domingo, 31 de outubro de 2010

P'ra sorrir... As sogras que me perdoem...

EFEMÉRIDE Carlos Drummond de Andrade, poeta, contista e cronista brasileiro, nasceu em Itabira, Minas Gerais, no dia 31 de Outubro de 1902. Faleceu no Rio de Janeiro em 17 de Agosto de 1987. É considerado um dos principais poetas da literatura brasileira.
Estudou em Itabira, Belo Horizonte e Nova Friburgo, tendo-se licenciado em Farmácia. Com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil.
No ano em que publicou a primeira obra poética, “Alguma poesia” (1930), o seu poema “Sentimental” foi declamado na conferência “Poesia Moderníssima do Brasil”, feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas.
Durante a maior parte da sua vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguido até ao seu falecimento. Além de poesia, escreveu livros infantis, contos e crónicas.
Drummond defendeu a liberdade das palavras e a libertação do idioma, que permitem uma modelação poética à margem das convenções usuais. Seguiu a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade. Com a instituição do verso livre, acentuou-se a libertação do ritmo, mostrando que este não dependia de uma métrica fixa. Se dividíssemos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjectiva e outra mais objectiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.
No final da década de 1980, o erotismo ganhou espaço na sua poesia até ao seu último livro.

sábado, 30 de outubro de 2010

EFEMÉRIDEClaude Lelouch, argumentista, produtor e realizador de cinema francês, nasceu em Paris no dia 30 de Outubro de 1937. Foi casado três vezes e tem sete filhos
A sua filmografia conta com mais de 40 películas. A última, “Ces amours-là”, foi estreada nos cinemas franceses em Setembro de 2010.
É filho de pai judeu e de mãe católica, convertida ao judaísmo por amor. Em 1942, o pai estava na Argélia, enquanto Claude e a mãe tinham ficado em França e eram procurados pela Gestapo. A mãe escondia-o em salas de cinema e foi daí que nasceu seguramente a sua paixão pela sétima arte, que nunca mais o abandonou.
Chumbou no bacharelato e o pai ofereceu-lhe uma máquina de filmar para lhe dar mais uma chance para o seu futuro. Foi assim que começou a carreira cinematográfica, fazendo reportagens jornalísticas e tendo sido um dos primeiros a filmar a vida quotidiana na URSS, com a máquina escondida debaixo do impermeável. Ainda em Moscovo, assistiu à rodagem de um filme que ia mudar a sua vida, “Quando passam as cegonhas”de Mikhaïl Kalatozov, tendo percebido então que a câmara era o actor invisível, mas principal, de todos os filmes da história do cinema e em particular dos seus próprios filmes.
Filmou depois muitas manifestações desportivas, como a “Volta a França” e as “24 horas do Mans”.
Fez o serviço militar nos Serviços Cinematográfico do Exército, onde começou por filmar “actualidades”, realizando depois sete filmes destinados aos soldados.
Nos anos 1960 fundou a sua própria produtora “Les Films 13”, lançando-se na sua primeira longa-metragem que não teve grande sucesso. Dedicou-se então à produção de clips para promover canções, trabalhando com Jeanne Moreau, Claude Nougaro, Johnny Halliday, Dalida e Claude François, entre outros. Compreendeu, durante esta experiência, a força que a música tem num filme.
Realizou “Um Homem e uma Mulher”, que ganharia uma Palma de Ouro no Festival de Cannes (1966) e se tornaria um filme de culto. Começava a ascensão no mundo do cinema para este jovem de vinte e nove anos.
Choveram as proposições para filmar em Hollywood, mas Lelouch declarou sempre querer continuar a trabalhar em França. No ano seguinte, “Viver para Viver” tornou-se um êxito planetário.
Em 1972, “L'aventure c'est l'aventure!” foi um sucesso e acedeu à categoria de “clássico
do cinema”.
Em 1975 trabalhou com Michèle Morgan, a actriz que mais desejava, em “Le Chat et la Souris”, igualmente interpretado por Serge Reggiani.
Seguiram-se anos de sucessos e também de alguns fracassos. Muitas foram as homenagens recebidas. Deram o seu nome a uma praça em Deauville. Foi escolhido para Presidente do Júri do “Festival Jules Verne” em 2007 e homenageado no “Festival Internacional de Cannes” pelo seu filme “Roman de gare”.
Entre os prémios recebidos salientam-se: “Melhor Realização” no Festival de Mar del Plata (1965); Oscar do Melhor Cenário Original e do Melhor Filme em Língua Estrangeira (1967); “Melhor Realizador” para o Sindicato dos Jornalistas Cinematográficos Italianos (1967); Grande Prémio da Academia Francesa (1975); Menção Especial do Júri do Festival de Cracóvia (1977); César da Melhor Fotografia e do Melhor “Décor” (1978); César do Melhor Filme (1982); e Melhor Realizador no Festival dos Filmes do Mundo de Montreal (1993).

Casting para publicidade de uma pasta dentífrica

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

EFEMÉRIDE Jacinto João, também conhecido por “JJ”, futebolista português que se notabilizou ao serviço do Vitória de Setúbal, faleceu em Setúbal no dia 29 de Outubro de 2004. Nascera em Luanda, em 25 de Janeiro de 1944
Durante o 95º aniversário do seu clube de sempre, este homenageou-o, inaugurando uma estátua em sua honra na zona de entrada do Estádio do Bonfim.
Portugal tinha, na época em que ele actuou, vários grandes jogadores de ataque e, talvez por isso, Jacinto João só jogou dez jogos pela Selecção Nacional. Estreou-se em 1968 contra a Roménia, tendo substituído Simões e marcado um golo, que contribuiu para a vitória por 3-0. Jogou o último jogo internacional contra a Inglaterra, num jogo amistoso realizado em 1974 e que acabou empatado a zero.
Esteve catorze temporadas no Vitória de Setúbal, tendo marcado 66 golos em 268 jogos. O melhor resultado da sua carreira foi o 2º lugar no Campeonato de Portugal, obtido em 1971/72.
Foi um dos poucos grandes jogadores portugueses que nunca jogou pelo Benfica, Sporting ou Porto.
Depois de se retirar, continuou a trabalhar para o seu clube como técnico, até que um ataque cardíaco o fulminou.
O Município de Setúbal baptizou uma rua com o seu nome e concedeu-lhe, a título póstumo, a Medalha de Honra da Cidade.
Como curiosidade, diga-se que o seu dia de aniversário coincidia com o de Eusébio (25 de Janeiro).

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

EFEMÉRIDEZélia Cristina Duncan, cantora e compositora brasileira, nasceu em Niterói no dia 28 de Outubro de 1964.
Começou a sua carreira na Oficina dos Menestréis, em Brasília, com Oswaldo Montenegro.
Zélia foi considerada a Melhor Cantora no XXI Prémio da Música Brasileira. Em 2007, além da carreira a solo, substituiu Rita Lee nos vocais femininos de “Os Mutantes”, saindo do grupo no mesmo ano.
Em 2008, dedicou-se a tournées pelo Brasil com o espectáculo “Amigo É Casa”, ao lado de um dos ídolos da sua juventude, a cantora Simone.
Também criou a gravadora independente “Duncan Discos”, estudou “choro” e cursou a Faculdade de Letras na Universidade Cândido Mendes.
Pratica jogging regularmente e, em 2010, correu a sua primeira meia maratona de Nova Iorque.
É parceira e amiga de grandes nomes da Música Popular Brasileira, como Rita Lee, Lenine, Simone, Erasmo Carlos, Alcione, Zeca Baleiro e Oswaldo Montenegro, entre outros.

