terça-feira, 15 de julho de 2008

Tempo de Férias e de descanso! - Só voltarei ao vosso convívio em meados de Agosto. Até lá, boas férias para todos(as).
EFEMÉRIDEGianni Versace, grande costureiro italiano, morreu em Miami no dia 15 de Julho de 1997, assassinado com dois tiros por um “serial killer”, quando regressava a casa. Tinha cinquenta anos Nascera em Reggio di Calabria, em 2 de Dezembro de 1946.
Versace adquiriu a sua vocação de criador de moda, vendo a mãe trabalhar no atelier que, segundo ele, era «um teatro mágico». Fundou a sua própria marca em 1978, começando assim a erguer umas das maiores e mais importantes empresas de Moda do século XX. O seu estilo era considerado original, luxuoso, quiçá um pouco exibicionista, muito caro e cheio de glamour. Tinha uma invejável clientela de ricos e famosos, entre os quais Maurice Béjart e Elton John. Vestiu também, com grande êxito, muitos personagens de inúmeras óperas famosas, representadas pelo mundo fora.
Depois da sua morte, a empresa continuou em actividade, sob a batuta de Donatella Versace, sua musa, irmã e braço direito, tendo a presidência sido assegurada pelo irmão. Actualmente, o Império Versace inclui vestuário feminino e masculino, vestuário desportivo, roupa íntima, óculos, jeans, perfumes, cosmética, jóias e decoração. Tem igualmente um hotel de seis estrelas, Palazzo Versace, localizado na Costa Dourada australiana e que deveria ser o primeiro de uma cadeia hoteleira em formação.
Em 1986 foi agraciado com a Comenda da República Italiana e recebeu a Grande Medalha da Cidade de Paris. Em 1988 foi considerado o mais criativo e inovador estilista do mundo. Em 1993 o "Council of Fashion Designers of America" distinguiu-o com o “Oscar” americano da Moda. Em 1995 Elton John entregou-lhe em Nova Iorque o “Prémio VHI Fashion and Music” pela sua contribuição especial para o mundo da moda e da música.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

EFEMÉRIDEJacinto Benavente y Martínez, dramaturgo espanhol dos mais importantes do seu século, Prémio Nobel de Literatura em 1922, morreu em 14 de Julho de 1954. Nascera em Madrid no dia 12 de Agosto de 1866.
Estudou na Universidade de Madrid e, depois da morte do pai, viajou imenso sobretudo pela Rússia e por França.
Os seus primeiros grandes sucessos foram “El nido ajeno”, em 1894, que marcou a renovação do teatro castelhano, e “Gente conocida”, em 1896, uma sátira à vida madrilena.
Jacinto Benavente introduziu referências europeias modernas no teatro espanhol, pois conhecia muito bem a produção cénica que se desenrolava para além dos Pirinéus, como a dos autores Gabriele d’Annunzio, Oscar Wilde e Bernard Shaw, entre outros.
A sua obra mais representativa e conseguida foi “Los intereses creados” (1907) em que satirizou o mundo dos negócios, numa sábia combinação da “Commedia dellarte” e do “Teatro clássico espanhol”.
Outra vertente por ele cultivada foi o drama da vida rural, em peças que, como “Señora Ama" (1908) e “La malquerida” (1913), contrastam frontalmente com o resto da sua obra.

domingo, 13 de julho de 2008

Astúcia... (boa ideia)

