anos, até 1972, como chefe de expedição. Depois de trabalhar em diversos projectos marinhos na Austrália e de fazer intercâmbios científicos nos Estados Unidos, emigrou para este país e assumiu um cargo de pesquisador no Centro de Sistemas Submarinos da Marinha dos Estados Unidos, como técnico de pesquisas e cientista sénior.
Naturalizado norte-americano em 1982, foi seleccionado pela NASA, dois anos depois, como especialista de carga para a missão da nave espacial que estudaria a biologia no espaço. Fez parte da tripulação da STS-41-G da Challenger, lançada ao espaço em Outubro de 1984.
Scully-Power já publicou mais de sessenta artigos científicos nos campos da oceanografia, hidro/acústica, sensoriamento remoto, biologia marinha e meteorologia. Considerado uma autoridade mundial em alguns destes campos, trabalha actualmente como CEO de uma empresa privada de alta tecnologia, no Vale do Silício.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

27 DE MAIO - RENÉ PANHARD


EFEMÉRIDE - Louis François René Panhard, engenheiro francês, pioneiro da indústria automóvel, nasceu em Paris no dia 27 de Maio de 1841.Morreu em La Bourboule, em 16 de Julho de 1908.
Depois de brilhantes estudos de engenharia, no Colégio Sainte-Barbe e na Escola Central de Paris, René completou a sua formação na Perin, fábrica de rodas e de máquinas, que se tornou rapidamente associada da empresa Perin-Panhard. 
Em 1878, foi nomeado cavaleiro da Legião de Honra, tendo sido membro do júri da Exposição Universal do mesmo ano.
Em 1880, depois da morte de Jean-Louis Periun, René Panhard associou-se a Émile Levassor (seu amigo dos tempos de estudante) e a Édouard Sarrazin (que acaba por morrer nesse mesmo ano), para aumentar as instalações, obter as licenças para o fabrico do motor de combustão interna de Gottlieb Daimler e fundar a firma automobilística Panhard & Levassor. Foi novamente membro do júri da Exposição Universal de 1889. 
Em 1891, Panhard & Levassor conceberam e produziram um primeiro automóvel com motor Daimler, bi-cilindro em V. Panhard concorreu então a numerosas corridas e venceu, entre outras, a Paris-Ruão de 1894, a primeira grande corrida automobilística do Mundo, a Paris-Bordéus-Paris de 1895 e a Volta a França automóvel de 1899. As viaturas Panhard dominaram, por todo o lado, as corridas de automóvel até 1900.
Em 1897, Émile Levassor morre em consequência de um acidente numa corrida. René Panhard nunca mais se recompôs e associou-se ao seu filho Hippolyte, para prosseguir aquela aventura industrial.
No princípio dos anos 1990, Panhard apresentou uma larga gama de viaturas de luxo. Em 1904, obteve o grande prémio da Exposição de Saint-Louis.
René Panhard tinha um sobrinho, Paul Panhard, que foi durante muito tempo presidente da Federação Francesa de Construtores de Automóveis e que - juntamente com o filho Jean Panhard - dirigiu também a firma. 
Em 1906, René Panhard foi promovido a oficial da Legião de Honra e nomeado cavaleiro de Mérito Agrícola. Foi também presidente da Câmara de Thiais.

