sexta-feira, 30 de novembro de 2007

EFEMÉRIDE‎Miguel de Vasconcelos, Secretário de Estado da duquesa de Mântua, vice-rainha de Portugal, na dependência do rei de Espanha, foi assassinado em 1 de Dezembro de 1640. Nascera no ano de 1590.
Era odiado pelo povo em virtude de, sendo português, colaborar com a representante da dominação dos Filipes de Espanha. Foi a primeira vítima da Revolução de 1640, tendo sido atirado da janela do Paço Real de Lisboa para o Terreiro do Paço. O povo, que aguardava no Terreiro do Paço, só saberia se a revolução tinha sido bem sucedida quando Miguel Vasconcelos fosse defenestrado.
Quando entraram no palácio, os conspiradores tinham procurado Miguel Vasconcelos, mas não o encontravam em lugar nenhum, mesmo depois de terem percorrido todos os salões, gabinetes de trabalho e outros aposentos. Miguel de Vasconcelos, quando se apercebeu que não podia fugir, escondera-se num armário e fechou-se por dentro com uma arma. Porém, ao tentar mudar de posição, provocou um ruído que foi o bastante para os conspiradores desconfiarem e rebentarem a porta. Descoberto, foi crivado de balas, sendo depois atirado pela janela. O corpo caiu no meio da multidão enfurecida, que despejou sobre ele todo o seu ódio, cometendo verdadeiras atrocidades. Houve também quem dissesse que Miguel de Vasconcelos teria sido atirado ainda vivo e que foi o povo quem o matou. De qualquer modo, foi feita justiça...

Amizade Leonina

EFEMÉRIDE Jonathan Swift, escritor irlandês, nasceu em Dublin, no dia 30 de Novembro de 1667. Morreu na mesma cidade, em 19 de Outubro de 1745, surdo e louco.
Estudou na escola Kilkenny, a partir dos seis anos. Em 1681, matriculou-se no Trinity College de Dublin, onde só se distinguiu pela sua indisciplina. Em 1688, foi para Leicester viver junto da mãe. Como ela vivia em dificuldades, viu-se obrigado a procurar um emprego. Tornou-se secretário de Sir William Temple, estadista e escritor de grande prestígio. Swift amadureceu intelectualmente entre os livros de Temple e conheceu uma menina de oito anos chamada Esther Johnson que, segundo diziam, era filha de William Temple e de uma ama da casa. Swift apaixonou-se por ela e dedicou-lhe alguns de seus mais belos poemas.
Em 1693, doutorou-se em Teologia pela Universidade de Oxford e, em 1695, assumiu o posto de Cónego em Kilroot, perto de Belfast, na Irlanda. Começou a escrever, sobretudo textos de carácter político. Em 1702, passou a viver com Esther, então já com vinte anos. Ela morreu em 1728, deixando Jonathan Swift na mais profunda solidão. Julga-se que tinham casado secretamente, em 1716.
Em 1713, tornara-se deão da catedral de Saint Patrick em Dublin. Em 1725, começou a escrever “Viagens de Gulliver”, com o qual pretendia agredir o mundo e não diverti-lo. Este livro é hoje conhecido em todo o mundo.
A sua última obra foi escrita em 1738: o ensaio “A Conversação Polida", destinado a despojar a conversação inglesa de banalidades e incorrecções. Era o resultado de vinte anos de observações e pesquisas.
Foi enterrado na Catedral de São Patrício. Numa lápide, pode ler-se o epitáfio escrito por ele mesmo: "Aqui jaz o corpo de Jonathan Swift, doutor em Teologia e deão desta catedral, onde a colérica indignação não poderá mais dilacerar-lhe o coração. Segue passante, e imita, se puderes, esse que se consumiu até ao extremo pela causa da Liberdade". Deixou todo o seu dinheiro para ser empregue na fundação de um hospital para doenças mentais.
No seu romance ”Viagem a Laputa” escrito em 1727, ele indicou a existência de dois satélites do planeta Marte, indicando o seu período de rotação e a sua distância em relação ao planeta. Estes satélites só seriam descobertos um século e meio depois, por um astrónomo!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

BAÚ DE RECORDAÇÕES – A revista “Flama” de 22/8/1969 dedicou 16 páginas às fotografias feitas na Lua pelos astronautas americanos. “Um documento extraordinário para conservar e arquivar”: os primeiros passos na Lua, as pegadas dos astronautas, a colocação de uma bandeira americana, etc. etc.

BAÚ DE RECORDAÇÕES – O “Paris Match” de 16/12/1967 noticiou o primeiro transplante do coração. O doente chamava-se Louis Waskansky, cardíaco, diabético e apenas com algumas semanas de esperança de vida. Local da intervenção o hospital Groote Schuur, na Cidade do Cabo, África do Sul. A dona do coração uma jovem de 25 anos, Denise Darvall, falecida após um acidente. O médico responsável foi o professor Christian Barnard (na foto). A operação durou 36 horas. Barnard, apesar de bastante novo (44 anos), sabia que não operaria durante muitos mais anos: as suas mãos sofriam já de artritismo. Ia começar a batalha contra os anticorpos e o perigo de rejeição.

