quinta-feira, 30 de novembro de 2017

30 DE NOVEMBRO - ANDRÉS HENESTROSA


EFEMÉRIDE - Andrés Henestrosa Morales, orador, escritor, político e historiador mexicano, nasceu em San Francisco, Ixhuatán, Oaxaca, no dia 30 de Novembro de 1906. Morreu na Cidade do México em 10 de Janeiro de 2008. Uma das suas grandes contribuições culturais foi a fonetização da língua zapoteca e a sua transcrição para o alfabeto latino.
Andrés começou a sua educação básica em Juchitán, Oaxaca. Falou somente zapoteco até aos quinze anos de idade, quando se mudou para a Cidade do México a fim de estudar na Escola Normal de Professores, onde pôde aprender a língua castelhana. Mais tarde, frequentou a Escola Nacional Preparatória e, depois, a Escola Nacional de Jurisprudência, onde estudou advocacia, sem se licenciar. Ao mesmo tempo, estudou na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Nacional Autónoma de México.
Foi nessa época (1927) que iniciou a sua carreira literária, quando um dos seus professores lhe sugeriu que escrevesse sobre os mitos, lendas e fábulas que ele narrava tão bem oralmente. A ideia serviu de base ao livro “Los hombres que dispersó la danza”, publicado dois anos depois. Henestrosa, nesta obra, recriou - com uma prosa cheia de determinação e eficiência narrativa - as histórias e os contos da sua terra zapoteca, inspirados no acervo popular.
Além dos seus talentos como escritor, submeteu-se às urnas, cumprindo três mandatos na Câmara de Deputados do México e sendo senador pelo Estado de Oaxaca de 1982 a 1988.
Foi um dos representantes mexicanos no movimento literário Indianismo, depois de escrever o seu primeiro livro. Publicou vários ensaios, crónicas e documentos políticos durante a sua longa carreira, tendo colaborado em vários magazines e jornais.  
Em 1936, a Fundação Guggenheim encarregou-o de fazer pesquizas sobre a cultura Zapoteca, tendo visitado os Estados Unidos. Criou o dicionário “Zapoteca-Espanhol” e, em Nova Orleães, escreveu o seu livro mais célebre “El retrato de mi madre”.
Andrés Henestrosa foi membro da Academia Mexicana de Letras de 1964 até à sua morte, tendo sido seu tesoureiro de 1965 a 2000.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

29 DE NOVEMBRO - SPYRIDON SAMARAS


EFEMÉRIDE - Spyridon-Filiskos Samaras, compositor grego que compôs, entre outros trabalhos, o hino dos Jogos Olímpicos da era moderna, nasceu em Corfu no dia 29 de Novembro de 1861. Morreu em Atenas, em 7 de Abril de 1917.
De 1875 a 1882, frequentou o Conservatório de Atenas. A sua primeira composição (“Torpillae”, hoje perdida) foi criada em 1879. Três anos depois, foi para Paris a fim de estudar no Conservatório de Paris com Jules Massenet e outros grandes mestres. Ficou em Paris para compor e, em 1885, emigrou para Itália.
Samaras tornou-se rapidamente uma figura importante da ópera em Itália.  Flora mirabilis” foi criada em Milão, em 1886, seguindo-se “Medge” criada em 1888 e que obteve grande sucesso no Teatro Costanzi em Roma, com a diva francesa Emma Calvé no papel principal. Esteve estreitamente associado a Edoardo Sonzogno, um editor milanês. Sonzogno fundou o Teatro Lirico Internazionale e escolheu “A Mártir” de Samaras para a abertura do teatro em Setembro de 1894. A ópera tinha sido criada no mesmo ano em Nápoles e é baseada num libreto de Luigi Illica.
As obras de Samaras, muito apreciadas no seu tempo, tiveram uma larga difusão. As suas óperas foram representadas em Paris, Monte-Carlo, Colónia. Berlim. Viena, Malta, Bucareste, Constantinopla, Esmirna, Alexandria, Cairo e., evidentemente, na Grécia e em Itália. Escreveu também quinze obras cénicas. Voltou à Grécia em 1911, esperando ser nomeado director do Conservatório de Atenas, o que não veio a acontecer. Compôs algumas operetas. A sua última ópera, “Tigra”, começada por esta época e que continha uma parte da sua melhor música, não chegou a ser terminada. Faleceu aos 55 anos.
É autor da música do Hino Olímpico, com letra de Kostís Palamás, que foi tocado pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Atenas em 1896. Outras composições musicais acompanharam as cerimónias dos Jogos seguintes até às Olimpíadas de Roma em 1960, nas quais foi utilizada a composição de Samaras/Palamás e a título definitivo, de acordo com a uma decisão tomada pelo Comité Internacional Olímpico em 1958.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

28 DE NOVEMBRO - ANTON RUBINSTEIN


EFEMÉRIDE - Anton Grigorevich Rubinstein, pianista, compositor e maestro russo, nasceu em Vikhvatinets no dia 28 de Novembro de 1829. Morreu em Peterhof, em 20 de Novembro de 1894.
De origem judaica, aprendeu a tocar piano muito cedo. O seu professor, a partir dos nove anos, foi Alexandre Villoing, em Paris. Foi ouvido por Chopin e Franz Liszt e também os viu tocar. Em Berlim (1844), ele e o irmão Nikolai Rubinstein estudaram composição e teoria com Siegfried Dehn, e conheceram Felix Mendelssohn e Giacomo Meyerbeer, que os apoiaram. Mudou-se depois para Viena (1846), onde ensinou por algum tempo, antes de voltar à Rússia em 1848, para trabalhar como músico para uma cunhada do czar.
Estabeleceu-se em São Petersburgo e, depois, fez uma tournée, como pianista, em meados dos anos 1850. Rubinstein foi um crítico do movimento nacionalista russo, cujo rosto mais visível era o grupo Os Cinco. Fundou a Sociedade Musical Russa, em 1859, e o Conservatório de São Petersburgo (a primeira escola de música na Rússia), em 1862, para «combater o amadorismo do movimento nacionalista».
Rubinstein morreu em Peterhof, vítima de doença cardíaca. Durante toda a sua vida, tinha sentido algo de estranho a seu próprio respeito e escreveu sobre isso, nas suas anotações de memória: «os russos chamam-me alemão, os alemães chamam-me russo, os judeus chamam-me cristão, os cristãos chamam-me judeu. Os pianistas chamam-me compositor, os compositores chamam-me pianista. Os classicistas imaginam em mim um futurista e os futuristas chamam-me reaccionário. A minha conclusão é que não sou nem peixe nem carne, sou apenas um indivíduo que inspira pena.».
Até 1867, Rubinstein foi director e professor do Conservatório, período durante o qual teve Tchaikovsky como aluno. Depois, voltou à sua carreira de pianista e dedicou-se igualmente à composição. Esta última faceta será porventura a menos conhecida nos dias de hoje, apesar de ter registado alguns sucessos durante a vida. Prolífico, escreveu cerca de duas dezenas de óperas, oratórios, 6 sinfonias, 5 concertos para piano, música de câmara e obras vocais.
Anton Rubinstein não tem qualquer parentesco com o pianista polaco Arthur Rubinstein. À antiga rua da Trindade, onde ele morou em São Petersburgo, foi dado o seu nome a partir das comemorações do centenário do seu nascimento.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