domingo, 26 de maio de 2019

26 DE MAIO - RUBEN A.


EFEMÉRIDE - Ruben A. - de seu nome completo Ruben Alfredo Andresen Leitão - professor, romancista, ensaísta, historiador, crítico literário e autor de textos autobiográficos, nasceu em Lisboa no dia 26 de Maio de 1920. Morreu em Londres, em 23 de Setembro de 1975. Era primo da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen.
Terminou o liceu e, aos 18 anos, em 1938, viajou sozinho por Berlim e Viena. Preparou-se para entrar no curso de Ciências Histórico-Filosóficas em Lisboa, tendo recebido explicações de Agostinho da Silva. Depois de ter chumbado na cadeira de Anatomia, desistiu e mudou-se para Coimbra.
Licenciou-se em 1946, na Universidade de Coimbra em Ciências Histórico-Filosóficas, tendi sido colega do pensador Eduardo Lourenço. Fez uma tese de licenciatura sobre os textos e correspondência inédita do rei D. Pedro V, temática que iria explorar ao longo da sua vida.
Tornou-se professor de Francês num liceu. Em Setembro de 1947, partiu para Inglaterra a fim de ser leitor no departamento de português do King's College, como bolseiro do Instituto para a Alta Cultura.
Foi professor no King's College, em Londres, de 1947 a 1951. Casou-se com Rosemary Bach, aluna do departamento no King's College, que foi mãe dos seus 4 filhos.
Em Setembro de 1950, investiu o dinheiro herdado com a venda da quinta do Campo Alegre, no Porto, na construção de uma casa de campo. Escolheu uma terra no Alto Minho - Montedor, no Carreço.
A sua obra “Páginas III” foi censurada pelo Estado Novo e Ruben A. foi obrigado a deixar o leitorado em Londres e regressar a Lisboa.
Foi funcionário da Embaixada do Brasil, de 1954 a 1972. Nesta data, foi nomeado administrador da Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Foi igualmente director-geral dos Assuntos Culturais do Ministério da Educação e Cultura.
Nos anos 1970, comprou um monte perto de Estremoz, o Monte dos Pensamentos.
Divorciou-se de Rosemary e aceitou o convite da Universidade de Oxford para ser docente no Saint Anthony's College. Três dias depois de chegar a Londres, morre de ataque cardíaco. Foi sepultado em campa rasa no cemitério do Carreço. A sua campa tem um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen.

sábado, 25 de maio de 2019

25 DE MAIO - CLAUDE PINOTEAU


EFEMÉRIDE - Claude Pinoteau, cenarista e realizador francês, nasceu em Boulogne-Billancourt no dia 25 de Maio de 1925. Morreu em Neuilly-sur-Seine, em 5 de Outubro de 2012.
Começou a sua carreira como acessorista, tornando-se depois assistente de realizador em 1948, nomeadamente de Jean Cocteau, Jean-Pierre Melville, Henri Verneuil e Claude Lelouch.
Em 1973, realizou a sua primeira longa-metragem, “Le Silencieux”, com Lino Ventura. Foi um sucesso. Realizou seguidamente três películas com o mesmo actor (“La Gifle”, “L'Homme en colère” e “La Septième Cible”).
Além de filmes policiais e thrillers, Claude Pinoteau dirigiu comédias, como “La Gifle”, que venceu o Prémio Louis-Delluc, “Le Grand Escogriffe” e, sobretudo, “La Boum”, que revelou a actriz Sophie Marceau, todas com enorme sucesso popular.
Nos anos 1990, voltou-se para o registo dramatúrgico, com “La Neige et le Feu” e “Les Palmes de monsieur Schutz”.
Em 2005, realizou para a televisão um documentário consagrado ao abade Pierre. No ano seguinte, foi presidente do júri do Festival de Cinema Russo realizado em Honfleur. Em 2008, recebeu o primeiro Prémio Henri-Langlois da cidade de Vincennes.
Claude Pinoteau foi sepultado no cemitério Saint-Vincent de Montmartre, em Paris. Era comendador da Ordem das Artes e das Letras desde 1962.

sexta-feira, 24 de maio de 2019

24 DE MAIO - RUSLANA


EFEMÉRIDE - Ruslana Lijitchko, cantora, dançarina, compositora, produtora e política ucraniana, nasceu em Lviv no dia 24 de Maio de 1973. Foi a vencedora do Festival da Eurovisão da Canção de 2004, em Istambul.
Estudou música desde a idade de 4 anos e fez parte de vários grupos. Em 1995, obteve dois diplomas, um como pianista e outro como maestrina sinfónica, no Conservatoire Mykola Lysenko de Lviv.
Na Ucrânia, teve o seu primeiro hit em 1998, com a canção “Sunrise” e o álbum “A Moment of Spring”. Em 1999, trabalhou no musical natalício “O último Natal dos anos 90”, que ganhou o galardão de Filme do Ano ucraniano. O seu álbum “Dyki Tantsi (Wild Dances)”, lançado em 2003, foi platina na Ucrânia, vendendo mais de 100 000 cópias.
Ruslana venceu o Festival da Eurovisão da Canção em 2004, com “Wild Dances”, canção que recebeu 280 pontos de 34 dos 35 países participantes.
Casou-se, em 1995, com o produtor Oleksandr Ksenofontov. Dirigem desde 1993, o estúdio Luxen, onde são gravadas músicas para filmes e publicidade radiofónica.
De Junho 2006 a Junho 2007, foi deputada do Parlamento ucraniano, pelo partido Nossa Ucrânia - Autodefesa Popular.
Desde o final de 2012, Ruslana é militante do movimento Revolução Ucraniana Pró-europeia. 
Em Maio de 2017, quando da final do Concurso da Eurovisão da Canção realizada em Kiev, interpretou um novo single - “It's Magical”.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