EFEMÉRIDEWole Soyinka, escritor nigeriano, Prémio Nobel da Literatura em 1986, nasceu em Abeokuta no dia 13 de Julho de 1934. É considerado por muitos como o maior dramaturgo africano de sempre. Apesar de ter nascido numa família humilde, fez sucessivamente a instrução primária, os estudos secundários, frequentou a University College (1952-1954) em Ibadan, e a University of Leeds (1954-1957) na Inglaterra, onde se licenciou com distinção em Literatura inglesa. Trabalhou no Royal Court Theater em Londres, antes de voltar à Nigéria para se dedicar ao estudo da dramaturgia africana. Leccionou nas Universidades de Lagos e Ife, tornando-se professor de Literatura Comparativa em 1975. Soyinka tem participado activamente na política do seu país. Em 1967, durante a Guerra Civil, foi preso pelo Governo Federal por tentar mediar a paz entre as facções beligerantes. Na prisão, escreveu poemas que mais tarde viriam a ser publicados sob o título “Poems from Prison”. Após ter sido libertado, contou a sua experiência no livro: “The Man Died: Prison Notes”. Durante a ditadura do General Abacha (1993/1998), que o condenou à morte, exilou-se voluntariamente, passando a maior parte do seu tempo nos Estados Unidos, onde ensinou na Universidade de Emory na cidade de Atlanta. Soyinka tem criticado abertamente as tiranias de todo o mundo, incluindo a de Mugabe no Zimbabwe. Wole Soyinka foi um dos fundadores do Parlamento dos Escritores Nigerianos e presidente da Comunidade Africana de Cultura. Foi o primeiro escritor africano a receber o Prémio Nobel da Literatura.

sábado, 12 de julho de 2008

EFEMÉRIDEAmedeo Clemente Modigliani, pintor e escultor italiano, nasceu em Livorno, na Toscânia, em 12 de Julho de 1884. Faleceu em Paris (cidade onde vivia desde 1906) no dia 24 de Janeiro de 1920.
Ainda criança, demonstrou muito interesse pela pintura, sendo incentivado pela mãe, que o levava a visitar museus de arte e que o matriculou no estúdio de Guglielmo Micheli. Na infância, sofreu de tifo e tuberculose, doenças que comprometeram a sua saúde para o resto da vida e cujos tratamentos o levavam a fazer frequentes viagens, até se mudar definitivamente para Paris.
Em 1902 inscreveu-se na “Escola Livre do Nu” da Academia de Belas Artes de Florença e no ano seguinte no Instituto de Artes de Veneza.
Como tantos outros artistas, conheceu a extrema pobreza. Só em 1917 fez a sua primeira exposição individual que, no entanto, apenas durou um dia, pelo escândalo causado pelos nus expostos na Galeria Weil.
Não se poderá dizer que pertencia a qualquer escola ou estilo, pois encontrava-se ainda em pleno período de questionamento e de transições. O seu estilo próprio fez parte de um momento em que a pintura, confrontada com a fotografia, lutava para conquistar o seu espaço. Foi influenciado sucessivamente por Toulouse-Lautrec e por Paul Cézanne, pelo cubismo e pelo “período azul” de Picasso... Tornou-se notado pela rapidez com que executava as suas obras, praticamente sem fazer quaisquer retoques.
No respeitante à escultura, nota-se nele uma forte influência africana e cambojana, fruto porventura das suas visitas ao “Museu do Homem” em Paris. Dedicou-se depois exclusivamente à pintura por motivos de saúde. Fez retratos de várias celebridades da época como Diego Rivera, Max Jacob, Blaise Cendrars, Jean Cocteau, etc.
Modigliani morreu aos 35 anos, vítima de meningite tuberculosa, agravada pelo excesso de álcool e por consumo de haxixe. Foi sepultado no célebre cemitério parisiense Père-Lachaise. Dois dias depois da sua morte, a mulher suicidou-se, atirando-se de um quinto andar. Estava grávida de nove meses. Deixaram uma filha, que escreveria mais tarde a biografia do pai.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

"A vida é curta" (Filme um pouco macabro mas... interessante)

EFEMÉRIDEGiorgio Armani, um dos mais conceituados estilistas italianos, nasceu em Placência, no norte da Itália, ao sul de Milão, no dia 11 de Julho de 1934. Fundou em 1974 a sua empresa, a Giorgio Armani S.p.A., e é hoje o designer de moda mais bem sucedido do mundo, com uma fortuna pessoal de vários biliões de euros.
Frequentou a Faculdade de Medicina durante apenas dois anos, dedicando-se depois à fotografia. Após completar o serviço militar, em 1957, trabalhou nos grandes armazéns La Rinascente, em Milão, como decorador de vitrinas, iniciando-se no mundo da moda.
De 1961 a 1970, trabalhou para Nino Cerruti, construindo depois a sua própria carreira como estilista, lançando em 1974 a primeira colecção masculina com o seu nome.
Gradualmente começou a adaptar as suas criações para a linha feminina, inspirando-se em trajes masculinos, desenvolvendo no entanto acabamentos, tecidos e corte, que privilegiam as formas da mulher.
Sendo um viciado no trabalho, é várias vezes arrogante em situações delicadas, tendo amiúde desavenças com outros estilistas italianos.
O seu renome internacional foi assegurado ao realizar vestimentas para grandes nomes de Hollywood, particularmente para Richard Gere no filme “American Gigolo” (1981).
Em 2006 associou-se com a IMAAR (Sociedade imobiliária do Dubai) para lançar a cadeia hoteleira ARMANI Hotels.
Giorgio Armani recebeu recentemente, em 3 de Julho de 2008, as insígnias de Oficial da Legião de Honra, no fecho da “Semana da Moda Parisiense”.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

