segunda-feira, 31 de março de 2008

EFEMÉRIDEJames Cleveland Owens, conhecido como Jesse Owens, atleta norte-americano de alta craveira, morreu em Tucson, no Arizona, em 31 de Março de 1980, vítima de doença oncológica pulmonar. Nascera em Oakville, Alabama, no dia 12 de Setembro de 1913. Participou nos Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim, onde ganhou as medalhas de ouro dos 100 e 200 metros, do salto em comprimento e da estafeta 4 x 100 m. Já antes, no dia 25 de Maio de 1935, cometera a proeza de bater quatro recordes americanos e igualar outro, no espaço de 45 minutos.
Hitler dera tais incentivos aos atletas alemães “não judeus” que eles conseguiriam arrecadar 33 medalhas de ouro contra 24 dos Estados Unidos. Segundo os nazis estaria ali a prova da excelência da sua ideologia.
Para desgosto de Hitler, porém, um negro (Cornelius Johnson) ganhou a medalha de ouro no salto em altura. Hitler, que já tinha apertado a mão de um atleta finlandês e de outro alemão, ambos vencedores, ter-se-ia retirado do estádio logo no primeiro dia, após ter sido alertado pelo Comité Olímpico Internacional de que teria de cumprimentar todos os vencedores ou nenhum.
Daí em diante começou o show de Jesse Owens, que saiu vitorioso das quatro provas atrás aludidas. Curiosamente esta performance seria igualada nos Jogos de 1984 por outro atleta americano - Carl Lewis.
Suprema ironia, Franklin Roosevelt, que preparava as eleições americanas, temendo a reacção do eleitorado do Sul, recusou receber Owens na Casa Branca. Depois dos Jogos, Jesse Owens viveu com dificuldades, continuando a fazer a promoção do atletismo. Organizavam-se espectáculos em que ele dava avanço a outros corredores, acabando por ganhar e chegou a vencer corridas contra cavalos. Modesto, confessou mais tarde que só podia ter ganho aos cavalos porque estes se retraíam ao ouvir o ruído dos tiros de partida.
Recebeu em 1976, quarenta anos depois do seu feito, a Medalha da Liberdade e em 1990 a Medalha de Ouro do Congresso a título póstumo. Em 1984, foi dado o seu nome a uma rua de Berlim.
A maior lição de vida de Owens não é porém a sua história com Adolf Hitler, que está aliás cheia de especulações, mas sim o facto de ter contribuído para que muitos dos seus conterrâneos americanos passassem a aceitar e a respeitar os cidadãos de raça negra.

domingo, 30 de março de 2008

EFEMÉRIDEAmadeu Thiago de Mello, poeta brasileiro, nasceu em Barreirinha, Amazónia, em 30 de Março de 1926.
Estudou em Manaus, mudando-se depois para o Rio de Janeiro a fim de ingressar na Faculdade de Medicina. Abandonou porém o curso, para se dedicar inteiramente à Literatura.
Em 1951, publicou “Silêncio e Palavra” que o notabilizou no panorama cultural brasileiro. Álvaro Lins, Manuel Bandeira e José Lins do Rego, entre outros nomes ilustres, viram nele - desde logo - um grande valor da Literatura do Brasil.
Tem obras traduzidas em mais de trinta idiomas. Preso durante a ditadura, esteve exilado no Chile, onde encontrou Pablo Neruda de quem se tornou amigo para toda a vida. Thiago de Mello traduziu para português parte da obra de Neruda e este escreveu vários ensaios sobre T. de Mello. Durante o exílio, morou também na Argentina, em Portugal, em França e na Alemanha. Com o fim do regime militar, voltou à sua terra natal onde vive até hoje.
O seu poema mais conhecido é Os Estatutos do Homem. Os seus livros “Poesia Comprometida com a Minha” e a “Tua Vida” venceram um prémio concedido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte, em 1975.
Para festejar os seus 80 anos, foi lançado um CD, “A Criação do Mundo”, contendo alguns dos poemas escritos nos últimos 55 anos, lidos por ele próprio e musicados pelo seu irmão Gaudêncio.
Num dos últimos livros, “De Uma Vez Por Todas”, estão presentes todas as características marcantes da sua poesia: o lirismo, a sensibilidade, a alegria de viver, a luta contra a opressão e o amor pela Amazónia.

Há 42 anos... The Rolling Stones

sábado, 29 de março de 2008

SONHAR
(quadras
)

1
Com sonhos se faz a vida
(Nem sempre a nosso jeito)
Cada hora decorrida
Traz muito sonho desfeito.

2
Estarei apaixonado
Ou que estou eu a sentir?
- Sonho contigo, acordado
- Sonho contigo, a dormir…

3
Enquanto a neve caía
Tive um sonho abrasador:
- Teu olhar me aquecia
Nunca tive este calor.

4
Com sonhos se vai andando
Passo a passo, hora a hora.
Uns vão se realizando;
Noutros o coração chora.

Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDERui Manuel César Costa, notável jogador de futebol português, actualmente no Benfica, provavelmente jogando a sua última época, nasceu em Lisboa, no dia 29 de Março de 1972.
Começou a jogar aos cinco anos, nos infantis de “Futebol de Salão” do Damaia Ginásio Clube. Quatro anos depois, apresentou-se num treino do Sport Lisboa e Benfica. Passados dez minutos de treino, Eusébio - que estava a observar os futuros craques, ficou impressionado com “aquele miúdo” e tanto bastou para ele ali ficar, durante oito anos, desenvolvendo as suas qualidades. Foi emprestado depois ao Fafe em 1990. Regressado ao Benfica, venceu a Taça de Portugal de 93 e o título de Campeão Nacional de 93/94. A Fiorentina interessou-se por Rui Costa e pagou cerca de 6 milhões de euros, numa transferência milionária para a época.
Rui Costa jogou sete anos na Fiorentina onde venceu duas Taças de Itália. Manteve-se neste clube italiano, como capitão de equipa, até à sua falência, transferindo-se então para o A. C. Milan, por 35 milhões de euros. Em cinco anos, conquistou uma Taça de Itália, uma Liga dos Campeões, uma Super Taça de Itália, um Campeonato e uma Super Taça Europeia.
Em 2004 fez, a seu pedido, o último jogo pela selecção portuguesa, justamente na final do Euro 2004, em Portugal, no Estádio da Luz, frente à selecção da Grécia. Rui Costa sagrara-se Campeão do Mundo em 1991 na categoria de sub-21, vencendo na final o Brasil, em desempate por grandes penalidades. A final foi realizada no antigo Estádio da Luz e Rui Costa marcou o penalty vitorioso. Foi internacional 94 vezes, pertencendo à chamada “geração de oiro do futebol português”.
Um dos jogos mais marcantes da sua carreira foi um “amigável” entre o Benfica e a Fiorentina, no qual marcou um golo ao seu antigo clube. Não festejou, chorou depois de marcar o golo e ouviu um Estádio cheio, de pé, a aplaudi-lo.
Em 2006, regressou ao Sport Lisboa e Benfica. A transferência, desta vez, foi a custo zero e só foi possível porque Rui Costa e o AC Milan rescindiram amigavelmente o acordo que os ligava por mais uma época. Rui Costa abdicou, com a vinda para o Benfica, de cerca de 700 mil euros anuais.
Continua a evidenciar ainda hoje a grande precisão dos seus passes, uma qualidade muito acima da média e um poder de chuto fora do normal.

sexta-feira, 28 de março de 2008

"Cachorra gosta do pinto"...