ILUSIONISMO (como foi??)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A Lista dos Grandes Amigos

EFEMÉRIDENiccolò Paganini, violinista, altista, guitarrista e compositor italiano, nasceu em Génova no dia 27 de Outubro de 1782. Morreu em Nice, em 27 de Maio de 1840.
Ainda criança, era obrigado pelo pai a estudar violino muitas horas por dia, sob a ameaça de castigos severos. Aos nove anos de idade foi para Parma, a fim de aprofundar os estudos musicais.
Nos seus primeiros concertos públicos foi considerado um menino-prodígio. Muitos professores se sucederam durante a escolaridade de Paganini. Ele era, no entanto, demasiadamente dotado e muitos dos mestres não estavam à sua altura, alguns afirmando mesmo que nada tinham para lhe ensinar.
Após se libertar do “despotismo” do pai, começou a sua carreira de virtuoso do violino. Ficou famoso também pelo estilo de vida rebelde, frequentemente gastando todo o seu dinheiro em jogos e diversões nocturnas. Durante os anos 1800/1805 desapareceu completamente da vida pública, dizendo-se (sem confirmação) que teria estado preso.
Embora no início da sua vida profissional fizesse concertos apenas em Itália, a sua fama como violinista espalhou-se por toda Europa. Só em 1828 saiu do seu país para uma tournée no estrangeiro. Tocou na Áustria, Alemanha e França, entre outros países, sempre com grande sucesso.
Paganini foi contemporâneo de Beethoven, Schubert, Rossini, Chopin, Liszt e Berlioz, alguns deles tendo-se tornado seus amigos. Não se limitou a ser um espectador do aparecimento do Romantismo. Ele foi mesmo um dos seus criadores primordiais e revolucionou simultaneamente o modo de tocar violino.
O seu estilo de vida e a aparência das suas mãos e dedos deram origem a histórias de que o seu virtuosismo era devido a um pacto com o demónio. É provável, no entanto, que ele fosse portador de uma doença, a Síndrome de Marfan, cujos sintomas típicos são justamente os dedos exageradamente compridos e magros, como os dele.
Para o homenagear, foi dado o seu nome a um planeta descoberto em 1978 pelo astrónomo soviético Nikolai Stepanovich Chernykh.
Uma versão romanceada de parte da sua vida foi adaptada ao cinema em 1989 pelo comediante alemão Klaus Kinski.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

«O NATAL É LUZ DIVINA»
(quadras)

1

O Natal é luz divina
Por todos nós repartida,
É estrela pequenina
Que ilumina nossa vida.

2

O Natal é luz divina,
Vamos preservar a Terra,
Só a Paz é genuína,
Acabemos com a Guerra!


Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDEDarcy Ribeiro, antropólogo, escritor e político brasileiro, conhecido pelo seu labor em prol dos índios e da educação no seu país, nasceu em Montes Claros no dia 26 de Outubro de 1922. Faleceu em Brasília, em 17 de Fevereiro de 1997.
Fez os estudos primários e secundários respectivamente no Grupo Escolar Gonçalves Chaves e no Ginásio Episcopal de Montes Claros.
Notabilizou-se fundamentalmente pelos trabalhos desenvolvidos nas áreas de educação, sociologia e antropologia, tendo sido (juntamente com Anísio Teixeira) um dos responsáveis pela criação da Universidade de Brasília, no início dos anos 1960. Ficou também na história desta instituição como o seu primeiro reitor. Foi igualmente o idealizador da Universidade Estadual do Norte Fluminense. Publicou vários livros, muitos deles sobre os povos indígenas.
Durante o primeiro governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro (1983-1987), criou, planeou e dirigiu a implantação dos Centros Integrados de Ensino Público, um projecto pedagógico, visionário e revolucionário no Brasil, de assistência em tempo integral a crianças, incluindo actividades recreativas e culturais para além do ensino formal.
Darcy Ribeiro foi também Ministro Chefe da Casa Civil do Presidente João Goulart, Vice-governador do Rio de Janeiro de 1983 a 1987 e exerceu o mandato de senador pelo Rio de Janeiro, de 1991 até à sua morte, anunciada por um lento processo canceroso, que comoveu todo o Brasil. Ele, que fora sempre um ardoroso e polémico defensor das suas ideias, teve durante a longa agonia o reconhecimento e admiração mesmo dos adversários.
Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1992. Deixou publicadas muitas obras, que foram editadas em várias línguas: sobre Antropologia e Etnologia, alguns Romances e Ensaios e diversos livros sobre Educação.
Em São Paulo, existe uma rua chamada Senador Darcy Ribeiro; os campus principais das UniversidadesEstadual de Montes Claros” e de Brasília têm o seu nome; a Universidade Estadual do Norte Fluminense chama-se oficialmente Universidade Darcy Ribeiro. Estas são, entre outras, algumas das homenagens que o seu país lhe prestou.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Um golo que valeu 3 pontos!!

EFEMÉRIDEAlfonsina Storni, poetisa argentina, morreu na praia de La Perla, Mar del Plata, em 25 de Outubro de 1938. Nascera em Sala Capriasca, na Suíça, em 29 de Maio de 1892.
Filha de pais argentinos, emigrantes na Suíça, voltou para a Argentina, província de San Juan, em 1896. Em 1901, mudou-se para Rosario (Santa Fé), onde levaria uma vida difícil, trabalhando para o sustento da família como costureira, operária, actriz e professora. Publicou o seu primeiro livro aos vinte e quatro anos.
Frequentemente referida como feminista no país do machismo, ela foi professora de crianças atrasadas, conselheira de bibliotecas populares do Partido Socialista de Buenos Aires e jornalista sob o pseudónimo de “Tao Lao”.
Desde 1920, lidou com Borges, Pirandello e Marinetti e encontrou Federico Garcia Lorca. O mar e a morte foram temas recorrentes da sua obra.
Foi-lhe diagnosticado um cancro na mama em 1935. O suicídio de um amigo, o também escritor Horacio Quiroga, abalou-a profundamente.
Em 1938, três dias antes de se suicidar, enviou de um hotel de Mar del Plata para um jornal, o soneto “Voy a Dormir”. Consta que se suicidou andando pelo mar fora, o que foi poeticamente registado na canção “Alfonsina y el mar”, interpretada por Mercedes Sosa e Nana Mouskouri.

domingo, 24 de outubro de 2010

EFEMÉRIDEJerzy Kukuczka, alpinista polaco, morreu ao fazer a ascensão da face sul do Lhotse, no Nepal, em 24 de Outubro de 1989. Nascera em Katowice no dia 24 de Março de 1948.
Em 1987 tornou-se no segundo homem, depois de Reinhold Messner, a ter escalado todas as montanhas do mundo com mais de 8000 metros.
É considerado um dos melhores alpinistas de alta altitude de todos os tempos.
Escalou os catorze picos com mais de 8000 m, mais rapidamente do que qualquer outra pessoa (oito anos contra dezasseis de Messner). Neste processo, Kukuczka estabeleceu dez novas rotas e escalou quatro picos durante o Inverno.
Morreu a uma altitude de cerca de 8200 metros, quando a corda, que ele comprara em segunda-mão num mercado de Kathmandu, se rompeu durante a ascensão, causando-lhe uma queda fatal.

sábado, 23 de outubro de 2010

EFEMÉRIDEJohn Michael Crichton, escritor de ficção científica, cenarista e produtor de filmes e de televisão norte-americano, nasceu em Chicago no dia 23 de Outubro de 1942. Faleceu em Los Angeles, em 4 de Novembro de 2008, vítima de cancro.
Os seus trabalhos mais conhecidos são romances de ficção científica, dentre os quais se salienta “Parque dos Dinossauros”, que foi adaptado para o cinema por Steven Spielberg, com o título “Jurassic Park”, e a série de televisão “Urgências”.
Michael Crichton também dirigiu e/ou produziu vários filmes e programas de televisão.
O seu género literário pode ser chamado “techno-thriller de suspense”, que é a simbiose da acção com detalhes técnicos. Muitas dos livros de Crichton têm termos médicos ou científicos, que reflectem os seus conhecimentos na matéria (Crichton era licenciado em medicina pela Harvard Medical School). Foi, aliás, para financiar os seus estudos na Faculdade que ele começou a escrever os primeiros romances, assinando com os pseudónimos “John Lange” e “Jeffery Hudson”.
Pertencia ao movimento dos cépticos sobre o aquecimento climático e, em particular, sobre a sua origem humana.
Era membro do Conselho de Administração da “Gorilla Foundation”, fundação para a protecção dos gorilas.
Em 2009, foi ainda publicado postumamente “Pirata Latitudes”, um romance de aventuras situado na Jamaica do século XVII, que foi descoberto por um familiar no seu computador. Existe também um manuscrito não acabado, cuja publicação estava prevista para este ano, desde que fosse encontrado um escritor para o completar.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