EFEMÉRIDEPúblio Élio Trajano Adriano, imperador romano, também poeta, morreu em Roma no dia 10 de Julho de 138, depois de vários anos de sofrimento devido a artrose. Nascera em Itálica, actual Espanha, em 24 de Janeiro de 76. Ficou mais conhecido simplesmente por Adriano e é considerado um dos "cinco bons imperadores".
Logo após a morte de Trajano, constou que este o teria adoptado no seu leito de morte, como filho e sucessor na dignidade imperial. Muitos disseram, no entanto, que tal adopção teria sido inventada pela viúva de Trajano.
Percebendo que o Império esgotara a sua capacidade expansionista, Adriano abandonou as conquistas de Trajano, enveredando por uma política defensiva e diplomática. Na prática, isso significou renunciar às conquistas recentes na Mesopotâmia e rectificar os limites da Dácia (actual Roménia).
Por outro lado, com o intuito de proteger as demais fronteiras contra os bárbaros, construiu grande número de fortificações, entre elas, em 112, a chamada Muralha de Adriano, que marcou durante séculos a fronteira entre a Inglaterra e a Escócia.
Durante o seu reinado, foi um viajante incansável, visitando as várias províncias do império. Terá passado doze anos do seu reinado fora de Roma. Por onde passava ia levantando cidades, construindo estradas e erigindo monumentos.
Letrado, Adriano era admirador da cultura grega, sendo um dos responsáveis pela expansão do helenismo no mundo antigo. Em 127, afirmou que os «Cristãos não podiam ser condenados à morte sem julgamento».
Quando morreu, as suas cinzas foram colocadas num mausoléu, que veio a transformar-se no actual Castelo de Santo Ângelo, em Roma. A sucessão de Adriano foi complicada: ele tinha pensado adoptar como filho e sucessor Ceionius, um dos seus mais antigos favoritos. Este, porém, morreu prematuramente. Adriano acabou por adoptar o senador Antoninus, que viria a ser conhecido como imperador Antonino Pio, isto todavia sob condição de que este adoptasse como filho e sucessor um parente de Adriano, o jovem Marcus Annius Verus, o futuro imperador Marco Aurélio. Adriano “acautelava” assim o futuro de Roma para além da sua morte.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

