terça-feira, 31 de março de 2009

Recordando "Abril"

EFEMÉRIDENagisa Ōshima, famoso cineasta japonês, nasceu em Quioto no dia 31 de Março de 1932.
Órfão de pai aos seis anos, foi educado pela mãe e por uma irmã mais velha. Originário de uma família aristocrática e tradicionalista, cedo se interessou no entanto pelas causas estudantis e políticas. Diplomou-se em Direito na Universidade de Quioto, em 1954, especializando-se em História Política e em particular na história da Revolução Soviética. Nesse mesmo ano decidiu entrar para uma empresa produtora de filmes, trabalhando como argumentista e assistente de realização. Simultaneamente publicava críticas cinematográficas.
Em 1959, apoiado pela mesma empresa, rodou o seu primeiro filme. Sucederam-se dois outros: “Contos cruéis da juventude” e “O Enterro do Sol” (1960).
Em 1960 o seu filme “Noite e Nevoeiro do Japão” causou escândalo, pois tratava da renovação do tratado americano-japonês e dos impactos políticos e acontecimentos violentos que daí tinham decorrido. Filmado quase sem conhecimento da empresa, foi retirado de exibição quatro dias depois.
Ōshima deixou então aquela companhia, para se lançar na produção independente e em diversas actividades literárias.
Atento aos comportamentos humanos, os seus filmes mais conhecidos são “O Império dos Sentidos” (1976) e “Feliz Natal, Mr. Lawrence” (1983). Muitas das suas obras foram fonte de polémicas tanto no Japão como na Europa, pelo seu aspecto político ou por transgredirem o que era considerado tradicional. O seu estilo e os seus temas trouxeram porém um ar fresco e de renovação ao cinema, sendo Ōshima considerado o principal líder da “Nova Vaga” japonesa.

segunda-feira, 30 de março de 2009

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Recordando "Abril"

EFEMÉRIDE Ana Montenegro, jornalista, militante política e poeta brasileira, faleceu em Salvador no dia 30 de Março de 2006. Foi cremada no Jardim da Saudade. Nascera em Quixeramobim, em 13 de Abril de 1915.
Bem cedo se mudou para o Rio de Janeiro, licenciando-se em Direito e Letras na Universidade Federal. Colaborava então em jornais cariocas como o “Correio da Manhã” e a “Imprensa Popular”. Participou activamente na “Comissão Feminina de Intercâmbio e Amizade” e na “Liga de Defesa Nacional Contra o Fascismo”.
Entre os anos de 1944 e 1947, trabalhou nos periódicos “O Momento” e “Seiva”, ambos editados em Salvador, para onde se havia mudado. Foi militante do Partido Comunista Brasileiro durante mais de 50 anos, a sua ficha de inscrição tendo sido assinada pelo dirigente Carlos Mariguella (1945). Foi co-fundadora do periódico “Movimento Feminino” (1947/1957), editado durante dez anos e que servia de instrumento de divulgação das lutas e conquistas das mulheres brasileiras.
Grande activista do Movimento de Mulheres, foi fundadora da União Democrática de Mulheres da Bahia. De 1959 a 1963, foi cronista em várias revistas e na Rádio Mayrink Veiga. No ano seguinte, assumiu o cargo de redactora da revista “Mulheres do Mundo Inteiro”, órgão da Federação Democrática Internacional de Mulheres, editada também em francês, alemão, espanhol, árabe, inglês e russo. Assinava os seus artigos com o pseudónimo Ana Montenegro, nome que adoptou depois definitivamente.
Com a ascensão do regime militar e da ditadura, foi a primeira mulher a ser exilada (1964), tendo ficado fora do país durante mais de quinze anos, afastada do seu lar e da sua família. Esteve no México, partindo depois para a Europa. Só voltou ao seu país em 1979, voltando a residir em Salvador.
Trabalhou, durante o exílio, em organismos internacionais, como a ONU e a UNESCO, tendo participado em congressos, conferências e seminários pelo mundo fora.
Aos 90 anos, Ana Montenegro ainda afirmava «que a sua luta continuava, pelo pão, pela terra e pelo trabalho, sendo que um país que tem isto tem a liberdade também». Repetia muitas vezes que «respeitar o povo é respeitar as suas necessidades». Além do activismo em defesa da mulher, lutou também durante muitos anos contra o racismo, com um importante trabalho junto da população negra. Escreveu, além de inúmeros artigos e ensaios, diversas obras de entre as quais se salienta: “Ser ou não ser feminista”, “Mulheres - Participação nas lutas populares”, “Uma história de lutas” e “Tempo de exílio”.
Foi assessora da Ordem dos Advogados do Brasil, na secção Baiana, onde actuava na defesa dos Direitos Humanos, e do Fórum de Mulheres de Salvador.