EFEMÉRIDEJorge Mario Vargas Llosa, romancista, jornalista, ensaísta e político peruano, nasceu em Arequipa, no dia 28 de Março de 1936.
Ao completar 14 anos, ingressou como aluno interno no Colégio Militar Leôncio Prado, em La Perla, onde permaneceu durante dois anos. Esta experiência seria tema do seu primeiro livro “A cidade e os cães”, premiado por duas vezes.
Em 1953 entrou para a Universidad Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, a mais antiga da América, onde estudou Letras e Direito.
Aos 19 anos, casou-se com uma tia e teve vários empregos para sobreviver, entre eles o de fazer a “revisão” das inscrições em túmulos nos cemitérios.
Em 1958 recebeu a bolsa de estudos “Javier Prado” para estudar em Espanha, onde se doutorou em Filosofia e Letras, instalando-se depois em Paris. Em 1964 divorciou-se da tia, casando-se no ano seguinte com uma prima.
Tem escrito muitos romances, algumas peças de teatro e diversos ensaios, todos com grande êxito e traduzidos em mais de vinte línguas.
Em 1980 iniciou-se na política e em 1990 concorreu à Presidência do Peru, tendo perdido a eleição face a Alberto Fujimori, à segunda volta. Foi então para Espanha e reiniciou a actividade literária. O governo madrileno deu-lhe a cidadania espanhola, sem que ele tivesse de renunciar à nacionalidade peruana. As suas experiências como escritor e político são contadas na autobiografia “Peixe na Água”.
Tem recebido inúmeros prémios e condecorações de que se salientam o “Prémio Cervantes” (1994) e o “Prémio Príncipe das Astúrias de Letras” (1986). É membro da Academia Peruana de Línguas desde 1977 e da Real Academia Española desde 1994. Tem cerca de quarenta doutoramentos Honoris Causa por universidades da Europa, América e Ásia. Foi condecorado pelo governo francês com a Medalha de Honra em 1985.
FRASES LÓGICAS (e profundas)...

- Sozinho, um homem não é nada... nem corno! ( autor desconhecido)

- A minha esposa tem um bom físico. (Albert Einstein)

- Nunca pude estudar Direito. (O Corcunda de Notre-Dame)

- Sempre quis ser o primeiro. (João Paulo II)

- O automóvel nunca substituirá o cavalo. (A égua)

- Tenho um nó na garganta. (Saddam)

- Gosto da humanidade. (Canibal)

- Chega de humor negro! (Ku-Klux-Klan)

- És a única mulher da minha vida. (Adão)

- O evento foi um verdadeiro estouro. (Bin Laden)
CURIOSIDADE

http://www.japanesetranslator.co.uk/your-name-in-japanese/

Visite este site e traduza o seu nome para a língua japonesa. Na imagem, “Gabriel” em japonês...


quinta-feira, 27 de março de 2008

Celulares na Escola - Devia ser assim em Portugal...

EFEMÉRIDELudwig Heinrich Mann, escritor alemão, nasceu em Lübeck, no dia 27 de Março de 1871. Faleceu em Santa Mónica, Califórnia, em 12 de Março de 1950.
Era filho de um senador alemão e de uma brasileira. Em 1889 foi trabalhar como aprendiz numa livraria de Dresden e nos dois anos seguintes numa editora em Berlim. Publicou vários ensaios políticos e críticas culturais. “O Súbdito”, livro escrito em 1914, é considerado a sua obra-prima.
Escreveu vários ensaios sobre grandes figuras da literatura, como Goethe, Voltaire, Flaubert, George Sand, Émile Zola e Victor Hugo. Heinrich é o irmão mais velho do também escritor Thomas Mann.
Em 1931, foi presidente da secção de poesia da Academia Prussiana das Artes. Em 1933, após o acesso de Hitler ao poder, foi obrigado a deixar a Academia. Abandonou a Alemanha e fugiu para França (Paris e Nice), exilando-se depois nos Estados Unidos, com passagem por Espanha e por Portugal.
Depois da guerra, em 1949, foi nomeado presidente da Academia Alemã das Artes de Berlim Leste. Morreu no ano seguinte, na solidão e sem dinheiro, antes de ter podido regressar à República Democrática Alemã como tinha idealizado. Os seus restos mortais só foram trasladados para Berlim onze anos mais tarde. Em sua honra e memória foi instituído um prémio literário, o “Heinrich-Mann-Preis”.

quarta-feira, 26 de março de 2008

INTERESSANTE…

http://www.oddcast.com/home/demos/tts/tts_example.php?sitepal

- Visite este site e escolha a língua e o locutor (ou locutora) que prefere;
- Mexa o rato à volta da cabeça: os olhos seguem o cursor;
- Ele (ou ela) pronunciará tudo o que escrever;
- Há muitas línguas e sotaques à escolha!
EFEMÉRIDERobert Lee Frost, poeta norte-americano, nasceu em São Francisco, Califórnia, em 26 de Março de 1874. Morreu em Bóston, no dia 29 de Janeiro de 1963. Foi um dos mais importantes poetas dos Estados Unidos no século XX, tendo recebido quatro Prémios Pulitzer.
Até aos onze anos, a sua vida decorreu entre o pai que jogava e bebia, que era excêntrico e irascível, e a mãe que era religiosa e culta e lhe despertou o interesse pela literatura. Após a morte do progenitor, em 1885, a família mudou-se para a Nova Inglaterra. Com dezasseis anos apenas, publicou o seu primeiro poema, começou a dar aulas e a realizar pequenos trabalhos no campo.
Em 1895, casou-se com Elinor White de quem veio a ter seis filhos. Passou a dedicar cada vez mais tempo à vida no campo e, seis anos depois, já administrava a própria fazenda. Escrevia os seus poemas à noite, na mesa da cozinha.
Em 1906, começou a leccionar a tempo inteiro na Pinkerton Academy, dedicando-se mais intensamente às letras e começando a proferir muitas palestras e conferências.
De 1912 a 1915 foi viver para Inglaterra, onde publicou os seus dois primeiros livros de poemas: “A Boy’s Will” e “North of Boston”. Os livros foram bem recebidos pela crítica e Frost foi apresentado a vários poetas famosos, entre eles o consagrado Ezra Pound. Regressou aos Estados Unidos e logo ali publicou os dois primeiros livros.
A morte da mulher e o suicídio da filha Carol, dois anos depois, destabilizaram-no emocionalmente. No ano seguinte mudou-se para Cambridge, onde viveu o resto da vida.
Entre as suas viagens como conferencista contaram-se uma visita ao Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo em 1954) e outra à Europa em 1957.
Escreveu igualmente três peças teatrais. O seu poema “The Road Not Taken” é uma peça literária obrigatória em qualquer antologia poética de língua inglesa. O seu nome foi referido em vários filmes, como por exemplo em “Sociedade dos Poetas Mortos”.

terça-feira, 25 de março de 2008

EFEMÉRIDEBéla Viktor János Bartók de Szuhafő, compositor húngaro, pianista e coleccionador de música popular da Europa do Leste, nasceu em Nagyszentmiklós, actualmente Sânnicolau Maré, em 25 de Março de 1881. Faleceu em Nova Iorque, no dia 26 de Setembro de 1945.
Bartók, que é considerado um dos maiores compositores do século XX, foi também um dos fundadores da Etnomusicologia.
A infância de Béla Bartók foi marcada por uma saúde muito delicada e pela morte de seu pai, tinha ele apenas sete anos. Foi a mãe que lhe deu as primeiras lições de piano, tendo-se apresentado em público pela primeira aos dez anos.
Em 1905, começou a aprofundar o seu interesse pela música popular húngara. Percorreu a Hungria e a Roménia, recolhendo cerca de dez milhares de melodias e cantos populares.
De 1907 a 1934 foi professor de piano na Academia Real de Budapeste. Em 1911 escreveu a sua única ópera “O Castelo do Barba-Azul”.
Durante a Segunda Guerra Mundial, fugindo ao nazismo, abandonou o seu país natal e exilou-se nos Estados Unidos. Decepcionou-se com a vida em Nova Iorque, onde encontrou pouco interesse pela sua obra e o consequente pouco retorno financeiro. Pôde prosseguir, no entanto, a sua carreira com a ajuda de vários amigos.
Em 1944 passou a viver num hospital, recebendo cuidados médicos em virtude da leucemia que o afligia. Ainda assim, ali compôs o 3º Concerto para Piano e um Concerto para Viola, que ficou incompleto e foi finalizado por um seu aluno.
A título póstumo foi laureado com o Prémio de Honra da Paz (Conselho Mundial da Paz em 1954). Os seus restos mortais foram transferidos de Nova Iorque para Budapeste em 1988.