EFEMÉRIDEJean Cassou, escritor, resistente e crítico de arte francês, nasceu em Deusto, perto de Bilbao, Espanha, em 9 de Julho de 1897. Faleceu em Paris no dia 16 de Janeiro de 1986.
Tendo-lhe morrido o pai quando tinha dezasseis anos, viu-se obrigado a trabalhar para ajudar a família, ao mesmo que continuava os seus estudos. Licenciou-se em Espanhol na Faculdade de Letras de Paris.
A partir de 1921 publicou várias crónicas (Cartas Espanholas) na revista “Le Mercure de France” e em 1925 publicou o seu primeiro romance “Éloge de la Folie”.
Demitido do lugar de Conservador do Museu de Arte Moderna pelo regime de Vichy, entrou para a Resistência em 1940, assegurando juntamente com outros intelectuais a redacção de um jornal, de que foram publicados unicamente cinco números (1940/1941). Conseguiu escapar à Gestapo quando estava prestes a ser detido e deslocou-se para Toulouse. Acabou por ser preso e, na prisão, sem possibilidade de escrever, conseguiu compor de cabeça os seus “Trinta e Três Sonetos” que foram publicados em 1944 sob o pseudónimo de “Jean Noir”.
Libertado em 1943, reentrou na Resistência e redigiu os “Cadernos da Libertação”. Em Agosto, no momento da libertação de Toulouse, o seu carro encontrou uma coluna alemã: dois dos seus companheiros foram mortos e ele assim foi considerado também. Transportado ao hospital em estado de coma, salvou-se após um ano de convalescença.
Em 1945 recuperou as funções de Conservador de Museu, que manteve até 1965. Em 1956 foi Presidente do “Comité Nacional de Escritores” e em 1964 tornou-se igualmente membro da Academia Real da Bélgica. Até 1970 foi Director da Escola Prática de Altos Estudos. Foi membro também da Academia Flamenga de Belas Artes, bem assim como de várias outras academias estrangeiras.
Em 1971 recebeu o Grande Prémio Nacional de Letras e em 1983 o Grande Prémio da Sociedade das Gentes de Letras, ambos pelo conjunto da sua obra. Foi militante activo do “Movimento pela Paz”. Era Grande Oficial da Legião de Honra, tinha a Cruz de Guerra 1939/45 e a Medalha da Resistência, era Comendador das Artes e das Letras e recebeu condecorações da Holanda, Itália e Bélgica. Escreveu sete romances, oito ensaios, dois livros de crítica de arte e um de poesia.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Os Adiafa – cantares brejeiros do Alentejo

ALMADA & VIDA
(quadras)

1
P’ra festejar São João
A Almada tens de ir:
- Alegras teu coração
E vês a vida a sorrir!

2
Na vida tenho a ambição,
Que hei-de concretizar:
- No dia de São João
Ir a Almada marchar.

3
Em Junho, tenho de ir
Ver São João, em Almada,
Sentir a vida a sorrir,
Nessa terra abençoada.

4
Nossa vida se mudou
Na procissão em Almada:
Teu coração encontrou
Minha alma apaixonada.

Gabriel de Sousa

"Mulher Trompette" no show de Jô Soares

EFEMÉRIDEPierre Alexis, visconde de Ponson du Terrail, escritor do século XIX e um dos mestres do “romance-folhetim”, nasceu em Montmaur (Hautes-Alpes) no dia 8 de Julho de 1829. Morreu em Bordéus, em 10 de Janeiro de 1871. Ficou célebre pelo seu personagem Rocambole.
Ponson du Terrail começou a escrever por volta dos anos 1850. Durante duas décadas escreveu folhetins para quase toda a imprensa parisiense (L'Opinion nationale, La Patrie, Le Moniteur, Le Petit Journal, etc.)
Tinha como característica escrever muito depressa e nunca fazer revisões. Por isso se podem encontrar nas suas obras coisas assaz incoerentes, como por exemplo : «As suas mãos estavam tão frias como as duma serpente» ou «Com uma mão levantou o seu punhal, com a outra disse-lhe…».
Foi em 1857 que começou a redacção do primeiro romance da série “Rocambole”. Publicado no jornal “Patrie”, tornou-se um grande sucesso e deu a Ponson du Terrail grandes e duradouros proventos. Ao todo redigiu nove romances com este personagem.
Em Agosto de 1870, quando se preparava para iniciar a redacção de um outro episódio, Napoleão III capitulou perante os alemães. De imediato Ponson du Terrail partiu para Orleães onde formou uma milícia para iniciar a guerrilha. Foi no entanto obrigado a fugir, visto os alemães terem incendiado o seu castelo. Morreu poucos meses depois. Estima-se que terá escrito no total cerca de 73 romances. Nenhum deles foi uma obra-prima, mas todos foram inegavelmente muito populares.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

INDIFERENÇA
(quadras)

1
Tu olhas com indiferença
A pobreza envergonhada…
…Há gente que assim pensa
Porque não lhes falta nada!

2
Não posso ser indiferente
Ao ver gente esfomeada:
- A dor que cada um sente
Será por Deus escutada?

3
Não pode haver indiferença
Vendo a pobreza no Mundo…
…Para toda e qualquer crença
Será desgosto profundo.


Gabriel de Sousa

"Yoga" ou "O bebé oportunista"...