EFEMÉRIDECatherine Deneuve, de seu verdadeiro nome Catherine Fabienne Dorléac, actriz de cinema francesa, nasceu em Paris no dia 22 de Outubro de 1943. Foi considerada um modelo da elegância e beleza francesa e é uma das mais respeitadas actrizes do cinema francês e mundial.
Estreou-se no cinema aos 13 anos e, durante a adolescência, trabalhou em diversos pequenos filmes com o realizador Roger Vadim, chegando ao estrelato mundial em 1964, com “Les Parapluies de Cherbourg” do realizador Jacques Demy.
Nos anos 1960, Deneuve ganhou a reputação de símbolo sexual frio e inacessível, através de filmes em que interpretava donzelas lindas e frígidas, como em “A Bela da Tarde” de Luis Buñuel e “Repulsa ao Sexo” de Roman Polanski.
Foi descoberta por Roger Vadim (também “descobridor” de Brigitte Bardot e responsável pela transformação de Jane Fonda em símbolo sexual, com o filme “Barbarella”), com quem viria a ter um relacionamento amoroso e um filho. Deneuve foi casada depois com o famoso fotógrafo de moda londrino David Bailey (no qual o realizador italiano Michelangelo Antonioni se basearia para criar o principal personagem da sua obra-prima “Blow-Up”) e, após o fim do casamento, envolveu-se com o actor italiano Marcello Mastroianni, com quem teve também uma filha.
Durante os anos 1960 e 70, Catherine Deneuve teve uma carreira cinematográfica de grande sucesso que, além de a afirmarem como a grande estrela do cinema europeu da época, a transformaram no sinónimo da beleza francesa, fazendo dela a musa da alta costura de França, principalmente do estilista Yves Saint Laurent, e o rosto dos perfumes Chanel (o Chanel Nº 5, ligado ao seu rosto e à sua imagem, foi o mais vendido e famoso perfume do mundo durante cerca de duas décadas).
Nos anos 1980, Deneuve continuou a fazer filmes famosos. Sobreviveu como ícone do cinema nos anos 1990, recebendo o seu segundo César (o maior prémio do cinema francês) e uma nomeação para o Oscar de Melhor Actriz com o filme “Indochina”, de 1992, que naquele ano ganharia o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro da Academia de Hollywood. Os seus últimos filmes de sucesso mundial foram “Dançando no Escuro”, com a cantora e actriz islandesa Bjork, Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes em 2000, e “8 Mulheres”, de 2002, ao lado de algumas das maiores actrizes francesas.
Entre os prémios recebidos, salientam-se ainda; o “César de Melhor Artista” em 1981; o Prémio de Honra do 25º Festival do Filme de Bruxelas; o “Urso de Ouro” pelo conjunto da sua carreira, em Berlim (2008); o Prémio de Carreira no Cairo em 1999; o “Urso de Prata” do Festival de Berlim de 2002, pela Melhor Contribuição Artística; Actriz Europeia de 2002; Prémio de Carreira em Las Palmas (2003); a “Palma de Ouro de Honra” em Cannes (2005); o Prémio de Carreira em Banguecoque (2007); e o Prémio do 61º Festival de Cannes pelo conjunto da sua carreira (2008).
O realizador português Manoel de Oliveira dirigiu-a em “Je rentre à la maison”.
Em 1985, o seu busto serviu para modelo da escultura de Mariana, o símbolo da República Francesa. Em 1999, a Unesco escolheu-a como embaixatriz da “Preservação do Património Cinematográfico”.
Curiosamente, nunca representou peças de teatro, evocando o seu medo do público e da relação frontal com os espectadores.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

EFEMÉRIDEBerta Cardoso, cantora portuguesa de fado, nasceu em Lisboa no dia 21 de Outubro de 1911. Faleceu, também na Capital portuguesa, em 12 de Julho de 1997.
Berta era uma fadista de referência da “época de ouro” do fado, a cantora que “chegou, cantou e venceu”. Actuou pela primeira vez, em público, no Salão Artístico de Fados, acompanhada por Armandinho. O sucesso foi tal que foi de imediato convidada para integrar o elenco da casa, o que não vem a concretizar-se por ter apenas 16 anos.
Foi a Espanha gravar o seu primeiro disco e, em 1930, foi notícia de primeira página no jornal “Guitarra de Portugal” de 30 de Outubro. Ali se referia que Berta Cardoso era «um nome consagrado» e «uma vocação que se revelou espontânea e claramente desde a sua estreia».
Dotada de um estilo e de uma capacidade interpretativa singulares, Berta Cardoso tinha uma dicção irrepreensível e uma voz privilegiada, tendo ficado conhecida como “A voz de oiro do fado”. A sua ascensão artística foi meteórica, passando de imediato do anonimato a primeira figura da canção nacional. Durante as décadas de 1930, 40 e 50, teve uma notável carreira que dividiu entre os palcos das casas de fado e dos teatros de revista, a nível nacional e internacional. A partir da década de 1960, optou por actuações mais intimistas, confinando-se quase exclusivamente às casas típicas de fado.
Durante a sua longa vida artística, criou inúmeros êxitos, tendo gravado para várias editoras discográficas, entre elas a Valentim de Carvalho, a Odéon, a Columbia, a Capitol e a Imavox. Sempre com edições esgotadas, restam ainda alguns exemplares 78RPM e vinil, em poder de particulares/coleccionadores.
Entre os seus maiores êxitos é de destacar: “Fado Antigo”, “Fado Faia”, “Chinela”, “Meu Lar”, “Cinta Vermelha” e “Cruz de Guerra”, sendo as letras dos cinco primeiros fados, da autoria de João Linhares Barbosa e a letra do 6º fado, de Armando Neves.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

EFEMÉRIDE Frederic Dannay, de seu verdadeiro nome Daniel Nathan, escritor norte-americano que, juntamente com o seu primo Manfred Bennington Lee, criou o heterónimo Ellery Queen, nasceu em Nova Iorque no dia 20 de Outubro de 1905. Faleceu na mesma cidade em 3 de Setembro de 1982.
Dannay e Lee trabalharam em publicidade, antes de conceberam o personagem Ellery Queen, um autor que resolvia mistérios e os relatava nos seus livros. Queen foi retratado como um homem de grande poder de observação e dedução, cujas aventuras foram levadas também a programas de rádio, ao cinema e à televisão. A ideia surgira em 1929, ao participarem num concurso de romances policiais.
Os dois primos também usaram o pseudónimo “Barnaby Ross” e criaram outro detective, Drury Lane. Esta criação de heterónimos e pseudónimos, incluindo personagens que imitavam a vida dos seus próprios criadores, por serem também eles escritores de romances policiais, acabou por confundir os leitores. Durante muito tempo, o público acreditou que Ellery Queen e Barnaby Ross eram dois autores distintos e reais. Em 1941, juntamente com o primo, Dannay fundou o “Ellery Queen's Mystery Magazine”, que publicou o que havia de melhor em ficção policial. Editaram igualmente numerosas antologias, incluindo o “101 Years Entertainment” e “The Great Detective Stories”, e foram co-fundadores da associação “Mystery Writers of América”. Escreveram mais de oitenta obras, com um êxito que perdurou até aos nossos dias.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

