quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Recordando "Abril"

EFEMÉRIDEWilliam Butler Yeats, poeta, dramaturgo e místico irlandês, muitas vezes designado apenas por W. B. Yeats, morreu em Roquebrune-Cap-Martin, França, em 28 de Janeiro de 1939. Nascera em Sandymount, Dublin, no dia 13 de Junho de 1865. Foi um dos elementos mais activos do “Renascimento da Literatura Irlandesa” (ou “Renascimento Celta”) e foi um dos fundadores do Abbey Theatre (1904).
As suas primeiras obras foram caracterizadas por um romantismo exuberante e fantasioso, bem demonstrado pela sua colectânea “O Crepúsculo Celta”, publicada em 1893. Posteriormente, por volta dos 40 anos, como resultado da sua relação com poetas modernistas, como Ezra Pound, e também do envolvimento activo no nacionalismo irlandês, o seu estilo tornou-se mais austero e moderno.
Foi igualmente senador, cargo que exerceu com dedicação e seriedade. Foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura de 1923 e em 1934 compartilhou o Prémio Gothenburg de poesia com Rudyard Kipling.
Yeats, a exemplo dos irmãos, foi educado em casa. A mãe entretinha os filhos com histórias e contos populares do seu condado de origem. Em 1877 entrou para a Escola Godolphin, onde estudou durante quatro anos. Em 1881 continuou a sua formação académica na Erasmus Smith High School de Dublin. Foi no estúdio de pintura do seu pai, localizado ali perto, que Yeats conheceu vários artistas e escritores. Manteve-se na escola secundária até 1883, começando a escrever poesia por esta época.
Os seus primeiros poemas, bem como um ensaio designado por “The Poetry of Sir Samuel Ferguson”, foram publicados na Dublin University Review em 1885. De 1884 a 1886 frequentou a Metropolitan School of Art.
Os primeiros trabalhos poéticos inspiravam-se sobretudo nos mitos e no folclore irlandês. O seu primeiro poema com alguma importância foi “A Ilha das Estátuas”. O primeiro livro publicado foi “Mosada: A Dramatic Poem” (1886).
Ainda que influenciado pelo simbolismo francês, Yeats procurou sempre focar conteúdos e temas relacionados com a Irlanda. Teve também, ao longo da vida, um interesse enorme pelo misticismo e pelo espiritualismo. Em 1885 formou com alguns amigos a “Ordem Hermética de Dublin”, a “Loja Teosófica de Dublin” e a “Ordem Hermética do Alvorecer Dourado”. As inclinações místicas de Yeats, que eram influenciadas pela religião Hindu, por crenças teosóficas e pelo ocultismo, serviriam mais tarde de base para alguns dos seus poemas.
Foi muito produtivo nos últimos anos da sua vida, publicando poesia, peças de teatro e diversas prosas. Em 1938, um ano antes de morrer, foi pela derradeira vez ao Teatro Abbey, assistir à estreia da sua peça “Purgatory”. A autobiografia de W. B. Yeats foi publicada igualmente nesse ano.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Recordando "Abril"
EFEMÉRIDEFrancis Drake, corsário, explorador e almirante inglês, morreu em San Juan, Porto Rico, no dia 27 de Janeiro de 1595, vítima de disenteria. Segundo a lenda, o seu corpo foi lançado ao mar, trajando uma armadura de ouro de dezoito quilates, juntamente com a sua espada, também de ouro. Nascera em Tavistock, Devonshire, em Fevereiro ou Março de 1540.
Ficou conhecido pela sua luta contra Felipe II de Espanha e por ter sido a primeira grande figura da marinha do seu país. Comandou a esquadra de Inglaterra que derrotou a “Invencível Armada” espanhola, tida como a maior força naval da Europa naquela época. Com desvantagem numérica e poucos mantimentos, assegurou a supremacia naval dos ingleses. Fez pirataria nas Caraíbas contra navios e possessões espanholas, viajou ao longo da América do Norte e foi o primeiro comandante inglês a circum-navegar o mundo.
Chegou a capitão de navio cerca dos vinte anos de idade e, tempos depois, foi atacado e derrotado pela Armada Espanhola, perdendo o navio e quase perdendo a vida, o que lhe deixou um ressentimento profundo contra os espanhóis.
Em 1577, a rainha Isabel I enviou Drake numa expedição para atacar os espanhóis ao longo da costa americana do Pacífico. Drake partiu no “Golden Hind”, atravessou o estreito de Magalhães, devastou os territórios de Espanha nas costas ocidentais da América, tomou posse da Califórnia e regressou à Europa via Índias Orientais, pela rota do cabo da Boa Esperança, tendo completado assim a segunda viagem de circum-navegação da história (1580). Utilizou mapas portugueses e também alguns pilotos da mesma nacionalidade. A rainha nomeou-o Vice-almirante.
Em 1588 liderou a Armada Inglesa, na defesa a um ataque espanhol, afundando vinte e três navios e capturando o “navio almirante” inimigo. No ano seguinte tentou, sem sucesso, libertar Portugal da ocupação espanhola.
Atribui-se a Drake a introdução da batata na Europa, que ele teria trazido de Santa Fé no México. Uma reprodução do navio de Francis Drake está ancorada na margem sul do rio Tamisa em Londres.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Recordando "Abril"

EFEMÉRIDE João Alves Branco Núncio, cavaleiro tauromáquico português, morreu na Golegã em 26 de Janeiro de 1976. Nascera em São Romão, Alcácer do Sal, em 15 de Fevereiro de 1901.
Toureando corajosamente quase até ao fim da vida, Branco Núncio era conhecido pelo “Califa de Alcácer” e tratado por “Mestre”.
Tirou o curso comercial na Escola Académica e dedicou-se à lavoura, sendo ganadeiro nas suas propriedades de Alcácer do Sal. Era filho e neto de lavradores da região. O avô fora para Alcácer em 1878.
Apresentou-se em público pela primeira vez aos treze anos, na Praça de Touros de Évora. Devido às suas brilhantes participações foi-lhe concedida alternativa na Praça de Touros do Campo Pequeno em Lisboa, no dia 27 de Maio de 1923. Participou em cerca de mil touradas, duzentas das quais sem qualquer interesse económico. Lidou perto de 2000 touros e utilizou 61 cavalos.
A arte de tourear atingiu com ele o máximo do refinamento, o que o leva a ser considerado como a maior figura do toureio equestre.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Recordando "Abril"
EFEMÉRIDE Manuel António dos Santos Lopes, romancista, poeta e ensaísta, um dos fundadores da literatura moderna cabo-verdiana, faleceu em Lisboa no dia 25 de Janeiro de 2005. Nascera no Mindelo, Cabo Verde, em 23 de Dezembro de 1907.
Manuel Lopes escrevia os seus textos em português, embora utilizasse frequentemente expressões em crioulo cabo-verdiano. Contribuiu para dar a conhecer ao mundo as calamidades, as secas e as mortes em São Vicente e, sobretudo, em Santo Antão.
Emigrou para Portugal ainda muito jovem, tendo-se fixado com a família em Coimbra (1919), onde fez os seus estudos secundários.
Voltou a Cabo Verde como funcionário de uma companhia inglesa. Em 1936 fundou, juntamente com Baltasar Lopes da Silva e Jorge Barbosa, a revista Claridade, de que sairiam nove números. Em 1944 foi transferido para a ilha do Faial, nos Açores, onde viveu até se fixar definitivamente em Lisboa, a partir de 1959. Voltou apenas duas vezes a Cabo Verde.
Entre as suas obras mais conhecidas contam-se: “Chuva Braba” (romance, 1956, Prémio Fernão Mendes Pinto), “O Galo que Cantou na Baía” (contos, 1959, de novo Prémio Fernão Mendes Pinto) e “Os Flagelados do Vento Leste” (romance, 1959, Prémio Meio Milénio do Achamento de Cabo Verde). Este último livro foi adaptado ao cinema em 1987.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Recordando "Abril"