23 DE MAIO - MANUEL DA CONCEIÇÃO AFONSO


EFEMÉRIDE - Manuel da Conceição Afonso, presidente do Sport Lisboa e Benfica de 1930 a 1933, de 1936 a 1938 e em 1946, morreu em 23 de Maio de 1966. Nascera em 1890. É um dos nomes maiores da galeria de notáveis do clube.
Eleito pela primeira vez em Agosto de 1930, Manuel da Conceição Afonso foi reeleito mais cinco vezes em três períodos distintos. Desempenhou também funções de vice-presidente da Assembleia-Geral e da Direcção; participou na Comissão dos Estatutos e Regulamentos do clube; fez parte do Conselho Consultivo e Jurisdicional e da Comissão de Honra do Novo Parque de Jogos, entre outros cargos. Perfez, dessa forma, mais de trinta anos de trabalho e dedicação em prol do SLB.
No primeiro mandato, desenvolveu um trabalho notável na recuperação das contas do clube. Do segundo mandato, ficou o primeiro tricampeonato nacional, pela mão de Lippo Hertzka, e a vitória de José Maria Nicolau na Volta a Portugal em Bicicleta.
Foi, sem sombra de dúvidas, também pela sua proveniência social, um dos mais carismáticos presidentes do clube.
Começou a vida como encadernador da Imprensa Nacional. Envolveu-se na União Operária, que se transformaria na Confederação Geral do Trabalho, em 1919, criando o jornal “A Batalha” que era lido em voz alta para os operários analfabetos. Foi director da Federação Portuguesa de Hóquei e Patinagem e presidente da Associação de Atletismo de Lisboa.  Era opositor ao regime de Salazar.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

CHICO BUARQUE - Prémio Camões 2019


22 DE MAIO - JOHN DEREK


EFEMÉRIDE - John Derek, de seu verdadeiro nome Derek Delevan Harris, actor, realizador e fotógrafo norte-americano, morreu em Santa Maria (Estados-Unidos) no dia 22 de Maio de 1998. Nascera em Hollywood, em 12 de Agosto de 1926.
Filho de mãe actriz e de pai produtor e realizador, Derek teve uma infância tranquila à sombra dos estúdios de Hollywood, mas a sua beleza logo chamou a atenção dos caçadores de talentos. Em 1942, fez um teste na 20th Century-Fox, mas o pai queria que ele amadurecesse primeiro, antes de se aventurar no mundo do espectáculo. Todavia, já em 1944, Derek apareceu nos ecrãs num pequeno papel não creditado, em “Desde Que Partiste”. Alguns anos depois, co estrelou com Humphrey Bogart o clássico noir, “O Crime Não Compensa” (1949), realizado por Nicholas Ray. No mesmo ano, teve participação de destaque no drama político “A Grande Ilusão”, de Robert Rossen. Transformado em astro, abandonou as aulas de arte dramática.
A partir daí, Derek passou a protagonizar filmes de acção, como “O Cavaleiro de Sherwood” (1950), onde interpretou o lendário Robin Hood, ou faroestes como “Tropel dos Vingadores” (1954). Desempenhou alguns papéis secundários em produções importantes, como “Os Dez Mandamentos” (1956), “As Aventuras de Omar Khayyam” (1956) e “Êxodos” (1960).
Derek deixou de actuar em meados da década de 1960, para se dedicar à carreira de realizador. Como tal, dirigiu alguns filmes que foram mal-aceites pela crítica, geralmente protagonizados pelas suas esposas, como o erótico “Tarzan, O Filho das Selvas” (1981), considerado a pior de todas as adaptações da obra de Edgar Rice Burroughs, cuja família aliás lhe moveu mesmo um processo.
Derek foi casado com as actrizes Pati Behrs (com quem teve dois filhos), Ursula Andress, Linda Evans e Bo Derek. As três primeiras uniões acabaram em divórcio. Porém, com Bo Derek, ele viveu até falecer, vítima de complicações cardíacas, aos 71 anos de idade.
Como fotógrafo, salientou-se particularmente fotografando as suas três últimas esposas, para o magazine “Playboy”.