segunda-feira, 24 de março de 2008

"Percalços" nas Igrejas

EFEMÉRIDEMarcos António da Fonseca Portugal, compositor e organista português de música erudita, nasceu em Lisboa no dia 24 de Março de 1762. Faleceu no Rio de Janeiro em 17 de Fevereiro de 1830. As suas obras foram conhecidas por toda a Europa, sendo um dos mais famosos compositores portugueses de sempre.
Compôs a sua primeira música com catorze anos de idade e aos 21 já era organista e compositor da Sé Patriarcal de Lisboa. Em 1785, foi nomeado mestre do “Teatro do Salitre”, para o qual escreveu farsas e entremezes, além de “modinhas”. Muitas das suas melodias tornaram-se populares, sendo também do agrado da corte portuguesa, que lhe encomendou obras religiosas para o Palácio Real de Queluz e outras capelas utilizadas pela Família Real.
Graças ao apoio dado pela Corte, esteve em Itália durante largos períodos entre 1792 e 1800. Ali compôs mais de vinte óperas em estilo italiano, muito bem recebidas pela crítica e pelo público e encenadas em vários teatros do país.
Regressado a Portugal, foi nomeado mestre de música do Seminário da Patriarcal e maestro do Teatro de São Carlos de Lisboa, para o qual compôs várias óperas. Em 1807, com a chegada das tropas de Napoleão, a Família Real Portuguesa foi para o Rio de Janeiro, mas Marcos Portugal ficou em Lisboa.
Só em 1811 viajou para o Rio de Janeiro a pedido do Príncipe Regente, sendo recebido como uma celebridade e nomeado Compositor Oficial da Corte e Mestre de Música dos Infantes. Em 1813 foi inaugurado no Rio de Janeiro o Teatro Real de São João, construído à imagem do Teatro de São Carlos de Lisboa, para o qual Marcos Portugal compôs diversas obras e onde foram encenadas várias das suas óperas. Tinha uma posição privilegiada na corte, sendo professor de música do príncipe Pedro, futuro Pedro I do Brasil e Pedro IV de Portugal.
Tendo já sido vítima de dois ataques apoplécticos, Marcos Portugal não acompanhou D. João VI quando a corte voltou a Portugal em 1821. Morreu pobre e esquecido no Rio de Janeiro. O Teatro de S. João ardeu em 1823, sendo depois reconstruído com o nome de Teatro de S. Pedro de Alcântara.
Marcos Portugal foi um dos mais produtivos compositores portugueses de todos os tempos e a sua extensa obra encontra-se dispersa por vários arquivos em Portugal, Brasil, Itália, França, Inglaterra, Espanha, Bélgica e Estados Unidos da América.

domingo, 23 de março de 2008

EFEMÉRIDE Calouste Sarkis Gulbenkian, engenheiro e empresário arménio naturalizado britânico, nasceu em Scutari, Istambul, em 23 de Março de 1869. Faleceu em Lisboa, no dia 20 de Julho de 1955. Tendo-se dedicado ao sector petrolífero, foi um dos pioneiros do seu desenvolvimento no Médio Oriente. Foi igualmente um importante mecenas, com grande contributo para o fomento da cultura em Portugal. A sua herança esteve na origem da constituição da Fundação Calouste Gulbenkian. Épocas houveram em que a sua Fundação quase parecia substituir o Ministério da Cultura.
Estudou em várias cidades europeias, tendo-se licenciado em engenharia em Londres (1887). Fez uma viagem à Transcaucásia em 1891, visitando os campos petrolíferos de Baku. Aos 22 anos publicou um livro sobre esta viagem, que foi também publicado parcialmente numa revista que chegou às mãos do Ministro das Minas do Governo Otomano. Gulbenkian foi então encarregado de elaborar um relatório sobre os campos de petróleo do Império Otomano, em especial na Mesopotâmia.
Negociador hábil e esclarecido, negociou contratos com grandes financeiros internacionais e com as autoridades otomanas, fomentando a exploração racional e organizada desta fonte de energia emergente.
Em 1928, desempenhou um papel fulcral nas negociações entre quatro grandes empresas internacionais, cabendo a cada uma 23,75% do capital e a ele próprio 5%. Este facto originou que Gulbenkian ficasse conhecido na indústria dos petróleos como o “Senhor Cinco por Cento”. A riqueza que então acumulou permitiu-lhe satisfazer a paixão pelas obras de arte, chegando a reunir mais de seis mil peças. Foi seu desejo que a colecção ficasse exposta num mesmo local e, por isso, ela veio a ficar reunida em Lisboa.
Tal como soube ganhar uma imensa fortuna ao longo da vida, Gulbenkian soube distribuí-la em testamento com grande generosidade.
Tinha vindo a Portugal pela primeira vez em 1942, em que Lisboa seria apenas escala numa viagem para Nova Iorque, mas tendo adoecido acabou por ficar mais tempo do que o previsto. Sentindo-se bem acolhido numa Lisboa tranquila, enquanto grande parte da Europa estava em guerra, passou a residir de forma permanente na capital portuguesa, no Hotel Aviz.
O seu testamento, datado de 18 de Junho de 1953, veio a possibilitar a criação da Fundação com o seu nome, que herdou o remanescente da sua fortuna e tem fins caritativos, artísticos, educativos e científicos, estando sedeada em Lisboa.
FELIZ PÁSCOA PARA TODOS

sábado, 22 de março de 2008

EFEMÉRIDEÉrik Orsenna, de seu verdadeiro nome Érik Arnoult, romancista e académico francês, nasceu em Paris no dia 22 de Março de 1947.
Após estudos de filosofia, ciências políticas e economia, seguiu a carreira de pesquisador e professor nas áreas de Finanças Internacionais e de Economia do Desenvolvimento. Foi conselheiro do Ministério da Cooperação em 1981, ocupando-se das matérias-primas e das negociações multilaterais. De 1983 a 1984 foi conselheiro cultural de François Mitterrand, sendo nomeado Conselheiro do Estado em 2000. É igualmente membro do Alto Comissariado da Francofonia, pertencendo à Academia Francesa desde 1998.
Escreveu sete romances de grande êxito, tendo “La Vie comme à Lausanne” obtido o Prémio Roger Nimier em 1978 e “A Exposição Colonial” vencido o prestigiado Prémio Goncourt em 1988.
É actualmente vice-presidente da sociedade Cytale (livros electrónicos).

sexta-feira, 21 de março de 2008

EFEMÉRIDE Raphael Augusto Bordallo Prestes Pinheiro (segundo grafia da época), desenhador, aguarelista e ilustrador português, nasceu em Lisboa, no dia 21 de Março de 1846. Morreu, de crise cardíaca, igualmente na capital, em 23 de Janeiro de 1905. Tem obras dispersas por jornais e revistas e em dezenas de livros. Foi também percursor dos cartazes artísticos em Portugal, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor.
Salientou-se sobremaneira em caricaturas, género de desenho a que deu um grande impulso, sendo autor da figura popular “Zé-povinho” que se veio a tornar num símbolo do povo português.
Depois de ter seguido estudos ligados às artes, o pai arranjou-lhe um lugar na Câmara dos Pares (1863) onde, ao presenciar e ouvir as intrigas políticas nos bastidores, veio a descobrir a sua vocação de caricaturista.
Em 1868, fez a primeira exposição dos seus trabalhos na “Sociedade Promotora de Belas-Artes”. Em 1871 recebeu um prémio na Exposição Internacional de Madrid.
Em 1875 criou a figura do Zé-povinho, publicada na revista “A Lanterna Mágica”. Nesse mesmo ano, partiu para o Brasil onde colaborou em vários jornais, continuando a enviar colaboração para Portugal. Regressou ao país em 1979 para publicar “O António Maria”, um dos muitos jornais que lançou ao longo da sua vida.
Em 1885, começou a trabalhar em barro, fabricando loiça artística numa fábrica das Caldas da Rainha.
Compôs desenhos para algumas revistas estrangeiras, como “El Mundo Comico”, “Ilustrated London News”, “Ilustracion Española y Americana”, “L'Univers Illustré” e “El Bazar”.
Sempre em cima dos acontecimentos, caricaturou quase todas as personalidades de relevo da política, da Igreja e da cultura portuguesa. Apesar da crítica demolidora espelhada nos seus desenhos, era admirado e respeitado pelo público e mesmo pelos visados.
Com as suas faianças conquistou prémios em Madrid (1892 e 1895), Antuérpia (1894), Paris (1900) e Estados Unidos, St. Louis (1904).
Trabalhou igualmente para o Teatro, desenhando figurinos e cenários. Pela decoração do Pavilhão de Portugal na Exposição de Paris de 1889 recebeu a Legião de Honra.