EFEMÉRIDENa tarde de 24 de Janeiro de 1972, Shoichi Yokoi foi descoberto na Ilha de Guam, por dois pescadores locais, Jesus Duenas e Manuel DeGracia, que verificavam as suas armadilhas para apanhar camarões ao longo de um rio da região. A princípio imaginaram que Yokoi fosse um habitante local, mas identificando-o depois como japonês, subjugaram-no de surpresa e levaram-no para fora da selva. Alguns soldados japoneses transviados haviam assassinado a sobrinha de DeGracia logo após o fim da Batalha de Guam e Duenas teve que convencer o seu companheiro a não o matar ali mesmo.
Shoichi Yokoi, nascido em Saori no dia 31 de Março de 1915, tinha sido soldado japonês e foi depois transformado em celebridade mundial, após ter sido assim encontrado nas matas de Talofofo, considerando-se ainda em guerra com os Estados Unidos, 27 anos após o final da 2ª Guerra Mundial.
Alistado no Exército Imperial Japonês em 1941, fora enviado logo de seguida para a Ilha de Guam, no Oceano Pacífico, ocupada pelos japoneses após o ataque a Pearl Harbor, que dera inicio ao conflito naquela região. Quando os norte-americanos recuperaram a ilha em 1944, Yokoi embrenhou-se na selva para evitar a rendição às tropas inimigas.
Nos primeiros tempos, caçava à noite e escondia-se durante o dia, usando plantas para fazer roupas, forro para a cama e armazenamento de víveres, que escondia num buraco onde passara a habitar. Shoichi temia ser morto caso caísse nas mãos dos habitantes de Guam, devido ao tratamento dispensado à população civil da ilha pelos japoneses. Durante quase 28 anos manteve-se nestas condições, mesmo após achar folhetos que anunciavam o fim da guerra.
Regressado finalmente ao Japão, com a sua velha arma enferrujada, transformou-se numa celebridade e foi objecto de reportagens em toda a imprensa mundial. Casou-se e estabeleceu-se na área rural de Aichi, tornando-se uma figura popular na televisão japonesa. Em 1977 foi tema de um filme de curta-metragem de sucesso “Yokoi e os Seus Vinte e Oito Anos de Vida Secreta em Guam”.
Em 1991, aos 75 anos de idade e dezanove anos após seu reaparecimento, Shoichi Yokoi teve a maior honra da sua vida, ao ser recebido em audiência pelo Imperador do Japão Akihito.
Morreu em Nagóia, de ataque cardíaco, no dia 22 de Setembro de 1997. Tinha 82 anos.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEAnna Matveïevna Pavlova, célebre bailarina russa, morreu em Haia no dia 23 de Janeiro de 1931, vítima de pleurisia. Nascera em São Petersburgo, em 12 de Fevereiro de 1881. De talento e carisma excepcionais, fascinou o mundo no fim do século XIX e na primeira metade do século XX. O seu extraordinário talento e as suas interpretações extremamente pessoais deram um novo sentido à dança clássica.
Era filha de mãe solteira e pertencia a uma família de camponeses pobres. O pai teria morrido quando ela tinha dois anos de idade. Quando completou oito anos, a mãe - como prenda - levou-a a assistir ao ballet “A Bela Adormecida”. O espectáculo emocionou-a de tal modo, que decidiu dedicar-se à dança.
Tentou ingressar na Escola Imperial de Ballet de São Petersburgo, mas não foi aceite devido à sua idade e à baixa estatura. Em 1891, com dez anos, conseguiu entrar na Academia, onde começou a revelar desde logo um enorme talento.
Graduou-se aos dezoito anos e ingressou no corpo do "Ballet Imperial Russo" de São Petersburgo. Era o começo de uma carreira de grande fulgor. Em 1902 era já segunda solista, em 1905 "Primeira Dançarina" e em 1906 "Primeira Bailarina".
Em 1908 estreou-se em Paris, no Théâtre du Châtelet, com os Ballets Russos de Serguei Diaghilev. De 1908 a 1911, pertenceu à companhia de Diaghilev, dividindo o seu tempo entre as tournées e os espectáculos no Teatro Mariinsky.
Em 1913 passou a actuar por conta própria, tendo como empresário Victor d'Andre, com quem se casaria mais tarde.
Em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial, Anna deixou a Rússia definitivamente e mudou-se para Londres. Durante a guerra apresentou-se nos Estados Unidos e na América do Sul, actuando em Belém do Pará, no Brasil, em 1918. Também esteve na Ásia, Oriente e África do Sul. Dançou para reis, rainhas e imperadores de toda a Europa. Na década de 1920 voltou ao Brasil, dançando no Rio de Janeiro e em São Paulo. Ao todo actuou em cerca de 4 000 cidades do mundo inteiro. Os seus duos com Vaslav Nijinski fazem parte das memórias do ballet mundial. Antes de morrer, Anna Pavlova teria declarado «Espero que quando já me tiverem esquecido, a lembrança da minha dança estará ainda viva no coração do público. Só de pensar nisso, sinto-me imensamente feliz».