domingo, 29 de março de 2009

Recordando "Abril"

EFEMÉRIDEEduardo Prado Coelho, escritor e professor universitário português, nasceu em Lisboa no dia 29 de Março de 1944. Faleceu, também na capital portuguesa, em 25 de Agosto de 2007, na sequência de problemas cardíacos.
Licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em 1983. Em 1984 passou para a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde foi professor no Departamento de Ciências da Comunicação.
Em 1975-76 foi Director-Geral de Acção Cultural no Ministério da Cultura, criado com a Revolução de Abril. Em 1988 foi para Paris ensinar no Departamento de Estudos Ibéricos da Universidade da Sorbonne. Entre 1989 e 1998 foi conselheiro cultural na Embaixada de Portugal em Paris. Foi Comissário para a Literatura e o Teatro na Europália Portuguesa (1990). Colaborou na área de colóquios na "Lisboa - Capital Europeia da Cultura - 94". Em 1997, tornou-se director do Instituto Camões em Paris.
Regressou a Portugal em Outubro de 1998, tendo reocupado o cargo de professor na Universidade Nova de Lisboa. Foi o comissário da participação portuguesa no "Salon du Livre/2000".
Colaborou em vários jornais e revistas e publicava uma crónica semanal no jornal Público, a última das quais nas vésperas da sua morte
Foi autor de ampla bibliografia universitária e ensaística. Em 1996, recebeu o “Grande Prémio de Literatura Autobiográfica” da Associação Portuguesa de Escritores e, em 2004, o “Grande Prémio de Crónica João Carreira Bom”.
Foi membro do Conselho Directivo do Centro Cultural de Belém, do Conselho Superior do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia, do Conselho de Opinião da Radiodifusão Portuguesa e do Conselho de Opinião da Radiotelevisão Portuguesa.
Publicou nos seus últimos anos de vida “Diálogos sobre a fé” (com D. José Policarpo) e “Nacional e Transmissível” (2006).

sábado, 28 de março de 2009

Recordando "Abril"