EFEMÉRIDEMarc Chagall, de seu verdadeiro nome Moishe Zakharovich Shagalov, pintor, desenhador e ceramista surrealista russo-francês, nasceu em Vitebsk, na Bielorrússia, em 7 de Julho de 1887. Naturalizou-se francês em 1937. Morreu em Saint-Paul-de-Vence, França, no dia 28 de Março de 1985.
Iniciou a sua formação artística no atelier de um retratista famoso da sua terra natal, tendo ingressado depois na Academia de Arte de São Petersburgo. Graças a uma bolsa de estudos, foi em 1910 para Paris, onde entrou em contacto com as vanguardas modernistas que fervilhavam na capital francesa. Quem mais o marcou, neste período, foi o modernista Guillaume Apollinaire, de quem se tornou grande amigo. Foi também nesta época (1911/1912) que Chagall pintou dois dos seus mais conhecidos quadros: “Eu e a aldeia” e “O Soldado bebé”. Após o começo da Primeira Guerra Mundial, Chagall voltou ao seu país sendo mobilizado para o serviço militar.
Depois da Revolução Socialista na Rússia, que pôs fim ao regime autoritário dos czares, foi director da Academia das Belas Artes de Vitebsk, de 1917 até 1919, tendo inaugurado uma Escola de Arte, aberta a todas as tendências modernistas. Voltou de novo a Paris, onde ilustrou as “Fábulas de la Fontaine” (1924/1925) e a Bíblia em 1930.
Desde 1935, com a perseguição aos judeus e com a Alemanha prestes a entrar em guerra, Chagall começou a retratar as tensões e depressões sociais e religiosas que sentia na pele, já que também era judeu. Em 1941 partiu para os Estados Unidos da América, onde se refugiou.
Dois anos depois do fim da guerra, regressou definitivamente à França. Em sua homenagem foi inaugurado em Nice, em 1973, o “Museu Nacional da Mensagem Bíblica”. Em 1977 o governo francês condecorou-o com a Grã-cruz da Legião de Honra.

domingo, 6 de julho de 2008

Fumadora passiva...

EFEMÉRIDE Claude Simon, escritor francês, Prémio Nobel de Literatura em 1985, faleceu em Paris no dia 6 de Julho de 2005, com 91 anos de idade. Nascera em Tananarive, Madagáscar, em 10 de Outubro de 1913.
Morreu-lhe o pai quanto ele tinha apenas um ano e a mãe aos onze anos, sendo criado por um tio e uma avó, sob a tutela de um primo alemão.
Em 1931, estudou pintura e fotografia, actividades que deixariam marcas no seu modo de escrever. Em 1936 partiu para Barcelona, juntando-se aos republicanos na luta contra Franco, na Guerra Civil Espanhola. De volta a França em 1938, começou a escrever o seu primeiro livro “O Batoteiro”.
Um ano depois foi mobilizado para lutar contra os alemães. Foi feito prisioneiro, mas conseguiu fugir de um campo de concentração na Saxónia em 1940. Regressado a França alistou-se na Resistência.
Após a Libertação continuou a escrever, mas somente em 1957, com “O Vento”, encontraria o seu verdadeiro estilo, como confessou tempos mais tarde. Esteve ligado ao “Movimento Novo Romance” que, nos anos 1950, procurou aprofundar as preocupações formais na elaboração de romances.
Curiosamente, Claude Simon começou por ser pouco conhecido do público francês, enquanto a sua obra já ganhava audiência pelo mundo fora, com traduções em vários idiomas e conquistando a crítica e os leitores estrangeiros. A principal dificuldade para quem lê Simon talvez se deva à sua sintaxe ampla, em que por vezes as frases se espraiam ao longo de várias páginas sem alguma pontuação. Todas as obras de Claude Simon parecem ser fragmentos de uma obra maior, que nunca se começa a ler no princípio e que nunca tem fim. Em 1967 ganhou o conceituado Prémio Médicis.
Repartiu os últimos anos da sua vida entre a sua propriedade vinícola no Sudoeste de França e o apartamento que tinha no Bairro Latino em Paris.

sábado, 5 de julho de 2008

Bem enganado...