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEKobo Abe, pseudónimo de Kimifusa Abe, romancista e dramaturgo japonês, faleceu em Tóquio no dia 22 de Janeiro de 1993. Nascera igualmente na capital japonesa, em 7 de Março de 1924.
Foi um dos líderes do vanguardismo japonês. O seu conhecimento da literatura ocidental, do existencialismo, do surrealismo e do marxismo, moldaram a sua posição perante os problemas do Japão no período pós-guerra.
Entre os seus livros destacam-se o romance “Mulher Nas Dunas” (1962) e algumas pequenas peças de teatro, como “O Homem que se Transformou num Pau” (1969).
Passou a infância e a adolescência na região de Manchukuo, actual Manchúria, então ocupada pelos japoneses e onde o pai exercia medicina. A distância do seu país natal justifica o não ter desenvolvido laços tão fortes com a cultura japonesa como outros escritores nipónicos seus contemporâneos. O jovem Kobo Abe interessou-se sobretudo pela matemática e pela filosofia ocidental, sobretudo de Nietzsche e Heidegger.
Voltou ao Japão em 1941, em plena guerra, ingressando dois anos depois na Universidade de Tóquio para estudar Medicina. Considerado inapto para o serviço militar devido a problemas respiratórios, regressou à Manchúria e, após a derrota do Japão, foi repatriado juntamente com as tropas que se retiraram da China. Retomou o seu curso universitário, mas a experiência da guerra alterou-lhe a vocação, preferindo dar início a uma carreira de escritor.
A sua primeira obra, uma recolha de poemas intitulada “Poemas de um Poeta Desconhecido”, que tinha escrito em 1943, foi publicada em edição do autor em 1947. Ganhou notoriedade em 1948, com a publicação do romance “O Sinal no Fim da Rua”. O seu modo de escrever “experimentalista” foi bem acolhido sobretudo pelas gerações mais novas. Recebeu vários prémios, entre eles o “Prémio Akutagawa”, o mais prestigiado prémio literário do Japão.
Em 1959, publicou “Quarta Era Glaciar Intermédia”, um romance complexo, cuja acção decorre no futuro, num Japão ameaçado pelo degelo dos pólos e cujas personagens se vão deparando com situações surrealistas. O seu romance “Mulher Nas Dunas” foi adaptado ao cinema em 1964 sob o título “A Face de Outro”.
Muitas das suas obras foram ilustradas por sua esposa Machi. Militante comunista de 1945 a 1962, Kobo Abe participou nesses anos num grupo de Literatura Popular, organizou um “Círculo Literário” num bairro fabril e publicou inúmeras revistas.
Dedicando-se também ao teatro, Kobo Abe tornou-se, na década de 1970, um dramaturgo de forte reputação. Tinha igualmente uma companhia de teatro que fez digressões pelos Estados Unidos, chegando a actuar em Nova Iorque.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEJosé Plácido Domingo Embil, tenor e maestro espanhol, nasceu em Madrid no dia 21 de Janeiro de 1941.
Tornou-se ainda mais famoso em todo o mundo, ao integrar juntamente com Luciano Pavarotti e José Carreras, o grupo dos Três Tenores, quando do Mundial de Futebol em Itália (1990). Já dirigiu a Ópera Nacional de Washington e a Ópera de Los Angeles.
Filho dos cantores de zarzuelas Plácido Domingo e Pepita Embil, era conhecido na família como "El Granado", por cantar desde muito pequeno a canção “Granada”. Em 1949 a família mudou-se para a Cidade do México e foi ali que ele iniciou os seus estudos de piano. Tempos depois foi admitido na Escola Nacional de Artes e no Conservatório Nacional de Música da capital mexicana, estudando piano e regência.
A sua estreia como cantor deu-se como barítono e só em 1959 se estreou como tenor com La Traviata.
Em 1962 juntou-se à Ópera de Tel Aviv, onde começou a ganhar fama. Esteve ali durante dois anos e meio, actuando em 280 espectáculos. Em 1966 cantou na Ópera de Nova Iorque. Em 1968 abriu a temporada de Ópera do Metropolitan de Nova York, o que se repetiu por vinte e uma vezes, batendo o recorde que pertencia a Enrico Caruso.
Durante a sua carreira tem cantado nas maiores salas de espectáculo mundiais e actuado nos principais festivais. Interpretou até agora mais de 120 personagens diferentes. Canta em italiano, francês, alemão, espanhol, inglês e russo.
Em 19 de Setembro de 1985, quando o maior terramoto na história do México devastou a capital do país, morreram-lhe uma tia, um tio e dois sobrinhos. O próprio Plácido Domingo interveio nos trabalhos de resgate e, no ano seguinte, deu concertos de beneficência a favor das vítimas.
Em 2002, gravou o hino do centenário do Real Madrid, interpretando-o debaixo de chuva no relvado do Estádio Santiago Bernabéu. Interpretou igualmente óperas em sete filmes.
Tem recebido inúmeros prémios e honrarias de que se destacam: Prémio Príncipe de Astúrias em 1991, Premio Kennedy Center em 2000, Medalha Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos em 2002, Ordem do Império Britânico em 2002, Legião de Honra Francesa em 2002 e Medalha Internacional das Artes da Comunidade de Madrid em 2006. Recebeu ainda dez títulos de Doutor Honoris Causa de vários estabelecimentos de ensino e, desde 1993, tem uma estrela no Passeio da Fama em Hollywood. Ganhou sete Prémios Grammy.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDE Johnny Peter Weissmuller, nadador e actor norte-americano, famoso por interpretar Tarzan, o personagem de ficção criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs, morreu em Acapulco, no México, em 20 de Janeiro de 1984, vítima de edema pulmonar. Nascera em Freidorf, na Roménia, que fazia então parte do Império Austro-húngaro, em 2 de Junho de 1904.
Weissmuller pertencia a uma família alemã, que emigrou para os Estados Unidos quando ele tinha apenas sete meses de idade.
Antes de entrar para o cinema, Weissmuller teve uma carreira excepcional como desportista, tendo conquistado cinco medalhas de ouro nas Jogos Olímpicos de 1924 e 1928. Foi detentor de 28 recordes mundiais de natação e ganhou 52 campeonatos nacionais, sendo considerado um dos melhores nadadores de todos os tempos. Foi o primeiro a baixar do “minuto” nos 100 metros livres (58,6 segundos em 1922). O seu recorde mundial de 1927 nas 100 jardas livres durou dezassete anos. Nunca perdeu uma prova até deixar a competição. Ganhou ainda uma medalha de bronze em water-polo nos Jogos Olímpicos de 1924.
A partir de 1934 imortalizou no cinema o famoso Tarzan, fazendo doze filmes e tornando célebre o famoso grito do personagem.
Depois de Tarzan, interpretou com sucesso “Jim das Selvas”, na série com o mesmo nome, feita para a Columbia entre 1948 e 1955. Em 1955 a série transferiu-se para a TV, tendo sido feitos vinte e seis episódios de meia hora cada. Já envelhecido e obeso, Weissmuller despediu-se das câmaras, tendo voltado apenas em pequenos papéis na década de 1970.
Viveu os últimos sete anos de vida com a sua sexta esposa, tentando recuperar de uma trombose.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEGustav Meyrink, escritor austríaco, conhecido também por Meyer, nasceu em Viena no dia 19 de Janeiro de 1868. Faleceu em Starnberg, na Baviera, em 4 de Dezembro de 1932.
Protestante de origem, foi depois adepto do budismo e de ciências ocultas. Escreveu sátiras anti-burguesas e várias obras sobre ocultismo e magia. Foi igualmente romancista, dramaturgo, tradutor e banqueiro.
Era filho ilegítimo de um barão e de uma actriz. Viveu em Munique até aos treze anos, onde completou a instrução primária. Morou em Hamburgo durante um curto período, acompanhando mais tarde sua mãe que se fixou em Praga em 1883. Habitou nesta cidade durante duas décadas, retratando-a em algumas das suas obras.
Um acontecimento viria a ter uma importância capital na vida de Meyrink. Ele está descrito na pequena história autobiográfica “O Piloto”. Em 1892, o jovem Gustav aprestava-se para pôr fim aos seus dias, já com uma pistola na mão, decidido a suicidar-se. Nesse momento ouviu um ligeiro ruído e verificou que alguém metera um pequeno livrinho por debaixo da porta. O título era “A vida depois da morte”. Meyrink ficou chocado com esta coincidência dramática e começou a interessar-se pela literatura ocultista.
Estudou teosofia, a cabala e o misticismo oriental. Até à sua morte praticou ioga, o que o ajudou a ultrapassar as fortes dores dorsais que sentia e que eram agravadas por diabetes.
Em 1889, com o sobrinho do poeta Morgenstern, Meyrink fundara o seu próprio Banco "Meyer & Morgenstern". Em 1902 Meyrink foi acusado de fraude bancária. Ficou preso durante dois meses, sendo depois absolvido e ilibado de quaisquer suspeitas. Apesar de tudo, decidiu parar com a sua actividade de banqueiro. Algumas das suas experiências na prisão foram descritas no seu romance “Golem”, publicado em 1915 e que teve grande sucesso, sendo considerado a sua obra-prima. Foi reeditado várias vezes e adaptado oito vezes ao cinema, a primeira em 1915 e a última em 1995. Três das versões foram feitas ainda no tempo do cinema mudo.
Nos anos 1900 publicou novelas satíricas na revista Simplicissimus, assinando-as com o apelido de sua mãe (Meyer).
Vivendo com dificuldades durante um certo período da sua vida, viu-se obrigado a fazer traduções. Em cinco anos traduziu para alemão, entre outros livros, quinze volumes da obra de Charles Dickens.