27 DE NOVEMBRO - BARÃO DE ITARARÉ


EFEMÉRIDEBarão de Itararé, de seu verdadeiro nome Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, também conhecido por Apporelly, jornalista, escritor e pioneiro no humorismo político brasileiro, morreu no Rio de Janeiro em 27 de Novembro de 1971. Nascera no Rio Grande em 29 de Janeiro de 1895. De notar que o nome porque ficou conhecido era um falso título de nobreza.
O seu nascimento foi marcado por mistérios e disputas. Conta-se que teria nascido a bordo de uma diligência, no Uruguai, quando os pais rumavam para uma fazenda da família materna. Admiradores de Rio Grande (Rio Grande do Sul), onde os pais moravam, contestam esta versão. Entretanto, na matrícula de ensino escolar, ele foi registado como nascido no Uruguai, enquanto o seu título de eleitor sustenta a naturalidade gaúcha, mas sem indicação da cidade.
A mãe teve uma morte trágica, suicidando-se quando tinha 18 anos e ele apenas 18 meses. O pai enviou-o para um internato jesuíta em São Leopoldo. Apparício Torelly iniciou-se no humorismo em 1908, no jornalzinho “Capim Seco” do colégio onde estudava, satirizando a disciplina dos padres jesuítas de São Leopoldo.
Em 1918, durante as férias, sofreu um AVC quando andava na fazenda de um tio. Abandonou o curso de Medicina no quarto ano e começou a escrever. Publicou sonetos e artigos em jornais e revistas, como a “Revista Kodak” e “A Máscara”.
Em 1925, entrou para “O Globo” de Irineu Marinho. Com a morte de Irineu, Apporelly foi convidado para ser colaborador do jornal “A Manhã”. Ainda em 1925, estreou-se - na primeira página - com os seus sonetos de humor que, geralmente, tinham como tema uma personalidade política da época. A sua coluna humorística fez sucesso e, também na primeira página - em 1926 - começou a escrever a rubrica “A Manhã tem mais…”. Neste mesmo ano, criou o semanário que viria a tornar-se o maior e mais popular jornal de humor da história do Brasil. Bem ao seu estilo de paródias, o novo jornal da capital federal tinha o nome de “A Manha” e usava a mesma tipologia do jornal em que Apparício trabalhara, sem o til, fazendo toda a diferença, que era reforçada com a frase ladeando o título: «Quem não chora, não mama».
Durante a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas partiu de comboio rumo à capital federal, então o Rio de Janeiro, propagou-se pela imprensa que haveria uma batalha sangrenta em Itararé. Isto foi largamente divulgado. Apporelly não ficou de fora desta tendência. Esta batalha ocorreria entre as tropas fiéis a Washington Luís e as da Aliança Liberal que, sob o comando de Getúlio Vargas, vinham do Rio Grande do Sul em direcção ao Rio de Janeiro para tomar o poder. A cidade de Itararé fica na divisa de São Paulo com o Paraná, mas antes que houvesse a batalha «mais sangrenta da América do Sul», foram feitos diversos acordos.
Uma junta governativa assumiu o poder no Rio de Janeiro e não aconteceu nenhum conflito. O Barão de Itararé comentaria este facto mais tarde, da seguinte maneira: «Fizeram acordos. O Bergamini pulou em cima da prefeitura do Rio, outro companheiro ficou com os Correios e Telégrafos, outros patriotas menores foram exercer o seu patriotismo a tantos por mês em cargos de mando e desmando… E eu fiquei chupando no dedo. Foi então que resolvi conceder a mim mesmo uma carta de nobreza. Se eu fosse esperar que alguém me reconhecesse o mérito, não arranjava nada. Então passei a ser o Barão de Itararé, em homenagem à batalha que nunca existiu.».
Em 1934, fundou o “Jornal do Povo”. Nos dez dias em que durou, o jornal publicou em fascículos a história de João Cândido, um dos marinheiros da Revolta da Chibata, de 1910. Em represália, o barão foi sequestrado e espancado por oficiais da Marinha, nunca identificados. Depois desse episódio, voltou à redacção do jornal e colocou uma placa na porta onde se lia: «Entre sem bater», mantendo o seu espírito humorístico.
O jornal “A Manha” circulou até fins de 1935, quando o Barão foi preso por ligações com o Partido Comunista Brasileiro, então clandestino. Foi libertado em Dezembro de 1936, já ostentando a volumosa barba que cultivaria por boa parte da sua vida. Retomou o jornal por um curto período, até que veio nova interrupção, ao longo de todo o Estado Novo, só voltando em edições episódicas até 1959.
Foi candidato em 1947 a vereador do Distrito Federal, com o lema «Mais leite! Mais água! Mas menos água no leite!», sendo eleito com 3669 votos, o oitavo mais votado do PCB, que conquistou 18 das 50 cadeiras. Porém, em Janeiro de 1948, os seus vereadores foram cassados: «Um dia é da caça... os outros da cassação», anunciou “A Manha”.
No final dos anos 1950, foi deixando o humor de lado e passou a interessar-se pela Ciência e pelo Esoterismo. Estudou Filosofia Hermética, as pirâmides do Antigo Egipto e Astrologia, campo no qual desenvolveu o “horóscopo biónico”. Faleceu, quando dormia, no seu apartamento no bairro carioca de Laranjeiras.
Em 1985, a Editora Record publicou em livro, sob o título de “Máximas e Mínimas do Barão de Itararé”, uma selecção de textos de humor extraídos de “A Manhã”, uma colectânea organizada por Afonso Félix de Sousa, com prefácio de Jorge Amado. No decorrer do ano, “Máximas e Mínimas” alcançou rapidamente quatro edições.
Em Agosto de 2011, o programa “De lá pra cá”, da TV Brasil, relembrou a vida e a obra do Barão de Itararé.
Mais recentemente, o seu espírito crítico influenciou a criação do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, que reúne diversos activistas e movimentos sociais comprometidos com a democratização da imprensa no Brasil.
Em 2014, o segundo episódio da série “Resistir é Preciso”, exibida pela TV Brasil, teve como assunto a trajectória do Barão de Itararé.

domingo, 26 de novembro de 2017

26 DE NOVEMBRO - ARLINDO DE CARVALHO


EFEMÉRIDE - Arlindo Duarte de Carvalho, cantor, autor e compositor musical português, morreu na Amadora em 26 de Novembro de 2016. Nascera na Soalheira, Fundão, em 27 de Abril de 1930.
Era familiar do conhecido advogado Daniel Proença de Carvalho. Foi professor na sua terra natal, no Porto, em Lisboa e ainda na Alemanha e em França, onde esteve exilado voluntariamente. Foi Leitor de Português, a partir de 1965, no Liceu Henrique IV de Poitiers.
Teve como primeiro “mestre musical” um acordeonista de Castelo Branco, que lhe deu as primeiras noções de solfejo. Muito mais tarde, quando veio para Lisboa como professor, frequentou a Academia de Amadores de Música de Lisboa.
Maria Amélia Marques foi a primeira intérprete profissional a cantar uma canção de sua autoria: “Ó Morena”, ainda no início dos anos 1950. Em poucos anos, várias das suas músicas foram gravadas por diversos artistas. Até 1961, Gina Maria já tinha gravado as canções “Chapéu preto”, “Mulher da Beira”, “Salta o muro do quintal”, “Já namoro o meu Zé”, “Portas do Sol”, “Vira de Sesimbra” e “Verde Gaio”.
Oh! Morena” e “Fandango do Cartaxo” foram cantadas por Luís Piçarra. “O meu adufe”, “Fandango da Beira” e “Canção da azeitona” foram dadas a conhecer pela voz de Maria de Lurdes Resende. “Arraiano da Beira” e “Canção do pastor” foram cantadas por Guilherme Kjolner.  Ana Maria cantou “Arre burrinho”, “Aninhas da Beira” e “Melopeia do arado”.
Saiu de Portugal em Janeiro de 1965, na carrinha de Amália Rodrigues, que ia cantar em Bruxelas. Estreou-se como cantor profissional em Paris (1966). Participou em programas de rádio e de televisão em Paris, Hamburgo, Berlim e Munique. Foi convidado de Olof Palme, na campanha eleitoral do Partido Social Democrata da Suécia em 1976 e 1979.
Foi autor de canções ligeiras, de raiz folclórica, de intervenção e fados de Coimbra. Em 2011, foi agraciado com a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores.
Morreu aos 86 anos, no Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, vítima de doença súbita, tendo sido sepultado na sua terra natal.
Composições suas foram interpretadas também por Cândida Branca Flor, Amália Rodrigues, Tristão da Silva, António Mourão, Maria de Fátima Bravo, Madalena Iglésias, Lenita Gentil, Rão Kyao, Júlio Pereira e Tonicha, entre outros artistas.