EFEMÉRIDE – Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes, diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta, cantor e compositor brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de Outubro de 1913. Faleceu na mesma cidade em 9 de Julho de 1980.
Escritor essencialmente lírico, o “poetinha” (como lhe chamavam) notabilizou-se pelos seus sonetos. Sendo um boémio inveterado, fumador e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador, tendo-se casado nove vezes.
A sua obra é vastíssima, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.
Iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto, onde já demonstrava interesse pela poesia. Em 1924 ingressou no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem começou a fazer as suas primeiras composições e a apresentar-se em festas de amigos. Em 1929, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje integrada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Conheceu e tornou-se amigo do romancista Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinícius de Moraes licenciou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.
Três anos depois, obteve um emprego num departamento de cinema do Ministério da Educação e Saúde. Dois anos mais tarde, ganhou uma bolsa do “Conselho Britânico” para estudar a língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, voltou ao Brasil colaborando como crítico de cinema no jornal “A Manhã”. Tornou-se também colaborador da revista “Clima” e empregou-se no Instituto dos Bancários.
Em 1943, concorreu pela segunda vez, para o Ministério das Relações Exteriores e foi aprovado. Em 1946 assumiu o seu primeiro posto diplomático, como vice-cônsul em Los Angeles.
Com a morte do pai em 1950, retornou ao Brasil. Nesta década, foi colocado ainda em Roma e em Paris, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.
No final de 1968 foi afastado da carreira diplomática, tendo sido reformado compulsoriamente pelo “Acto Institucional Número Cinco”. O poeta estava em Portugal a dar uma série de espectáculos, alguns com Chico Buarque e Nara Leão, quando o regime militar emitiu aquele documento. O motivo apontado para o afastamento era «o seu comportamento boémio que o impedia de cumprir as suas funções». Vinícius foi amnistiado (post-mortem) em 1998, sendo oficialmente reintegrado na carreira diplomática (2006). A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, em Fevereiro de 2010, a promoção póstuma do poeta ao cargo de “Ministro de primeira classe” do Ministério dos Negócios Estrangeiros - o equivalente a embaixador, que é o cargo mais alto da carreira diplomática.
Vinícius começara a tornar-se notado com a sua peça de teatro “Orfeu da Conceição” (1956), premiada no Concurso do IV Centenário de São Paulo. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, iniciou também a sua carreira musical em meados da década de 1950. Na década seguinte, foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria.
Nos anos 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho, lançou álbuns e livros de grande sucesso.
Numa noite de Julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum “Arca de Noé nº 2”, alegou cansaço e disse que precisava de tomar um banho. Na madrugada do dia seguinte, foi acordado pela empregada, que o encontrou na banheira de casa, com dificuldades em respirar. Toquinho, que estava a dormir, acordou e tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinícius morreu pela manhã, vítima de edema pulmonar.
Publicara o seu primeiro livro de poemas, “O Caminho para a Distância”, em 1933, e lançou outros livros de poemas nessa década.
Ainda nos anos 1930, estabeleceu amizade com os poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Na sua fase considerada “mística”, recebeu o “Prémio Felipe D'Oliveira” pelo livro “Forma e Exegese” (1935). No ano seguinte, lançou o livro “Ariana, a Mulher”.
Na década de 1940, as suas obras literárias foram marcadas por versos em linguagem mais simples, sensual e, por vezes, imbuídos de temas sociais. Jornalista e crítico de cinema em diversos jornais, lançou em 1947, com Alex Vianny, a revista “Filme”.
De volta ao Brasil no início dos anos 1950, após colocação nos Estados Unidos, começou a trabalhar no jornal “Última Hora”, exercendo funções burocráticas na sede do Ministério das Relações Exteriores.
Em 1953 foi para Paris, como segundo secretário da embaixada brasileira. No ano seguinte, publicou a sua colectânea de poemas “Antologia Poética” e a peça teatral “Orfeu da Conceição”.
Do encontro entre Vinícius e Tom Jobim nasceria uma das mais fecundas parcerias da música brasileira.
Entre 1957 e 1958, o realizador Marcel Camus filmou “Orfeu Negro”, para o qual Vinícius compôs “A Felicidade” e “O Nosso Amor”. Um ano depois, este filme seria contemplado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Em 1957 foi transferido para Montevideu, onde permaneceu três anos.
O ano de 1958 marcaria o início de um dos movimentos mais importantes da música brasileira, a “Bossa Nova”. “Chega de Saudade”, de Vinícius, foi uma canção fundamental daquela novo movimento, especialmente porque contou com a participação de um jovem violonista (João Gilberto) que, com o seu inovador modo de tocar o violão, caracterizado por uma nova batida, marcaria definitivamente a “bossa nova” e a tornaria famosa no mundo inteiro.
Vinícius de Moraes prosseguiu incansavelmente escrevendo poemas, peças de teatro, letras para canções e bandas sonoras para filmes, tudo com grande sucesso, alargando as suas parcerias a Pixinguinha e Baden Powell, entre outros.
Em 1969, Vinícius de Moraes publicou o livro “Obra Poética” e apresentou-se ao lado de Maria Creuza e Dorival Caymmi em Punta del Este. O poetinha também fez um recital na “Livraria Quadrante”, em Lisboa. O evento foi gravado ao vivo e lançado em LP.
Em 1970 Vinícius apresentou-se na casa de espectáculos carioca “Canecão”, com o parceiro Tom Jobim, o violonista Toquinho e a cantora Miúcha. O show, que relembrava a trajectória do poeta, ficou quase um ano em cartaz devido ao sucesso obtido.
Em 1978 foi lançado o álbum “Vinícius e Amália”, disco gravado em Lisboa com a cantora portuguesa Amália Rodrigues. Em 1980, foi lançado o álbum “Arca de Noé”, que trouxe diversos intérpretes para as suas composições infantis, musicadas a partir do livro com o mesmo nome.
Mesmo após a morte, a sua obra musical manteve grande prestígio, sendo ainda lançados vários álbuns. Por ocasião dos vinte anos do seu desaparecimento, em 2000, a Praia de Ipanema foi palco de um grande show em sua homenagem.
Em 2005, “The Girl from Ipanema”, versão em inglês de “Garota de Ipanema”, foi escolhida como uma das “50 grandes obras musicais da Humanidade” pela Biblioteca do Congresso Americano.
Vinícius foi autor ou co-autor de mais de 400 canções, muitas sendo verdadeiros clássicos da música brasileira.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ana Guedes fez corar M. L. Goucha

EFEMÉRIDEMartina (Šubertová) Navrátilová, ex-tenista checoslovaca, naturalizada norte-americana em 1981, nasceu em Praga no dia 18 de Outubro de 1956.
Em 1972, com quinze anos apenas, ganhou o Campeonato Nacional de Ténis da Checoslováquia. No ano seguinte, começou a disputar os circuitos americanos, tornando-se profissional em 1975. Com dezassete anos ganhou o primeiro título em Orlando, na Florida, e em 1977 já era considerada a nº 3 mundial.
Em 1978 conquistou o primeiro título do Grande Slam em Wimbledon e atingiu o primeiro lugar mundial que manteve no ano seguinte. Em 1980 desceu ao 3º lugar, recuperando o 1º lugar em 1982.
De 1981 a 1983, Martina contratou para sua técnica a tenista transexual Renée Richards, que fora Richard Raskind até se submeter a uma operação para mudança de sexo.
No auge da sua carreira, durante os anos 1980, Navrátilová batia a bola a aproximadamente 180 km/h, velocidade só alcançada, anos mais tarde, por jogadoras que se valeram de novos métodos de treino e de modernas gerações de raquetes.
Abandonou oficialmente o circuito individual em Novembro de 1994, aos 38 anos, como a mais vencedora e premiada jogadora de ténis de todos os tempos.
Navrátilová permaneceu no circuito, disputando jogos de pares até 2006, deixando então definitivamente os courts após o título do US Open de Pares Mistos, conquistado ao lado do seu compatriota Bob Bryan. É membro do International Tennis Hall of Fame desde 2000.
Entre as suas vitórias salientam-se seis títulos seguidos em torneios do Grande Slam em catorze meses (1983-1984), nove títulos em doze finais do Torneio de Wimbledon, 167 títulos em individuais (recorde absoluto entre homens e mulheres), 177 títulos de pares (recorde absoluto entre homens e mulheres) e 1442 vitórias individuais (recorde absoluto entre homens e mulheres). Terá ganho 20 milhões de dólares em prémios.
Na sua biografia “Being Myself” (Sendo Eu Mesma), lançada em 1985, Martina fala abertamente sobre a sua homossexualidade. Conta que, ainda menina, já se sentia atraída por uma professora. Aos 17 anos, apaixonou-se pelo seu único namorado, com quem teria tido a primeira e única relação sexual com um homem, da qual só guarda a lembrança do «medo de engravidar». Já nos Estados Unidos, Navrátilová iniciou um romance com a escritora Rita Mae Brown e, posteriormente, também namorou com Judy Nekson, ex Miss Texas, e com a basquetebolista Nancy Lieberman.
Em 2008 recuperou a nacionalidade checa, mantendo embora a qualidade de cidadã americana.
Em Abril de 2010, anunciou num programa de televisão que tinha um cancro num peito, diagnosticado em Fevereiro. Nos finais de Junho declarou estar completamente curada, pois tratara-se afinal de um tumor não invasivo.
Fundou entretanto a “Martina Navratilova Youth Foundation” para jovens em dificuldade. É vegetariana e defensora militante dos direitos dos animais.