domingo, 18 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEAlan Alexander Milne, também conhecido como A. A. Milne, escritor britânico, que obteve grande sucesso com os seus livros sobre um urso de peluche denominado Winnie-the-Pooh e com poemas para crianças, nasceu em Londres no dia 18 de Janeiro de 1882. Faleceu em Hartfield, Sussex, em 31 de Janeiro de 1956.
Fez os seus estudos na Westminster School e no Trinity College (Cambridge).
Milne já era um escritor famoso, principalmente como dramaturgo, antes do imenso êxito de Pooh quase fazer esquecer os seus anteriores trabalhos. Adaptou também ao teatro o romance “The Wind in the Willows “ de Kenneth Grahame.
Depois da sua morte, os direitos de autor de Winnie foram vendidos à Disney.

sábado, 17 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEPedro Calderón de la Barca de Henao y Riaño, dramaturgo e poeta espanhol, nasceu em Madrid no dia 17 de Janeiro de 1600. Morreu, também na capital espanhola, em 25 de Maio de 1681.
Perdeu a mãe e o pai quando tinha respectivamente dez e quinze anos de idade. Estudou no Colégio Imperial da Companhia de Jesus, onde se iniciou no latim, na retórica e na leitura de clássicos. Posteriormente prosseguiu os seus estudos nas Universidades de Alcalá de Henares e de Salamanca.
Em 1620 foi para Madrid e viveu na corte, começando a participar em concursos de poesia e a escrever as primeiras peças. Por volta de 1623 esteve na Flandres como soldado e em 1625 iniciou a sua carreira dramática, depressa se transformando no dramaturgo favorito da corte, sobretudo depois da morte de Lope de Vega em 1635.
Em 1640 retomou a carreira militar da qual se retiraria em 1642. Em 1651 foi ordenado sacerdote e em 1663 tornou-se capelão de honra do rei Filipe IV, fixando-se novamente na corte e dirigindo a representação de autos sacramentais e outras peças teatrais.
Foi autor de uma vasta obra (mais de duzentos textos dramáticos) que marcou decisivamente a história do teatro em língua castelhana.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEEdmond François Valentin About, escritor, jornalista e crítico de arte francês, faleceu em Paris no dia 16 de Janeiro de 1885. Nascera em Dieuze (Moselle), em 14 de Fevereiro de 1828.
Filho de um merceeiro, fez os seus primeiros estudos num pequeno seminário e, depois, no Liceu Charlemagne onde se notabilizou como aluno brilhante, ganhando mesmo um Prémio de Honra em Filosofia.
Em 1851 foi nomeado membro da Escola Francesa de Atenas, tendo ficado dois anos na Grécia. Esteve depois no Egipto em 1867/1868. Participou também na viagem inaugural do “Oriente-Expresso” (1883). Cada uma das suas viagens servia-lhe para escrever obras satíricas notáveis. Como crítico de arte, era exigente e utilizava nos seus textos um saboroso estilo humorista.
Favorável ao “Segundo Império” e violentamente anticlerical, ficou também conhecido como grande polemista.
Em 1881 instalou-se com a família no castelo de Grouchy em Osny, no Val-d'Oise. Franco-maçom, fora iniciado em Março de 1862 na Loja de São João de Jerusalém. No jornal “Le Siècle”, publicou vários artigos hostis a personalidades maçónicas mais graduadas, alinhando com uma posição que era então corrente na esquerda republicana.
Edmond About foi igualmente um actor cómico, de tal modo sabia manejar a sátira. Conseguiu a celebridade graças a novelas escritas num estilo vivo, claro e conciso, e aos seus romances que evocam situações imaginárias, muitas das vezes inspiradas nos progressos da ciência. Foi eleito para a Academia Francesa em 1884, tendo morrido antes de poder pronunciar o habitual discurso protocolar.
O seu túmulo, no célebre Cemitério Père-Lachaise, está ornado com uma estátua do escultor Gustave Adolphe Désiré Crauk, artista que ele muito elogiara nas suas críticas ao Salão de Paris em 1857.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDE Ester Hillesum, escritora holandesa de origem judaica, conhecida como “Etty Hillesum”, nasceu em Middelburg, na Holanda, no dia 15 de Janeiro de 1914. Morreu no campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, em 30 de Novembro de 1943, vítima do Holocausto.
Era filha de um reitor de liceu e de uma emigrante russa, que vivia na Holanda desde 1907.
Durante a Segunda Guerra Mundial, escreveu um Diário (oito volumes entre 1941 e 1942) e várias Cartas (1942/1943), no “campo de trânsito” de Westerbork, onde esteve antes da partida para Auschwitz.
Etty tinha 27 anos quando começou a escrever. Vivia em Amesterdão, onde tirara um mestrado de Direito em 1939. Chegou a iniciar estudos em russo, que foram no entanto interrompidos pela ocupação nazi.
Etty relatou a restrição de direitos e as perseguições, que levaram massivamente os judeus holandeses para os campos de concentração e de extermínio de Hitler. Inúmeras anotações transformaram os seus textos em documentos de grande valor, para o estudo da história dos Judeus Holandeses durante a Guerra.
Ela evocou igualmente a sua evolução espiritual que, através da leitura, da escrita e da oração, a aproximaram bastante do cristianismo. Manteve até ao fim o seu amor pela vida e a fé inquebrantável no Homem, apesar de o ver cometer diariamente os crimes mais odiosos.