sábado, 25 de novembro de 2017

25 DE NOVEMBRO - JOE DIMAGGIO


EFEMÉRIDE - Joseph Paul “JoeDiMaggio, jogador de basebol norte-americano, que alinhou pelos New York Yankees (1936/51), nasceu em Martinez, Califórnia, no dia 25 de Novembro de 1914. Morreu em Hollywood, em 8 de Março de 1999. Foi eleito para o Hall of Fame do Basebol em 1955.
O seu nome de registo era Giuseppe Paolo DiMaggio, porque era oriundo de uma família ítalo-americana, originária da Sicília e chegada aos Estados Unidos no fim do século XIX.
Joe começou a sua carreira profissional/desportiva aos 17 anos, defendendo as cores dos Seals de San Francisco, chamando logo a atenção dos observadores pela força como batia a bola. Apesar de estar lesionado num joelho, assinou pelos Yankees de Nova Iorque em 1935 e começou a jogar na equipa principal no ano seguinte.
DiMaggio foi seleccionado treze vezes para o All-Star Game (é o único jogador a ter sido seleccionado para o Jogo das Estrelas em todas as temporadas em que actuou). Ele é também conhecido pela sequência de 56 jogos com pelo menos uma rebatida (entre 15 de Maio e 16 de Julho de 1941), que é -  ainda hoje -  recorde na MLB. Tornou-se um ícone do desporto americano.
Alistou-se nas Forças Aéreas Americanas, combatendo na 2ª Guerra Mundial, pelo que esteve sem jogar durante três épocas.
Joe DiMaggio retirou-se das competições em 1951, sendo considerado um dos melhores jogadores de todos os tempos dos Yankees.
Em 1969, pela sua «conduta impecável», recebeu o Prémio dos Profissionais do Basebol e foi eleito o Maior Desportista Vivo. Outro facto que o tornou famoso, foi o seu curto casamento (menos de um ano) com a actriz Marilyn Monroe, em 1954. Ficaram, porém, sempre amigos, até à morte de Marilyn ocorrida em 1962.
Fumador durante boa parte da sua existência, perto do fim da vida, foi-lhe diagnosticado um cancro no pulmão. Em Outubro de 1998, foi submetido a uma cirurgia para retirada de um tumor e ficou 99 dias sob terapia intensiva. Apesar de ter tido alta, DiMaggio nunca se restabeleceu completamente e não tinha condições para se submeter a um tratamento quimioterápico. Faleceu aos 84 anos, sendo o corpo sepultado na sua cidade natal.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

24 DE NOVEMBRO - ARUNDHATI ROY


EFEMÉRIDE - Suzanna Arundhati Roy, escritora e activista antiglobalização indiana, nasceu em Shillong, Meghalaya, no dia 24 de Novembro de 1961. Foi a primeira pessoa indiana a vencer o Man Booker Prize, com o seu primeiro romance, “O Deus das Pequenas Coisas”, em 1997. Em 2002, venceu o Lannan Cultural Freedom Prize. É uma defensora acérrima dos direitos humanos e das causas ambientais.
O pai é um hindu de Calcutá, gerente de uma plantação de chá, e a mãe, uma activista cristã dos direitos femininos, de Kerala. Quando ela tinha dois anos, os pais divorciaram-se e ela voltou com a mãe e o irmão para Kerala. A mãe era doente asmática e foi mal recebida pela família após o divórcio. Durante algum tempo, viveram com o avô materno de Roy, em Ooty, no sul da India. Aos cinco anos, a família voltou para Kerala, onde a mãe fundou uma escola.
Roy frequentou a escola em Corpus Christi, Kottayam, e depois a Lawrence School, Lovedale, em Nilgiris. Seguidamente, estudou arquitectura na Escola de Planeamento e Arquitectura de Nova Deli, onde conheceu o arquitecto Gerard da Cunha. Viveram juntos em Nova Deli e depois em Goa, até que se separaram.
Roy voltou então a Nova Deli, onde obteve um emprego no Instituto Nacional de Assuntos Urbanos. Em 1984, escreveu o guião do filme “Massey Sahib”, em colaboração com o realizador Pradip Krishen, que posteriormente se tornou seu marido. Colaboraram então numa série de televisão sobre o movimento da independência da Índia e em dois filmes, “Annie” (1989) e “Electric Moon” (1992). Decepcionada, porém, com o mundo do cinema, Roy arranjou vários outros trabalhos, acabando por se separar de Krishen.
O sucesso do seu primeiro romance permitiu-lhe prosseguir uma carreira literária. Doou o valor do Man Booker Prize a um movimento social. Este seu livro fez parte da lista dos livros notáveis do “New York Times” (1997) e foi vendido em 18 países, tornando-.se também um êxito comercial.
Arundhati é conhecida igualmente pelo seu activismo pacifista. O seu primeiro ensaio, “The End of Imagination”, foi uma reacção aos testes nucleares indianos. Escreveu outros ensaios, analisando a privatização dos canais de distribuição de bens essenciais como a água e a electricidade.  Tem participado em diversos fóruns sociais.
Em Março de 2002, foi condenada pela Tribunal Supremo Indiano por ter denunciado a decisão da justiça em autorizar a construção de uma barragem. A condenação foi simbólica: um dia de prisão e uma multa de 2 000 rupias (35 €). Em 2004, recebeu o Prémio Sydney da Paz pela sua militância em campanhas sociais e pelo seu apoio ao pacifismo. Participou, em 2005, no Tribunal Mundial sobre o Iraque.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

23 DE NOVEMBRO - NELSON PRUDÊNCIO


EFEMÉRIDE - Nelson Prudêncio, atleta do triplo salto e professor brasileiro, morreu em São Carlos no dia 23 de Novembro de 2012. Nascera em Lins, em 4 de Abril de 1944. Juntamente com Adhemar Ferreira da Silva e João do Pulo, foi um dos maiores desportistas da sua especialidade, tendo conquistado a medalha de prata nos Jogos Olímpicos do México, em 1968, e a de bronze nas Olimpíadas de Munique em 1972.
A disputa pela medalha de ouro no México, quando tinha 24 anos, foi histórica. Ele, o soviético Viktor Saneyev e o italiano Giuseppe Gentile chegaram a bater o recorde mundial nove vezes em apenas quatro horas. A marca subiu de 17,03 para 17,39 metros, mas a melhor foi a do soviético, tendo Nelson Prudêncio alcançado 17,27 metros e sido o detentor do recorde mundial por alguns minutos. Prudêncio conquistou a prata, o ouro foi para o soviético e o bronze para o italiano. Conquistou igualmente duas medalhas de prata nos Jogos Pan-americanos.
Nelson estudou Educação Física na Escola de Educação Física de São Carlos, localidade onde residiu, e foi ali professor durante vários anos. Em 1983, concluiu o mestrado na Universidade de São Paulo e em 2006 o doutoramento na Universidade Estadual de Campinas.
Viria a ser vice-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, sendo professor doutor da Universidade Federal de São Carlos, no curso de licenciatura em Educação Física, responsável pela disciplina de Atletismo e Teorias de Treino. Era detentor da Medalha do Mérito Desportivo Militar.
Nelson Prudêncio foi vítima de cancro num pulmão, diagnosticado um mês antes, falecendo após um período de coma, na Casa de Saúde de São Carlos.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