domingo, 17 de outubro de 2010

EFEMÉRIDEArthur Duarte, de seu verdadeiro nome Arthur de Jesus Pinto Pacheco, actor e realizador português, nasceu em Lisboa no dia 17 de Outubro de 1895. Faleceu, também em Lisboa, em 22 de Agosto de 1982.
Frequentou o Conservatório Nacional, iniciando-se profissionalmente no campo da representação com a peça “A Morgadinha de Val-Flor” (1921).
Em 1923 experimentou o cinema, dirigindo um filme publicitário. Cada vez mais interessado nas potencialidades da arte cinematográfica, rumou a Paris em 1925, encetando uma carreira de actor de cinema, com pequenos papéis em várias produções. Dois anos depois optou por Berlim, assinando contrato com a empresa “UFA”. Teve cerca de cinco dezenas de desempenhos em filmes rodados na Alemanha, na Suíça e na Áustria. No início dos anos 1930, tornou-se assistente e director de produção de películas realizadas em França e Espanha, actividade que prosseguiu em Portugal a partir de 1934.
Tornar-se-ia um dos mais profícuos realizadores portugueses e um dos nomes mais associados ao “período de ouro” da comédia portuguesa, embora a maioria dos seus filmes acabem por não se integrar propriamente nessa categoria.
Estreou-se em longas-metragens, com a adaptação ao cinema - em 1938, do livro de Júlio Dinis “Os Fidalgos da Casa Mourisca”. Foi porém na comédia que se registaram os seus maiores êxitos, com títulos como “O Leão da Estrela” (1947) e “O Costa do Castelo” (1943).
Como outros cineastas, dedicou parte da sua actividade às chamadas “actualidades”, mormente de carácter desportivo. Realizou também curtas-metragens e filmes publicitários.
Salientem-se ainda os filmes: “A Menina da Rádio” (1944), “A Garça e a Serpente” (1954) e “O Noivo das Caldas” (1956).
Alguns dos seus filmes da década de 1950 começaram a afastar-se do rigor técnico e artístico das suas primeiras obras, numa fase em que o número de espectadores de cinema português também decrescia e os que possuíam maior cultura cinematográfica (fomentada essencialmente nos cineclubes) exigiam maior originalidade.
Partiu então para o Brasil, onde permaneceu de 1961 a 1965, merecendo maior destaque o filme “Em Legítima Defesa - Encontro com a Morte” (1965), proibido pela Censura nos cinemas portugueses.
Regressado a Portugal, não conseguiu obter os fundos necessários à realização duma longa-metragem, pelo que prosseguiu a sua actividade no âmbito dos documentários.
Após o 25 de Abril, o Instituto Português de Cinema, que se esperaria mais vocacionado para um exclusivo apoio a obras e realizadores consentâneos com o período revolucionário em curso, atribuiu um subsídio a Arthur Duarte para a realização de “Recompensa” (1977), a actualização duma peça famosa do dramaturgo Ramada Curto. Tratou-se, de certo modo, de uma homenagem a um cineasta que, pela sua longevidade profissional, corporizava a memória do próprio cinema português e que se pôde assim despedir da actividade a que se havia dedicado durante mais de cinco décadas, com um filme formalmente convencional (o que o distingue da maior parte da produção dos anos 1970), mas feito com indubitável profissionalismo.

Benfica - Arouca para a Taça (os golos)

sábado, 16 de outubro de 2010

Pega com pirueta!

EFEMÉRIDEKarl Ristikivi, escritor estoniano, nasceu em Läänemaa no dia 16 de Outubro de 1912. Morreu em Estocolmo, em 19 de Julho de 1977.
Ristikivi figura entre os melhores escritores estonianos de todos os tempos, devido aos seus romances históricos.
Publicou apenas uma colecção de poemas, “A Jornada (Espiritual) de um Homem”, o que não o impediu de ser considerado também um dos melhores poetas estonianos de sempre. Ele foi um dos representantes do Realismo Socialista na Estónia.
Licenciado em Geografia pela Universidade de Tartu em 1941, Karl começara a ser um escritor reconhecido ao publicar o romance “Fogo e Ferro” em 1938.
Karl Ristikivi auto-exilou-se na Finlândia em 1943 e na Suécia a partir de 1944. A opressão e a falta de liberdade na Estónia daquele tempo eram inaceitáveis para a sua natureza pacífica. Ficou fora da pátria até à sua morte, embora tenha sido frequentemente convidado para voltar.
Frutas também falam...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Bruno Nogueira entrevista o Prof. Marcelo (montagem)

EFEMÉRIDEMata Hari, de seu verdadeiro nome Margaretha Geertruida Zelle, dançarina exótica dos Países Baixos, acusada de espionagem e condenada a fuzilamento durante a Primeira Guerra Mundial, morreu em Vincennes no dia 15 de Outubro de 1917. Nascera em Leeuwarden, em 7 de Agosto de 1876.
Mata Hari era filha de um empresário e de uma descendente de javaneses. No início do século XX, depois de uma tentativa fracassada de se tornar professora, de um casamento igualmente fracassado e de ter dois filhos, mudou-se para Paris. Posava como se fosse uma princesa javanesa e tornou-se dançarina exótica. O seu nome artístico “Mata Hari” quer dizer “sol” em malaio e em língua indonésia. Ela foi igualmente uma cortesã que teve casos amorosos com vários militares e políticos.
Durante a guerra, Mata Hari dormiu com inúmeros oficiais, tanto franceses como alemães, e tornou-se um peão da intriga internacional, apesar dos historiadores nunca terem esclarecido com exactidão se ela foi realmente uma espia e, em caso afirmativo, quais eram exactamente as suas actividades como tal. Em 1917 foi julgada pelos franceses, acusada de espionagem e de ser uma agente dupla da Alemanha e da França. Considerada culpada, foi fuzilada em 15 de Outubro do mesmo ano.
Existem vários rumores em torno da sua execução. Um dos mais fantasiosos diz que os soldados do pelotão de fuzilamento tiveram de ser vendados para não sucumbir ao seu charme. Outra história conta que Mata Hari lançou um beijo aos seus executores antes deles começarem a disparar. Uma terceira versão diz que ela abriu a túnica que vestia e morreu expondo-se completamente nua.
Nenhum familiar reclamou o seu corpo, que foi entregue à Faculdade de Medicina, onde foi dissecado pelos estudantes e depois incinerado. As cinzas foram deitadas numa vala comum, nada restando dos seus restos mortais.
O filme de 1931 “Mata Hari”, em que Greta Garbo interpretou o papel principal, descreve os seus últimos dias de vida. Existe uma outra versão deste filme, rodada em 1885, com a actriz holandesa Sylvia Kristel.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sem comentários...

EFEMÉRIDE António José Conceição Oliveira, conhecido por Toni, ex-futebolista e treinador, nasceu em Mogofores, Anadia, no dia 14 de Outubro de 1946.
Começou a jogar no clube da sua terra natal e, com 17 anos, ingressou na Académica de Coimbra. Em 1968, assinou o primeiro contrato com o Benfica, clube onde iria fazer toda a sua carreira de jogador profissional. Quatro anos mais tarde, foi eleito o Melhor Futebolista do Ano.
Jogou como médio durante 13 épocas ao serviço do Benfica, tendo feito 395 jogos e marcado 24 golos. Conquistou 14 títulos (8 Campeonatos, 5 Taças de Portugal e uma Super Taça) e foi internacional por Portugal 33 vezes (1969/1978). Em fim de carreira, alinhou ainda pelo Las Vegas Quick Silver (E.U.A).
Como treinador de futebol, esteve no Benfica por 3 vezes (1987/1989, 1992/1994 e 2000/2002), tendo conquistado 3 títulos (2 Campeonatos e 1 Taça de Portugal). Treinou ainda o Bordéus (França), o Sevilha (Espanha), a selecção dos Emiratos Árabes Unidos, o Al-Ahli (Egipto), o Shenyang Jinde (R. P. China) e o Sfaxien (Tunísia).

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

EFEMÉRIDEElzie Crisler Segar, cartoonista norte-americano, mundialmente conhecido por ser o criador de Popeye, personagem que apareceu pela primeira vez numa banda desenhada em 1929, morreu em Santa Mónica, Califórnia, no dia 13 de Outubro de 1938. Nascera em Chester, no Illinois, em 8 de Dezembro de 1894.
Desempenhou vários ofícios, entre eles o de projeccionista num cinema. Os filmes de Charlie Chaplin inspiraram-lhe as “histórias aos quadradinhos”. O sucesso não foi imediato, mas um amigo encorajou-o para prosseguir, ajudando-o mesmo a entrar para o “Chicago Herald”, onde ele veio a publicar as histórias de Chaplin.
Em 1919 o seu trabalho foi descoberto pelo King Features Syndicate, que lhe encomendou uma série de banda desenhada. Nessa série já se pôde ver a silhueta filiforme de Olívia. Em 1929 fez aparecer mais um simples figurante, justamente o marinheiro Popeye. Encantado pelo seu personagem, Segar voltou a utilizá-lo e fez dele um herói que teve rapidamente sucesso internacional.
Segar viveu muito confortavelmente com a remuneração dos desenhos que fazia, mesmo no auge da grande depressão do fim dos anos 1920.
Morreu vítima de leucemia aos 43 anos de idade. Popeye foi depois “retomado” por numerosos desenhadores e cineastas, sempre com assinalável êxito.