BAÚ DE RECORDAÇÕESA revista desportiva francesa“Football Magazine” de Abril/1965 dedicou sete páginas, com chamada na capa, ao Benfica, ao seu treinador Elek Schwartz e à vitória sobre o Real Madrid por 4-1 nos quartos-de-final da Taça da Europa (actual Liga dos Campeões), em 24/2/65. Onze "heróis": Costa Pereira, Cavem, Germano, Raul, Cruz, Pérides, Coluna, José Augusto, Torres, Eusébio e Simões. Nela podia ler-se “Todas as noites os sócios do S.L.B. enchem a sede do Clube”. “Benfica, o orgulho de uma nação”. No palmarés do Benfica contava-se uma Taça Latina e duas Taças da Europa. Na imagem, um batalhão de fotógrafos “metralha” a equipa do Benfica, antes do encontro.
EPITÁFIOS… pra sorrir

- Agora, não tenho mais nada para roubarem.
- Ah, fale sério! Não vem com falsidade, eu sei que você me odiava!
- Amigo é meu umbigo, morri e ele veio comigo.
- Aqui jaz Adriano que acendeu um fósforo pra ver se tinha gasolina dentro do tanque. E tinha.
- Aqui jaz Carlos, muito a contra gosto.
- Aqui jaz, totalmente contra sua vontade, Eduardo.
- Bem me avisaram, pena que eu era teimoso.
- Coloca uma mulher dançando nua aqui em cima; se eu não me agarrar a ela, pode jogar terra que eu morri de verdade.
- Desculpa qualquer coisa.
- Do arqueólogo:
"Enfim fóssil"
- Do ciumento póstumo: "Aqui jaz mais uma vítima da SIDA
. Não peguem minha esposa!"
- Do delegado de polícia:
"Tá olhando o quê? Circulando, circulando..."
- Do ecologista:
"Em extinção."
- Do hipocondríaco:
"Agora vocês acreditam?"
- Do incrédulo:
"Eu morri? Não acredito!"
- Do optimista:
"A outra encarnação promete."
- Do pessimista:
"Adeus, vida cruel."
- Enfim, consegui minha casa própria!
- Enquanto eu vivi, você não me deu valor e agora chora por mim? Vá-se lixar.
- Eu não morri! Me colocaram aqui por engano!
- Eu sei, eu sei, também lamento...
- Eu vim primeiro, apenas para preparar uma grande festa para quando você chegar!
- Faltei a várias chamadas a vida toda, porque fui responder logo a esta?
- Fui!
- Hum, e eu que achava que isto nunca ia acontecer comigo...
- Eu posso morrer, mas voltarei para levar meus inimigos pró inferno junto comigo.
- Ler isto dá azar!
- Mãe, agora você sabe onde estou.
- Me aguardem. Eu volto.
- Me tirem daqui! Sou claustrofóbica!
- Missão cumprida.
- Morri, mas quem me deve alguma coisa deve acertar contas com os herdeiros.

Verdadeiro "Todo o Terreno"

EFEMÉRIDEGiacomo Antonio Domenico Michele Secondo Maria Puccini, compositor de óperas italiano, morreu no dia 29 de Novembro de 1924, vítima de complicações cardíacas, causadas por uma doença oncológica na garganta. Nascera em Lucca, em 22 de Dezembro de 1858. É considerado um dos maiores compositores do fim do fim do século XIX e princípio do século XX.
Giacomo estudou órgão com o pai até este morrer, tinha ele quase seis anos. Prosseguiu os estudos com outros familiares, que vinham transmitindo o interesse pela música desde há muitas gerações. Aos dez anos, começou a cantar no coro da igreja e parecia fadado para seguir a tradição familiar e ser um músico modesto. Em 1876, porém, ao ouvir a “Aida” de Verdi, numa representação em Pisa, sentiu despertar nele um tal fogo e paixão, que percebeu estar possuído de um instinto que o levaria naturalmente à composição de óperas.
Obteve uma bolsa de estudos da rainha Margherita e, também com a ajuda financeira de um tio, entrou para o Conservatório de Milão, sendo graduado em 1883. Nesse mesmo ano, para participar num concurso, compôs a sua primeira ópera. Não ganhou o primeiro prémio, mas chamou a atenção do dono de uma editora musical que lhe encomendou uma segunda ópera. Esta (“Edgar”) foi, no entanto, recebida sem entusiasmo no Teatro Scala de Milão, em 1889. Já a terceira ópera “Manon Lescaut”, estreada em Turim em 1893, teve grande sucesso.
A ópera seguinte (A Boémia) teve a sua primeira representação em 1896, sob a regência de Arturo Toscanini, que se tornaria amigo de Puccini para o resto da vida. E os êxitos nunca mais pararam: “Tosca” (Roma), “Madame Butterfly” (Nova Iorque), etc. etc.
A actividade de Puccini tornou-se depois mais escassa e, em 1903, foi vítima de um acidente de automóvel que o deixou coxo. Quando morreu deixou uma ópera inacabada (Turandot) que foi completada mais tarde por Franco Alfano e Luciano Berio.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Loira Teimosa...

EFEMÉRIDEWilliam Blake, tipógrafo, poeta e pintor romântico britânico, nasceu em Londres, no dia 28 de Novembro de 1757. Morreu na mesma cidade, em 12 de Agosto de 1827. A Bíblia teve uma profunda influência sobre a sua obra, pois foi uma das principais fontes de inspiração.
Desde muito novo, afirmava ter visões. A primeira teria ocorrido quando tinha nove anos. Tinha visto anjos a pendurar lantejoulas nos ramos de uma árvore. Mais tarde, afirmou ter visto, entre o feno que estava a ser preparado pelos trabalhadores, figuras angelicais a caminhar entre eles.
Com pouco mais de dez anos, começou a estampar cópias de desenhos gregos antigos que seu pai comprara, além de ilustrar os seus próprios poemas. Com quinze anos, tornou-se aprendiz de um famoso estampador e, seis anos mais tarde, era profissional nesta arte.
Em 1779, começou a estudar na The Royal Academy, beneficiando de uma bolsa de estudos. Blake ilustrou mais de vinte livros, incluindo o “Livro de Job” da Bíblia e “A Divina Comédia” de Dante, trabalho interrompido com a sua morte.
Bastante pobre, para poder fazer face às despesas de impressão das suas obras, tornou-se ele próprio editor e imaginou um modo de imprimir, pondo a sua escrita em relevo sobre placas de cobre.
Hoje, Blake é reconhecido como santo pela Igreja Gnóstica Católica. Foi criado um Prémio para Arte Religiosa com o seu nome, que é atribuído anualmente na Austrália, em sua homenagem.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

BAÚ DE RECORDAÇÕES – “A Capital” de 21/7/1969 noticiava que os astronautas americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin tinham passeado na Lua durante 1 h e 54 m. Um espectáculo inolvidável a que todo mundo pôde assistir em directo pela televisão. Regresso previsto para o dia seguinte a bordo da “Apolo 11”.
BAÚ DE RECORDAÇÕES – “Blanco y Negro”, revista madrilena de 11/1/1969, publicou, como todos os órgãos de informação mundiais, as primeiras fotos a cores da Lua e da Terra captadas pela “Apolo 8”, nave espacial americana.