terça-feira, 21 de maio de 2019

21 DE MAIO - ANATOLE LITYAK


EFEMÉRIDE - Anatole Litvak, realizador, produtor e cenarista norte-americano de origem ucraniana, nasceu em Kiev no dia 21 de Maio de 1902. Morreu em Neuilly-sur-Seine, França, em 15 de Dezembro de 1974. 
Foi na URSS que, ainda muito jovem, se iniciou no cinema como actor, antes de se tornar assistente de realização em 1923. Em 1925, realizou o seu primeiro filme, “Tatiana”, antes de ir trabalhar na Alemanha, onde efectuou a montagem de “A Rua sem Alegria” de Georg Wilhelm Pabst (1925) e foi de novo assistente de realização e realizador de vários produtores alemães.
De origem judaica e face à subida do nazismo, deixou a Alemanha no meio dos anos 1930, indo para Inglaterra e França, onde se tornou amigo de Joseph Kessel. Adaptou um romance deste escritor, realizando “L'Équipage” (1935). Colaborou igualmente com ele, em “Mayerling”, filme protagonizado por Danielle Darrieux e Charles Boyer (1936). Este último filme, um drama sentimental, teve grande sucesso internacional e lançou a carreira de Danielle Darrieux.  
Em 1936, Lityak instalou-se em Hollywood e naturalizou-se norte-americano. Começou a carreira nos Estados-Undos no seio da Warner Brothers, onde realizou nomeadamente a comédia “Esta noite é a nossa noite”, filme adaptado de uma peça do dramaturgo francês Jacques Deval e cujo actor principal foi novamente Charles Boyer.
Em 1939, realizou um dos primeiros filmes abertamente anti/Hitler produzido nos Estados-Unidos: “As confissões de um espião nazi”. O filme é baseado na história real de um agente do FBI que tinha conseguido desmantelar uma rede de espiões alemães. O lançamento desta longa-metragem suscitou uma certa hostilidade e uma sala de cinema que projectava o filme foi mesmo incendiada por simpatizantes nazis.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Anatole Litvak realizou com Frank Capra, entre 1942 e 1945, três dos sete filmes da série “Why We Fight”, encomendados pelo governo dos Estados-Unidos, à intenção dos soldados americanos, antes dos seus combates em França. Em 1942, o primeiro episódio, “Prelude to War” obteve o Oscar na categoria de Documentário.
Depois da guerra, realizou “The Long Night” e, seguidamente, dois dos seus filmes mais célebres: “Desligue, é engano” e “A Fossa das seroentes”. O primeiro é um filme de angústia; o segundo é a adaptação da autobiografia da escritora Mary Jane Ward e   foi nomeado para os Oscars. 
Nas décadas seguintes, na maioria dos seus filmes encontram-se reminiscências do seu passado. Dirigiu, neste longo período, entre outros, os actores Kirk Douglas, Yul Brynner, Ingrid Bergman, Deborah Kerr, Omar Sharif, Yves Montand, Anthony Perkins, Peter O'Toole e Sophia Loren.
Foi casado com Miriam Hopkins (1937/1939), tendo-se casado em segundas núpcias com a modelo Sophie Steur, que foi sua companheira até ao fim.
Tem duas estrelas no Passeio da Fama, no Hollywood Boulevard.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

20 DE MAIO - JOHN CLARE


EFEMÉRIDE - John Clare, poeta inglês, morreu em Northampton no dia 20 de Maio de 1864. Nascera em Halpston, Northamptonshire, em 13 de Julho de 1793. Ele é, com John Keats e William Wordsworth, um dos poetas mais importantes da sua geração. Era conhecido pelo seu amor à ruralidade.
Em 1818, os seus primeiros sonetos chamam a atenção do livreiro Edward Drury, que o encoraja a publicar o que escrevia.
Em 1820, publicou a sua primeira recolha de poesias, “Poems Descriptive of Rural Life and Scenery”, graças à qual se celebrizou. Quando da primeira ida a Londres, foi bem acolhido nos meios literários. Lord Rastock ofereceu-lhe a sua protecção e uma renda anual.
No ano seguinte (1821), publicou o segundo livro, “The Village Minstrel”. Em 1835, foi editado “A Musa Rural”.
Vítima de alucinações quotidianas, foi internado no hospital psiquiátrico de Northampton, em 1864. Durante as suas crises, “via” Mary Joice, o seu primeiro amor, falava-lhe e compunha poemas para ela. Gradualmente, a sua loucura aumentou e acabou por falecer perante a indiferença geral.
A sua poesia foi seriamente reavaliada no final do século XX e ele é, agora, considerado um dos poetas mais importantes do século XIX. O seu biógrafo Jonathan Bate afirmou que «Clare foi o maior poeta da classe trabalhadora, que a Inglaterra já produziu». Segundo Alexei Bueno, no prefácio à antologia dos poemas de Clare, por ele traduzidos, «a triste verdade é que o imenso poeta que foi John Clare não alcançou o devido reconhecimento em vida».