Resgate do Primeiro Mineiro Chileno

Os golos do Islândia-Portugal

terça-feira, 12 de outubro de 2010

EFEMÉRIDE Eugenio Montale, poeta, prosador, jornalista e tradutor italiano, nasceu em Génova no dia 12 de Outubro de 1896. Faleceu em Milão, em 12 de Setembro de 1981. Recebeu o Prémio Nobel de Literatura em 1975.
Era o mais novo de seis irmãos e foi deixado um pouco entregue a si mesmo e à sua melancolia. Inscrito no Instituto Técnico Comercial Vittorio Emmanuel, onde obteve o diploma em 1915, Montale tinha todo o seu tempo livre para cultivar como entendesse os seus centros de interesse, principalmente literários, frequentar bibliotecas municipais e assistir mesmo a cursos privados de filosofia de uma sua irmã.
A sua educação foi a típica de um autodidacta, que descobriu a sua vocação através de um percurso livre de qualquer influência, para além da própria vontade e dos próprios limites. A literatura (Dante em primeiro lugar) e as línguas estrangeiras foram o terreno privilegiado onde o seu imaginário buscou as primeiras raízes.
Com a bagagem literária e espiritual adquirida, Montale chegou a Florença em 1927, para ocupar o cargo de redactor de uma editora. Os anos precedentes tinham sido decisivos para o nascimento da poesia moderna e para uma profunda renovação cultural que nem a censura fascista conseguira asfixiar. Montale entrou discretamente na poesia italiana, começando a escrever para todas as novas revistas literárias que nasciam e morriam naqueles anos de incessante pesquisa poética.
A sua vida em Florença prosseguiu entre incertezas económicas e frágeis relações sentimentais. Até à sua instalação em Milão (1948), no isolamento a que o fascismo obrigava, publicou muitos poemas, cuja maior divulgação a partir dos anos 1960 fez com que fossem considerados como dos mais importantes do século XX italiano.
Começou a colaborar no “Corriere della sera”, onde escreveu críticas musicais e fez reportagens que o levaram a vários países, entre outros os do Médio Oriente, quando da visita do Papa Paulo VI à Palestina. Mas viajar não fazia parte do seu imaginário poético. O seu mundo era a solidão e os sonhos no seu apartamento milanês. Paradoxalmente isto não o impediu de receber vários reconhecimentos oficiais: doutoramentos honoris causa (Milão 1961, Cambridge 1967 e Roma 1974), Senador de 1967 até à sua morte e Prémio Nobel.
Nos últimos anos da sua vida, Montale aprofundou a sua filosofia e tornou-se menos reservado, como se temesse não ter tempo para «dizer tudo o que lhe ia na alma».

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

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Sem comentários...
EFEMÉRIDEJean Maurice Eugène Clément Cocteau, poeta, romancista, cineasta, designer, dramaturgo, actor e encenador de teatro francês, morreu em Milly-la-Forêt no dia 11 de Outubro de 1963. Nascera em Maisons-Lafitte, em 5 de Julho de 1889.
Em conjunto com outros surrealistas da sua geração, Cocteau conseguiu conjugar com maestria os novos e os velhos códigos verbais, a linguagem de encenação e as tecnologias do modernismo, criando um paradoxo: um “modernismo clássico”.
As suas peças foram levadas aos palcos dos Grandes Teatros, nos Boulevards da época parisiense em que viveu e que ele ajudou a definir e a criar. A sua abordagem versátil e nada convencional e a sua enorme produtividade trouxeram-lhe fama internacional.
Jean Cocteau foi um dos mais talentosos artistas do século XX e actuou activamente em diversos movimentos artísticos. Foi eleito membro da Academia Francesa e da Academia Real da Bélgica em 1955.
Homossexual, nunca escamoteou a sua orientação sexual. Manteve estreita amizade com Jean Marais, o seu actor preferido. Entre os seus amigos contavam-se Édith Piaf, Jean Genet, etc.
Cocteau realizou sete filmes e colaborou como argumentista ou narrador em mais alguns, todos eles ricos em simbolismos e imagens surreais. É considerado um dos mais importantes cineastas de todos os tempos.
O pai suicidou-se quando ele tinha nove anos. Cocteau começou a escrever aos dez e aos dezasseis já publicava as suas primeiras poesias, um ano depois de abandonar a casa familiar. Apesar de se distinguir em todos os campos literários e artísticos, Cocteau insistia em que era fundamentalmente um poeta e que toda a sua obra era poesia. Em 1909, com vinte anos, publicou o seu primeiro livro de poemas “A Lâmpada de Aladino”. O seu segundo livro, “O príncipe frívolo”, foi editado no ano seguinte. Por esta altura conheceu os escritores Marcel Proust e André Gide.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Cocteau prestou serviço na Cruz Vermelha como condutor de ambulâncias. Neste período conheceu o poeta Guillaume Apollinaire, os pintores Pablo Picasso e Amedeo Modigliani e numerosos outros escritores e artistas com quem mais tarde viria a colaborar. O empresário russo de ballet, Sergei Diaghilev, desafiou Cocteau a escrever um cenário para um novo bailado: “- Surpreende-me!”, teria dito Diaghilev. O resultado foi “Parade”, que seria produzido por Diaghilev em 1917, com cenografia de Picasso.
Expoente importante do Surrealismo, Cocteau teve enorme influência na obra de outros artistas. O consumo de ópio e os seus esforços para deixar esta droga afectaram profundamente o seu estilo literário. O seu livro mais famoso, “Les Enfants Terribles”, foi escrito numa semana em que fez uma dolorosa tentativa de abandonar o ópio. Em “Ópio, diário de uma desintoxicação” narrou a experiência da sua recuperação do vício em 1929.
Na década de 1930, Cocteau teve um surpreendente caso com a Princesa Natalie Paley, a linda filha de um Grão-duque da família Romanov, modelo e actriz, anteriormente casada com um costureiro. Natalie ficou grávida mas, para grande desgosto de ambos, veio a abortar.
Em 1940, “Le Bel Indifférent”, uma peça de teatro que Cocteau escreveu para Édith Piaf, teve um enorme sucesso. Trabalhou também com Pablo Picasso em diversos projectos e fez amizade com inúmeros artistas europeus. Publicou um considerável número de ensaios criticando a homofobia.
Os filmes de Cocteau que, na sua maioria, foram escritos e realizados por ele próprio, foram particularmente importantes para a introdução do Surrealismo no cinema francês e influenciaram, até um certo ponto, a “Nouvelle Vague”. Os seus filmes mais conhecidos são “Les parents terribles” (1948), “La Belle et la Bête”(1946) e “Orpheus” (1949).
Cocteau morreu de enfarte do miocárdio, apenas algumas horas depois de saber da morte da sua grande amiga Édith Piaf.
Pode ler-se no epitáfio da sua pedra tumular: «Fico convosco». Em 22 de Junho de 2010, a sua casa em Milly-la-Forêt, entretanto transformada em museu, foi inaugurada.