Festa de despedida do Presidente Bush...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDE Humphrey DeForest Bogart, actor de cinema e de teatro norte-americano, morreu em Los Angeles no dia 14 de Janeiro de 1957, vítima de doença oncológica. Nascera em Nova Iorque, em 25 de Dezembro de 1899. O “American Film Institute” considerou-o como o maior actor do cinema norte-americano de todos os tempos (1999). Entre os seus melhores filmes estão “Relíquia Macabra”, “O Tesouro de Sierra Madre” e “Casablanca”.
Estudou numa escola particular de prestígio, a Trinity School em Nova Iorque, e posteriormente na escola preparatória Phillips Academy em Andover, no Massachusetts.
Bogart alistou-se na Marinha quando da Primeira Guerra Mundial. Em 1918, o seu barco foi atacado por submarinos e um fragmento de madeira rasgou-lhe a boca, deixando-lhe uma cicatriz e afectando o seu modo de falar para o resto da vida.
Começou a sua carreira de actor nos palcos de Brooklyn em 1921, sem nunca ter tido aulas de teatro. Só entre 1922 e 1925, participou em mais de vinte produções na Broadway.
Começou a actuar no cinema na década de 1930, sobretudo em filmes de gangsters, de polícias e de ladrões. O seu primeiro filme romântico foi “Casablanca”. Lançado em 1942, foi considerado o melhor filme do ano e é um dos maiores clássicos do cinema mundial. Nele contracenou com Ingrid Bergman. Fez alguns filmes em que interpretou diferentes personagens. Actuou também ao lado de Katharine Hepburn, Audrey Hepburn e Ava Gardner. Tem uma estrela no célebre Passeio da Fama em Hollywood. Em 1949 fundou a sua própria produtora a “Santana Productions”.
Bogart teve quatro casamentos, o último e o mais feliz com Lauren Bacall, 25 anos mais nova do que ele. Em 1951 ganhou o Oscar de “Melhor Actor”. “Casablanca” é correntemente indicado como um dos cinco melhores filmes da história do cinema.
Bogart bebia e fumava muito, tendo contraído a terrível doença no esófago, no meio dos anos 1950. Em 1956 ainda foi operado, mas era já tarde demais.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEEdmund Spenser, poeta inglês, morreu em Londres no dia 13 de Janeiro de 1599. Nascera em 1552 na mesma cidade.
Ficou célebre pela sua poesia renascentista, que introduziu o bucolismo nas artes inglesas.
Filho de um artesão, oriundo de uma família pobre, morou parte de sua vida em Smithfield onde, em 1561, ingressou na escola dos Merchant Taylors. Foi aluno do escritor humanista Richard Mulcaste, com quem aprendeu latim, grego, hebreu e também o gosto pela poesia.
A sua obra recebeu influências da literatura italiana de Petrarca, dos escritos franceses de Joachim du Bellay e da convivência próxima com John Young, de quem foi secretário.
Em 1580 entrou para o serviço público e trabalhou em importantes cargos políticos e militares na Irlanda. Spenser actuou com afinco na repressão aos católicos. Mudou-se em 1586 para o condado de Cork, mas acabou por ser expulso em 1598, quando o seu castelo foi incendiado pela população enfurecida com a perseguição que ele movia aos católicos.
A sua mais célebre obra foi “A Rainha das Fadas”, um épico sobre a luta entre católicos e protestantes, publicado em várias partes. A obra que deveria ter doze livros acabou por ficar incompleta. Publicou ainda “The Shepheardes Calender” e “Epithalamion” (em português, “A Câmara da Noiva”, escrito em homenagem a sua esposa).
Edmund Spenser enriqueceu a poesia inglesa, sendo considerado o maior poeta do seu tempo. Falecido em 1599, o seu corpo foi sepultado na Abadia de Westminster.
Situação económica...


Prémio Nobel de Economia 2009...
O naufrágio da economia...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEAgatha Mary Clarissa Mallowan, mundialmente conhecida como Agatha Christie, romancista policial britânica, faleceu em Wallingford no dia 12 de Janeiro de 1976. Nascera em Torquay, em 15 de Setembro de 1890.
Passou a infância e a adolescência num ambiente de quase reclusão, pois a mãe encarregou-se da sua formação, não querendo que ela frequentasse escolas públicas. Encorajada pela mãe, começou a escrever pequenos contos, novelas e poemas.
Tinha trinta anos quando publicou o seu primeiro livro (“O Misterioso Caso de Styles”). Passou a escrever desde então uma média de um ou dois livros por ano.
Em 1926 escreveu a sua obra-prima “O Assassinato de Roger Ackroyd”, que foi o seu primeiro livro a ser passado ao teatro, sob o título “Álibi” e com grande sucesso.
Foi autora de mais de oitenta romances policiais, de outras pequenas histórias, de dezanove peças de teatro, de uma autobiografia e de seis romances escritos sob o pseudónimo de Mary Westmacott. Os seus “policiais” são os livros mais traduzidos de todo o planeta (cento e três idiomas), apenas superados pela Bíblia.
Criou personagens que são famosos em todo o mundo, como Hercule Poirot e Miss Marple. Agatha foi pioneira ao fazer com que os desfechos dos seus livros fossem impressionantes e inesperados, sendo praticamente impossível ao leitor descobrir antecipadamente os assassinos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, alistou-se como enfermeira trabalhando num hospital e numa farmácia, o que influenciou a sua obra: muitos dos assassinatos ocorridos nos seus livros foram cometidos com o uso de venenos.
Em 1971 recebeu o título de Dama da Ordem do Império Britânico.
O livro "Cai o Pano", narrando a última aventura de Hercule Poirot, foi publicado um pouco antes da sua morte. "Um Crime Adormecido" foi o último livro da personagem Miss Marple. Ambos já estavam escritos desde a década de 1940, devido à sua preocupação de poder não sobreviver à Segunda Guerra Mundial. Agatha Christie acabaria por morrer de causas naturais em 12 de Janeiro de 1976, deixando inconsoláveis milhões de fiéis leitores e uma fortuna calculada em vinte milhões de dólares.
Muitos dos seus livros foram adaptados ao cinema, à rádio e à televisão. Uma das suas peças de teatro (A Ratoeira) detém o recorde do maior período de representações sem interrupção. Alguns dos seus romances foram adaptados igualmente para “banda desenhada”.

domingo, 11 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEEdmund Percival Hillary, alpinista e explorador neozelandês, famoso principalmente pela primeira escalada do Evereste, morreu em Auckland no dia 11 de Janeiro de 2008. Nascera em Tuakau, em 20 de Julho de 1919. Ele e o guia sherpa Tenzing Norgay atingiram os 8.850 metros do cume do Evereste em 1953.
Iniciara-se no alpinismo aos dezasseis anos, fazendo a primeira subida significativa em 1939. Durante a Segunda Guerra Mundial foi navegador na Força Aérea Neozelandesa. Escalou outros dez picos do Himalaia entre 1956 e 1965 e alcançou também o Pólo Sul, fazendo parte de uma expedição britânica em Janeiro de 1958.
Foi nomeado Cavaleiro da Ordem do Império Britânico em 1953, membro da Ordem da Nova Zelândia em 1987 e cavaleiro da Ordem da Jarreteira Inglesa em 1995.
Hillary dedicou grande parte da sua vida a ajudar o povo Sherpa do Nepal, fundando a associação Himalayan Trust. Conseguiu assim construir escolas, hospitais e clínicas, considerando ser esta a sua mais importante realização.
Foi dele também a ideia de construir o aeroporto de Lukla, que aumentou o turismo, uma das grandes fontes de receita do país.
Para marcar os 50 anos da primeira escalada bem sucedida do Evereste, o governo nepalês conferiu-lhe a cidadania honorária, numa cerimónia realizada em Kathmandu, sendo o primeiro estrangeiro a receber tal honraria.
Durante anos, ele foi o único neozelandês vivo a aparecer numa nota de banco.