domingo, 19 de maio de 2019

19 DE MAIO - BRUCE BENNETT


EFEMÉRIDE - Bruce Bennett, de seu verdadeiro nome Harold Herman Brix, atleta e actor norte-americano celebrizado nos filmes de Tarzan, nasceu em Tacoma no dia 19 de Maio de 1906. Morreu em Santa Mónica, em 24 de Fevereiro de 2007.
O início da sua carreira foi como atleta, futebol americano e atletismo, chegando a ganhar a Medalha de Prata de lançamento de peso nos Jogos Olímpicos de 1928, em Amsterdão.
Ainda era atleta, quando actuou como duplo em vários filmes. Acabou por ser escolhido por Ashton Dearholt da Burroughs-Tarzan Enterprises, em 1935, para protagonizar a série “As Novas Aventuras de Tarzan”, seguindo as pisadas de Johnny Weissmuller e Buster Crabbe. Brix tinha sido seleccionado para o papel anos antes, em 1932, pela MGM, mas lesionou-se e foi substituído por Weissmuller.
O Tarzan de Herman Brix, produzido pela própria companhia de Burroughs, era falado numa linguagem elaborada e com um vocabulário em inglês correcto, tal como nos livros, sendo filmado nas perigosas savanas da Guatemala.
Depois de um certo número de séries e filmes, e achando-se ainda tipificado como Tarzan na mente dos maiores produtores, Brix mudou o nome para Bruce Bennett. conseguindo papeis em grandes produções, como “O tesouro de Sierra Madre” (1948), “Alma em Suplício” (1945), “Original Pecado” (1943) e “Prisioneiro do Passado” (1947).
A partir de meados da década de 1950, apareceu principalmente em filmes menores, tal como “The Alligator People” (1959), e na televisão. Ele foi também um empresário de sucesso fora do mundo do cinema, durante a década de 1960.
Finalizou a sua carreira cinematográfica em 1980, com um filme holandês.
Bennett estava internado no Centro Médico Santa Mónica devido a uma fractura do colo do fémur, vindo a falecer nessa instituição, aos 100 anos de idade, em consequência de complicações relacionadas com a fractura.

sábado, 18 de maio de 2019

18 DE MAIO - RICHARD BROOKS


EFEMÉRIDE - Richard Brooks, romancista, guionista, realizador e produtor de cinema norte-americano, nasceu em Filadélfia no dia 18 de Maio de 1912. Morreu em Beverly Hills, em 11 de Março de 1992.
Descendente de judeus russos que emigraram para Filadélfia, o seu nome verdadeiro era Ruben Sax. Estudou na West Philadelphia High School e na Temple University. Foi repórter desportivo de vários jornais, antes de trabalhar na rádio, em Nova Iorque. Fez parte da equipa editorial da rede NBC nos anos 1930, antes de tentar a direcção teatral no Teatro Mill Pond de Nova Iorque.
Richard Brooks passou muitos anos nas equipas de escritores de Hollywood, fazendo guiões para produções de baixo orçamento e algumas séries, antes de ingressar na Marinha, para servir como fuzileiro durante a Grande Guerra Mundial.
A publicação do seu segundo romance “Splinters” em 1930 e sobretudo o livro de 1937, “The Brick Foxhole”, trouxeram-lhe o êxito. Neste último livro, é contada a história de um grupo de marines que se envolvem no assassinato de um homossexual, uma crítica à intolerância. O livro foi adaptado ao cinema em 1947, com o título “Crossfire”, mudando a intolerância para com a homossexualidade, mas não contra o anti-semitismo… Brooks, com efeito, recebeu o crédito pelo livro, mas foi impedido contratualmente de interferir no guião.
Nos anos 1940, escreveu os elogiados roteiros de “Key Largo” e “Brute Force”. Em 1950, realizou o filme “Crisis”, com um protagonista sombrio, interpretado pelo astro Cary Grant. Somente nos anos 1960, venceria o Oscar de Melhor Guião com o filme “Elmer Gantry”. Foi ainda nomeado para os Oscars, nesta categoria, em 4 outros filmes.  A película “In Cold Blood” (1967) valeu-lhe o prémio David de Melhor Realizador de 1968.
Outros trabalhos notáveis de Richard Brooks, como realizador, foram “Os Irmãos Karamazov” (com Yul Brynner), baseado na obra do escritor russo Fiódor Dostoievski, “Lord Jim” (com Peter O'Toole) e “A última vez que vi Paris” (com Elizabeth Taylor).
Em 1965, Richard Brooks casou-se com a actriz britânica Jean Simmons, que ele havia dirigido em “Elmer Gantry”. O casal teve uma filha e divorciou-se em 1977. Antes, em 1941, tinha casado com a também actriz Jean Brooks, de quem se divorciou em 1944.
Brooks faleceu, aos 80 anos, vítima de problemas cardíacos, e realizou filmes quase até ao fim da vida.  Foi sepultado no Hillside Memorial Park Cemetery, em Culver City, na Califórnia. Pela sua contribuição para o cinema, ganhou uma estrela na Calçada da Fama, no Hollywood Boulevard.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