domingo, 10 de outubro de 2010

Marisa Monte acompanhada do Paulinho da Viola
EFEMÉRIDEYul Brynner, de seu verdadeiro nome Juli Borisovich Bryner, famoso actor norte-americano de origem suíça, mongol e russa, morreu em Nova Iorque no dia 10 de Outubro de 1985, vítima de cancro num pulmão. Nascera em Vladivostok, em 11 de Julho de 1920.
Era filho de um engenheiro, cônsul da Suíça na Rússia. Depois do pai deixar a família, na década de 1930, passou a infância com a mãe, entre Pequim e Paris, onde se instalaram em 1934. Estudou Filosofia na Sorbonne. Para ganhar a vida tocava guitarra em clubes nocturnos. Em 1941 foi para os Estados Unidos estudar teatro. Oito anos depois, estreou-se no cinema com o filme “Port of New York”.
Rapou a cabeça em 1951 (o que passou a ser a sua imagem de marca), quando foi convidado a representar o Rei do Sião no musical da Broadway, “O Rei e Eu”, peça em que actuou 4 525 vezes e com a qual recebeu, em 1952, o “Tony Award” de Melhor Actor de Comédia Musical. Transposto para o cinema em 1956, por Walter Lang, a sua interpretação valeu-lhe o Oscar de Melhor Actor. Nos anos 1970 retomaria aquele personagem numa série de TV.
Protagonizou várias produções de sucesso, entre as quais: “Os Dez Mandamentos”, “Sete Homens e um Destino”, “Anastácia, a Princesa Esquecida”, “Os Irmãos Karamazov”, “Taras Bulba" e “O Farol do Fim do Mundo”.
Casou-se quatro vezes, uma delas com Marlène Dietrich, e teve cinco filhos naturais e dois adoptivos (Vietnamitas).
No meio dos anos 1980, soube que tinha um tumor no pulmão devido ao seu consumo excessivo de tabaco (cinco maços por dia). Decidiu então colaborar num spot televisivo, que alertava para os perigos de fumar e que só foi exibido após a sua morte.
Misterioso sobre as suas origens, muitas vezes dizia chamar-se Taidje Khan, ser meio japonês e meio suíço, e ter nascido na ilha Sakhalina em 1920. Por vezes dizia-se de origem cigana. Depois do seu falecimento, um dos filhos desfez todos estes mitos, mas o ano do seu nascimento ainda hoje é controverso
Dominando perfeitamente a língua francesa, dobrava os seus próprios filmes nas versões francófonas.
Publicou dois álbuns de fotografia, actividade para a qual era bem dotado e que era a sua grande paixão. Publicou também dois livros: “Bring forth the children: A journey to the forgotten people of Europe and the Middle East”, em 1960, e “The Yul Brynner Cookbook: Food Fit for the King and You”, um livro de culinária, em 1983.
Possui uma estrela no Passeio da Fama em Hollywood. A sua casa de infância em Vladivostok é hoje um museu a si dedicado. As suas cinzas estão em Paris num cemitério privado.

sábado, 9 de outubro de 2010

Portugal ressuscitado...

Como se cala uma plateia insubordinada!... (directo na TV)

EFEMÉRIDEJacques Tati, de seu verdadeiro nome Jacques Tatischeff, actor e realizador francês, nasceu em Le Pecq no dia 9 de Outubro de 1907. Faleceu em Paris, em 4 de Novembro de 1982, vítima de uma embolia pulmonar.
Filho de pai russo e de mãe francesa, começou por praticar ténis e sobretudo equitação, vindo a notabilizar-se como um dos principais jogadores de rugby de França. Era também um hábil mímico e, durante dois anos, tentou sem sucesso fazer carreira no music-hall. A oportunidade só surgiria em 1935, num espectáculo de gala do periódico “Le Journal”, realizado para festejar o recorde da travessia do Atlântico pelo “Normandie”. A partir daí, foi contratado por vários salas de espectáculo e não parou de trabalhar no teatro até ao começo da Segunda Grande Guerra Mundial. Nos anos 1930 iniciou também a sua carreira como actor de cinema, que retomou depois da Guerra.
Começou como realizador em 1946 e a sua primeira longa-metragem, “Jour de Fête”, rendeu-lhe o “Prémio de Melhor Guião” no Festival de Veneza e o “Grande Prémio do Cinema Francês” em 1950.
As Férias do Senhor Hulot” (1953) levou mais de um ano para ser completado, porque Tati esteve sempre em litígio com o produtor.
Meu Tio”, o seu primeiro filme a cores (1958), recebeu o “Oscar de Melhor Filme Estrangeiro”.
Ganhou imenso dinheiro com os seus primeiros filmes, estando depois alguns anos sem filmar. Quando voltou, realizou “Playtime”, uma superprodução com 150 minutos de duração, que lhe deu um prejuízo de 800 milhões de francos. Jacques Tati viu assim o seu império começar a desmoronar-se.
Em 1970, tentou ainda recuperar do fracasso de “Playtime” com o filme “Trafic”, mas - apesar do sucesso - teve de anunciar a sua falência em 1974, promovendo mesmo um leilão dos negativos dos seus filmes. Em 1977 recebeu um “César do Cinema” pelo conjunto da sua obra.
A conhecida revista “Paris Match” noticiou a sua morte com o seguinte título: «Adeus Senhor Hulot. Chora-se hoje a sua morte, mas teria sido melhor ajudá-lo em vida».

70º aniversário de John Lennon (Homenagem Google)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

EFEMÉRIDEJoão Manuel Baião dos Santos Ferraz, actor e entertainer português, nasceu na Buraca em 8 de Outubro de 1963.
Figura popular da televisão, apresentou programas que atingiram grandes níveis de audiências: “Big Show Sic” (1995) e “Bom Baião” (1998), participando também em “Cabaret” (1994) e “Grande Noite” (1998), ambos de Filipe La Féria.
No teatro interpretou peças de, entre outros, Bertolt Brecht (“A Mãe Coragem” e “Happy End”); Shakespeare (“Romeu e Julieta” e “Rei Lear”); Anton Tchekov (“O Jardim das Cerejas”). Trabalhou igualmente com Diogo Infante em “Odeio Hamlet” de Paul Rudnick.
Integrou o elenco de alguns espectáculos de Filipe La Féria no Teatro Politeama: “Maldita Cocaína”, “De Afonso Henriques a Mário Soares”, “Rosa Tatuada” de Tennessee Williams e “A Rainha do Ferro Velho”.
Foi em bares e cafés-concerto de Lisboa que se revelou como actor, autor e encenador, dando também a conhecer ao público diversas actrizes como Maria Rueff e Sílvia Rizzo.
Emprestou a sua voz a personagens dos filmes “Monstros e Companhia” e “Horton e o Mundo dos Quem”.
Actualmente apresenta na televisão o programa “Portugal no Coração” e encabeça o elenco da revista “HIP HOP'arque!”, no Teatro Maria Vitória (Parque Mayer).

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

EFEMÉRIDEGiovanni Battista Guarini, poeta, dramaturgo e diplomata italiano, morreu em Veneza no dia 7 de Outubro de 1612. Nascera em Ferrara, em 10 de Dezembro de 1538.
Estudou em Pisa e em Pádua, sendo escolhido, ainda com menos de vinte anos, para ensinar filosofia nas escolas da sua terra natal. Em 1567, entrou ao serviço de Afonso II d'Este, último Duque de Ferrara, como diplomata. Após 30 anos na corte, pediu o afastamento e recolheu-se à propriedade da família, onde escreveu a sua mais notável obra “Il pastor fido” (1590). Esta peça, uma tragicomédia pastoril de estilo refinado, foi traduzida em várias línguas e tornou-se muito popular em toda a Europa no decorrer do século XVII. Acabou por ser considerada como padrão de excelência em requinte e galanteria até ao fim do século seguinte.
Nenhum poeta influenciou tanto a história da música nos períodos renascentista e barroco como Guarini. Os seus poemas foram mais musicados por compositores de madrigais do que a obra de qualquer outro escritor. A sua popularidade devia-se ao facto de ele escrever textos, que permitiam várias possibilidades de criar efeitos de “pintura com palavras” e outras “traduções simples” de emoções em música. Um dos seus poemas, o erótico “Tirsi morir volea”, que conta o encontro amoroso entre um pastor e uma ninfa, foi musicado na forma de madrigal mais vezes do que qualquer outro poema do período renascentista.
Ele foi também o único grande influenciador de libretistas de ópera até à época de Pietro Metastasio no século XVIII.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