"Daniela e Roberto"

O tira-cápsulas...

quinta-feira, 20 de março de 2008

EFEMÉRIDEPublius Ovidius Naso, poeta clássico latino, nasceu em Sulmona, actualmente em Abruzos, no Sul de Itália, em 20 de Março de 43 a.C.. Faleceu no ano 17 d.C. em Tomes, localidade hoje situada na Roménia.
Estudou Retórica em Roma, mas cedo abandonou a ideia de seguir uma carreira jurídico-administrativa. Aos dezoito anos, o pai autorizou-o a viajar por Atenas, o que muito o marcou e veio a alimentar algumas das suas obras.
Levou uma vida boémia e foi muito admirado como poeta. No ano 8 d.C., porém, foi expulso de Roma pelo imperador Augusto provavelmente porque o seu livro “A Arte de Amar” foi considerado imoral. Embora tenha sido esta a explicação oficial, poderiam ter havido outras razões como, por exemplo, um possível romance entre Ovídio e uma filha do imperador. Foi por essa época que ele abandonou a poesia erótica e escreveu a sua obra mais famosa: “Metamorfoses”, poemas repartidos por quinze livros, em que retomou histórias mitológicas gregas e romanas.
Os últimos versos que escreveu reflectem a nostalgia, a dor e o desespero de um exilado. Foi em vão que tentou voltar a Roma mas, nem depois da morte, a família conseguiu repatriar o seu corpo.
Os versos de Ovídio influenciaram vários autores como, por exemplo, Dante e Shakespeare.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Como será?

EFEMÉRIDEJoão da Cruz e Sousa, poeta brasileiro, morreu em Estação do Sítio, no dia 19 de Março de 1898. Nascera em Nossa Senhora do Desterro, actual Florianópolis, Santa Catarina, em 24 de Novembro de 1861. Chamavam-lhe o “Dante Negro” e o “Cisne Negro” e foi um dos percursores do Simbolismo no Brasil.
Filho de escravos alforriados, recebeu desde criança a tutela e uma educação esmerada do seu “ex-senhor”, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa, de quem adoptou o apelido. Aprendeu francês, latim e grego e foi aluno de um professor alemão, com quem aprendeu matemática e ciências naturais.
Aos vinte anos, já dirigia um jornal (Tribuna Popular), no qual combateu a escravidão e os preconceitos raciais.
Publicou o seu primeiro livro em 1885. Cinco anos depois foi para Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista, colaborando igualmente no jornal “Folha Popular”. Em 1893 publicou “Missais” (prosa) e “Broquéis” (poesia). Em Novembro desse mesmo ano, casou-se com Gavita, também negra, de quem teve quatro filhos. Morreram todos prematuramente vítimas de tuberculose, o que levou a sua mulher à loucura. Cruz e Sousa veio a contrair igualmente a tuberculose, morrendo aos 36 anos, pobre, infeliz, incompreendido e desiludido com o racismo.

terça-feira, 18 de março de 2008

EFEMÉRIDE Odysséas Elýtis, de seu verdadeiro nome Odysséas Alepudélis, poeta, ensaísta, crítico e tradutor grego, morreu em Atenas no dia 18 de Março de 1996. Nascera em Creta, em 2 de Novembro de 1911. Estudou Direito na Universidade de Atenas, embora não tenha chegado a licenciar-se.
A sua principal obra, escrita durante catorze anos e publicada em 1959, é “To Axion Esti”. De salientar também "Papéis abertos", uma importante recolha de ensaios. Recebeu o Prémio Nobel de Literatura em 1979.
Colaborou com a revista “Nea Grammata” (“Nova Cultura”), onde publicou as suas primeiras poesias. Alguns dos seus poemas foram musicados por dois dos maiores compositores gregos do século XX, Mikis Theodorakis e Manos Hadjidakis.
Do seu núcleo de amigos mais próximos, faziam parte vários poetas surrealistas franceses e também pintores, como Picasso e Matisse, que ilustraram aliás algumas das suas obras.
Durante a Segunda Guerra Mundial, quando da ocupação da Grécia pelos alemães, juntou-se à resistência antifascista na Albânia.
Viveu longos períodos em Paris, onde aprofundou os seus conhecimentos de Filologia e Literatura, na Sorbonne. Representou a Grécia em muitas manifestações culturais realizadas em vários países da Europa.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Não utilize o celular, a menos que tenha o "kit mãos livres"!

EFEMÉRIDE Nat King Cole, de seu verdadeiro nome Nathaniel Adams Coles, cantor e pianista de jazz norte-americano, nasceu em Montgomery no Alabama, em 17 de Março de 1919. Morreu em Santa Monica, na Califórnia, em 15 de Fevereiro de 1965.
Várias canções ficaram imortalizadas através da sua voz, como “Unforgettable” e "Quizás, Quizás, Quizás", entre muitas outras. Cantou também em espanhol e em português.
Aprendeu a tocar piano, especialmente jazz, música Gospel e música clássica, numa Igreja Baptista, onde sua mãe era organista. O pai era Pastor e o pequeno Nathaniel chegou a actuar no coro da Igreja, juntamente com ele.
Sofreu como tantos outros os preconceitos racistas, tendo-se apresentado por vezes para plateias negras e brancas separadamente. Em 1956, foi apresentador de televisão num programa com grande audiência, mas que foi extinto pois os patrocinadores não queriam que os seus produtos e serviços estivessem associados a um homem negro.
Actuou em vários grupos e gravou os primeiros discos em 1936, partindo no ano seguinte para Los Angeles. Foi nesta época que adoptou o seu “nome artístico”. Em 1941, gravou com o “King Cole Trio” o primeiro grande sucesso com “Sweet Lorraine”. O trio transformou-se em quarteto e depois em quinteto, fazendo muitas gravações de sucesso em Nova Iorque. Em 1943, novamente em Los Angeles, iniciou-se no cinema, aparecendo em vários filmes e prosseguindo a sua carreira de cantor.
Viciado no tabaco e fumando vários maços por dia, foi vencido por doença cancerosa nos pulmões, quando tinha apenas 46 anos.

domingo, 16 de março de 2008

EFEMÉRIDEAugusto Pinto Boal, dramaturgo e ensaísta, teórico e encenador de teatro brasileiro, de renome internacional, nasceu no Rio de Janeiro em 16 de Março de 1931.
Autor de uma abundante obra, com traduções em mais de vinte línguas, é conhecido igualmente pela sua participação no Teatro de Arena em São Paulo, entre 1956 e 1970, e pelas suas teorias sobre o “Teatro do Oprimido”, que são aliás estudadas nas principais escolas de teatro mundiais.
Filho de um modesto padeiro português, licenciou-se em Química na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1950, cursando depois Dramaturgia na Universidade de Columbia nos Estados Unidos. De regresso ao Brasil, integrou o aludido Teatro de Arena, que foi uma das mais importantes companhias teatrais brasileiras. Em 1965, juntamente com Gianfrancesco Guarnieri e Edu Lobo, apresentou “Arena Conta Zumbi” que teve grande sucesso e que chegou a Portugal sob a forma de disco. Seguiram-se outras peças com igual êxito.
Depois do golpe militar, Boal dirigiu no Rio de Janeiro o Show Opinião, com Zé Kéti, João do Vale e Nara Leão (depois substituída por Maria Bethânia), criando um verdadeiro foco de resistência à situação.
A Primeira Feira Paulista de Opinião, por ele concebida e encenada, reuniu textos de vários autores sobre o “Brasil de 1968”. Apresentou o espectáculo na íntegra, ignorando os mais de setenta cortes feitos pela censura e incitando assim à desobediência civil. Lutou pela permanência da peça em cartaz, mesmo depois da sua proibição. O “Teatro de Arena” actuou nos Estados Unidos, México, Peru e Argentina.
Boal foi preso e exilado em 1971, prosseguindo a sua carreira no estrangeiro. Viveu cinco anos na Argentina, mudando-se depois para Portugal, onde esteve dois anos a trabalhar com o grupo português “A Barraca”. A partir de 1978 fixou-se em Paris, onde criou um centro para pesquisa e difusão do “Teatro do Oprimido”. Visitou o Brasil em 1979, dirigindo um curso teatral no Rio de Janeiro, e voltou no ano seguinte com o seu grupo francês.
Em 1986, Boal regressou ao Brasil, iniciando o plano piloto “Fábrica de Teatro Popular”, que tinha como finalidade tornar acessível a linguagem teatral a qualquer cidadão.
Por curiosidade, diga-se que a canção de Chico Buarque “Meu Caro Amigo” é uma carta em forma de música feita em homenagem a Boal, que vivia então exilado em Lisboa.
Augusto Boal é Oficial da Ordem de Artes e Letras francesa desde 1981, tendo recebido também a Medalha Picasso da UNESCO em 1994. Falou-se na sua nomeação para Prémio Nobel da Paz em 2007.