17 DE MAIO - HENRI BARBUSSE


EFEMÉRIDE - Adrien Gustave Henri Barbusse, escritor francês, nasceu em Asnières no dia 17 de Maio de 1873. Morreu em Moscovo, em 30 de Agosto de 1931., O seu romance “Le feu” obteve êxito mundial.
O pai, licenciado em Teologia pela Universidade de Genebra, era jornalista, cronista teatral, no “Siècle”. A mãe, de origem inglesa, faleceu quando ele tinha apenas três anos. 
Os meios literários reconheceram-no, ainda muito jovem, como um dos seus, devido à sua participação notável em 1892 no concurso de poesia do jornal “L'Écho de Paris”. A sua primeira recolha de poemas, “Pleureuses”, foi publicada em 1895 e reeditada em 1920.
Profissionalmente, começou por trabalhar na imprensa. Voltou-se então mais para a prosa e publicou o seu primeiro romance em 1908, “L'Enfer”. Em 1914, com 41 anos e apesar de problemas pulmonares, alistou-se voluntariamente na infantaria (apesar das suas posições pacifistas, antes da guerra). Juntou-se às tropas combatentes em Dezembro de 1914, no 231º regimento de infantaria, com o qual participou em combates nas primeiras linhas, até 1916.
A posteridade se lembrará sobretudo do romance que ele escreveu sobre esta experiência - “Le Feu”, prémio Goncourt 1916, episódios da Primeira Guerra Mundial cujo realismo levantou protestos do público e entusiasmo dos seus camaradas de combate. Foi publicado sob a forma de folhetim, no diário “L'Œuvre”, a partir de 2 de Agosto de 1916. Foi lançado em livro em Novembro do mesmo ano, pela editora Flammarion. Um ano depois, Henri Barbusse co-fundou e foi o primeiro presidente da Associação Republicana dos Antigos Combatentes.
Em Abril de 1918, foi chamado para assegurar a direcção literária do jornal “Le Populaire”.  Fundador do movimento pacifista “Clarté” e da revista homónima (1919/1924), adere ao Partido Comunista Francês em 1923 e tornou-se amigo de Lenine e de Gorki, durante uma viagem que fez à URSS. Em Abril de 1926, foi convidado pelo jornal comunista “L'Humanité” para dirigir a página literária. Em 1928, fundou a revista “Monde”, que seria publicada até 1935. Esta revista tinha colaborações internacionais de grande prestígio.
Fez várias viagens à União Soviética, tendo falecido em Moscovo, durante uma delas. Segundo Arkadi Vaksberg, jornalista/investigador russo, ele teria sido envenenado por ordem de Estaline, mas isto nunca foi confirmado. O seu estado de saúde estava muito debilitado, devido à sua doença pulmonar e a uma intensa actividade nacional e internacional. Repousa no cemitério do Père-Lachaise em Paris.
O seu nome foi dado a várias ruas e escolas francesas. Um museu é-lhe dedicado, em Aumont-en-Halatte (Oise), França.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