22 DE NOVEMBRO - FERNANDO GOMES


EFEMÉRIDE - Fernando Mendes Soares Gomes, ex-futebolista português que actuava como avançado, nasceu no Porto em 22 de Novembro de 1956.
Depois de passar pelas camadas jovens do FC do Porto, chegou à equipa profissional em 1974, tendo conseguido três títulos, dois Campeonatos e uma Taça de Portugal. Além disso, foi o melhor marcador da Primeira Divisão três vezes consecutivas, desde 1977 até 1979, tendo marcado no campeonato 125 golos nas seis épocas em que esteve no clube, antes de viajar para Espanha.
Fernando Gomes chegou ao Real Sporting de Gijón em 1980 e regressou ao clube do Norte em 1982, tendo-se mantido na equipa portista até 1989. Em Espanha, marcou 12 golos em 28 jogos.
Durante a segunda passagem pelo clube portuense, voltou a ser Campeão Nacional por três vezes, tendo ainda conquistado duas Taças de Portugal e duas Supertaças nacionais. Foi o melhor marcador do campeonato português em mais três anos, somando – portanto - seis Bolas de Prata.
Atingiu o pico da sua carreira ao conquistar a Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1986/87, a Supertaça Europeia de 1987 e a Taça Intercontinental do mesmo ano. Conquistou ainda a Bota de Ouro da UEFA por duas vezes, a primeira em 1983 e a segunda em 1985. No final, marcou um total de 347 golos no Porto, a nível sénior, e 800 em todos os escalões. Foi internacional 48 vezes, tendo marcado 13 golos, tendo sido considerado Melhor Jogador do Ano em 1983.
No final da carreira, devido a problemas internos no Porto, veio para Lisboa para integrar o Sporting CP por duas épocas, entre 1989 a 1991. Fez 38 golos em 79 jogos. Actualmente, é dirigente do FC Porto, clube onde é bastante acarinhado.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

21 DE NOVEMBRO - HENRY PURCELL


EFEMÉRIDE - Henry Purcell, músico e compositor britânico, morreu em Londres no dia 21 de Novembro de 1695. Nascera na mesma cidade em 10 de Setembro de 1659.  Apesar de uma vida relativamente curta, Henry Purcell continua a ser um dos mais importantes compositores ingleses. A sua facilidade em compor para todos os géneros e públicos, a sua popularidade na corte durante os reinados de três monarcas e a sua vasta produção de odes cortesãs, música cénica, canções e música de câmara, são uma prova clara do seu prodigioso talento. Incorporou na sua música elementos dos estilos barrocos francês e italiano, mas desenvolveu um estilo inglês particular.
Compôs a ópera “Dido and Aeneas” e a semiópera “A tempestade”. São famosas as suas lições para cravo, odes, hinos, composições religiosas e, também, sonatas e fantasias para viola.
Após a morte do pai em 1664, Purcell ficou aos cuidados de um tio, que era igualmente membro do coro da Chapel Royal e teria influenciado a admissão de Henry, ainda criança. Com a mudança de voz em 1673, foi nomeado assistente de John Hingeston, a quem sucedeu como guardião dos instrumentos musicais do rei, em 1683. Em 1676, serviu como afinador de órgão da Westminster Abbey, tornando-se organista em 1679 (cargo que ocupou até ao final da vida), sucedendo ao seu professor John Blow.
Nos tempos que se seguiram, dedicou-se quase totalmente à composição de música sacra, cortando as suas ligações com o teatro. Contudo, imediatamente antes de assumir a sua nova posição, tinha composto dois importantes trabalhos para teatro. Em 1682, foi nomeado organista da Chapel Royal, função que ocupou em simultâneo com posição idêntica na Westminster Abbey.
Faleceu com apenas 36 anos de idade, provavelmente vítima de tuberculose, quando muito havia ainda a esperar da sua inspiração. Foi sepultado perto do órgão da Westminster Abbey. Entre as obras mais memoráveis de Purcell, encontra-se “The Fairy Queen” (1692) e “Dido and Aeneas”, primeira ópera inglesa (1689).
A compositora Wendy Carlos retomou a marcha extraída da “Music for the Funeral of Queen Mary” de Purcell, tocada num sintetizador, para o genérico do filme “Laranja Mecânica” de Stanley Kubrick (1972).

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

20 DE NOVEMBRO - SERGEI GRINKOV


EFEMÉRIDE - Sergei Mikhailovich Grinkov, patinador artístico russo, morreu em Lake Placid, no estado de Nova Iorque, em 20 de Novembro de 1995. Nascera em Moscovo no dia 4 de Fevereiro de 1967.  Competiu sempre em pares, tendo sido Campeão Olímpico por duas vezes (1988 e 1994), ao lado da sua parceira e esposa Ekaterina Gordeeva.
Sergei começou a patinar aos 5 anos. Com catorze, fez equipa com Ekaterina Gordeeva, que tinha então 10 anos. O par ganhou o Campeonato Mundial de Juniores de 1985, em Colorado Springs, nos Estados Unidos. Em 1986, venceram o primeiro Mundial de Seniores, título que conservaram em 1987.
Ganharam a medalha de oiro nos Jogos Olímpicos de Calgary em 1988. Nos Mundiais do mesmo ano, em Budapeste, uma queda custou-lhes o título, ficando em 2º lugar. Em 1989 (Paris) e em 1990 (Halifax), conquistaram o terceiro e quatro títulos de Campeões do Mundo.
Decidiram passar a profissionais no Outono de 1990 e conquistaram por três vezes o Campeonato Mundial Profissional (1991, 1992 e 1994).
O facto de treinaram e competirem sempre juntos transformou-se em romance em 1989, casando-se em Abril de 1990. Participaram, em 1991 e 1992, na tournée das Stars On Ice, nos Estados Unidos e no Canadá. Ekaterina engravidou e deu à luz uma menina em Setembro de 1992. Pouco tempo depois do nascimento de Daria, o casal voltou aos treinos para uma nova temporada com as Stars On Ice.
Naquela época, os regulamentos da modalidade permitiam a reintegração como amadores. Decidiram fazê-lo, para poderem participar nos Jogos Olímpicos de Lillehammer, em 1994. Ganharam assim a 2ª medalha de oiro e resolveram regressar de novo ao profissionalismo no seio das Stars On Ice.
Em 20 de Novembro de 1995, a tragédia bateu-lhes à porta. Durante um treino, Sergei desfaleceu em plena pista de gelo e morreu vítima de crise cardíaca.  
Ekaterina, juntamente com vários outros patinadores, organizaram um espectáculo em sua homenagem (Fevereiro de 1996). Acompanhada por uma música de Mahler, ela fez - sobre o gelo -  uma criação comovedora, em que a lembrança e a presença de Sergei eram evocadas a cada instante. Este espectáculo foi transmitido pela televisão algumas semanas mais tarde. Ela escreveria igualmente um livro, “My Sergei: a Love Story”, relatando a história da vida em comum. Este livro inspirou um telefilme, “My Sergei”, realizado por Robert Dustin em 1998.