EFEMÉRIDEMáximo Gorki, pseudónimo de Alekseï Maksimovitch Pechkov, famoso escritor, romancista, dramaturgo, contista e activista político russo, nasceu em Nijni Nóvgorod no dia 28 de Março de 1868. Morreu em Moscovo, em 18 de Junho de 1936, vítima de pneumonia.
Gorki nasceu num meio social pobre, em Nijny Nóvgorod, cidade que em 1932 passou a chamar-se Gorki por ordem de Estaline. O nome da cidade foi revertido para o nome original em 1991. Órfão de pai, foi criado pela mãe e pelo avô materno. Em 1878, quando a mãe faleceu, teve que deixar a casa do avô para ir trabalhar. Foi sapateiro, desenhador e lavou pratos num navio que percorria o Volga. Aqui teve os primeiros contactos com a literatura, através de livros emprestados pelo cozinheiro da embarcação.
Em 1883, com apenas 15 anos, publicou duas histórias, “Romá Gordieiev” e “Os Três”. Um ano mais tarde mudou-se para Kazan, onde tentou cursar gratuitamente a universidade, o que não conseguiu. Frustrado, foi trabalhar como vigia num teatro. Mais tarde tornou-se pescador no mar Cáspio e vendedor de frutas em Astrakan. Como a situação não melhorava, decidiu partir em busca de melhores oportunidades e viajou para Odessa com um grupo de marginais nómadas, que iam de cidade em cidade à procura de emprego. Exerceu várias profissões, sofreu com a miséria, a fome e o frio. Aos 19 anos voltou a Kazan onde, desesperado com a situação, tentou o suicídio com um tiro, que lhe atingiu um dos pulmões. Sobreviveu mas, para piorar a situação, adquiriu a tuberculose. Estas experiências resultarão, anos mais tarde, em dois escritos: “Um incidente na vida de Makar” (1892) e “Como aprendi a escrever” (1912).
Enveredou depois pela política, leu Marx e seguiu os passos de Lenine. Em 1890 foi preso, acusado de exercer actividades subversivas; pouco tempo depois, foi posto em liberdade e voltou a viajar sem destino, acompanhado de indigentes miseráveis.
Publicou o seu primeiro conto em 1892, intitulado “Makar Tchudra” e, para desviar a atenção das autoridades, que o vigiavam, adoptou o pseudónimo Máximo Gorki, o que lhe facilitou um emprego no jornal “Saramarskaia Gazieta”. Por razões políticas foi novamente detido e, ao sair da prisão em 1901, publicou a peça de teatro “Pequenos Burgueses”, que foi representada no ano seguinte, com grande êxito, no Teatro de Arte de Moscovo.
Tomou parte em 1905 na primeira revolução que pretendeu derrubar o Czar Nicolau II da Rússia e, após o fracasso da intentona, foi preso mais uma vez. No ano seguinte, porém, com a ajuda de outros intelectuais e sob fortíssima pressão da comunidade internacional, as autoridades russas foram obrigadas a libertá-lo. Fundou a seguir o jornal “Nóvaia Jizni” (Vida Nova), mas foi obrigado a abandonar a Rússia.
Foi para os Estados Unidos, onde a sua permanência era dificultada pelo embaixador russo. Viajou então para Itália e, em 1906, fixou residência em Capri, onde criou uma escola para imigrantes revolucionários, que esteve em actividade até 1914. Continuou a escrever vários livros, entre eles uma das suas obras-primas “A Confissão” (1908).
Com o início da Grande Guerra, Gorki voltou à Rússia e dirigiu o jornal mensal “Liétopis” (Crónica). Tornou-se grande amigo de Lenine. Em 1921 adoeceu gravemente dos pulmões e voltou para a Itália, em busca de um clima melhor, permanecendo em Sorrento durante vários anos. Continuou sempre a escrever e, apesar da sua amizade com Lenine, só em 1929 regressou à Rússia, onde se fixou definitivamente em 1932, transformando-se de imediato na maior figura literária do regime comunista. Em 1933 fundou, com o apoio de Estaline, o “Instituto de Literatura Máximo Gorki”, uma incrível iniciativa de alguém que não chegou a terminar o ensino secundário e cujo curso superior não passou de uma quimera.
A sua obra está centrada sobretudo no submundo russo, registando com vigor e emoção personagens que integravam as classes excluídas: operários, vagabundos, prostitutas, gente humilde, homens e mulheres do povo, cujos problemas conhecia por dentro, ao contrário da maioria dos outros escritores.
Recebeu a medalha da Ordem de Lenine em 1933 e, no ano seguinte, foi eleito presidente da União dos Escritores Soviéticos.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Recordando "Abril"
EFEMÉRIDESarah Lois Vaughan, cantora norte-americana de jazz, nasceu em Newark no dia 27 de Março de 1924. Faleceu em Hidden Hills na Califórnia, em 3 de Abril de 1990. Juntamente com Billie Holiday e Ella Fitzgerald é considerada uma das mais importantes e influentes vozes femininas do jazz.
O pai de Sarah Vaughan era carpinteiro e guitarrista amador. A mãe era lavadeira. Ambos migraram para Newark durante a Primeira Guerra Mundial. Sarah, que começou a ter lições de piano com a idade de sete anos e cantou no coro de uma igreja, passou a dedicar-se verdadeiramente ao canto, quando venceu um concurso para amadores no Teatro Apollo de Harlem.
A sua voz caracterizava-se por uma tonalidade grave, pela sua enorme versatilidade e pelo seu controlo do vibrato.
Ingressou na Orquestra de Earl Hines e depois na Orquestra Modernista. Foi muito influenciada por Charlie Parker e Dizzy Gillespie, membros da orquestra, com os quais gravou uma magnífica versão de “Uma noite na Tunísia” sob o nome de “Interlúdio”.
Em 1949 assinou um contrato com a “Columbia”, tendo feito muitas gravações de qualidade e com enorme êxito. Em 1958 gravou um álbum com a orquestra de Count Basie,
Nos anos 1960 a sua voz perdeu um pouco do virtuosismo, mas ganhou em profundidade, como ficou provado com a sua notável performance no Tivoli de Copenhaga em 1963 e no Monterey Jazz Festival de 1971. Gravou igualmente com várias orquestras sinfónicas de renome.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Recordando "Abril"