sábado, 15 de março de 2008

EFEMÉRIDE Gilberto de Mello Freyre, sociólogo, antropólogo, escritor e uma das grandes figuras da História do Brasil, nasceu no Recife, em 15 de Março de 1900, tendo falecido na mesma cidade em 18 de Julho de 1987. A família descendia de índios, espanhóis, portugueses e holandeses.
Tinha nove anos quando morreu a avó materna, que passava a vida dando-lhe mimos, julgando que ele era retardado, por demonstrar alguma dificuldade em aprender a escrever.
O seu primeiro contacto com a literatura foi a leitura de “As Viagens de Gulliver”. O desenho despertava-lhe, porém, naquela época, um maior entusiasmo e teve aulas particulares de pintura. Começou a aprender a ler e escrever em inglês com um professor britânico que lhe elogiava os desenhos, ao contrário do próprio mestre que o criticava, dizendo que ele deformava os modelos.
Gilberto Freyre acabou por fazer estudos absolutamente normais, entrando depois para a Universidade de Columbia nos Estados Unidos, onde fez um Mestrado em Ciências Sociais. Começou a dedicar-se à literatura e o seu primeiro e mais conhecido livro foi “Casa-Grande & Senzala”, publicado em 1933.
Em 1946 foi eleito deputado para a Assembleia Constituinte e, em 1964, apoiou o golpe militar que derrubou João Goulart. Foi nomeado para a Academia Pernambucana de Letras em 1986.
Ao longo da vida, recebeu inúmeros prémios e honrarias. Saliente-se: o Prémio de Excelência Literária, da Academia Paulista de Letras (1961); o Prémio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (1962); o Prémio Internacional La Madonnina de Itália (1969); o título de “Sir”, Cavaleiro Comandante do Império Britânico (1971); a Medalha Joaquim Nabuco, da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (1972); o Prémio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (1973); a Grã-Cruz Andrés Bello da Venezuela (1978); a Grã-Cruz de D. Alfonso, El Sabio, de Espanha (1983); a Grã-Cruz de Santiago de Espada de Portugal (1983) e a Grã-Cruz da Legião de Honra de França (1986).

sexta-feira, 14 de março de 2008

EFEMÉRIDEKarl Heinrich Marx, activista político, teórico, filósofo, economista e escritor alemão, considerado como um dos fundadores da Sociologia, morreu em Londres, no dia 14 de Março de 1883. Nascera na Renânia, em 5 de Maio de 1818.
Participou, como intelectual e revolucionário, no movimento operário, influenciando-se mutuamente. A sua visão da história, como resultado da luta de classes, deu origem ao “marxismo”. É difícil, mesmo hoje, analisar a sociedade humana sem se referir, em maior ou menor grau, pró ou contra, as ideias de Karl Marx, sobretudo nos seus aspectos económicos.
A mãe era uma judia holandesa e o pai, também judeu, teve de se converter ao protestantismo para poder exercer a sua profissão de advogado. Em 1835, Karl ingressou na Universidade de Bona para estudar Direito. No ano seguinte mudou para a Universidade de Berlim, interessando-se por História e por Filosofia. Doutorou-se em 1841.
Impedido de seguir a carreira académica, foi chefe de redacção da “Gazeta Renana”, que foi fechada em 1843 pela Censura do governo prussiano. Marx emigrou então para França, depois para Bruxelas e finalmente para Londres, onde viveu até ao fim dos seus dias.
Durante a maior parte da vida, sustentou-se com o que ganhava com colaborações ocasionais em jornais alemães e norte-americanos e com auxílios financeiros do seu amigo e colaborador Friedrich Engels.
Karl Marx sentia-se sobretudo um revolucionário e achava que a sua missão era contribuir para a derrocada da sociedade capitalista e a emancipação do proletariado. Foi odiado, caluniado, difamado, deportado de território em território, mas tentava ignorar e esquecer tudo. A sua atitude perante a vida, deu-lhe o direito a morrer amado e adorado por milhões de trabalhadores em todo o Mundo.
Foi um dos maiores pensadores de todos os tempos. A sua obra foi construída fazendo a síntese da economia política inglesa, do socialismo francês e da filosofia alemã, de que nasceu uma nova lógica que ficou conhecida como “materialismo dialéctico histórico”.
Criticava todas as correntes socialistas que, segundo ele, procuravam reformar o mundo em vez de o transformar. Defendia um “Socialismo Científico”, para se opor ao romantismo, e o Comunismo, para se opor ao mero reformismo. Não se tratava, segundo ele, de amenizar a exploração, mas sim de acabar com ela.
Numa das suas principais obras, “O Capital”, fez uma extensa e profunda análise crítica da sociedade capitalista. O conceito de “Mais-valia” foi por ele empregado para explicar a obtenção de lucros, por vezes imorais, à custa da exploração da mão-de-obra.

quinta-feira, 13 de março de 2008

EFEMÉRIDEIvo Andrić, escritor servo-croata, morreu em Belgrado no dia 13 de Março de 1975. Nascera em Travnik, que fazia então parte do Império Austro-Húngaro, hoje Bósnia Herzegovina, em 9 de Outubro de 1892. Ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1961, sendo as suas obras mais famosas: “A Ponte sobre o Drina”, “Crónica Bósnia” e “O Pátio Maldito”, romances históricos que descrevem a vida na Bósnia e no Império Otomano.
As suas primeiras obras foram escritas em croata, só depois tendo passado a escrever em sérvio. Apoiava a ideia da utilização de uma língua comum (servo-croata).
O pai morreu quando Ivo tinha apenas dois anos. Foi criado pela família da mãe, numa pequena cidade situada junto do rio Drina. Ali ouviu as lendas, contadas de geração em geração, sobre a ponte otomana, que o levariam a escrever um dos seus principais romances.
Andrić estudou História e Literatura Eslava em Zagreb, Viena, Cracóvia e Graz, tendo completado os estudos universitários, defendendo uma tese sobre o desenvolvimento da vida espiritual na Bósnia sob o domínio Turco.
Sendo partidário da “ideia jugoslava”, chegou a ser preso, suspeito de ter participado no assassinato do Arquiduque Francisco Fernando, acontecimento que despoletou a Primeira Guerra Mundial. Foi na prisão de Maribor que ele escreveu as suas primeiras peças literárias. Depois de ter sido formado o “Reino dos sérvios, croatas e eslovenos” (mais tarde denominado Jugoslávia), Andrić seguiu uma carreira diplomática de sucesso. Exerceu cargos de destaque em várias cidades europeias, escrevendo simultaneamente contos, poemas e crónicas de viagens, entre as quais “Portugal, terra verde”.
A Segunda Guerra Mundial surpreendeu-o como embaixador da Jugoslávia na Alemanha. Por obrigação do cargo, relacionou-se com várias personalidades do regime nazi, nunca manifestando porém qualquer simpatia pela ideologia vigente. Recusando o asilo político oferecido pelos nazis, regressou à Jugoslávia ocupada, onde viveu sob prisão domiciliária. Durante esta época, escreveu alguns dos seus mais famosos romances que só seriam todavia publicados após o fim da guerra. Foi amigo pessoal do Presidente jugoslavo Josip Broz Tito.
Embora por vezes controversas, as suas principais obras fazem parte, ainda hoje, dos programas de Literatura na Croácia, na Sérvia e na Bósnia. Estão traduzidas em cerca de quarenta línguas, entre as quais o português. Andrić foi membro da Academia Sérvia das Ciências e das Artes e presidiu a União dos Escritores Jugoslavos.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Espectáculo de Ballet excepcional!