BAÚ DE RECORDAÇÕES – No “Paris Match” de 22/4/1961: “O primeiro homem à volta da Terra”. O delírio em Moscovo durava desde a viagem histórica realizada em 12 de Abril de 1961. O povo tocou e cantou nas ruas da capital soviética. Postais com a foto de Gagarine foram vendidos aos milhões de exemplares. Nascera mais um herói que, em 108 minutos, atravessara uma noite e um dia da Terra.


EFEMÉRIDEEugene Gladstone O'Neill, dramaturgo americano, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1936, morreu num hotel de Bóston, em 27 de Novembro de 1953. Nascera em Nova Iorque, no dia 16 de Outubro de 1888.
O’Neill trouxe para o teatro americano um realismo dramático iniciado pelo russo Anton Tchekhov, entre outros. Os seus personagens vivem geralmente à margem da sociedade, lutam por esperanças e por aspirações, acabando por mergulhar na desilusão e no desespero. Ele explorou os aspectos mais sombrios da condição humana.
Estudou num internato católico, tendo como única ocupação, nos tempos livres, a leitura de livros. Frequentou a Universidade de Princeton e foi marinheiro durante vários anos, durante os quais sofreu de depressão e alcoolismo. Virou-se finalmente para a literatura, como modo de evasão de um mundo que lhe estava a ser hostil. Trabalhou ainda no New London Telegraph, escrevendo simultaneamente as suas primeiras sete peças teatrais. Associou-se a um grupo de teatro amador, onde várias das suas peças foram representadas. Finalmente, decidiu dedicar-se exclusivamente à literatura, depois de ter sido contaminado pela tuberculose.
Em 1920, pela primeira vez, viu uma peça sua representada na Broadway, muito bem acolhida pelo público e pela crítica. Recebeu o Prémio Pulitzer.
Em 1929 foi viver para França, voltando aos Estados Unidos em 1937. Foi casado três vezes. Uma sua filha casou com Charlie Chaplin, casamento que ele condenou, devido à diferença de idades (ela 17, ele 54 anos). Nunca mais a viu, não conhecendo mesmo os seus oito netos. A sua relação com os filhos foi sempre difícil, tendo a vida de dois deles acabado em suicídio, depois de percursos de droga e álcool.
No fim da vida, O’Neill sofreu da doença de Parkinson, com o tremor das mãos a tornaram impossível a escrita. Ainda tentou ditar o que imaginava, para que outras pessoas escrevessem, mas nunca se adaptou a este modo de trabalhar.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

BAÚ DE RECORDAÇÕES – “Paris Match” de 26 de Novembro de 1963: Em Corfu, o rei Constantino da Grécia (26 anos, cinturão negro) e o príncipe Juan Carlos de Espanha (28 anos, cinturão castanho) participaram numa demonstração de Karaté. Passados 44 anos, o primeiro foi há muito deposto, o segundo é o actual Rei espanhol. Do treino de Constantino fazia parte quebrar dois tijolos com um cotovelo, de que é publicada também uma sequência de fotos, na referida revista.

BAÚ DE RECORDAÇÕES – No Paris Match de 7 de Dezembro de 1963: uma hora e meia depois da morte de Kennedy, a polícia prendeu Lee Oswald presumível assassino. Golpe de teatro: Um tal Jack Ruby, dono de dois cabarets em Dallas, matou Lee Oswald com um tiro de revólver, quando este era levado sob prisão, a dois passos do chefe da polícia. Lee Oswald foi enterrado com os seus segredos. O mistério adensou-se. Quem foram os mandantes dos crimes? Os “Sulistas” por causa das posições anti-racistas de JFK? A Máfia, em virtude da perseguição aos Sindicatos do Crime? Ou quem? Muitos dos “Grandes” do mundo assistiram ao funeral do Presidente americano.

BAÚ DE RECORDAÇÕES – Os jornais e revistas de todo o mundo dedicaram muitas das suas capas e páginas ao assassinato de John Fitzgerald Kennedy, ocorrido em Dallas, no dia 22 de Novembro de 1963. Na imagem, parte da capa do “Paris Match” de 30/11/63. Vários tiros com arma telescópica tinham acabado com uma certa esperança na América e no Mundo. Como o tempo passa! Se fosse vivo, Kennedy teria hoje mais de noventa anos…

EFEMÉRIDE Mário Cesariny de Vasconcelos, pintor e poeta português, morreu em Lisboa, no dia 26 de Novembro de 2006. Nascera, também em Lisboa, em 9 de Agosto de 1923. É considerado o principal representante do Surrealismo português.
Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e estudou música com o compositor Fernando Lopes Graça, na Academia de Amadores de Música.
Em 1947, esteve em Paris onde frequentou a Academia da Grande Chaumière. Na capital francesa, conheceu André Breton, a cuja influência se ficou a dever a criação do Grupo Surrealista de Lisboa, juntamente com outros poetas e pintores. Mário Cesariny adoptou uma atitude estética que o levava a uma contínua experimentação nas suas obras, tanto escritas como pintadas. Publicou vários textos sobre o Surrealismo.
Nos derradeiros anos da sua vida, recebeu o Prémio EDP, da Fundação EDP, em 2002, e o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, em 2005, tendo sido agraciado, também neste último ano, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.

domingo, 25 de novembro de 2007

BROA DE AVINTES – 2007

1

Tipo de pão com cultura,
Mescla de milho e centeio,
Seis horas de cozedura,
P’ra comer – minuto e meio!
(a)

2

Ao comer Broa de Avintes,
Lembro as Moagens famosas,
As Padeiras com requintes
E as Barqueiras garbosas!