Mágico Africano

EFEMÉRIDEMarcel Achard, de seu verdadeiro nome Marcel Augustin Ferréol, escritor e dramaturgo francês, nasceu em Sainte-Foy-lès-Lyons (Rhône) no dia 5 de Julho de 1899. Morreu em Paris, em 4 de Setembro de 1974.
A sua primeira peça importante “Voulez-vous jouer avec moi?” foi representada em 1923. Com o aparecimento do cinema falado, os produtores viraram-se para os homens do Teatro para que eles lhes dessem obras compatíveis com a nova tecnologia. Foi assim que grandes escritores ficaram a fazer parte da história do cinema francês. É conhecida a intervenção de Marcel Pagnol e de Jean Cocteau na “Sétima Arte” mas, de todos os homens das letras franceses, foi Marcel Achard o que mais se implicou neste novo modo expressão.
Em 1931, a sucursal francesa da Paramount contratou-o para colaborar nos cenários e nos diálogos de vários filmes. O ponto culminante da sua intervenção no cinema foi a realização de dois filmes de longa-metragem: “João da Lua” e “Valsa de Paris”, este último sendo a biografia do músico Jacques Offenbach. Marcel Achard ficou para a posteridade, porém, como um grande autor de teatro. Grande humorista também, eis duas frases que lhe são atribuídas: «Para escrever algo engraçado, mataria o meu pai e a minha mãe… Felizmente que já sou órfão» e «O beijo de uma mulher é como o aperto de mão de um boxeur antes do combate».
Marcel Achard fez parte da Academia Francesa de 1959 até à sua morte.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Quando eu tiver tempo, ensino...

EFEMÉRIDE Emídio Santana, um dos mais importantes militantes portugueses do anarco-sindicalismo, nasceu em Lisboa no dia 4 de Julho de 1906. Faleceu na mesma cidade em 16 de Outubro de 1988. Foi autor de diversos artigos e ensaios sobre o “anarco-sindicalismo” e o “mutualismo”.
Cresceu num ambiente muito influenciado pelo “movimento associativo operário e socialista” e, devido às dificuldades económicas familiares, começou a trabalhar como aprendiz de carpinteiro aos 14 anos.
No seguimento do golpe militar de 28 de Maio de 1926, desenvolveu grande actividade de resistência à ditadura, actuando também clandestinamente a nível sindical. A sua actividade sindicalista levou-o à prisão pela primeira vez em 1928, tendo sido libertado meses depois. Foi condenado novamente a um ano de prisão em 1933, sendo deportado para os Açores.
Em 1936, representou a CGT portuguesa no congresso da Confederación Nacional del Trabajo de Espanha.
Em 4 de Julho de 1937 foi um dos autores do atentado contra Salazar, quando este se deslocava a uma capela particular para assistir à missa. Na sequência do atentado, Emídio Santana foi procurado pela PIDE (Polícia Política), mas consegui fugir para Inglaterra onde, porém, a polícia local o prendeu e repatriou para Portugal. Foi condenado a dezasseis anos de prisão, que cumpriu na Penitenciária de Coimbra.
Depois da Revolução dos Cravos (1974) retomou a vida política activa, nomeadamente como director do jornal A Batalha, dedicando-se igualmente ao cooperativismo.
Em 1985 Emídio Santana escreveu a autobiografia “Memórias de um militante anarco-sindicalista”. Foi autor igualmente de várias crónicas acerca de episódios da sua vida.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