EFEMÉRIDETirso de Molina, de seu verdadeiro nome Gabriel Téllez, dramaturgo e poeta espanhol, morreu em Almazán, no dia 12 de Março de 1648. Nascera em Madrid, em 24 de Março de 1583. Aos dezasseis anos entrou para um convento, prosseguindo os seus estudos em Guadalajara e Salamanca, e residindo depois na Galiza e em Portugal. Passou algum tempo em Sevilha e embarcou mais tarde para Santo Domingo, capital da actual República Dominicana, onde ficou dois anos.
Juntamente com Lope de Vega e Pedro Calderón de la Barca, foi um dos grandes autores teatrais do “Século de Oiro” espanhol, celebrizando-se por ter escrito a primeira peça de teatro sobre o personagem mítico Don Juan: “El burlador de Sevilla”. Autor muito fecundo, escreveu 317 comédias de costumes, de intriga, morais e religiosas. O essencial da sua obra foi produzido entre 1610 e 1625, período em que teve grande popularidade como homem do teatro, frequentando assiduamente a Corte e os meios literários.
A sua boa estrela empalideceu a partir de 1625, quando foi acusado, juntamente com outros autores, de corromper os costumes através das suas “comédias profanas”. Foi condenado a abandonar a Corte e proibido de escrever para o Teatro. Em 1632 foi nomeado cronista de uma ordem religiosa e, depois, responsável pelo convento de Soria.

terça-feira, 11 de março de 2008

EFEMÉRIDEMarcos César Pontes, primeiro astronauta brasileiro e primeiro lusófono a viajar no espaço, nasceu em Bauru, no dia 11 de Março de 1963. Fez parte da "Missão Centenário", que comemorou os cem anos do voo de Santos Dumont realizado em 1906, com o avião 14 Bis.
Marcos Pontes obteve, em 1984, o bacharelado em Tecnologia Aeronáutica da Academia da Força Aérea. Em 1989, iniciou o curso de Engenharia Aeronáutica no Instituto Tecnológico, em São José dos Campos, São Paulo, tendo recebido o título de engenheiro em 1993. Em 1998, tornou-se mestre em Engenharia de Sistemas, na Naval Postgraduate School, localizada em Monterrey, na Califórnia.
Em 30 de Março de 2006 foi lançado do Casaquistão em direcção à Estação Espacial Internacional, a bordo da nave russa Soyuz TMA-8, na companhia dum astronauta russo e doutro norte-americano. A bordo, fez nove experiências científicas, médicas e biológicas, que só podiam ser executadas em ambiente de micro gravidade. Regressou à Terra em 8 de Abril, a bordo da nave Soyuz TMA-7. O Brasil tornara-se, assim, no 27º país a ter enviado um cidadão para o espaço. Marcos Pontes completou 155 órbitas e a sua missão durou 9 dias, 21 horas e 17 minutos.
Foi piloto de caças da Força Aérea Brasileira, com a patente de tenente-coronel, tendo cerca de 2 000 horas de voo, a bordo de vinte modelos de jactos militares.
Dois meses após o seu voo no espaço, pediu para passar à reserva. A viagem teria custado cerca de 40 milhões de reais aos cofres públicos, entre o pagamento da viagem e oito anos de treino na NASA (1998/2006). Marcos Pontes explicou que a saída da Aeronáutica foi decidida em comum acordo com a Força Aérea Brasileira porque, durante os oito anos passados na NASA, perdera uma série de cursos obrigatórios para oficiais de carreira e a sua actuação em prol do Programa Espacial seria mais útil, se desvinculado da Aeronáutica. Continua, aliás, com as suas actividades no Johnson Space Center, em Houston, e está preparado e à disposição para futuros e eventuais voos espaciais. É detentor da Medalha de Honra ao Mérito da Academia da Força Aérea e da Medalha Santos Dumont.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Esta é que é uma campeã de bilhar!!

EFEMÉRIDEBoris Vian, romancista, poeta, cantor, crítico, músico (trompetista) e engenheiro francês, nasceu em Ville-d’Avray, no dia 10 de Março de 1920. Faleceu em Paris, em 23 de Junho de 1959.
A todos aqueles múltiplos talentos, ainda há que acrescentar os de conferencista, argumentista e tradutor de inglês. Publicou várias das suas obras sob os pseudónimos de Vernon Sullivan, Bison Ravi, Baron Visi e Brisavion.
Vítima aos doze anos de reumatismo articular agudo, que lhe ocasionou uma insuficiência aórtica, o pequeno Boris foi alvo de todos os afectos dos pais, situações que se reflectiram nos temas de alguns dos seus livros.
Após finalizar o curso de engenheiro, trabalhou na “Association Française de Normalisation”, onde aproveitava todos os momentos livres para escrever e tocar música de jazz. Frequentou os célebres cafés do bairro de Saint-Germain-des-Prés, onde se reuniam naquela época muitos intelectuais e artistas parisienses.
O seu primeiro romance célebre foi “J'irai cracher sur vos tombes”, escrito em 1946. Seguiram-se outros romances de sucesso mas, depois do seu livro “L'Arrache-cœur” ter sido um fracasso, Boris Vian decidiu abandonar a Literatura.
Apaixonado pelo jazz, tocou num clube, sendo também director artístico da “Philips” e cronista de uma revista da especialidade, entre 1947 e 1959. Participou em algumas peças de teatro e faz o papel de Cardeal de Paris no filme “Notre-Dame de Paris”.
Em 23 de Junho de 1959 foi estreado um filme inspirado no seu romance “J'irai cracher sur vos tombes”. Boris Vian não concordava com aquela adaptação e queria mesmo que o seu nome fosse retirado do genérico. Alguns minutos após o começo do filme, perdeu os sentidos e morreu de crise cardíaca a caminho do hospital.
As suas obras conheceram um imenso sucesso póstumo nos anos 1960 e 1970, nomeadamente durante os acontecimentos do “Maio 68” em França. Ao longo da sua curta vida, escreveu onze romances, diversos ensaios, quatro livros de poesia, várias peças de teatro, novelas, crónicas musicais, guiões para filmes e cerca de quinhentas canções, interpretadas sobretudo por Serge Reggiani e Juliette Gréco.