EFEMÉRIDE – Albert François Cevert Goldenberg, piloto francês de Fórmula 1, morreu no circuito de Watkins Glen, nos Estados Unidos, em 6 de Outubro de 1973. Nascera em Paris no dia 25 de Fevereiro de 1944.
Morreu durante os treinos classificativos para o Grande Prémio dos Estados Unidos. Era então piloto da “Tyrrel Ford”, parceiro de Jack Stewart, campeão mundial de Fórmula 1.
Naquele dia trágico, o seu carro saiu da pista, bateu nas protecções do lado direito e fez ricochete para as protecções do lado esquerdo, virando-se de rodas para o ar e arrastando-se pela “lâmina” metálica por mais de cem metros. François Cevert foi degolado e teve morte instantânea. O acidente, ocorrido numa das épocas mais perigosas da Formula 1, é considerado um dos mais graves e brutais ocorridos na categoria.
Começou a notabilizar-se em 1966 ao ser laureado com o “Volante Shell”, sagrando-se depois Campeão de França de Fórmula 3 em 1968 e vencendo igualmente o Grande Prémio de Reims em Fórmula 2 (1969).
Em 1970 entrou para a equipa de Tyrrel Ford (Fórmula 1). Ao lado do campeão britânico Stewart, que foi o seu mentor, François Cevert mostrou rapidamente o seu enorme talento. Em 1971, terminou na 3ª posição do Campeonato do Mundo de Pilotos, contribuindo activamente para o título de Campeão do Mundo de Construtores da sua escudaria. No fim desse ano teve o seu primeiro grande sucesso em Watkins Glen, pondo fim a um período de treze anos sem nenhuma vitória francesa. Jovem, belo, culto, popular (principalmente junto do público feminino), teve a fama de ter mantido uma relação com Brigitte Bardot. Cevert era então o símbolo da renovação do desporto automóvel francês.
Atingiu o mais alto nível em 1973, terminando seis vezes em 2º (entre as quais 3 vezes a seguir ao líder Stewart) e sendo considerado o «colega de equipa modelo» pois, segundo confissão do próprio piloto britânico, Cevert poderia ter-lhe contestado a vitória.
A retirada de Stewart, prevista para o fim da época de 1973, levou a que muitos observadores indicassem Cevert como o futuro líder da Tyrrel e um dos favoritos para 1974. O destino não o quis.
Em paralelo com a sua carreira na Fórmula 1, correu também com um “Matra” na categoria de “Protótipos desportivos”. Foi ainda 2º nas “24 Horas do Mans” de 1972, circuito em que deteve durante muito tempo o recorde da volta mais rápida.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

EFEMÉRIDERoberto Juarroz, poeta argentino, nasceu em Coronel Dorrego no dia 5 de Outubro de 1925. Morreu em Buenos Aires, em 31 de Março de 1995.
Considerado um dos maiores poetas argentinos, as suas obras têm o título único de “Poesia vertical”. Só varia o número, de livro em livro: Segunda, Terceira, Quarta… Poesia Vertical. Com este título único, Juarroz procurou traduzir a verticalidade da transcendência. A verticalidade exprime-se para baixo e para cima, cada poema sendo convertido numa presença que representa este duplo movimento, esta polaridade que define a palavra do homem quando esta palavra não se situa nos limites convencionais.
Também nunca deu título a cada um dos poemas que constituem os seus livros. Ele explicava ter feito esta escolha porque «cada título, sobretudo em poesia, é uma espécie de interrupção, um motivo de distracção que não é verdadeiramente necessário. Sem título, o livro abre-se directamente sobre os poemas, um pouco como os quadros cuja ausência de título nos evita os desvios de interpretação».
Roberto Juarroz, filho de um chefe de gare, estudou Letras e Filosofia na Universidade de Buenos Aires, onde se especializou em Ciências de Informação e Bibliotecas. Prosseguiu depois os estudos na Sorbonne em Paris, obtendo os diplomas de Filosofia e de Literatura.
Depois de ter publicado em edição de autor (1958), o seu primeiro livro, dirigiu juntamente com o poeta Mário Morales a revista “Poesia=Poesia” (20 números de 1958 a 1965), difundida em toda a América Latina. Colaborou em numerosos jornais, revistas e periódicos, sendo nomeadamente crítico literário do quotidiano “La Gaceta” e crítico cinematográfico na revista “Esto Es”.
Além da sua obra poética, Juarroz publicou diversos ensaios sobre poesia e, entre 1971 e 1984, foi director do Departamento de Documentação da Universidade de Buenos Aires.
Obrigado a exilar-se sob o regime de Perón, foi durante alguns anos perito da Unesco numa dezena de países da América Latina.
Em Janeiro de 1991, os “Encontros de Escritas Cruzadas”, organizados anualmente em Aix-en-Provence, prestaram-lhe homenagem. Ele aproveitou a vinda a França para ler poemas seus no Centro Nacional de Arte e de Cultura Georges Pompidou em Paris.
A sua poesia, que constitui uma experiência criadora única no domínio da poesia moderna em língua espanhola, foi apreciada por escritores como René Char, Octavio Paz, Julio Cortázar, entre outros.
Entre os prémios que recebeu, salientam-se : Prémio da Fundação Argentina para a Poesia (1984), Prémio Esteban Echeverria (1984), Prémio Jean Malrieu (Marselha, 1992), Prémio da Bienal Internacional de Poesia (Liège, 1992) e o Grande Prémio da União dos Escritores Argentinos (1994). A obra de Roberto Juarroz está traduzida em cerca de vinte idiomas estrangeiros.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

EFEMÉRIDEMafalda Arnauth, fadista portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 4 de Outubro de 1974.
A sua paixão pela música fez-se sentir desde pequena, sem nunca ter, no entanto, aspirado a ser artista.
O mundo do espectáculo acabaria por a conquistar, quando ainda estava na Faculdade, no 5º ano de Veterinária. A sua carreira teve início em 1995, ao aceitar o convite de João Braga para participar num concerto seu no Teatro de São Luís em Lisboa.
O primeiro álbum da artista, homónimo, “Mafalda Arnauth” (1999), foi aclamado pela crítica e recebeu o “Prémio de Voz Revelação do Ano” da Blitz, revista portuguesa dedicada ao público jovem. Um sucesso que se repetiria no seu segundo disco, “Esta Voz Que Me Atravessa” (2001), quase inteiramente dedicado ao fado. Em 2003 Mafalda Arnauth lançou “Encantamento”, no qual surgiu também como compositora, assinando quase todas as faixas.
Diário” (2005) foi saudado, pela crítica e pelo público, como o melhor trabalho da cantora até agora.
Em 2009 integrou o “Projecto Rua da Saudade”, onde deu voz a letras originais de Ary dos Santos. O projecto lançou o álbum “Canções de Ary dos Santos”, dando a conhecer uma Mafalda fora do espaço do fado.

Golaço! Benfica - 1 Braga - 0

domingo, 3 de outubro de 2010

EFEMÉRIDEAdriana da Cunha Calcanhoto, conhecida por “Adriana Calcanhotto” e “Adriana Partimpim”, cantora e compositora brasileira, nasceu em Porto Alegre no dia 3 de Outubro de 1965.
Gravou em 2004 um disco para crianças, “Adriana Partimpim”, com o qual obteve grande sucesso e ganhou o Prémio Grammy Latino de Melhor Álbum Infantil.
As suas composições abordam diversos estilos: samba, bossa nova, rock, funk, pop e baladas. Dentro do seu repertório, existem também regravações de antigos sucessos da Música Popular Brasileira.
Filha de um baterista de jazz e bossa nova e de uma bailarina e professora de educação física, aos seis anos recebeu do avô o primeiro instrumento musical: um violão. Aprendeu muito cedo a tocá-lo e também a cantar.
A sua vida artística foi iniciada em bares de Porto Alegre. Também trabalhou em peças teatrais e, mais tarde, lançou-se em concertos e festivais por todo o Brasil.
O primeiro disco, “Enguiço”, lançado em 1990 pela gravadora CBS, foi muito elogiado. Integrou igualmente a banda sonora da telenovela “Rainha da Sucata”. No ano seguinte, recebeu o Prémio Sharp de Revelação Feminina. No segundo trabalho, “Senhas”, de 1992, o repertório estava focado nas canções de sua autoria, com destaque para “Esquadros e Mentiras”.
Em 1994 lançou o LP “A fábrica do poema”, com algumas doses de experimentalismo. No disco seguinte, que também foi o último a ter versão em vinil, os destaques foram “Metade” e “Inverno”. Prosseguiu com o álbum “Marítimo”, que simulou uma incursão pela “dance music”.
Participou em 1996 numa iniciativa da Livraria Argumento do Rio de Janeiro, musicando poemas do poeta português Mário de Sá Carneiro.
Em 2007 participou igualmente na cerimónia de abertura dos Jogos Pan-americanos no Rio de Janeiro.
Em 2008 aventurou-se pela primeira vez no texto em prosa e lançou o livro “Saga Lusa”, no qual relatou a viagem a Portugal para lançamento do seu disco “Maré”.
Homossexual assumida, Adriana Calcanhoto é companheira da cineasta Suzana de Moraes, filha do poeta Vinícius de Moraes, tendo oficializado a sua relação na justiça brasileira, por meio de união civil em Setembro de 2010.

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