domingo, 19 de novembro de 2017

19 DE NOVEMBRO - MESERET DEFAR


EFEMÉRIDE - Meseret Defar, fundista etíope, nasceu em Adis Abeba no dia 19 de Novembro de 1983. De alto nível internacional, compete sobretudo nos 3 000 e nos 5 000 metros, prova em que já foi campeã mundial, campeã olímpica e recordista mundial. Nas provas em pista coberta, também tem dominado, tendo vários recordes mundiais. Foi campeã três vezes consecutivas dos 3 000 m, nos Mundiais de Atletismo em Pista Coberta.
Em 2007, foi eleita pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) como Melhor Atleta Feminina do Ano.
Campeã dos 5 000 m nos Jogos Afro-Asiáticos inaugurais, em 2003, a sua maior conquista foi a medalha de ouro dos 5 000 m nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, ficou com o bronze nos 5 000 m. Em 2012, nos J.O. de Londres voltou a ganhar a medalha de ouro.
Na mais longa prova do atletismo em pista, os 10 000 metros, que não são a sua especialidade, ela é uma das únicas cinco atletas do mundo que já correu a distância em menos de 30 minutos, alcançando esse feito (29:59.20) em 2009, em Birmingham, na Inglaterra, debaixo de chuva e vento.
Nos Campeonatos Mundiais de Atletismo, Defar também brilhou nos 5 000 m, conseguindo o ouro em Osaka 2007 e em Moscovo 2013, a prata em Helsínquia 2005 e o bronze em Berlim 2009.
Multi-recordista mundial na primeira década dos anos 2000, Defar tem hoje a segunda melhor marca de todos os tempos para os 5 000 m - 14m12s88 - feita em Julho de 2008 em Estocolmo, atrás do actual recorde mundial da sua compatriota Dibaba - 14m11s15.
Em Março de 2010, quando dos Campeonatos Mundiais em Pista Coberta de Doha, conquistou o seu 4º título mundial na prova de 3 000 m. Começou também a correr a meia-maratona e, na Rock 'n' Roll Philadelphia Half Marathon, venceu com 1 h 7 min 44 s.
Ausente das pistas em 2014 (maternidade) e em 2015 (devido a uma lesão), regressou em Fevereiro de 2016 (Boston), fazendo a melhor marca do ano nos 3 000 m (8 min 30 s 83). Por curiosidade, Defar mede 1m55 e pesa apenas 42 kg. 

sábado, 18 de novembro de 2017

18 DE NOVEMBRO - ALAN SHEPARD


EFEMÉRIDE - Alan Bartlett Shepard Jr, astronauta dos Estados Unidos, nasceu em East Derry no dia 18 de Novembro de 1923. Morreu em Pebble Beach, em 21 de Julho de 1998. Foi integrante dos projectos Mercury e Apollo, segundo homem e primeiro norte-americano a ir ao espaço e um dos doze homens que pisaram a Lua, onde esteve no âmbito da missão Apollo 14, em 1971.
Formado em Ciências pela Academia Naval dos Estados Unidos em Annapolis (1944) e pela Escola de Pilotos de Testes Navais dos Estados Unidos em 1951, Alan Shepard começou a sua carreira naval na Segunda Guerra Mundial, a bordo de um destroier, no Oceano Pacífico. Logo depois da guerra, entrou em treino aéreo de combate no Texas e na Flórida e recebeu as suas asas de aviador em 1947, aos 24 anos de idade. Em 1945, casara com Louise Brewer, com quem teve duas filhas. Integrado num esquadrão de caças, serviu num porta-aviões no Mediterrâneo, nos anos seguintes. Na década de 1950, foi piloto de diversos tipos de aeronaves de combate e de testes em grandes altitudes e fez duas viagens ao sudoeste do Pacífico como líder de um esquadrão baseado em porta-aviões.
No fim da sua carreira como piloto militar, Shepard havia acumulado uma experiência de mais de 8 000 horas de voo, 3 700 delas em caças a jacto de combate.
Em 1959, foi um dos 110 aviadores militares norte-americanos convidados para participar na recém-criada agência espacial NASA, como voluntários para o programa que pretendia enviar o primeiro homem ao espaço, chamado Projecto Mercury. Após uma série de duros e exaustivos testes físicos e psicológicos, apenas sete daqueles pilotos foram escolhidos para integrar o programa, entre eles Shepard.
Em Janeiro de 1961, foi escolhido para o primeiro voo espacial tripulado dos Estados Unidos. Apesar da missão ter sido planeada para se realizar em Outubro de 1960, uma série de atrasos devidos a problemas técnicos adiaram-na para Maio de 1961. Com estes atrasos, em Abril de 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano no espaço.
Em Maio de 1961, Shepard pilotou a nave Freedom 7 e tornou-se assim o segundo homem a viajar pelo espaço. Lançado do Cabo Canaveral, Centro Espacial Kennedy, Shepard voou numa trajectória balística que o levou a uma altitude de 116 milhas no espaço - cerca de 180 km de altura — num voo suborbital, mas ao contrário do voo orbital automático de Gagarin dias antes, teve que assumir o controlo manual da cápsula espacial por diversas vezes. O seu voo, o retorno do espaço e a sua recolha no mar por helicópteros da marinha foram vistos pela televisão por milhões de pessoas em todo mundo.
Após a missão, ele tornou-se um herói nacional e desfilou em carro aberto pelo meio de multidões em Nova Iorque, Washington e Los Angeles. Foi recebido e condecorado na Casa Branca pelo presidente John Kennedy.
Em Junho de 1963, foi designado para comandar o primeiro voo tripulado do Projecto Gemini, o programa espacial da NASA que levaria dois homens ao espaço na mesma missão, com Tom Stafford como seu co-piloto. No começo de 1964, foi-lhe diagnosticada uma doença na parte interna do ouvido, que lhe afectava a audição e o equilíbrio, a Síndrome de Ménière, o que causou a sua remoção do status de astronauta do programa espacial por todo o resto da década de 1960, sendo substituído neste voo pioneiro pelo colega Virgil Grisson.
Em Maio de 1969, após seis anos a trabalhar em funções técnicas no solo, Shepard foi novamente integrado no corpo de astronautas, após uma cirurgia correctiva inovadora,  sendo inicialmente escalado para o comando da missão Apollo 13. No enanto,  como sentiu que tinha necessidade de um pouco mais de tempo de treinos, ele e os seus colegas de tripulação  fizeram uma troca de missões com a então tripulação da Apollo 14. A troca veio a proporcionar-lhe pisar a Lua, já que os integrantes da fatídica Apollo 13, devido a problemas na nave, jamais tiveram essa oportunidade.
Aos 47 anos, o mais velho astronauta do programa Apollo fez, portanto, o seu segundo voo ao espaço, desta vez para a Lua, entre 31 de Janeiro e 9 de Fevereiro de 1971, a terceira bem-sucedida missão lunar dos Estados Unidos. Pilotando o módulo lunar Antares, realizou a mais precisa alunagem de todo o programa, na primeira missão transmitida por televisão a cores para todo o mundo.
Na Lua, entrou para a história a sua frase quando, ao tornar-se o primeiro jogador de golfe fora da Terra, descreveu a tacada com a bola como uma viagem por «milhas, milhas e milhas», pela superfície de baixa gravidade do nosso satélite.
Após a missão, voltou a assumir a posição de chefe do escritório de astronautas da NASA durante mais três anos e, como oficial da marinha, ainda foi promovido a contra-almirante antes de se retirar da vida militar e da NASA, em Agosto de 1974.
Sendo um homem de negócios atilado, Shepard foi o primeiro astronauta a tornar-se milionário. Após a reforma como astronauta, criou a sua própria empresa, a Seven-Fourteen Enterprises, e durante vinte anos serviu em directorias e conselhos de diversas empresas do país.
Faleceu, vítima de leucemia, dois anos depois de lhe ter sido diagnosticada a doença. A sua companheira de mais de 50 anos, Louise Brewer Shepard, morreu cinco semanas depois. Ambos foram cremados e as cinzas dispersas no mar.
Entre as diversas honrarias que recebeu em vida, Shepard é um dos 28 homens e mulheres a terem recebido até hoje a Medalha de Honra Espacial do Congresso, a maior condecoração concedida pelo governo dos Estados Unidos a astronautas que tenham realizado algum feito extraordinário para a nação ou para a humanidade, no desempenho de alguma missão espacial.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