Gabriel de Sousa

(a) – Menção Honrosa no 11º Concurso de Quadras à Broa de Avintes – 2007 (Avintes – V. N. de Gaia)
EFEMÉRIDE Félix Lope de Vega, dramaturgo, romancista e poeta espanhol, nasceu em 25 de Novembro de 1562, tendo morrido em 27 de Agosto de 1635.
Foi o fundador da “Comédia espanhola” e um dos mais prolíficos escritores da literatura mundial.
Criança precoce, aos cinco anos já sabia ler latim e castelhano. Com esta idade, escreveu igualmente os seus primeiros versos. Aos doze, já escrevia “comédias”.
Estudou com os jesuítas e entrou depois ao serviço de um bispo, que lhe proporcionou uma boa formação. Frequentou a Universidade de Alcalá de Henares (1577/81), entrou para a Marinha em 1583, tendo combatido contra os portugueses na Ilha da Terceira, e serviu na “Invencível Armada” em 1588. Dez anos mais tarde, escreveu a sua primeira obra de sucesso – o romance “La Arcadia”. Decidiu então dedicar-se inteiramente à literatura.
Levou uma vida aventureira, com várias amantes, muitos filhos e várias casas para sustentar, daí o trabalhar sem parar e muitas vezes sem rever mesmo o que tinha escrito.
Com a morte de sua mulher Juana e de um dos seus filhos, sofreu uma forte crise espiritual que o levou a tornar-se religioso em 1610, sendo ordenado em 1614.
Da sua vasta produção literária, conhecem-se hoje, como sendo de sua autoria, 426 comédias e 42 autos, além de milhares de poemas, cartas, romances, novelas e livros religiosos e históricos. O grande Cervantes, embora tendo por ele antipatia, não se eximia em dizer que «Lope de Vega era uma força da natureza».
VERDADEIRO SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA

É só escrever a cidade e o nome de uma rua, em qualquer país, e aparece o mapa do local. Experimente com a sua rua, por exemplo. Até aparece o Código Postal!
O site tem, em cima, o exemplo de como fazer. Isto é como um GPS on-line:

http://maps.google.com/?hl=pt-BR

Guarde nos Favoritos

sábado, 24 de novembro de 2007

Árbitro CUrrupto

EFEMÉRIDEDiego Rivera, de seu nome completo Diego María de la Concepción Juan Nepomuceno Estanislao de la Rivera, um dos maiores pintores mexicanos, morreu em San Ángel, no dia 24 de Novembro de 1957, tendo sido sepultado no Panteão das Dores na cidade do México. Nascera em Guanajuato, em 8 de Dezembro de 1886.
Começou a estudar na Academia de Bellas Artes de San Carlos, tendo partido para a Europa em 1907, onde ficou até 1921, beneficiando de uma bolsa de estudos. Esteve em Barcelona, Madrid e Paris. Teve contactos com os pintores Pablo Picasso, Salvador Dalí, Juan Miro, Modigliani e com o arquitecto Antoni Gaudí, que o enriqueceram artisticamente e muito influenciaram a sua obra.
Juntamente com outros dois pintores, criou o “muralístico mexicano” que, segundo eles, poderia redimir artisticamente um povo, que esquecera a grandeza da sua civilização pré-colombiana. Consideravam a “pintura de cavalete” como eminentemente burguesa, pois a maioria das telas eram confinadas em colecções particulares.
Regressado ao México, demonstrou a sua simpatia política pela extrema-esquerda. Em 1929, casou-se com a pintora mexicana Frida Kahlo, 22 anos mais nova.
Nos anos 1930/40, pintou vários murais nos Estados Unidos, privilegiando temas ligados à indústria. Ao todo, pintou mais de dois mil quadros, fez cinco mil desenhos e cerca de 4000 metros de pinturas murais.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

EFEMÉRIDELouis Malle, famoso realizador francês, morreu em Beverly Hills, Los Angeles, em 23 de Novembro de 1995, vítima de doença oncológica. Nascera em Thumeries, no dia 30 de Outubro de 1932.
Licenciado em Ciências Políticas, trabalhou no início de sua carreira como assistente do cineasta Robert Bresson e do célebre pesquisador submarino Jacques Cousteau, com quem dirigiu o documentário O Mundo do Silêncio, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, em 1956.
Louis Malle realizou 30 longas-metragens e foi um dos poucos realizadores franceses que foi bem sucedido nos Estados Unidos. Os seus filmes são fundamentais para compreender muitas das angústias sociais da segunda metade do século XX.
Nascido num meio burguês, costumava dizer: «O meu meio de origem, a minha educação religiosa, causam-me embaraço, sinto por vezes vergonha».
Recusava seguir qualquer corrente ou movimento cinematográfico. Os seus detractores diziam que ele fazia cinema com o dinheiro dos pais, o que não tinha qualquer fundamento, pois foi sempre financiado por produtores convencionais. Em 1958, recebeu o “Leão de Prata” do Festival de Veneza.
Tratava dos temas morais mais complicados, conseguindo não fazer nenhum julgamento moral. Nos seus filmes, não havia “inocentes e culpados” nem “bons e maus”. Deixava ao espectador a incumbência de fazer o seu próprio julgamento.
Recebeu os “Césares” do melhor filme, do melhor realizador, do melhor cenário, da melhor fotografia, do melhor som e da melhor montagem.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O despertador??...