EFEMÉRIDEDorota Masłowska, romancista, dramaturga e jornalista polaca, nasceu em Wejherowo, perto de Gdansk, em 3 de Julho de 1983. O seu começo precoce na literatura foi notável, fazendo lembrar um caso idêntico ocorrido em França nos anos 1950 com “Bonjour Tristesse” de Françoise Sagan. Em 2000, com 17 anos, publicou na revista mensal feminina “Twoj styl “ o seu diário íntimo.
O seu primeiro romance, “Polococktail Party”, escrito em 2002, no espaço de um mês e em vésperas do seu bacharelato, foi saudado pela crítica e pelo público, constituindo um grande sucesso e um importante acontecimento literário. O livro, traduzido no ano seguinte para a língua francesa, faz o retrato surpreendente da juventude polaca, marginalizada e resignada, na era pós-comunista, revelando uma maturidade fora do comum. Dorota foi então comparada aos escritores Gogol e Céline. O livro apareceu nos Tops das melhores vendas e, em poucos meses, foram vendidos 50 000 exemplares, o que nunca tinha acontecido na Polónia. Dorota foi convidada para um jantar com o Presidente Polaco, que tinha curiosidade em conhecer a jovem prodígio.
Aos 22 anos, ela era já uma celebridade na Polónia. Depois dos estudos secundários, ingressou na Faculdade de Psicologia da Universidade de Gdansk, mas preferiu depois instalar-se em Varsóvia, onde se inscreveu em “Conhecimento de Culturas”, na Universidade da capital polaca.
Publicou um novo romance em 2005, que pareceu não ter merecido a mesma aceitação, mas que foi recompensado no ano seguinte com o Prémio Nike, o galardão mais prestigiado da Polónia. No mesmo ano publicou uma peça de teatro (“Dois pobres romenos falando polaco”) que foi representada no Teatro Rozmaitości de Varsóvia.
Actualmente, Dorota Masłowska continua a viver em Varsóvia, colabora regularmente em várias revistas, continua os seus estudos e prepara decerto novos romances.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

"O Gato do Belarmino"

EFEMÉRIDE Zélia Gattai Amado, escritora, fotógrafa e memorialista brasileira, nasceu em São Paulo no dia 2 de Julho de 1916. Morreu em Salvador, em 17 de Maio de 2008. Partilhou a vida, durante 56 anos, com o seu marido Jorge Amado, do qual só a morte realmente a separou.
Era filha de imigrantes italianos e passou toda a sua infância em São Paulo. Cedo começou a participar, juntamente com a família, no “Movimento Político Operário Anarquista” que estava organizado entre os imigrantes italianos, espanhóis e portugueses, no início do século XX.
Em 1945 conheceu pessoalmente Jorge Amado, de quem era uma leitora entusiasta, quando trabalharam juntos num “Movimento pela Amnistia de Presos Políticos”. Casaram-se meses depois. Zélia Gattai passou a trabalhar ao lado do marido, passando a limpo e à máquina os seus originais e auxiliando-o nas revisões.
Em 1946 o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, depois da eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal. Um ano depois, o Partido Comunista foi ilegalizado, Jorge Amado perdeu o mandato e a família teve que se exilar.
Viveram em Paris durante três anos, período que Zélia Gattai aproveitou para seguir “Cursos de civilização, fonética e língua francesa” na Sorbonne. De 1950 a 1952, viveram na Checoslováquia. Foi neste novo exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registo, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano. Em 1963, mudaram-se para a casa do Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia, onde tinha um laboratório e se dedicava à fotografia, tendo lançado a fotobiografia de Jorge Amado intitulada “Reportagem incompleta”.
Aos 63 anos de idade, começou a escrever as suas memórias. O livro de estreia, “Anarquistas, graças a Deus”, ao completar vinte anos da primeira edição já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil. A sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para francês, italiano, espanhol, alemão e russo.
Anarquistas, graças a Deus” foi adaptado à televisão e “Um chapéu para viagem” ao teatro.
Zélia Gattai recebeu em 1984 o título de Cidadã da Cidade do Salvador e, em França, a Comenda das Artes e das Letras do respectivo governo (1998). Foi homenageada também com as Ordens do Mérito da Bahia (1994) e do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986).
Em 2001 foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a Academia de Letras da Bahia e para a Academia Ilheense de Letras. Em 2002 tomou posse nas três.
Ao lançar o seu primeiro livro, recebeu o Prémio Paulista de Revelação Literária de 1979. No ano seguinte, recebeu o Prémio da Associação de Imprensa, o Prémio McKeen e o Troféu Dante Alighieri. A Secretaria de Educação do Estado da Bahia concedeu-lhe a Medalha Castro Alves em 1987. Em 1988 recebeu o Troféu Avon, a premiar as suas actividades na área cultural e o Prémio Destaque do Ano. O livro de memórias “Chão de meninos” recebeu o Prémio Alejandro José Cabassa, da União Brasileira de Escritores, em 1994.