17 DE NOVEMBRO - LIMA LEITÃO


EFEMÉRIDE - António José de Lima Leitão, médico, político, militar, professor e escritor português, nasceu em Lagos no dia 17 de Novembro de 1787. Morreu em Lisboa, em 8 de Novembro de 1856. Destacou-se também como tradutor de clássicos da literatura europeia. Foi um dos pioneiros da medicina homeopática em Portugal, que pretendeu, mas sem sucesso, incluir no ensino médico.
Fez os seus estudos elementares em Lagos. Em 1808, com apenas 20 anos de idade, foi nomeado cirurgião-ajudante do Regimento de Infantaria nº 2 que, naquele ano, foi incorporado na Divisão de Infantaria, formada por ordem do general Junot, então comandante das forças de ocupação franco-espanhola em Portugal. Aquela divisão foi enviada para Salamanca, onde se incorporou na Legião Portuguesa e seguiu para França e daí para diversas frentes das Guerras Napoleónicas, onde combateu integrada no Exército Imperial Francês.
Mantendo-se ao serviço das forças napoleónicas, em 1812 foi promovido a cirurgião-mor do Batalhão de Pioneiros do Grande Exército e, pouco depois, colocado, no mesmo posto, no Quartel-General Imperial, em Paris. Aproveitou a sua estadia na capital francesa e formou-se em Medicina na Universidade de Paris. Neste período, aderiu decisivamente à ideologia liberal e terá sido admitido na Maçonaria.
Terminadas as Guerras Napoleónicas (1814), foi desmobilizado e voltou a Portugal, onde - tal como aconteceria com a generalidade dos veteranos da Legião Portuguesa - foi mal recebido, já que o serviço prestado a Napoleão Bonaparte era visto como traição à pátria. Neste mesmo ano, publicou - ainda em França - o poema “Ode ao duque de Wellington”, general chefe do Exército Português depois da paz, aparentemente para se demarcar da sua adesão à causa francesa. Não encontrando bom acolhimento em Lisboa, partiu para o Rio de Janeiro, onde se encontrava a Corte portuguesa.
Depois de algum tempo de permanência no Brasil, conseguiu em 1816 ser nomeado por D. João VI para o lugar de físico-mor de Moçambique, para onde partiu e onde permaneceu algum tempo. Em finais de 1818, regressou ao Rio de Janeiro. No ano seguinte, foi nomeado físico-mor e intendente geral da Agricultura na Índia, com exercício em Goa, para aonde partiu ainda em 1819.
Estava em Goa, quando triunfou a Revolução Liberal do Porto, apenas dela tomando conhecimento em Março de 1821. Como liberal convicto, assumiu papel de relevo na implantação do regime liberal no Estado da Índia, sendo um dos motores do processo revolucionário que conduziu ao afastamento do poder e subsequente prisão, em Setembro de 1821, do vice-rei Diogo de Sousa. Quando se formou a Junta Provisional do Governo do Estado da Índia, Lima Leitão era um dos 7 revolucionários que a deveria integrar. Contudo, a Junta teve apenas 5 membros, nela não tendo tido assento Lima Leitão. Esta exclusão, manifestação das divisões que já grassavam entre os liberais goeses, a que se juntava a desconfiança entre a comunidade nativa e os europeus, contribuiu para a instabilidade política no período subsequente. Isto levou a que, nos meses imediatos, se sucedessem as tentativas de contragolpe, as prisões, incluindo a de Lima Leitão, e finalmente a queda da Junta, substituída por outra presidida por D. Manuel Maria Gonçalves Zarco da Câmara, da qual Lima Leitão fez parte. Em todo este conturbado processo, Lima Leitão assumiu-se como um dos líderes mais activos.
Quando, em Janeiro de 1822, se realizaram em Goa as eleições para deputados às Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, Lima Leitão foi um dos três deputados eleitos pela Índia Portuguesa (os outros dois eram de origem goesa). Fez assim parte do grupo dos primeiros deputados a serem eleitos nas colónias portuguesas do Oriente. Quando chegou a Lisboa, já a Vila-Francada tinha levado à dissolução das Cortes, pelo que não chegou a prestar juramento. Ainda assim, foi um dos deputados que subscreveu o protesto contra a dissolução e a suspensão da Constituição Portuguesa de 1822, recém-jurada. Decidiu não regressar a Goa, demitindo-se do cargo de Intendente Geral da Agricultura da Índia.
Após uma estadia em Lagos, onde -  em 1824 - publicou uma “Ode dedicada a D. João VI”, fixou-se em Lisboa e, em 1825, foi nomeado lente da cadeira de Clínica Médica na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, então a funcionar no Hospital de São José. Foi eleito deputado às Cortes de 1826. Após a outorga da Carta Constitucional, publicou uma “Ode a D. Pedro IV”.
Apesar do fervor revolucionário revelado na Índia, manteve-se em funções ao longo do conturbado período de restauração do absolutismo e do governo de D. Miguel I de Portugal. Em 1828, já em plena restauração miguelista, publicou uma “Dissertação inaugural” pronunciada na abertura dos cursos da Escola Real de Cirurgia de Lisboa, o que demonstra a sua relativa aceitação pelo novo poder. Permaneceu no seu cargo durante a Guerra Civil Portuguesa (1828/34), não tendo sido incomodado pelo poder absolutista então instalado em Lisboa.
A partir de 1833, com a vitória liberal, esta sua aparente submissão ao absolutismo, em contradição com as suas convicções liberais, desencadeou severas críticas por parte dos emigrados liberais, desembocando numa intensa polémica pública. Quando invocou uma estudada prudência para explicar não ter sido perseguido, foram múltiplas e violentas as críticas, particularmente dos ex-emigrados que o apodavam de poltrão. Lima Leitão defendeu-se com desassombro, granjeando no processo grande número de inimigos.
Apesar da polémica e de muitas inimizades, continuou a sua carreira como lente de Medicina e de Química na Escola Médico-Cirúrgica.
Foi um dos fundadores da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, a cuja direcção presidiu de 1838 a 1842. Entre 1844 e 1846, foi presidente da Comissão de Saúde Pública daquela associação.
Foi um dos pioneiros da medicina homeopática em Portugal, adoptando os ensinamentos de Samuel Hahnemann, cuja obra traduziu do francês. A partir de 1853, quando tentou introduzir na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa o ensino da Homeopatia, caiu profissionalmente em desgraça. Também manteve um contencioso sobre a matéria com Rodrigo da Fonseca Magalhães, ao tempo ministro do Reino, responsável pela Educação.
Foi feito cavaleiro da Ordem Militar de Cristo e foi membro honorário de várias instituições científicas e literárias de Portugal, Brasil, Espanha e França.
Lima Leitão também se dedicou à literatura, tendo editado várias obras sobre medicina, política e de poesia. Traduziu ainda várias obras estrangeiras e clássicas, como a “Arte Poética” de Horácio, a “Estante do Coro” de Nicolas Boileau e, principalmente, a obra “Paraíso Perdido” de John Milton. Deixou ainda uma vasta obra dispersa pela imprensa portuguesa.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