domingo, 9 de março de 2008

EFEMÉRIDEHonoré Gabriel Riqueti, conde de Mirabeau, mais conhecido simplesmente por Mirabeau, jornalista, escritor, político e grande orador parlamentar francês, nasceu em Bignon-Mirabeau, no Loiret, em 9 de Março de 1749. Morreu em Paris, no dia 2 de Abril de 1791.
Activista e teórico da Revolução Francesa, destacou-se pela sua retórica apaixonada e convincente, razão pela qual era chamado “O orador do povo”. Teve uma vida aventureira, foi diplomata e agente secreto, várias vezes preso e exilado, com muitas e complicadas ligações amorosas.
Como reacção à severa educação recebida de seu pai, tornou-se rebelde, desordenado, libertino e escandaloso.
Em 1771 fixou-se em Paris e, no ano seguinte, casou-se com uma rica herdeira. Envolvendo-se continuamente em escândalos, o pai forçou-o a viver fora de Paris, numa espécie de desterro. Escreveu então a sua primeira obra “Ensaio sobre o despotismo”. Seguiram-se vários desacatos, prisões e aventuras. Apaixonou-se por uma mulher casada e fugiram ambos para a Suiça, acabando por se refugiar na Holanda. Mirabeau ganhava a sua vida em Amesterdão, escrevendo textos por encomenda e traduzindo obras inglesas. Em França, entretanto, foi condenado à morte por “sedução de mulher casada e rapto”, acabando por ser extraditado em 1777 e encarcerado em Vincennes até 1780. Ali escreveu as “Cartas para Sofia”, só publicadas após a sua morte e que são consideradas uma obra-prima da literatura amorosa, e algumas obras de carácter jurídico e político. Numa fase em que partilhou a prisão com o Marquês de Sade, escreveu também duas obras eróticas.
Em 1782 conseguiu obter a anulação da sua condenação e, ao ser libertado, soube que a “sua Sofia” o tinha trocado por outro, tendo-se entretanto suicidado. Seguiram-se novos escândalos, exílios e paixões. Em Londres, relacionou-se também com muitos intelectuais e políticos.
Em 1786, apesar de todas as controvérsias em que se envolvia sistematicamente, conseguiu ser contratado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros Francês e enviado ao estrangeiro, em missões que eram um misto de diplomacia e de espionagem (1786/1788).
Regressado a França, foi eleito deputado e transformou-se num dos mais enérgicos oradores da Assembleia, que chegou a presidir em 1791. Faleceu subitamente, em Abril desse mesmo ano, julga-se que por envenenamento.
O seu corpo foi transportado com grande pompa para o Panteão de Paris, num cortejo que contou com a presença de mais de 300 000 pessoas. Ali permaneceu até ter sido descoberto um cofre com documentos reais, após a tomada do Palácio das Tulherias pelas forças revolucionárias, que revelaram ter Mirabeau mantido contactos clandestinos com o rei Luís XVI, recebendo dinheiro por informações secretas e conselhos diversos. Em 1794, os seus restos mortais foram profanados e as cinzas lançadas nos esgotos de Paris.

sábado, 8 de março de 2008

POEMA MULHER

O poema é como um corpo de mulher.
Há-de ser suave, leve, belo.
Há-de possuir pontos sensíveis,
em que um simples toque o faça vibrar.

Há-de ser forte e delicado,
flexível, mas inquebrável.

Para alguns é impenetrável.
Para alguém especial,
é aberto, transparente, claro.

Aníbal Albuquerque (escritor, jornalista e professor universitário, de Minas Gerais )
EFEMÉRIDERuy Cinatti Vaz Monteiro Gomes, poeta, engenheiro agrónomo, meteorologista aeronáutico e investigador português, nasceu em Londres no dia 8 de Março de 1915. Faleceu em 12 de Outubro de 1986.
Estudou no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa e diplomou-se em Etnologia e Antropologia Social em Oxford.
Viveu alguns anos em Timor, onde desenvolveu intensa actividade nos domínios da Ecologia, da Fitogeografia e da Antropologia Social. Os resultados destes trabalhos foram publicados em diversas obras de carácter científico.
Quase todos os seus livros se referem a Timor e a outras antigas colónias onde também esteve. Saliente-se: “Crónica Cabo-verdiana”, “Um Cancioneiro para Timor”, “O Livro do Nómada Meu Amigo”, “Uma Sequência Timorense”, “Os Poemas do Itinerário Angolano” e “Lembranças para S. Tomé e Príncipe”.
Foi um dos fundadores de “Os Cadernos de Poesia” (1940/1953) e fundou a revista “Aventura” (1942/1944).
Recebeu, entre outros galardões, o “Prémio Antero de Quental” (1958), o “Prémio Nacional de Poesia” (1968), o “Prémio Camilo Pessanha” (1971) e o “Prémio P.E.N. Clube Português de Poesia” (1982).

sexta-feira, 7 de março de 2008

EFEMÉRIDEAnna Magnani, uma das mais premiadas actrizes do cinema italiano, nasceu em Roma, no dia 7 de Março de 1908. Faleceu, também na capital italiana, em 26 de Setembro de 1973, vítima de doença oncológica no pâncreas.
Não reconhecida pelo pai, abandonada pela mãe, foi educada pela avó materna e estudou num convento.
Começou a carreira artística cantando em cabarets, entrando depois para a Academia de Arte Dramática de Roma. Em 1927, fez um filme ainda de cinema mudo. Fez o primeiro papel importante com Vittorio de Sica, em 1941. Quatro anos depois, chegou a consagração internacional com “Roma, Cidade Aberta” de Roberto Rossellini, por quem se apaixonou e com quem viveu uma turbulenta história de amor, que só terminaria quando ele a “trocou” por Ingrid Bergman.
Ganhou o Prémio de Melhor Actriz no Festival de Veneza em 1947 e, em 1955, tornou-se na primeira “não-americana” a receber um Óscar de Melhor Actriz Principal, pela sua interpretação em “Rosa Tatuada”.
Foi escolhida para filmes dos maiores realizadores de cinema italiano e a expressividade do seu rosto e o seu talento dramático eram reconhecidos internacionalmente. Representava quase sempre papéis de mulher do povo, rude e apaixonada. Ao todo, fez cerca de cinquenta filmes, tendo ganho mais de dez Prémios de Melhor Actriz. Morreu aos 65 anos.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Veja se consegue...

EFEMÉRIDE Gabriel José de la Concordia García Márquez, escritor colombiano, nasceu em Aracataca no dia 6 de Março de 1928. Foi galardoado em 1982 com o Prémio Nobel de Literatura pela sua obra, que inclui entre muitos livros a obra-prima “Cem Anos de Solidão” (1967), traduzida em mais de 35 línguas. Quarenta anos depois, estima-se em 36 milhões o número de exemplares vendidos em todo o Mundo. Luta desde o ano 2000 contra uma doença do foro oncológico. Logo que teve conhecimento do diagnóstico, começou a escrever a autobiografia “Viver para Contar”, cujo primeiro volume já foi publicado em 2002.
Gabo”, como também é afectuosamente conhecido, tinha um avô que era veterano da Guerra dos Mil Dias e que, juntamente com a avó, tinha muitas histórias para contar. Ficaram na memória de Gabriel muitas dessas recordações, embora o avô tenha morrido quando ele tinha apenas oito anos.
Estudou em Barranquilla e no Liceu Nacional de Zipaquirá, sendo a sua adolescência marcada pelos muitos livros que lia. Em 1947 foi para Bogotá estudar Direito e Ciências Políticas na Universidade Nacional da Colômbia, que abandonou antes de obter a licenciatura. No ano seguinte foi para Cartagena das Índias, iniciando a sua carreira de jornalista, com colaboração em vários jornais.
Em 1955 publicou o seu primeiro romance e, seis anos depois, o segundo. Seguiram-se outras obras. Algumas são histórias verídicas embora ficcionadas: “Relato de um náufrago”, “Crónica de uma morte anunciada” e “Amor nos tempos da cólera”.
Em 1958 foi correspondente de “El Espectador” em vários países europeus. Voltou à Colômbia para casar e, em 1961, partiu para Nova Iorque como correspondente internacional. As suas críticas aos exilados cubanos e as suas boas relações com Fidel Castro fizeram com que ele fosse perseguido pela CIA e, por isso, resolveu mudar de residência e instalar-se no México. Sempre nutriu simpatia por diversos movimentos revolucionários da América Latina, tendo sido algumas vezes mediador entre o governo colombiano e guerrilheiros.
Abraçou igualmente a arte cinematográfica, escrevendo guiões, dirigindo alguns filmes e fundando em Cuba a “Escola Internacional de Cinema e Televisão”, para apoiar a carreira de jovens da América Latina, Caraíbas, Ásia e África.
Entre as inúmeras honrarias e prémios recebidos salientam-se: o doutoramento Honoris Causa na Universidade de Columbia em Nova Iorque (1971), a Medalha da Legião de Honra Francesa (1980) e o doutoramento Honoris Causa na Universidade de Cádiz (1994). Muitas das suas obras têm sido adaptadas ao cinema.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Recordando Gianni Morandi

Cão espertinho...