sábado, 10 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDECarlo Ponti, produtor de cinema italiano, faleceu em Genebra, Suíça, em 10 de Janeiro de 2007, vítima de complicação pulmonar. Nascera em Magenta, Itália, no dia 11 de Dezembro de 1912. Naturalizou-se francês em 1966.
Licenciou-se em Direito na Universidade de Milão em 1935 e, na década de 1940, iniciou a sua carreira de produtor cinematográfico com o filme “Pequeno Mundo Antigo”, a que se seguiram “Juventude Perdida” e “Viver em Paz”.
Nos anos 1950 colaborou com o também produtor Dino de Laurentis em grandes filmes italianos da época. Posteriormente produziu para Federico Fellini o filme “A Estrada”; para Vittorio de Sica o filme “Boccaccio 70” e para Roberto Rossellini o filme “Europa 51”. Ainda com Laurentis fez “Ulisses” e “Guerra e Paz”.
Em 1954 iniciou o seu trabalho com a actriz Sophia Loren, que viria a ser sua esposa, de 1957 até ao fim da vida. Depois de sair de Itália e de transferir as suas actividades para França e para os Estados Unidos em 1958, produziu o seu maior sucesso “Doutor Jivago” (1965), que foi dirigido por David Lean e galardoado com seis Oscars da Academia de Hollywood.
Outro grande sucesso foi o filme “Duas Mulheres” de 1960, que proporcionou o Oscar de melhor actriz a Sofia Loren. Teve grande êxito também com “Blow-Up » de Michelangelo Antonioni (1966).
Carlo Ponti trabalhou em mais de 140 filmes, alguns polémicos, como o “Massacre em Roma” que lhe valeu, na década de 1970, um processo por difamação ao Papa Pio XII.
Em 1979 foi condenado a uma pesada multa pelo fisco italiano o que, acrescentado à mudança dos seus negócios para o Canadá, marcou praticamente o fim da sua formidável carreira de produtor.
Apesar de tudo, a sua actividade continuou ainda até aos anos 1990, em que produziu as séries de televisão “Sábado, Domingo, Segunda” e “Liv”.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEDomenico Modugno, um dos mais importantes cantores italianos do século XX, nasceu em Polignano a Mare, na província de Bari, em 9 de Janeiro de 1928. Faleceu em Lampedusa no dia 6 de Agosto de 1994.
Em jovem queria ser actor e, depois de fazer o serviço militar, frequentou uma escola de actores. Entrou em alguns filmes e, depois de um deles (“Il Mantello Rosso”), decidiu seguir a carreira de cantor.
Nos anos 1950 tornou-se muito popular em todo o mundo, sobretudo com a canção "Nel blu dipinto di blu" também conhecida por “Volare”. Esta canção tornou-se um marco na música italiana da época.
Modugno recebeu três prémios Grammy: “A Canção do Ano”, “A Melhor Interpretação Masculina” e “O Melhor Disco”.
Domenico foi protagonista mundial de vários espectáculos teatrais, filmes e programas de televisão.
Venceu o Festival de São Remo por duas vezes e participou três vezes no Festival Eurovisão da Canção.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDELeonardo Sciascia, famoso escritor e político italiano, nasceu em Racalmuto, na Sicília, em 8 de Janeiro de 1921. Morreu em Palermo no dia 20 de Novembro de 1989.
Foi colaborador de vários jornais e revistas e esteve sempre ligado activamente a causas políticas e sociais.
A mãe provinha de uma família de artesãos e o pai trabalhava numa mina de enxofre. A sua história de escritor tem por raízes, justamente, as minas onde trabalharam o seu pai e o seu avô.
Aos vinte anos já era professor e, em 1956, escreveu o seu primeiro livro, “As paróquias de Regalpetra”, em que descreve a vida numa vila da Sicília.
Em 1961 publicou o seu primeiro romance policial sobre a máfia siciliana. Em 1963 escreveu “O conselho do Egipto”, descrevendo a Sicília do fim do século XVIII. Publicou ainda duas peças de teatro (1965 e 1969) e vários outros livros sobretudo policiais (entre 1966 e 1974). Em 1975 foi eleito para o Conselho Municipal de Palermo numa lista comunista. Demitiu-se dois anos mais tarde e, em 1979, foi eleito para o Parlamento Europeu em representação do Partido Radical. Fez parte da comissão de inquérito ao assassinato de Aldo Moro.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDED. Dinis, sexto rei de Portugal, morreu em Santarém no dia 7 de Janeiro de 1325. Nascera em Lisboa, em 9 de Outubro de 1261.
O seu reinado durou de 1279 até 1325. Teve o cognome de “O Lavrador”, pelo impulso que deu à agricultura, e também o de “O Trovador”, pelas “Cantigas” que compôs e pelo desenvolvimento da poesia trovadoresca ocorrida no seu reinado.
Como herdeiro da coroa, D. Dinis foi envolvido desde bastante jovem nos aspectos da governação. Quando subiu ao trono, o País encontrava-se em conflito com a Igreja Católica e D. Dinis logo procurou normalizar a situação, assinando um tratado com o papa Nicolau III.
D. Dinis foi um rei sobretudo administrador e pacífico, firmando a Paz com Castela e definindo as fronteiras actuais entre os dois países ibéricos.
Foi acentuada a predilecção por Lisboa como local de permanência da corte real. Não existia ainda uma capital, mas a localização de Lisboa, o seu desenvolvimento urbano, económico e mercantil, iam fazendo da cidade o local mais viável para vir a afirmar-se como centro administrativo por excelência.
Preocupado com as infra-estruturas do país, D. Dinis ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro. Fomentou as trocas com outros reinos, assinando o primeiro tratado comercial com o rei de Inglaterra em 1308 e criando as bases para uma verdadeira marinha mercante portuguesa.
D. Dinis redistribuiu terras, promoveu a agricultura e fundou várias comunidades rurais, assim como mercados e feiras. Um dos seus maiores legados foi a ordem de plantar o Pinhal de Leiria, que ainda hoje se mantém, e que se destinava a proteger as terras agrícolas do avanço das areias costeiras. Produzia-se então mais cereais do que o necessário, exportando-se os excedentes.
A cultura foi também um dos seus interesses: D. Dinis não só apreciava literatura, como foi ele próprio um poeta notabilíssimo e um dos maiores e mais fecundos trovadores do seu tempo. Aos nossos dias chegaram 137 cantigas de sua autoria, distribuídas por todos os géneros: Cantigas de Amor, de Amigo e de “Escárnio e Maldizer”.
A Universidade de Coimbra, a primeira universidade portuguesa, foi por si fundada. A ele se deve igualmente a publicação do núcleo principal do Código Civil e Criminal, que dava prioridade à protecção das classes menos favorecidas contra os abusos do poder. Mandou traduzir importantes obras, tendo sido a sua Corte um dos maiores centros literários da Península Ibérica.
Com a ajuda da esposa, a rainha Isabel de Aragão, tentou melhorar igualmente a vida dos pobres, fundando diversas instituições de caridade.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