16 DE MAIO - KENJI MIZOGUCHI


EFEMÉRIDE - Kenji Mizoguchi, realizador japonês, nasceu em Tóquio no dia 16 de Maio de 1898. Morreu em Quioto, em 24 de Agosto de 1956.
Circunstâncias económicas adversas obrigaram o seu pai, que era carpinteiro, a vender a sua irmã mais velha para se tornar uma gueixa, um acontecimento que afectou profundamente a visão do mundo de Mizoguchi ao longo da vida. Manteve uma feroz resistência contra o pai, pelo tratamento que ele deu a sua mãe e irmã durante toda a vida. Deixou a escola, com treze anos, para trabalhar e estudar artes gráficas. O seu primeiro emprego foi como designer publicitário em Kobe. Estreou-se na indústria cinematográfica em Tóquio, como actor, em 1920.Três anos depois, tornar-se-ia um realizador bastante conceituado da Nikkatsu Corporation.
Os primeiros trabalhos de Mizoguchi foram exploratórios, principalmente adaptações de Eugene O'Neill, Tolstói e remakes do expressionismo alemão. Nestes filmes, trabalhou rapidamente, por vezes produzindo uma série de filmes em semanas. Isso explicaria a contagem de mais de cinquenta filmes, entre 1920 e 1930, a maioria dos quais se perderam.
Vários dos seus filmes posteriores foram tendenciosos. Mizoguchi explorou as suas tendências socialistas e neles modelou as suas preocupações. Mais tarde, persistiu em dizer que a sua carreira como realizador sério não havia começado até “Sisters of Gion” e “Naniwa Elegy”, ambos de 1936. Nos seus filmes centrais, Mizoguchi começou a ser saudado como um realizador neo-realista: tais filmes eram considerados como documentos sociais de um Japão em transição do feudalismo para o modernismo. “The Stody of the Last Chrysanthemus” (1939) ganhou um prémio do Departamento de Educação; como os dois filmes anteriormente citados, este último explora o papel secundário da mulher numa sociedade injustamente machista. Durante este tempo, Mizoguchi também desenvolveu a sua famosa aproximação cinematográfica de «um plano por cena»". A meticulosidade e autenticidade do seu cenógrafo Hiroshi Mizutani teria contribuído para o uso frequente de lentes altamente distorcidas nos filmes de Mizoguchi. Durante a guerra, Kenji foi forçado a firmar compromissos com o governo militar, como publicitário. O seu mais famoso filme dessa época foi um remake do clássico “Samurai Bushido” chamado “The 47 Ronin” (1941), um drama histórico/épico.
Mizoguchi foi redescoberto no Ocidente particularmente por críticos, como Jacques Rivette. Depois de uma fase inspirada pelo sufrágio feminino japonês, que produziu filmes radicais como “Victory of the Women” (1946) e “My Love Has Been Burning” (1949), Mizoguchi voltou-se para o «período dramático», reconstituindo histórias do folclore japonês ou do período histórico — junto com o escritor e colaborador de longa data Yoshikata Yoda. Seria a sua mais celebrada série de trabalhos, incluindo “The Life of Oharu” (1952), que ganhou reconhecimento internacional e que ele considerava o seu melhor filme, e “Ugetsu” (1953), que ganhou o Leão de Prata no Festival de Veneza. “Sansho the Bailiff” (1954) tomou a premissa do Japão feudal e trabalhou-a como um conto moralista confucionista.
De aproximadamente 100 filmes que desenvolveu, apenas dois — “Tailes of the Taira Clan” (1955) e “Princess Yang Kwei-Fei” (1955) — são coloridos.
Mizoguchi morreu em Quioto, vítima de de leucemia, aos 58 anos de idade, na época em que havia sido reconhecido como um dos três mestres do cinema japonês, ao lado de Yasujiro Ozu e Akira Kurosawa. De acordo com a sua memória, terá feito ao todo 94 filmes, embora a maioria dos seus primeiros trabalhos tenha sido perdida.
Em 1975, Kaneto Shindo fez um documentário sobre Mizoguchi intitulado “Kenji Mizoguchi: The Life of a Film Director”.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