EFEMÉRIDELuís Villas-Boas, um dos principais divulgadores do jazz em Portugal, nasceu em Lisboa no dia 26 de Março de 1924. Faleceu em 10 de Março de 1999, nas vésperas de completar 75 anos.
Foi um dos fundadores do primeiro clube de jazz do país, o Hot Clube de Portugal, do qual era o sócio nº 1.
Teve os primeiros contactos com a música norte-americana em 1934, ano em que partiu para a Madeira com o pai, quando este foi ali colocado na base militar.
Em 1945 criou o primeiro programa de rádio dedicado ao jazz, "Hot Club", que duraria até 1969. Nos anos 50 e 60 promoveu diversos espectáculos com artistas internacionais. Em 1971 deu início ao Festival de Jazz de Cascais, juntamente com o promotor do Festival de Jazz de Newport, que duraria até 1988. Organizou também outros festivais em Lisboa, Espinho, Figueira da Foz e no Algarve.
Para além destas actividades, Villas-Boas publicou vários trabalhos na revista de jazz Down Beat, foi produtor musical e apresentou programas de televisão. Trouxe a Portugal músicos como Sidney Bechet, Oscar Peterson, Count Basie, Quincy Jones, Louis Armstrong, Ella Fitzgerald e Duke Ellington.
Profissionalmente trabalhou na companhia de aviação holandesa KLM e destacou-se igualmente como activista e dirigente sindical após a Revolução de 25 de Abril de 1974.
Em sua homenagem, a Câmara Municipal de Cascais criou, em 1996, o "Prémio de Jazz Luís Villas-Boas", para galardoar anualmente um novo talento deste tipo de música.
Foi entretanto publicado o livro “O Jazz Segundo Villas-Boas”, da autoria de João Moreira dos Santos, edição da Assírio & Alvim, prefácio e apresentação do Professor José-Augusto França e posfácio de George Wein (fundador do Newport Jazz Festival). Esta foi a primeira obra sobre aquele que é considerado o "pai do jazz" em Portugal e que, durante mais de quatro décadas, liderou uma verdadeira cruzada em prol deste género musical.
Luís Villas-Boas era ainda um verdadeiro “caça talentos”, sendo o responsável pelo aparecimento de uma notável geração de músicos de jazz.
Deixou um espólio de milhares de discos, livros, cartazes, guiões de programas radiofónicos, bobines de gravação e fotografias, que aguardam utilização numa futura “Casa do Jazz”, associada ao Hot Clube de Portugal.

quarta-feira, 25 de março de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