no comments

EFEMÉRIDE John Birks Gillespie, conhecido como Dizzy Gillespie, trompetista, chefe de orquestra, cantor e compositor de jazz norte-americano, faleceu em Englewood no dia 6 de Janeiro de 1993, vítima de doença cancerosa. Nascera em Cheraw, Carolina do Sul, em 21 de Outubro de 1917.
Começou a tocar aos doze anos como autodidacta, conseguindo depois uma bolsa de estudos para o Laurinburg Institute na Carolina do Norte. Abandonou porém os estudos em 1935, para tentar uma carreira profissional em Filadélfia. Não teve muito sucesso a solo, mas fez parte de várias formações, uma delas com Duke Ellington. Rapidamente, no entanto, Gillespie mostraria os seus grandes dotes: rapidez de execução, acrobacias musicais e harmonias originais. O seu estilo muito próprio e o seu talento levaram-no a ter então excelentes contratos.
Foi, juntamente com Charlie Parker, uma das maiores figuras no desenvolvimento do movimento Bebop no jazz moderno, actuando em clubes célebres. Com Miles Davis e Louis Armstrong, ele é considerado um dos três maiores trompetistas da história do jazz. A sua carreira durou 58 anos (1935/1993). Era um instrumentista virtuoso e um improvisador com grandes recursos. A sua forma de cantar e tocar (com as bochechas extremamente inchadas), o seu trompete recurvo e uma personalidade alegre, faziam dele uma pessoa muito especial, dando aspecto humano a uma música que alguns classificavam de “selvagem”.
Nos anos 1940, Gillespie liderou o movimento de música Afro-Cubana, trazendo elementos latinos e africanos para o jazz, e até para a música pop, em particular a salsa. Entre as suas muitas composições destacam-se: “Manteca”, “A Night in Tunísia”, “Birk's Works” e “Con Alma”, que são clássicos do jazz.
Em 1952 deixou os Estados Unidos com destino a França, onde criou uma banda que actuaria nas melhores salas de espectáculos de Paris. Voltou à América no ano seguinte, depois de uma série de concertos e de gravações de grande qualidade.
Em 1956 o Departamento do Estado Americano encarregou-o de divulgar o jazz na Jugoslávia, no Médio-Oriente e na América do Sul. Em 1964 declarou-se candidato às Presidenciais nos Estados Unidos, mas desistiu a favor de Lyndon B. Johnson.
Dizzy Gillespie publicou a sua autobiografia em 1979. Há uma estrela com o seu nome na Calçada da Fama em Hollywood.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDELuiz José Gomes Machado Guerreiro Pacheco, escritor, editor, polemista e crítico literário português, faleceu no Montijo em 5 de Janeiro de 2008. Nascera em Lisboa no dia 7 de Maio de 1925.
Desde muito jovem teve a biblioteca do pai à sua disposição e cedo demonstrou enorme talento para a escrita. Estudou no Liceu Camões e chegou a frequentar o primeiro ano do curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa, onde foi um óptimo aluno. Abandonou porém os estudos por razões económicas, indo trabalhar, a partir de 1946 e enquanto “lhe apeteceu”, como fiscal da Inspecção Geral dos Espectáculos. Depois de deixar este emprego, teve uma vida atribulada, sem meios de subsistência regulares e seguros para sustentar a família que ia sempre crescendo (oito filhos de três mães adolescentes). Por vezes vivia na maior das misérias, à custa de esmolas e donativos, frequentando a “Sopa dos Pobres”. Casado com uma jovem de quinze anos, que engravidara, virou-se depois para uma irmã dela, chegando a viver com as duas em simultâneo e ainda com outras amantes, sempre muito jovens, e com todos os seus filhos. Este período da vida viria a inspirar-lhe o conto “Comunidade”, considerado por muitos como a sua obra-prima. Nos anos 1960 e 70, viveu várias vezes fora de Lisboa, sobretudo nas Caldas da Rainha e em Setúbal.
Em 1945, começou a publicar artigos em vários jornais e revistas, tais como O Globo, Bloco, Afinidades, O Volante, Diário Ilustrado, Diário Popular e Seara Nova. Em 1950, fundou a editora Contraponto, onde publicou escritores como Raul Leal, Vergílio Ferreira, José Cardoso Pires, Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Natália Correia e Herberto Hélder, entre outros.
Dedicou-se à crítica literária e cultural, tornando-se famoso (e temido) pelo seu sarcasmo, irreverência e espírito polémico. Denunciou a censura imposta pelo regime salazarista e, de igual modo, plágios, entre os quais o que teria sido cometido por Fernando Namora em “Domingo à Tarde” sobre o romance “Aparição” de Vergílio Ferreira.
A sua obra literária consistiu sempre em pequenas narrativas (nunca se dedicou nem ao romance nem ao conto), muitas vezes autobiográficas e libertinas, inserindo-se na que ele próprio chamou “corrente neo-abjeccionista”.
Alto, magro, calvo, usando óculos com lentes grossas, vestindo roupas muitas vezes andrajosas e fora do seu tamanho, bom apreciador de vinho tinto e de cerveja e hipocondríaco sempre à beira da morte, era cínico mas honesto, paradoxal e desconcertante.
Muito fraco e quase cego devido a cataratas, passou os seus últimos anos em três lares de idosos, tendo mudado em 2006 para casa do seu filho João Miguel, no Montijo, e daí para um quarto lar na mesma cidade. Morreria no início de Janeiro de 2008, de doença súbita, a caminho do Hospital.

domingo, 4 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDE Christopher William Bradshaw Isherwood, escritor britânico, faleceu em Santa Monica (Califórnia), no dia 4 de Janeiro de 1986. Nascera em Disley (condado de Cheshire) em 26 de Agosto de 1904.
Emigrou para os Estados Unidos da América em 1939, tendo-se naturalizado norte-americano em 1946.
Foi um reputado escritor, conhecido sobretudo pelas suas obras relacionadas com Berlim, cidade pela qual se sentira atraído na juventude, devido à liberdade sexual que aí se vivia nos anos anteriores à guerra. A sua novela “Mr. Norris Changes Trains” e um conjunto de contos com o título “Adeus a Berlim” foram fonte de inspiração para a peça teatral “I Am a Camera” de John Van Druten e posteriormente para o musical “Cabaret”, interpretado por Liza Minnelli em 1972 e depois passado também a filme.
Na escola, encontrou W. H. Auden de quem ficaria amigo ao longo da vida. Quando dos seus estudos no “Corpus Christi College de Cambridge”, tomou conhecimento com Stephen Spender que tinha estado na Universidade de Oxford com Auden. Rejeitando a elite conservadora britânica, que não entendia a sua atracção pelos homens, refugiou-se em Berlim, capital cultural “entre as duas guerras”. Estes anos foram descritos na aludida obra “Adeus a Berlim”, compilação de diversas novelas.
Em 1938, Auden e Isherwood viajaram pela China antes de se fixarem nos Estados-Unidos. Isherwood ficou na Califórnia onde adoptou a religião Hinduísta, depois do seu encontro com Swami Prabhavananda. O seu livro “My Guru and His Disciple” relata esta relação, que foi decisiva na inspiração do escritor britânico. Aderiu à filosofia hindu Vedante, que era igualmente partilhada por Aldous Huxley e Bertrand Russell, entre vários outros intelectuais seus contemporâneos. De 1953 até à sua morte, Isherwood partilhou a vida com o retratista americano Don Bachardy.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Que grande "pifo"...