15 DE MAIO - ELIO DE ANGELIS


EFEMÉRIDE - Elio De Angelis, piloto italiano de Fórmula 1, morreu em Le Castellet no dia 15 de Maio de 1986. Nascera em Roma, em 26 de Março de 1958. Disputou 108 Grandes Prémios do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, de 1979 a 1986, onde ganhou 122 pontos, vencendo por duas vezes, estando 9 vezes no pódio e tendo obtido 3 pole positions.
Aos 18 anos, foi Campeão da Europa de Karting por equipas. Em 1975, fora Vice-campeão do Mundo individual.  Em 1977, conquistou a primeira vitória em Fórmula 3. Nesta mesma categoria, conquista o prestigioso GP do Mónaco.
Correu pelas escuderias Shadow, Lotus e Brabham. Morreu durante testes no circuito de Paul Ricard em Le Castellet. Algumas vezes, referiam-se a ele como o «último cavalheiro da Fórmula 1» e, embora não fosse provavelmente um dos pilotos mais talentosos, estava entre os mais populares da categoria.
Tendo pilotado pela Shadow na sua temporada de estreia, em 1979, não pontuou na temporada inteira, mas incrivelmente conseguiu um 4º lugar na última corrida da temporada. Transferiu-se para a Lotus em 1980 e - aos 20 anos - quase se tornou o mais jovem vencedor de um Grande Prémio de todos os tempos, ao terminar num disputadíssimo 2º lugar no GP do Brasil de 1980, em Interlagos.
Deixou a Lotus no final da temporada de 1985, quando ficou claro que os esforços da equipa estavam sendo concentrados no seu talentoso companheiro de equipa, Ayrton Senna. O substituto de Angelis na equipa foi Johnny Dumfries, que obteve o seu lugar quase que inteiramente devido ao facto de ter aceite ser um subordinado de Senna, que não iria tolerar alguém muito mais competitivo, na qualidade de segundo piloto. Dumfries permaneceu apenas uma temporada na Fórmula 1, antes de ser substituído pelo japonês Satoru Nakajima, um piloto patrocinado pela Honda.
Em 1986, De Angelis correu pela Brabham - outra equipa famosa, então em declínio - como substituto do bicampeão mundial Nelson Piquet (que havia ido para a equipa Williams, porque o homem forte da Brabham, Bernie Ecclestone, não quisera dar-lhe um aumento de salário).
O Brabham-BMW de 1986, o BT55 Skate, era um carro de design radical, com um assento extremamente baixo. Todavia, não conseguiu arrancar a Brabham do seu rápido declínio e logo se tornou claro que não seria com aquele modelo que a equipa recuperaria os seus dias de glória do início dos anos 1980. Não obstante, De Angelis deu o melhor de si para ajudar no desenvolvimento do carro.
Durante os testes no circuito de Paul Ricard, em França, a asa traseira do BT55 soltou-se enquanto ele pilotava em alta velocidade, fazendo com que o carro perdesse pressão aerodinâmica nas rodas traseiras, capotasse sobre uma barreira e em seguida se incendiasse. O impacto em si não matou de Angelis, mas ele não conseguiu sair do veículo sozinho. A situação foi exacerbada pela ausência de fiscais de pista no circuito, que pudessem tê-lo ajudado, e porque demorou 30 minutos a chegada de um helicóptero de resgate, o que fez com que ele fosse quase asfixiado pela fumaça. Os seus únicos ferimentos foram uma clavícula fracturada e queimaduras leves nas costas. Foi levado para um hospital em Marselha, onde veio a falecer 29 horas após o acidente.
Além de piloto, De Angelis era também um pianista de nível profissional que, certa vez, num episódio famoso, entreteve os demais pilotos com um recital de composições suas, durante a greve de pilotos nos treinos do GP da Africa do Sul em 1982.

terça-feira, 14 de maio de 2019

14 DE MAIO - FRANCISCO RODRIGUES TENÓRIO


EFEMÉRIDE - Francisco Rodrigues Tenório, industrial conserveiro português, no século XIX, morreu em Vila Real de Santo António no dia 14 de Maio de 1907. Nascera em Villanueva de los Castillejos, província de Huelva, Espanha, em data desconhecida.
Dedicou-se primeiro ao comércio em Loulé e, mais tarde, transferiu-se para Vila Real de Santo António, onde instalou, no ano de 1880, a fábrica São Francisco que produzia conservas de atum em escabeche, projectando-se como industrial de relevo e renome, dotado de grande espírito prático e empreendedor, com reputação de ser um homem bondoso e honesto. Esta fábrica possuía somente quatro caldeiras de ferro (cozedores), pois não recorria a motores. O número de operários era reduzido: 15 a 20 homens, auferindo 400 a 900 réis por dia; 30 a 40 mulheres, ganhando até 220 réis; e 4 menores, que recebiam a quantia mais baixa - 120 réis. A jornada de trabalho chegava a atingir 15 horas diárias (dez horas de dia e cinco horas à noite).
A fábrica de Francisco Rodrigues Tenório rapidamente ganhou grande prestígio pela alta qualidade do atum em lata que fornecia aos mercados internos e externos. O seu icónico retrato, com umas longas e muito características suíças, em voga na época, tem sido impresso até aos nossos dias nas latas de conserva da marca Tenório, actualmente propriedade da sociedade açoriana Cofaco.

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