16 DE NOVEMBRO - JOÃO LOURENÇO REBELO


EFEMÉRIDE - João Lourenço Rebelo, cantor e compositor da corte de D. João IV de Portugal, morreu em Loures no dia 16 de Novembro de 1661. Nascera em Caminha, em 1610, sendo sem dúvida o mais genial e excêntrico compositor de música religiosa do Portugal seiscentista. Foi representante da 2ª geração de compositores ibéricos, que escreveram música poli/coral, depois de Guerrero, Garro, Lobo e outros.
Em 1624, com catorze anos, entrou como menino de coro ao serviço da capela ducal de Teodósio II, duque de Bragança, no Paço Ducal de Vila Viçosa. Nesse palácio, o duque de Bragança havia fundado o Colégio dos Santos Reis Magos, onde se formavam compositores que, por terem de apresentar os seus trabalhos perante um público (nobre) mais exigente do que os frequentadores das igrejas, produziam obras tecnicamente mais elaboradas, nomeadamente no campo vocal. A capela do palácio ducal dispunha de 24 cantores, enquanto nas igrejas não se escutavam mais do que 4 vozes.
Em 1630, foi nomeado professor de música do filho do duque, futuro rei D. João IV de Portugal. Continuou como músico e compositor, tornando-se mestre da capela ducal de Vila Viçosa.
Após a Restauração da Independência, em 1 de Dezembro de 1640, e com a aclamação do rei D. João IV de Portugal, João Lourenço Rebelo foi transferido para a capela real, onde continuou a promover o interesse do rei pela música e a desenvolver o seu próprio talento como compositor. 
A sua paixão pela música fez com que fosse um grande coleccionador de manuscritos, impressões e partituras, tendo reunido a maior biblioteca de música do seu tempo, a qual seria totalmente perdida, um século mais tarde, nos escombros do terramoto de Lisboa (1/11/1755).
Em 1646, João Lourenço Rebelo foi feito cavaleiro da Casa Real e, mais tarde, comendador da Ordem de Cristo, uma posição com significativos benefícios financeiros.
Escreveu essencialmente música sacra, compôs vilancicos, hinos, salmos, um Te Deum e missas, uma das quais para 39 vozes em homenagem ao 39º aniversário de D. João IV. Nestas composições, regala-nos com um extravagante estilo composicional semelhante ao de Gabrielli e Monteverdi, caso único na música portuguesa da época, dominada pelo modelo de Tomás Luís de Victoria. Tomando contacto, mesmo sem sair de Portugal, com técnicas e estilos de composição que floresciam noutros países, João Lourenço Rebelo valorizou o contributo de grandes coros (à maneira veneziana) e retirou ao órgão a exclusividade do acompanhamento musical, inserindo neste a presença de instrumentos de sopro.
Ao próprio rei (e ex-discípulo), era até do ponto de vista político conveniente ter na corte um compositor que transmitisse uma imagem moderna da música produzida e apresentada na capela do seu palácio, sendo curioso verificar que D. João IV levou a sua admiração e apoio ao ponto de redigir, em 1649, um tratado a que deu o nome de Defesa da música moderna contra a opinião errada do bispo Cyrilo Franco (opinião essa expressa um século antes...) e onde manifestava a intenção de patrocinar a impressão tipográfica da obra sacra de Lourenço Rebelo.
O compositor não parecia, todavia, compreender a importância que tal facto teria e levou anos a organizar todas as suas partituras, para que pudessem ser impressas. Dois dias antes de morrer, em Novembro de 1656, o rei deixou-lhe - em testamento - a negociação de um contrato para que parte da sua obra (em especial a adaptação musical de salmos) fosse dada à estampa em Itália, o que viria a acontecer.
Um retrato de João Lourenço Rebelo encontra-se exposto no Palácio Ducal e Vila Viçosa.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

15 DE NOVEMBRO - MANTOVANI


EFEMÉRIDE - Annunzio Paolo Mantovani, popular compositor, arranjador e maestro italo-americano, nasceu em Veneza no dia 15 de Novembro de 1905. Morreu em Tunbridge Wells, Kent, Inglaterra, em 29 de Março de 1980. O nome Mantovani é geralmente associado mais à sua orquestra do que a ele próprio.
Triunfou no mundo musical londrino graças às suas actuações, no Queen's Hall e no Wigmore Hall, e ao facto de ser chefe de orquestra no Metropole Hotel.
No decurso dos anos 1930, criou a sua própria orquestra, constituída - à partida –  por uma dezena de músicos, que tocavam ritmos variados para dançar, desde o jazz até ao swing passando pelo tango. Mantovani também tocava viola.
A partir dos anos 1940, alargou os horizontes formando uma grande orquestra, que se tornaria famosa pelo seu estilo particular, brilhante e colorido. Tornou-se conhecida pelas suas numerosas interpretações de melodias românticas, entre as quais “Charmaine” e “Exodus” são um belo exemplo. Passou a aparecer nos hit-parades, sendo o primeiro autor cujas vendas ultrapassaram o milhão de discos.
As músicas italianas eram particularmente apreciadas, mas também as de outros países, com uma discografia importante de âmbito internacional, nas editoras Decca e London Records.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

14 DE NOVEMBRO - EDWARD WHITE


EFEMÉRIDEEdward “Ed” Higgins White II, primeiro astronauta norte-americano a fazer um passeio no espaço, nasceu em San Antonio no dia 14 de Novembro de 1930. Morreu no Centro Espacial Kennedy em 27 de Janeiro de 1967.
Faleceu, aos 36 anos, no incêndio ocorrido na plataforma de lançamento da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, durante os testes na cabina de comando da Apollo 1.
Piloto de caça da Força Aérea dos Estados Unidos, formado pela Academia de West Point (1952) e licenciado em Engenharia e Tecnologia Aeronáutica pela Universidade de Michigan (1958/59), White alcançou a patente de tenente-coronel da USAF como piloto de jactos F-86 Sabre e F-100 Super Sabre. Com o seu trabalho de piloto de testes de aeronaves experimentais, acumulou um total de três mil horas de voo.
Entrou para a NASA em 1962, no segundo grupo de candidatos a astronautas seleccionados pela agência espacial e subiu ao espaço pela primeira e única vez em Junho de 1965 a bordo da Gemini IV, juntamente com o astronauta James McDivitt, realizando a primeira caminhada espacial de um norte-americano fora da nave - e a segunda depois do soviético Aleksei Leonov — ligado a ela por um cordão umbilical de borracha, aço e nylon.
Depois deste voo, White foi piloto de reserva da missão Gemini VII e qualificado como astronauta especialista em sistemas de controlo de voo do módulo de serviço da Apollo. Pelo método usual de rodízio de astronautas da NASA, Ed deveria ser o piloto da missão Gemini X, em Julho de 1966 - o que o tornaria o primeiro da sua classe de astronautas a ir ao espaço duas vezes. Porém, ao invés disso, em virtude dos seus conhecimentos dos sistemas da Apollo, o programa lunar que então se achava em preparação e testes, foi promovido a piloto do módulo de comando da Apollo 1, o primeiro voo deste programa.
Entretanto, em 27 de Janeiro de 1967, durante o treino no protótipo de testes da cabina de comando da Apollo 1, no Centro Espacial Kennedy, um curto circuito causou um incêndio sem controlo na cabine lacrada, que o matou a ele e aos outros dois astronautas da futura tripulação, o comandante Virgil 'Gus' Grisson e Roger Chaffee.
Após o trágico acidente, Ed White foi enterrado com honras militares no Cemitério de West Point e condecorado postumamente com a Medalha de Honra Espacial do Congresso. Era casado e tinha dois filhos. Entre outras honras, o seu nome foi dado a várias escolas norte-americanas.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