EFEMÉRIDEAnna Akhmatova, de seu verdadeiro nome Anna Andreïevna Gorenko, escritora russa, morreu em Domodedovo, perto de Moscovo, em 5 de Março de 1966. Nascera em Bolchoï Fontan, em 23 de Junho de 1889.
Começou a escrever poemas aos onze anos de idade, inspirada sobretudo por Pouchkine e assinando com o pseudónimo “Tatar” que correspondia ao nome da sua bisavó. O pai abandonou a família tinha ela dezasseis anos, mas Anna continuou os seus estudos chegando à Faculdade de Direito de Kiev em 1907.
Da sua obra fazem parte não só pequenos poemas líricos, mas também outros de grande fôlego como a sua obra-prima “Requiem”, em que critica a era de Estaline. Anna viajou pelo Norte de Itália e, em Paris, conheceu Modigliani que a pintou em vários retratos que ficaram célebres. Na capital francesa assistiu aos primeiros espectáculos dos Ballets Russos na Europa Ocidental.
Akhmatova foi impedida de publicar a sua poesia entre 1925 e 1952, com excepção do período da Segunda Grande Guerra, em 1940/46, onde foi até membro da União dos Escritores Soviéticos. O seu poema “Coragem” foi então publicado, com grande relevo, no jornal oficial Pravda. Acabada a guerra, foi de novo posta de lado, acusada de erotismo, misticismo e indiferença política. Vivendo de uma pequena pensão, viu-se forçada a fazer traduções de escritores estrangeiros e a escrever ensaios biográficos em revistas literárias. Recusou-se sempre a emigrar, mesmo vendo o seu primeiro marido e vários escritores amigos serem executados. Deixar o seu país seria, segundo ela, "uma traição à língua e à cultura russa".
Após a morte de Estaline, em 1953, começou a reabilitação da escritora, tendo-lhe sido autorizada uma viagem a Itália para receber o prémio literário “Taormina” em 1964 e a Oxford para receber o doutoramento Honoris Causa em 1965.
A sua escrita é simples, natural, precisa e clara. As suas fontes de inspiração foram, além de Pouchkine, o francês Verlaine e o então jovem Vladimir Maïakovski. Dois anos antes de morrer, com 75 anos, foi nomeada Presidente da União dos Escritores Soviéticos. As suas obras só vieram a ser publicadas na íntegra em 1986. Anna Akhmatova é considerada uma das maiores figuras femininas da literatura russa de todos os tempos.

terça-feira, 4 de março de 2008

ENTENDIMENTO

(quadra)


Fiz a Deus o juramento
De tornar real meu sonho:
- Procurar entendimento
P’ra Mundo ser mais risonho!


Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDEGabriel, O Pensador, de seu verdadeiro nome Gabriel Contino, cantor e compositor brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro, em 4 de Março de 1974. As suas canções abrangem vários temas, mas são quase sempre críticas sociais e políticas, abordadas de forma bem-humorada e inteligente.
É um dos principais intérpretes brasileiros de rap e, contrariando a generalidade dos “rappers”, é branco e provém da classe média alta. Filho de uma jornalista, começou a sua carreira em 1992 enquanto estudava ainda “Comunicação”. Uma das suas primeiras canções foi “Tô Feliz, Matei o Presidente”, em que o alvo era Fernando Collor de Mello que acabava de renunciar ao seu cargo. Curiosamente, a mãe de Gabriel tinha sido assessora deste Presidente brasileiro.
Em 1993, publicou o seu primeiro disco que foi um êxito e, em 1997, gravou um CD que ultrapassou o milhão de unidades vendidas.
Em 1998, foi escolhido pelos “U2” para fazer a abertura dos shows deste conjunto no Brasil. É também muito popular em Portugal.
Em 2005 lançou o sétimo disco e, no ano seguinte, recebeu o Prémio Jabuti, para premiar o seu livro infantil “Um Garoto Chamado Roberto”. Foi o segundo livro de Gabriel, numa outra faceta da sua capacidade criativa.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Travessuras de gatos...

EFEMÉRIDE Danny Kaye, de seu verdadeiro nome David Daniel Kaminski, cantor e actor de cinema norte-americano, morreu em Los Angeles, no dia 3 de Março de 1987, vítima de hepatite e de uma hemorragia intestinal. Nascera em Nova Iorque, Brooklyn, em 18 de Janeiro de 1913.
Filho de um alfaiate de origem ucraniana, iniciou a sua carreira artística com actuações em vários hotéis próximos de Nova Iorque.
Em 1941 casou-se com a pianista e compositora Sylvia Fine, autora das suas primeiras canções e de sketchs que o tornaram famoso como humorista na Broadway.
Estreou-se em Hollywood em 1944, com o filme "Sonhando com os Olhos Abertos" e, durante mais de uma década, foi considerado um dos maiores cómicos americanos, mundialmente conhecido.

domingo, 2 de março de 2008

EFEMÉRIDEDavid Herbert Lawrence, conhecido literariamente como D. H. Lawrence, escritor britânico, morreu em Vence, França, em 2 de Março de 1930. Nascera em Eastwood, no dia 11 de Setembro de 1885.
Muitos dos seus livros abordaram temas considerados controversos no início do século XX, tais como a sexualidade e as relações humanas com características destrutivas. A sua obra estendeu-se a praticamente todos os géneros literários, tendo publicado romances, novelas, contos, poemas, peças de teatro, livros de viagens, ensaios, traduções, livros sobre arte, crítica literária e cartas pessoais.
No seu conjunto, as obras de D. H. Lawrence constituem aprofundadas reflexões sobre os efeitos desumanos da época moderna e da industrialização.
Um dos seus livros mais conhecidos, "O Amante de Lady Chatterley", foi proibido e circulou apenas clandestinamente; "O Arco-íris" foi considerado obsceno e "Mulheres Apaixonadas", recusado pelos editores londrinos, só foi publicado cinco anos depois em Nova Iorque.
Lawrence dedicou-se igualmente à pintura, tendo produzido muitos quadros expressionistas. Passou vários anos no México, tendo ficado bastante impressionado com as religiões ancestrais dos índios, o que o levou a explorar as possibilidades da regeneração do homem através do regresso ao “sagrado primitivo”.
As suas opiniões sobre a democracia, a sexualidade, as mulheres, a virilidade, as raças, etc., atraíram-lhe muitos inimigos, perseguições oficiais, censura e incompreensão pela sua obra criativa, sobretudo na segunda parte da vida que ele passou no exílio.
Só mais tarde, já postumamente, D.H. Lawrence seria considerado “o mais imaginativo dos romancistas da sua geração”. A “reabilitação” começou nos anos 1950, sendo hoje considerado como um pensador visionário e um representante significativo do modernismo inglês. Algumas das suas obras foram adaptados ao cinema.

sábado, 1 de março de 2008

EFEMÉRIDE Alessandro di Mariano Filipepi, que ficou conhecido para a posteridade como Sandro Botticelli, grande pintor italiano, nasceu em Florença, no dia 1 de Março de 1445. Morreu na mesma cidade em 17 de Maio de 1510.
Começou por aprender ourivesaria com o irmão, continuando depois a estudar, a partir dos quinze anos, com artistas da época, ainda ourivesaria, mas também gravura e cinzelagem, artes que viriam a influenciar os seus desenhos e as suas pinturas. Em 1470 abriu o seu próprio atelier, sendo encarregado de pintar “A Coragem”, quadro que viria ser colocado no Tribunal do Palácio do Mercado.
Dedicou grande parte da sua carreira às grandes famílias de Florença, especialmente aos Médici, para os quais pintou numerosos retratos.
Em 1481 esteve em Roma, chamado pelo Papa, para participar nos trabalhos da Capela Sistina, tendo pintado três frescos famosos: “As Provações de Moisés”, “O Castigo dos Rebeldes” e “A Tentação de Cristo”.
Na década de 1490, quando os Médici foram expulsos de Florença, Botticelli passou por uma crise, mas nunca deixou Florença, iniciando uma nova fase da sua carreira. Destaca-se desta época: “Pietà”, “A Natividade Mística” e “A Crucificação Mística”.

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