P'ra sorrir

EFEMÉRIDEJaroslav Hašek, romancista, humorista e jornalista de origem checa, tornado célebre pela sua obra-prima satírica “O Valente Soldado Chvéïk”, morreu em Lipnice nad Sázavou no dia 3 de Janeiro de 1923. Nascera em Praga, em 30 de Abril de 1883.
Hašek representa, juntamente com Franz Kafka, a renovação literária checa no começo do século XX.
Por razões de ordem económica, a sua família teve de mudar de residência uma dezena de vezes e, assim, Jaroslav nunca teve praticamente um lar fixo, daí a ausência de raízes o que influenciou a sua vida errante de maneira decisiva. Aos treze anos ficou órfão do pai, que morreu vítima de estados depressivos e excessos de álcool.
Em breve Jaroslav desesperava a mãe, que queria fazer dele um cidadão respeitável, mas que não conseguia educá-lo convenientemente. Abandonou o colégio aos quinze anos e, durante algum tempo, foi ajudante de farmácia. Acabou por ter uma formação comercial, obtendo o diploma da Academia Comercial de Praga aos dezanove anos. Empregou-se num banco, mas em breve era despedido pois parecia começar a imitar o pai no consumo de álcool.
Hašek cedo se revelou como anarquista, publicando numerosos textos na imprensa política de língua checa. Em 1907 tornou-se director do periódico anarquista “Komuna”, colaborando em diversos outros jornais.
Sentindo necessidade, em determinado momento, de procurar uma vida mais tranquila, casou-se com Jarmila Mayerová, também escritora, mas sem grande sucesso. “Especializou-se” então no roubo e tráfico de cães, chegando ao ponto de inventar falsos pedigrees para revender “bastardos” a um melhor preço.
Tinha impulsos suicidários e foi impedido uma vez, in extremis, de se lançar da ponte Cech em Praga. Por causa deste incidente, passou um período num hospital psiquiátrico, o que lhe trouxe inspiração para alguns textos.
Em 1915 foi alistado no exército austríaco e não hesitou, mais tarde, em ridicularizar os seus superiores, em “O Valente Soldado Chvéïk” indicando os seus nomes verdadeiros. Em Setembro a sua unidade ficou isolada e Hašek rendeu-se aos russos. Esteve prisioneiro na Ucrânia e depois nos Urais.
Em 1917, com a Revolução Russa, foi libertado, alistando-se nos bolcheviques no ano seguinte. Paralelamente alistou-se na Legião Checa, uma organização que lutava pela emancipação dos checos da tutela austro-húngara.
Em 1924, voltou a Praga, capital da nova Checoslováquia. Começou então a escrever o seu famoso livro, em que “Chvéïk” era um personagem já criado noutras histórias, entretanto perdidas. Contrariamente a Kafka, que escrevia em alemão, ele escrevia directamente em língua checa. Era sua intenção escrever seis volumes, mas só conseguiu terminar três e deixar um incompleto, pois entretanto morreu. Em 2005, foi erigido um monumento equestre em sua memória, num bairro de Praga onde ele viveu.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEÂngelo (Fausto) Coppi, campeão ciclista italiano, faleceu em Tortona no dia 2 de Janeiro de 1960. Nascera em Castellania, no Piemonte, em 15 de Setembro de 1919. Ele foi um dos raros atletas italianos a ser considerado “campionissimo” (super-campeão).
Coppi começou a sua carreira em 1937, profissionalizando-se em 1939. Durante a guerra foi feito prisioneiro na África do Norte, onde apanhou a malária pela primeira vez.
Em 1942 bateu o recorde mundial da hora (45,871 quilómetros) que se manteve até 1956. Triunfou em quase todas as provas ciclistas de prestígio, nomeadamente na Volta à Itália por cinco vezes e na Volta à França por duas. Foi campeão mundial de perseguição em 1947 e 1949 e de estrada em 1953. É considerado um dos ciclistas mais completos de todos os tempos.
Foi o primeiro ciclista a ganhar no mesmo ano as Voltas a França e a Itália (1949 e 1952). Os seus sucessos eram devidos sobretudo à sua excepcional condição atlética: capacidade pulmonar de 6,5 litros e 44 pulsações cardíacas por minuto quando em repouso.
A sua rivalidade com outro grande ciclista - Gino Bartali “o velho” - entusiasmava toda a Itália, mesmo a nível político. Bartali era sempre o favorito da Democracia Cristã e Coppi o da Esquerda. Eram, porém, bons companheiros chegando a apoiar-se mutuamente, cedendo água um ao outro durante as corridas, o que ficou documentado em várias fotografias.
Em 1959 participou, juntamente com ciclistas franceses, numa corrida em África seguida de uma caçada, onde contraiu de novo a malária, desta vez diagnosticada muito tarde e mal tratada. Morreu no dealbar do ano seguinte.
Ao todo, durante a sua carreira, venceu 122 corridas, envergando 31 vezes a camisola rosa e 19 a camisola amarela.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDE Adolfo Ferreira Caminha, escritor brasileiro, um dos principais representantes do Naturalismo no Brasil, faleceu no Rio de Janeiro em 1 de Janeiro de 1897. Nascera em Aracati, no Ceará, em 29 de Maio de 1867. Utilizou em alguns dos seus escritos o pseudónimo “Félix Guanabarino”.
Foi viver com a família para o Rio de Janeiro ainda na infância. Em 1883 entrou para a Marinha de Guerra, chegando ao posto de segundo-tenente em 1887. Em 1888 transferiu-se para Fortaleza e apaixonou-se pela esposa de um alferes, que abandonou o marido para viver com Adolfo, com quem viria a ter dois filhos. Na sequência do escândalo, deixou a Marinha em 1890 e passou a trabalhar como funcionário público.
A sua primeira obra publicada foi “Voos Incertos” (1886), um livro de poesia. Em 1887 escreveu “Judite” e “Lágrimas de um crente”, livros de contos. Em 1891, publicou “A Normalista”, romance em que traça um quadro muito pessimista da vida citadina. Usando as experiências e observações de uma viagem de instrução que fizera aos Estados Unidos em 1886, escreveu “No País dos Ianques” (1894). No ano seguinte publicou um livro muito ousado para a época: “Bom Crioulo” que aborda a questão da homossexualidade.
Colaborou também na imprensa carioca (Gazeta de Notícias e Jornal do Commercio) e fundou em 1896 o semanário “Nova Revista”. Já tuberculoso, lançou o seu último romance (“Tentação”) em 1896. Morreu no primeiro dia de 1897 com 29 anos. Deixou dois romances inacabados: “Ângelo” e “O emigrado”.
A sua obra é densa e trágica, repleta de descrições de perversões e de crimes. Pouco apreciada na sua época, é hoje reconhecida pela sua audácia face a diversos preconceitos.

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Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...