Fonte (adaptação) – Wikipédia

terça-feira, 1 de julho de 2008

EFEMÉRIDE Amy Johnson, pioneira da aviação inglesa, uma das primeiras mulheres a pilotar um avião, nasceu em Kingston-upon-Hull no dia 1 de Julho de 1903. Morreu em Londres, em 5 de Janeiro de 1941, com 37 anos.
Frequentou a Universidade de Sheffield, licenciando-se em Artes e Economia, tendo seguido posteriormente um curso de Secretariado, como forma de arranjar trabalho na capital inglesa.
Como passatempo, interessou-se pela aviação, mas teve de lutar contra os fortes preconceitos existentes na época. Ser piloto era uma profissão essencialmente masculina e poucas escolas de aviação aceitavam mulheres como alunas. A sua perseverança porém venceu e, em Junho de 1929, voava pela primeira vez a solo. Nesse mesmo ano obteve o brevet de aviadora passado pelo London Aeroplane Club.
Durante as lições de aviação, o instrutor tinha-lhe dito que ela só seria levada verdadeiramente a sério se fizesse algo de bastante notável. Foi-lhe sugerido fazer um voo entre a Inglaterra e a Austrália, o que nunca tinha sido realizado por uma mulher. Amy aceitou o desafio e iniciou a preparação para a viagem. Obteve um avião em segunda mão, um De Havilland Gypsy Moth, um dos mais pequenos e populares da época. Mandou instalar depósitos adicionais para o combustível. Usaria um fato adequado e capacete, mas vestiria uns calções de caqui durante quase toda a viagem. Para defesa pessoal levava uma espingarda, bem como um kit de primeiros socorros, o que acabaria por lhe ser útil para consertar o avião, pois pôde utilizar adesivo para reparar as asas de lona que se tinham rompido.
Em Abril de 1930, Amy Johnson partiu para a viagem de 19 dias, em que percorreu os 16 000 quilómetros entre Londres e Darwin. Pelo caminho teve de efectuar diversas aterragens, algumas na selva, enfrentou tempestades de areia e efectuou diversos consertos no avião. O seu plano era voar o menos possível sobre o mar, onde as suas hipóteses de sobrevivência seriam mínimas em caso de acidente. Assim, traçou uma rota para sudeste, sobrevoando a Europa e a Ásia; depois virou a sul ao longo da península Malaia e sobrevoou as ilhas da Indonésia. A última etapa foi a mais perigosa, ao ter de sobrevoar o Mar de Timor antes de atingir a costa australiana. Apesar de ser uma desconhecida, a imprensa e a rádio foram dando notícias da sua aventura e, ao descer do avião, já se tinha transformado numa heroína internacional.
Em 1931 Amy, desta vez com um co-piloto, a bordo dum De Havilland Puss Moth, tornaram-se os primeiros aviadores a completar uma viagem aérea entre Londres e Moscovo em apenas um dia. Dali, atravessando a Sibéria, prosseguiram para Tóquio estabelecendo novo recorde na ligação entre a Inglaterra e o Japão. Juntamente com o marido também estabeleceu novo recorde na viagem entre Inglaterra e a Índia, em 1934, voando num De Havilland Comet. Em Julho de 1936 bateu o recorde que pertencia ao seu marido, ao efectuar a ligação Londres / Cidade do Cabo, na África do Sul.
O jornal britânico Daily Mail pagou-lhe dez mil libras para efectuar uma viagem publicitária e Amy realizou muitas conferências, surgindo nos meios de comunicação de todo o mundo. Inspirou canções que elogiavam os seus feitos heróicos, bem assim como um filme intitulado They Flew Alone. Todo este esforço e visibilidade acabaram por a deixar à beira de uma depressão nervosa.
Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, alistou-se no Air Transport Auxiliary da Royal Air Force, onde o seu trabalho consistia em levar aviões das fábricas escocesas para as bases da Força Aérea no sul de Inglaterra. Em 5 de Janeiro de 1941 levantou voo de Prestwick, perto de Glasgow, mas devido ao mau tempo despenhou-se no Rio Tamisa. A tentativa de salvamento falhou e o seu corpo nunca foi encontrado.

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