BAÚ DE RECORDAÇÕES – A revista “Libération Afrique” de Dezembro de 1973 anunciou a proclamação unilateral do Estado da Guiné Bissau, ocorrida em 24/9/1973. Como primeiro objectivo, a libertação total do território da Guiné e das ilhas de Cabo Verde. A Assembleia Nacional Popular reafirmou o princípio de que “combatiam o colonialismo e não o povo português, com o qual desejavam manter relações cordiais de amizade”. O Estado da Guiné Bissau foi reconhecido pela maioria dos países africanos e árabes, pela URSS, China, Albânia, Vietname, índia, Paquistão, países da Europa de Leste, etc. A Assembleia Geral da ONU, em 2 de Novembro, adoptou uma resolução a favor do acesso à independência daquele território, por 93 votos a favor, 7 contra e 30 abstenções.
BAÚ DE RECORDAÇÕES – Em 5 de Janeiro de 1973, publicou-se o nº 1 do “Expresso”, uma lufada de ar fresco, “tolerada” pelo regime de Marcelo Caetano. Nele se podia ler: «63% dos portugueses nunca votaram. Pensão de velhice é pouca e chega devagar. Trás-os-Montes fornece electricidade e vive às escuras», etc.
BAÚ DE RECORDAÇÕES – A revista “Afrique Asie” de 11/24 de Dezembro de 1972 dedicou seis páginas às colónias portuguesas em África. Nela se podia ler: “Portugal isolado”, “Uma vitória dos povos africanos”, “Doenças venéreas em Angola”, etc. Os aliados do Atlântico tinham abandonado o seu protegido. O Conselho de Segurança da ONU aprovara por unanimidade uma resolução, pedindo a Lisboa para iniciar negociações com as partes em conflito, afim de parar os confrontos armados. Amílcar Cabral (PAIGC) e Marcelino Santos (FRELIMO) assistiram a um debate nas Nações Unidas. Portugal era uma ameaça para a Tanzânia: Kaúlza de Arriaga (sogro de Santana Lopes) e Jorge Jardim (pai de Cinha Jardim) estudariam a hipótese de instalar um presidente fantoche neste país. Em Angola, os negros eram recrutados à força, para trabalhar em fábricas de conservas na costa sul. Como alimentação era-lhes dada uma chávena de milho, feijão e peixe seco. Doenças e baixa de produtividade significavam suspensão de parte da ração alimentar. Segundo as autoridades coloniais, «se mais tarde é preciso gastar dinheiro para os matar, mais vale a pena que comecem a morrer já». Este o país que tínhamos!
sogras...

Gato eficiente e discreto

EFEMÉRIDE Aldous Leonard Huxley, escritor britânico, morreu em Los Angeles, no dia 22 de Novembro de 1963. Nascera em Godalming, no Surrey, em 26 de Julho de 1894.
Teve de abandonar os estudos aos dezasseis anos, devido a uma doença nos olhos que quase o cegou, impedindo-o de cursar medicina. Mais tarde, recuperou a visão suficiente para se licenciar na Universidade de Oxford, mas não o bastante para servir o exército britânico, durante a Primeira Guerra Mundial. Começou a interessar-se pela escrita em Oxford, conhecendo Bertrand Russell e D. H. Lawrence, de quem ficou amigo.
Em 1921, publicou "Crome Yellow", o primeiro de uma série de romances e novelas. Viveu grande parte da década de “1920” na Itália fascista de Mussolini, o que o inspirou para descrever os sistemas autoritários evocados nos seus livros. A sua obra-prima “Admirável Mundo Novo” foi escrita em quatro meses, no ano de 1931. Os temas aí abordados espelham preocupações ideológicas, como a liberdade individual em detrimento do autoritarismo dos estados.
Em 1937, Aldous Huxley mudou-se para Los Angeles e, no ano seguinte, foi um dos guionistas melhor remunerados de Hollywood.
O seu livro “The Doors of Perception” (1954) influenciou a cultura hippie que então se desenvolvia, dando mesmo o seu nome a uma banda (The Doors).
Huxley viajou pela América Central e, em 1958, visitou o Brasil, tendo conhecido os índios do Xingu e as favelas do Rio de Janeiro.
Em 1959, foi agraciado pela Academia Americana de Artes e Letras com um prémio pelos seus romances. Escreveu 47 livros ao longo da sua carreira literária. Apesar de ser mais conhecido como romancista e ensaísta, escreveu também novelas, poesias, descrições de viagens e guiões para filmes. Foi igualmente jornalista e crítico de arte.
Iniciado na filosofia “Vedanta”, dedicou-se à meditação, passando a ser vegetariano e praticante de Ioga. Teria sido dos primeiros a experimentar as drogas psicadélicas, dizendo-se que terá tomado 100 microgramas de LSD no leito da morte, para o ajudar a passar serenamente os instantes finais.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

"Apanhados" com cobras

CANTAR NATAL
(quadras)

I

Ninguém levará a mal
Nem nos culpará de engano,
Se cantarmos o Natal
Em cada dia do Ano!

II

Vamos cantar o Natal,
Encher o Mundo de Luz,
Mostrando a Deus o sinal
De não querer Cristo na cruz!


Gabriel de Sousa
«Não me cansava de vê-la,
Com carinho maternal…
Era a mais bonita estrela,
Do presépio de Natal!»
Maria José Fraqueza


ESTRELA DE BELÉM

Linda cor e como brilha
Como gostava de tê-la
Para mim era uma filha
Não me cansava de vê-la

Outra no céu não havia
Pelo menos igual…
P’ra esta até sorria
Com carinho maternal

Quando a noite escurecesse
Gostaria de aquecê-la
Não queria que sofresse
Era a mais bonita estrela

Difundindo tanta luz
Era de Deus um sinal:
- Apontava-nos Jesus
Do presépio de Natal!


Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDEBordalo Pinheiro, pintor naturalista e realista português, nasceu em Lisboa, no dia 21 de Novembro de 1857, tendo morrido na mesma cidade, em 6 de Novembro de 1929.
Iniciou a sua formação artística na Academia de Belas-Artes de Lisboa e, depois de ter completado o curso em quatro anos, em vez dos curriculares sete, foi para Paris, beneficiando de uma bolsa de estudo do rei consorte D. Fernando II. Na capital francesa, recebeu a influência de pintores como Manet e Edgar Degas, o que foi fundamental para as suas obras. Em 1882, fez uma exposição na cidade da luz, onde o público, maioritariamente burguês, se rendeu ao quadro “Soirée chez Lui”, que foi também aclamado pela difícil crítica parisiense. Este quadro está actualmente no Museu de Arte Contemporânea sob o título “Concerto de Amadores”.
Regressado a Portugal, juntou-se ao "Grupo de Leão", grupo de jovens artistas que estavam interessados em renovar a estética das composições de arte. Deste período, resultaram os retratos de Ramalho Ortigão, Teófilo Braga, Eça de Queirós e Antero de Quental, por ele pintados e que ficaram célebres. Deu também uma nova ênfase aos palácios lisboetas, ao pintar painéis que se encontram no Palácio da Assembleia da República, as pinturas da sala de recepção do Palácio de Belém e o tecto do Teatro Nacional.
Em 1901, foi professor de pintura histórica na Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde se formara e, em 1914, foi nomeado pelo regime republicano, então recentemente instaurado, para director do Museu Nacional de Arte Contemporânea, onde se manteve até à reforma.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

BAÚ DE RECORDAÇÕES – A revista “international Scala” de Dezembro 1967 (edição luso-brasileira) publicou o “Mapa Mundial da Fome”: Portugal, a negro, figurava entre os países mais pobres. Eram estes os tempos de que alguns têm saudades… Masoquistas?
BAÚ DE RECORDAÇÕES – A revista “Force Ouvrière” de 7/4/1965 fez uma longa reportagem (10 páginas) sobre os emigrantes portuguesesNa rota da escravidão moderna»). Chegavam clandestinamente a França, todos os dias, às centenas. Atrás da fachada do país turístico estava um outro, vítima de 40 anos de fascismo. Vilas inteiras só com mulheres, velhos e crianças, esperando os “vales de correio” para poderem comprar comida e sobreviver. Clandestinos, eram explorados pelos empregadores e viviam em condições miseráveis. Para Salazar o reverso da medalha - diminuía o desemprego e aumentava a importação de divisas… O orçamento português da época atribuía 42,6% às Forças Armadas e 1,4% à Educação.

BAÚ DE RECORDAÇÕES – A prestigiosa revista “Paris Match” de 13/1/1962 noticiava o fim da “Índia Portuguesa”: 3000 soldados feitos prisioneiros. 36 horas tinham sido suficientes para abolir 451 anos de história. O verdadeiro não-violento tinha sido o governador português Vassalo e Silva cuja partida fez chorar as gentes de Goa, que o queriam abraçar. Rendendo-se, ele tinha evitado um massacre. Salazar, embora sabendo-o praticamente desarmado, tinha exigido que os soldados portugueses se rendessem. Como se isso tivesse mudado os ventos da história.

BAÚ DE RECORDAÇÕES – O “Diário Ilustrado” de 10/1/1961 fez uma edição especial para noticiar o sobrevoo de Lisboa por um avião da TAP, desviado por “piratas do ar. Lançara milhares de panfletos sobre a cidade, assinados por Henrique Galvão.
EFEMÉRIDENadine Gordimer, escritora sul-africana, nasceu em Springs, no dia 20 de Novembro de 1923. É autora de romances, contos, peças de teatro, ensaios e escritos políticos, sobretudo contra a segregação racial que vigorou no seu país. Recebeu o Prémio Nobel de Literatura em 1991. Foi condecorada com a Legião de Honra Francesa, em 2007, numa cerimónia realizada na Embaixada de França em Pretória.
Nascida de uma família burguesa, pai judeu e mãe inglesa, foi educada segundo a religião cristã e cresceu no ambiente privilegiado da comunidade branca. Isto não fez, porém, com que ficasse insensível às injustiças raciais e aos problemas sociopolíticos da África do Sul.
Redigiu a sua primeira novela, com a idade de nove anos, inspirando-se na revista que a polícia fizera ao quarto da sua doméstica negra.
Esteve muito próxima do ANC de Nelson Mandela. O Apartheid está quase sempre presente nas suas obras, misturado com a celebração das paisagens sul-africanas e o amor pela terra perfumada e colorida, que ela nunca abandonou.
Com o fim do Apartheid, soube renovar profundamente a sua visão das coisas e adaptar-se à nova situação, sem continuar a descrever situações, agora, felizmente, já pertencentes ao passado.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

SITE MUITO ÚTIL

Eis uma página muito completa e que dará jeito utilizar, pois pode saber-se a chegada dos aviões, ler os jornais, aceder aos portais dos bancos, das operadoras móveis, os horários dos comboios, os nºs do euro milhões, as farmácias de serviço e um sem número de coisas…
Vale a pena adicionar aos Favoritos:

www.indeks.pt

Divulguem-na, porque se não for utilizada, poderá desaparecer.
BAÚ DE RECORDAÇÕES – O “Parisien libéré” de 4-5 de Fevereiro de 1961 escrevia: «A rocambolesca aventura do “Santa Maria” acabou. Galvão entregou o paquete às autoridades brasileiras, no decorrer de uma cerimónia que se desenrolou a bordo. O Capitão aceitou o asilo político do Brasil». Henrique Galvão teve direito a uma foto na primeira página, precisamente a última tirada a bordo.

BAÚ DE RECORDAÇÕES – O “Paris Jour” anunciava em 2/2/1961 que, às 18:17, tudo acabara: «Galvão desembarcou os passageiros do barco pirata». A odisseia durara nove dias. O paquete entrou no porto do Recife, escoltado por cinco navios de guerra, 3 americanos e dois brasileiros. Corvetas da marinha portuguesa estariam ao largo do Recife, para evitar uma eventual saída do “Santa Maria” rumo a África.