EFEMÉRIDE António Mega Ferreira, escritor e jornalista português, nasceu em Lisboa no dia 25 de Março de 1949.
Estudou no Liceu Pedro Nunes e licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, tendo estudado depois Comunicação Social na Universidade de Manchester.
Estreou-se no jornalismo em 1968, como redactor do jornal “Comércio do Funchal”, passando depois pelo “Jornal Novo”, “Expresso”, “O Jornal” e “Jornal de Letras, Artes e Ideias” do qual foi chefe de redacção. Colaborou ainda no “Público”, “Diário de Notícias”, “Independente”, “Diário Económico” e nas revistas “Visão” e “Egoísta”. Fundou as revistas “Ler” e “Oceanos”. Chefiou a redacção do 2º canal da Rádio Televisão Portuguesa.
Iniciou a carreira literária em 1984 tendo publicado várias obras de ficção, poesia e ensaio.
Director editorial do “Círculo de Leitores” de 1986 a 1988, dirigiu a representação nacional na Feira do Livro de Frankfurt em 1997.
Liderou a candidatura de Lisboa para a Exposição Mundial de 1998, da qual foi depois comissário executivo. Administrou posteriormente a Parque Expo, o Oceanário de Lisboa e o Pavilhão Atlântico. É actualmente presidente da Fundação do Centro Cultural de Belém.
Recordando "Abril"
EFEMÉRIDE Olegário Mariano Carneiro da Cunha, poeta, político e diplomata brasileiro, nasceu no Recife em 24 de Março de 1889. Faleceu no Rio de Janeiro em 28 de Novembro de 1958.
Era filho de José Mariano Carneiro da Cunha, herói pernambucano da Abolição e da República, e de Olegária Carneiro da Cunha.
Foi inspector do ensino secundário e deputado à Assembleia Constituinte de 1934. Em 1937 ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados, sendo depois ministro plenipotenciário nos Centenários de Portugal em 1940, delegado da Academia Brasileira na Conferência Inter-académica de Lisboa para o Acordo Ortográfico de 1945 e embaixador do Brasil em Portugal em 1953 e 1954.
Estreou-se na vida literária aos 22 anos com o livro de poesia “Angelus”. Os seus poemas estavam identificados com o Simbolismo, mas em transição para o Modernismo. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1926.
Em 1938, num concurso promovido pela revista Fon-Fon, foi eleito por intelectuais de todo o Brasil como Príncipe dos Poetas Brasileiros, em substituição de Alberto de Oliveira, detentor do título depois da morte de Olavo Bilac, o primeiro poeta a obtê-lo. Nas revistas “Careta” e “Para Todos”, escreveu sob o pseudónimo de “João da Avenida” crónicas mundanas, em versos humorísticos, mais tarde reunidas em dois livros.
Há uma praça com o seu nome na cidade de Lisboa.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Recordando "Abril"
EFEMÉRIDEJosé Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos, general e político português, nasceu em Ponte de Lima no dia 23 de Março de 1867. Faleceu na mesma cidade em 3 de Janeiro de 1955.
Fez os primeiros estudos num colégio em Braga e, em 1880, veio para Lisboa onde estudou na Escola Académica. Quatro anos depois matriculou-se na Faculdade de Matemática. Fez depois o Curso da Escola do Exército e, em 1898, partiu para a ex Índia Portuguesa, onde organizou o cadastro das terras. Foi director dos Serviços de Agrimensura e, acabada a comissão, viajou por Macau e pela China em missões diplomáticas.
O seu regresso a Portugal coincidiu com a proclamação da República. Dispôs-se desde logo a servir o novo regime, sendo nomeado Chefe do Estado-Maior da 5ª divisão militar.
Em 1912 tomou posse como Governador-Geral de Angola. A sua actuação nesta colónia foi muito importante, na medida em que impulsionou fortemente o seu desenvolvimento, protegendo-a, de certo modo, da ameaça contínua que pairava sobre o domínio colonial português, por parte da Inglaterra, da Alemanha e da França.
Foi depois chamado ao Governo, ocupando o cargo de Ministro das Colónias. Em 1917, um golpe revolucionário obrigou-o a exilar-se em Londres, por divergências com o novo governo. Regressou à pátria e foi delegado de Portugal à Conferência da Paz (1919). Mais tarde foi promovido a general por distinção e nomeado Alto-comissário da República em Angola. Em Junho de 1924 exerceu as funções de Embaixador de Portugal em Londres, cargo de que foi afastado quando da instauração da Ditadura Militar.
Em 1929 foi eleito grão-mestre da Maçonaria Portuguesa. Participou nas campanhas presidenciais de 1949, reivindicando a liberdade de propaganda e uma melhor fiscalização dos votos. O regime de Salazar recusou-se a satisfazer estas exigências. Obteve vastos apoios populares e o apoio de membros da oposição. Devido à falta de liberdade e prevendo fraudes eleitorais, acabou por desistir da sua candidatura depois de participar em vários comícios e manifestações.
Possuía as seguintes condecorações: Grã-Cruz da Torre e Espada, Grã-Cruz de Santiago e de Avis, Grã-Cruz da Ordem Britânica de São Miguel e São Jorge e Comenda da Ordem Militar de Cristo.