13 DE NOVEMBRO - ESAIAS TEGNÉR


EFEMÉRIDE - Esaias Tegnér, escritor sueco, nasceu em Kyrkerud no dia 13 de Novembro de 1782. Morreu em Växjö, em 2 de Novembro de 1846.
A partir de 1799, estudou na Universidade de Lund, onde viria a ser responsável-ajunto da biblioteca, mestre de Filosofia e Estética e secretário da faculdade.
Foi membro da Academia Sueca, bispo de Växjö (1824) e professor de Grego na Universidade de Lund (1810). Em 1812, doutorou-se em Teologia. Foi muito apreciado na sua época, como poeta, sobretudo após a publicação de “Frithiof’s Saga” em 1825.
No final da sua vida, foi internado num hospital psiquiátrico em Schleswig e, no início de 1841, foi-lhe dada alta, tendo regressado a Växjö. Durante a sua convalescença em Schleswig, compôs “Kronbruden”. Em 1843, sofreu um acidente vascular cerebral, tendo falecido três anos depois.
A maior parte dos poemas de Tegnér, escritos quando foi professor em Lund, são pequenos textos. A sua celebrada “Canção ao sol” data de 1817. Redigiu também três poemas de carácter mais ambicioso, aos quais ficou a dever grande parte da sua fama.
Em 1819, tornou-se membro da Academia Sueca. Em 1820, publicou fragmentos de um poema épico no qual trabalhava: “Frithiof’s Saga”. Em 1822, escreveu mais cinco cantos e, em 1825, publicou o poema inteiro. Antes, era já famoso em toda a Europa. Johann Wolfgang von Goethe sugeriu mesmo a Amalie von Imhoof que traduzisse para a língua alemã toda a obra de Esaias Tegnér.
Durante o século XIX, a “Saga de Frithjof” foi a mais conhecida de todas as produções literárias suecas e foi traduzida 22 vezes para inglês, 20 vezes em alemão e, pelo menos, uma vez para cada uma das principais línguas europeias.
Tegnér iniciou, mas deixou inacabados, dois poemas épicos: “Gerda” e “Kronbruden”.

domingo, 12 de novembro de 2017

12 DE NOVEMBRO - MASSACRE DE SANTA CRUZ


EFEMÉRIDE - O Massacre de Santa Cruz, em Timor-Leste, foi um tiroteio sobre manifestantes pró-independência, no cemitério de Santa Cruz em Díli no dia 12 de Novembro de 1991, durante a ocupação do território pela Indonésia. A maioria das vítimas eram jovens, por isso, depois da independência, o dia 12/11 passou a ser feriado em Timor-Leste - o Dia Nacional da Juventude.
Naquele dia, tinha havido uma missa por alma de Sebastião Gomes, um jovem membro da resistência timorense, e havido uma romagem à sua campa no cemitério. Os jovens, motivados pela revolta por aquele assassinato, manifestaram-se contra os militares da Indonésia com o objectivo de mostrarem o seu apoio à independência do país.
Após a invasão de Timor-Leste pela Indonésia em 1975 (então formalmente ainda Timor Português), muitos timorenses sentiam-se oprimidos e foram mortos por questões políticas. Desde então, a resistência timorense combateu o exército indonésio.
Em Outubro de 1991, uma delegação com membros do Parlamento Português e 12 jornalistas planeavam visitar o território de Timor-Leste durante a visita do representante especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos e Tortura, Pieter Kooijmans. O governo indonésio não concordou com a inclusão na delegação da jornalista australiana Jill Jolliffe, que apoiava e ajudava o movimento independentista Fretilin e Portugal. Como consequência, cancelou a ida da delegação.
O cancelamento desmoralizou os activistas independentistas em Timor-Leste, que esperavam usar a visita para melhorar a visibilidade internacional da sua causa. As tensões entre as autoridades indonésias e a juventude timorense aumentaram. Em 28 de Outubro, as tropas indonésias localizaram um grupo de membros da resistência na Igreja de Motael, em Díli. O confronto deu-se entre os activistas pró-integração e os activistas independentistas que estavam na igreja. Quando este acabou, um homem de cada lado estava morto (Sebastião Gomes, um apoiante da independência de Timor-Leste, fora retirado da igreja e abatido pela tropa indonésia e o integracionista Afonso Henriques foi atingido e morto durante a luta).
Em 12 de Novembro, mais de duas mil pessoas marcharam desde a igreja, onde se celebrara uma missa em memória de Sebastião Gomes, até ao cemitério de Santa Cruz, onde ele está sepultado, para lhe prestar homenagem. O exército indonésio abriu fogo sobre a população, matando 271 pessoas no local e deixando 127 feridos graves. Outros manifestantes foram presos e só foram libertados em 1999, por altura do referendo pela independência.
O massacre foi filmado pelo repórter de imagem Max Stahl, que proporcionou assim uma preciosa ajuda para dar a conhecer ao mundo o que tinha acontecido em Díli. Os acontecimentos foram condenados internacionalmente e chamaram a atenção para a causa dos timorenses. Em 1992, Rui Veloso, músico português, compôs e interpretou a música “Maubere” a favor da causa timorense.
Depois do massacre, quase todos os países passaram a apoiar Timor-Leste e reconheceram o direito da sua população decidir se o território devia ou não ser independente, o que veio a concretizar-se com um referendo realizado oito anos depois, em 30 de Agosto de 1999.

sábado, 11 de novembro de 2017

RUI VELOSO - "Maubere"


11 DE NOVEMBRO - CARLOS FUENTES


EFEMÉRIDE - Carlos Fuentes Macías, escritor e diplomata mexicano, nasceu na Cidade do Panamá em 11 de Novembro de 1928. Morreu na Cidade do México em 15 de Maio de 2012.
Além de romancista, Fuentes foi novelista e ensaísta. Filho de diplomatas mexicanos, nasceu no Panamá. Passou a sua infância em diversas capitais da América: Montevideo, Rio de Janeiro, Washington D.C., Santiago de Chile, Quito e Buenos Aires. Aos 16 anos, voltou ao México, onde residiu até 1965. Licenciou-se em Direito na Universidade Nacional Autónoma de México e em Economia no Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra, Suíça.
Depois dos estudos, foi membro da delegação mexicana na OIT e adido de imprensa junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Foi embaixador do México em França a partir de 1975. Em 1977, renunciou ao posto em protesto contra a nomeação do ex-presidente mexicano Díaz Ordaz como primeiro embaixador do México em Espanha após a morte de Franco.
Em diversas ocasiões, manifestou-se favoravelmente a Fidel Castro embora, nalgumas outras oportunidades, fizesse críticas importantes ao governante cubano. Elogiou também a abertura de Raúl Castro.
Leccionou em Harvard, Cambridge, Princeton e outras universidades norte-americanas de renome internacional.
Ao longo da sua longa e profícua carreira, foram-lhe atribuídos diversos prémios e distinções, entre os quais o Prémio Miguel de Cervantes, em 1987, e o Prémio Príncipe de Astúrias (1994). Além das suas obras de ficção, também ficou conhecido pelos seus ensaios sobre política e cultura. Fuentes fez parte de um movimento literário formado no século passado por autores que criticavam as estruturas políticas arcaicas da América Latina.
Fundou a Revista Mexicana de Literatura em 1955, em colaboração com Octavio Paz, e a Editora Signo XXI.
Começou por escrever novelas e publicou assim “Dias de Carnaval” em 1954. Publicou o seu primeiro romance em 1958, “A Mais Límpida Região”, que critica a sociedade mexicana. Prosseguiu a sua carreira literária com “O Canto dos Cegos”, “Pele Nova”, “Terra Nostra” (Prémio Rómulo Gallegos 1977, a mais alta distinção literária da América Latina), “A Cabeça da Hidra” e “O Velho Gringo”, obras que lhe deram reconhecimento internacional.
Escreveu igualmente o cenário de “A Caça ao Homem” para o realizador de cinema Buñuel, segundo um romance de Alejo Carpentier. Escreveu também para teatro e diversos ensaios críticos, alguns publicados pelo jornal espanhol “El País”.
Faleceu aos 83 anos, um dia após ter sido premiado com o título de doutor honoris causa pela Universidade das Ilhas Baleares. Entre outras honras recebidas, foi também doutorado honoris causa pelas Universidades Freie Universität de Berlim (2004) e de Bordéus (2011). Recebeu igualmente a Ordem de Isabel a Católica (2009) e a Grande Medalha “vermeil” da Cidade de Paris (2010).

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