BAÚ DE RECORDAÇÕES - 30 de Abril de 1974: Álvaro Cunhal regressou ao País, a bordo de um avião da Air France, após uma fuga de Peniche e um longo exílio. No alto da escada, de boné, meio tapado, o autor deste blog. De frente, o barbudo é José Duarte, um conhecido especialista de jazz e que na altura trabalhava na TAP.
BAÚ DE RECORDAÇÕES – O “Libération” de 31/1/1961 trazia este título: «O futuro da ditadura portuguesa joga-se talvez à vista do Recife». O transatlântico “Santa Maria” estava ao largo daquela cidade, mas fora das águas territoriais brasileiras, continuando com cerca de 600 passageiros a bordo, aguardando a vinda de um Almirante americano para negociações e esperando a tomada de posse de Jânio Quadros. O Mundo interessava-se não só pela aventura revolucionária, mas também por Portugal, país oprimido por uma ditadura bafienta. Era já uma vitória incontestável. Jornalistas de muitos países afluíam ao Recife. «Salazar anunciou que afundará o “Santa Maria”. Pois bem, eu farei fuzilar Salazar e os seus cúmplices” afirmou Humberto Delgado, no seu estilo inconfundível.


EFEMÉRIDE - Franz Peter Schubert, compositor austríaco, morreu em Viena, no dia 19 de Novembro de 1828. Nascera em Himmelpfortgrund, perto de Viena, em 31 de Janeiro de 1797.
O pai e um irmão deram-lhe as primeiras lições musicais, ensinando-lhe a tocar violino e piano. Entre 1808 e 1813 foi cantor no coro da Capela Imperial de Viena. Nos anos seguintes, compôs a maior parte da sua obra, escrevendo ao todo cerca de seiscentas canções e várias óperas, sinfonias e sonatas, entre outros trabalhos.
Não houve grande reconhecimento público pela sua obra, enquanto vivo. Teve sempre dificuldade em assegurar um emprego permanente, vivendo muitas vezes à custa de amigos e do trabalho que o pai lhe dava.
A sua saúde começou a deteriorar-se muito cedo em virtude da sífilis, doença de que padecia desde 1822. Morreu sem quaisquer recursos financeiros, com a idade de 31 anos, julga-se que de febre tifóide, se bem que alguns biógrafos apresentem outros motivos.
Hoje, o seu estilo imaginativo, lírico e melódico, faz com que Schubert seja considerado um dos maiores compositores do século XIX, marcando a passagem do estilo clássico para o romântico.

domingo, 18 de novembro de 2007

BAÚ DE RECORDAÇÕES – “France-soir” de 31/1/1961: o “Santa Maria” esperaria a tomada de posse do Presidente Jânio Quadros, no Brasil, para ali se dirigir e desembarcar os 551 passageiros. Henrique Galvão reafirmava que se bateria até ao fim se o barco fosse atacado. Humberto Delgado chegava ao Rio de Janeiro. O almirante americano Smith iria negociar com os rebeldes. Uma jovem mãe venezuelana preparava-se para dar à luz, a bordo do navio.
BAÚ DE RECORDAÇÕES – O paquete “Santa Maria” foi tomado de assalto por Henrique Galvão e pelos seus homens. Para se saber mais, na época, tinha de se recorrer à Imprensa estrangeira, apesar de ela ser por vezes apreendida. Na imagem, o “Paris Jour” de 26/1/1961: o barco vogaria com destino às costas de África e o capitão H. Galvão tinha declarado que não se renderia. «Vencedor ou vencido, ele passará à posteridade» afirmava o jornal. A finalidade principal da operação tinha sido já atingida: a imprensa do mundo inteiro falava da ditadura de Salazar nas suas primeiras páginas.
EFEMÉRIDE - Paul Éluard, de seu verdadeiro nome Eugène Émile Paul Grindel, poeta francês , morreu em Charenton-le-Pont , no dia 18 de Novembro de 1952. Nascera em Saint-Denis, em 14 de Dezembro de 1895. Muitos dos seus poemas contra o nazismo circularam clandestinamente em França, durante a ocupação alemã. Participou no movimento “Dada” e foi um elemento preponderante do Surrealismo. Foi membro do Partido Comunista Francês e tornou-se mundialmente conhecido como “O Poeta da Liberdade”, o poeta de todas as revoluções.
Esteve tuberculoso durante a adolescência, o que o obrigou a interromper os estudos, para ser internado num sanatório na Suiça. Neste país conheceu uma russa, Helena Diakonova, a quem ele chamaria Gala. Casaram-se em 21 de Fevereiro de 1917.
Em 1928, de regresso à Suiça, juntamente com Gala, esta encontrou Salvador Dali por quem se apaixona. Paul Éluard, por seu lado, conheceu Nusch que representará para ele tudo o que há de bom na mulher. Casa-se em 1934. Nusch morreria inesperadamente em 1946, em consequência de uma congestão cerebral.
Em Espanha, quando da guerra civil, Éluard insurge-se contra os franquistas. Em França, após a Libertação, é considerado um dos grandes poetas da Resistência.
Em 1951, casou-se pela terceira vez, com uma senhora que conhecera num Congresso da Paz, realizado no México. Felicidade reencontrada mas de pouca duração, pois Éluard morreu no ano seguinte, vítima de doença cardíaca.

sábado, 17 de novembro de 2007

BAÚ DE RECORDAÇÕES – Em Abril de 1999, o “Público” publicou um suplemento de 160 páginas dedicado aos 240 homens da Escola Prática de Cavalaria que, 25 anos atrás, saíram de Santarém, de madrugada, para descerem até à Capital, ocuparem o Terreiro do Paço, subirem ao Largo do Carmo e exigirem a rendição de Marcelo Caetano. O “Público” aproveitou para proporcionar o reencontro dos protagonistas, vinte e cinco anos depois. Faltava porém o protagonista principal, Salgueiro Maia, que desaparecera em 1992, vítima de doença oncológica. No 25 de Abril de 1974 tinha 29 anos. Não quis ser Conselheiro da Revolução, nem Ministro nem mesmo Comandante do seu Regimento. Quando o fim se aproximava já, em passos mais rápidos, pediu para que os seus camaradas e amigos cantassem o “Grândola” na hora da derradeira despedida. É um dos símbolos mais genuínos da Revolução dos Cravos.

BAÚ DE RECORDAÇÕES – A “Revista Expresso” dedicou integralmente o seu número de 23/4/1994 ao 20º aniversário do “25 de Abril”.
Centenas de histórias da Revolução, de personalidades de todos os quadrantes.
Nesta imagem, à esquerda, Amílcar Coelho e Luís Marques, o militar e o menino. Ao lado, os dois vinte anos mais tarde.
O militar fez um Mestrado e foi Assistente numa Faculdade, que abandonou para se dedicar a uma empresa de faianças em Alcobaça, constituída com apoios comunitários. Continuou a leccionar, simultaneamente, mas no ensino secundário.
O menino e a sua família só tiveram um benefício com o 25 de Abril: a ocupação de uma casa decente que estava devoluta e que foi posteriormente arrendada. Fugiu da escola. Aos dezoito anos, já vivia com uma “alternadeira”, doze anos mais velha. Beneficiando da profissão que aprendera com o pai (serralheiro), tirou a companheira “daquela vida”, casou-se e teve um filho. Foi campeão de luta greco-romana. Os azares estavam para vir: meteu-se na droga, separou-se da mulher, roubou, desintoxicou-se e vegetou. Quando havia um roubo na sua zona, era o primeiro suspeito da polícia, se bem que já “tivesse mudado de vida”.
Oxalá tenha conseguido entretanto recuperar a dignidade!

BAÚ DE RECORDAÇÕES – “o Diário” de 26/12/1986 denunciou que “Aviões da CIA operavam em Portugal”. Tratar-se-ia do transporte de armamento destinado aos “contra” nicaraguenses. Antes, teria havido uma operação semelhante com destino ao Irão.

BAÚ DE RECORDAÇÕES – Nas Presidenciais de 1986, foi necessária uma 2ª volta. O “Diário de Lisboa” de 17/2/1986 anunciou desta maneira a vitória de Mário Soares sobre Freitas do Amaral.
BAÚ DE RECORDAÇÕES – Pela primeira vez, uma figura proeminente do Partido Socialista, apresentou-se como Independente às Presidenciais (1986). A “Revista do Povo” dedicou um número especial a Salgado Zenha, que recebera o apoio de Ramalho Eanes, Presidente em exercício, e de grandes figuras do PS.


EFEMÉRIDE - Rachel de Queiroz, escritora, dramaturga, tradutora e jornalista brasileira, nasceu em Fortaleza, no dia 17 de Novembro de 1910. Faleceu no Rio de Janeiro, em 4 de Novembro de 2003.
Foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, em 1977. Em 1993, foi a primeira mulher galardoado com o Prémio Camões, o maior galardão literário da língua portuguesa. É considerada por muitos como a maior escritora brasileira.
Com 15 anos, completou o curso normal num colégio religioso. Estreou-se na imprensa em “O Ceará”, escrevendo crónicas e poemas. Escreveu o primeiro romance, História de um Nome, sob a forma de folhetim.
Em 1930, ao publicar “O Quinze”, romance que descreve a luta dos nordestinos contra as secas e a miséria, ficou conhecida em todo o Brasil.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1939, já como escritora consagrada.
Recebeu ao longo da sua vida inúmeros prémios e honrarias, entre eles: Prémio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em 1957 ; Prémio Teatro, do Instituto Nacional do Livro, e Prémio Roberto Gomes, da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, em 1959; Prémio Jabuti de Literatura Infantil, da Câmara Brasileira do Livro, em 1969, e Prémio Nacional de Literatura de Brasília, em 1980. Era Doutor Honoris Causa das Universidades do Ceará, de Acaraú e do Rio de Janeiro. Recebeu as Medalhas Rio Branco, do Itamarati, em 1985, e a Medalha de Grande Comendador do Mérito Militar, em 1986.
Morreu, vítima de problemas cardíacos, treze dias antes de completar os 93 anos.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

BAÚ DE RECORDAÇÕES - O “Diário de Lisboa” de 5.12.1980, todo impresso a negro, anunciou assim a morte de Sá Carneiro, ocorrida na noite da véspera, na sequência de um acidente de aviação.

"Médico prevenido vale por dois"...

Cuidado! Veja onde põe os pés...

EFEMÉRIDE - Chinua Achebe, de seu verdadeiro nome Albert Chinualumogu Achebe, romancista, novelista e poeta nigeriano, de expressão inglesa, crítico literário e um dos autores africanos mais conhecidos do século XX , nasceu em Ogidi, na Nigéria, em 16 de Novembro de 1930.
Diplomata, é um estudioso da política africana e da depreciação que o ocidente fez da cultura e da civilização de África, bem assim como dos efeitos das colonizações. A sua obra mais conhecida é Things fall apart (O mundo desmorona-se), publicada em 1958, traduzida em mais de 50 línguas e com mais de três milhões vendidos até 1987.
Antes de entrar na Nigerian Broadcasting Corporation (NBC) em 1954, efectuou algumas viagens por África e pelos Estados Unidos. Trabalhou algum tempo como professor de inglês, seguindo também uma formação na BBC de Londres. Em 1972, foi chefe de redacção do periódico Obike. Ensinou em várias universidades inglesas, americanas e nigerianas.
Em 1990, um infeliz acidente atirou-o para uma carreira de rodas. Em 2002, foi galardoado com o Prémio da Paz dos Livreiros Alemães, sendo considerado um “clássico ainda vivo”. Foi várias vezes nomeado para o Prémio Nobel, nunca o tendo no entanto recebido.
Entre outros galardões, ganhou ainda o Margaret Wrong Memorial Prize (1959), o Nigerian National Trophy for Literature (1960), o Commonwealth Poetry Prize (1972 e 79) e o Nigerian National Merit Award (1979). Em 2004, recusou, como protesto pela política seguida pelo seu país, o título de Comandante da República Federal, o segundo maior título da Nigéria. Recebeu, já este ano, o prestigioso Prémio Internacional Man Booker.

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Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...