domingo, 22 de março de 2009

Recordando "Abril"
EFEMÉRIDESabiha Gökçen, a primeira mulher aviadora turca e, também, a primeira mulher do mundo a ter pilotado um avião de combate, faleceu em Ancara no dia 22 de Março de 2001. Nascera em 21 de Março de 1913, em Bursa.
Era filha adoptiva de Mustafa Kemal Atatürk, fundador da República da Turquia. Sabiha perdera o pai e a mãe durante a Primeira Guerra Mundial. Atatürk encontrou-a quando de uma visita à cidade de Bursa em 1925. Com apenas doze anos e vivendo com grandes dificuldades, ela demonstrou o desejo de estudar. Atatürk, adoptou-a e pô-la a estudar, primeiro num colégio em Ancara e depois num liceu para raparigas em Istambul.
Atatürk, que tinha muita esperança no futuro da aviação, criou uma escola da especialidade, que foi inaugurada em 1935. Depois da cerimónia inaugural, houve uma apresentação de planadores e pára-quedistas estrangeiros e ele propôs a Sabiha a carreira de pára-quedista, o que ela aceitou, inscrevendo-se como primeira estagiária feminina. O que lhe interessava mais, porém, era poder pilotar um avião. Obteve em pouco tempo a licença de pilotagem e foi enviada para a União Soviética, juntamente com oito outras pessoas, para aperfeiçoar a formação.
No princípio de 1936, Atatürk pediu-lhe para se apresentar na Academia da Força Aérea Turca, «para se tornar na primeira mulher piloto de combate do mundo». Seguiu uma formação adequada, voando em aparelhos Bréguet e Curtiss Hawk II. Aprendeu depois a pilotar bombardeiros na base de Eskişehir. Em 1938 efectuou um voo de mais de cinco dias por cima dos Balcãs, a bordo de um bombardeiro Vultee-V.
Mais tarde, foi nomeada Instrutora Chefe, tendo estado ao serviço da Força Aérea até 1955. Foi seguidamente membro do Conselho Executivo da Aviação Turca. Ao todo, Sabiha Gökçen voou durante cerca de 28 anos, totalizando mais de 10 000 horas de voo em quinze aparelhos diferentes.
Ela foi também uma fonte de inspiração para numerosas mulheres que seguiram carreiras na aviação. Um aeroporto de Istambul tem o seu nome.

sábado, 21 de março de 2009

Arrependimento tardio... (clicar para aumentar a imagem)

Recordando "Abril"
TOLERÂNCIA
(quadras)

1

Dizer sempre NÃO à guerra
E tentar ser tolerante…
… Praticar a Paz na Terra
É missão muito importante!

2

Devemos ser tolerantes
Respeitando as diferenças:
Os anões e os gigantes
Podem ter as mesmas crenças!

3

Se houver mais tolerância
O Mundo não terá guerra,
Só a Paz tendo importância
Em cada canto da Terra!


Gabriel de Sousa
ABISMO
(quadras)

1

Sempre à beira do abismo
O Pobre é um acrobata
Uma letra um algarismo
- Mera peça de sucata

2

Caminhando p’ró abismo
Trocando Paz pela Guerra
O homem tem o sadismo
De acabar com a Terra

3

O Homem, pobre coitado
Está já perto da queda:
- Abismos por todo o lado
No Mundo que nos enreda

4

Para nós é fatalismo
O que o destino nos dá
A vida é um abismo
Que anda de cá p’ra lá


Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDEDinis Machado, jornalista e escritor português, nasceu em Lisboa no dia 21 de Março de 1930. Faleceu, também na capital portuguesa, em 3 de Outubro de 2008.
Viveu no Bairro Alto até 1963, bairro onde conviveu com o mundo da ópera, do teatro, do cinema, dos livros, das discussões nos cafés, da política e da música. Foi jornalista desportivo nos jornais Record, Norte Desportivo, Diário Ilustrado e Diário de Lisboa.
Organizou, no princípio da década de 1960, os primeiros ciclos de cinema da Casa da Imprensa e publicou críticas cinematográficas nas revistas Filme, Opção, Sete e Isto é Cinema.
Escreveu poesia, fez entrevistas e publicou três romances policiais sob o pseudónimo “Dennis McShade”, na colecção Rififi, dirigida por ele próprio: “Mão direita do Diabo” (1967), “Requiem para D. Quixote” (1967) e “Mulher e arma com guitarra espanhola” (1968).
O seu maior sucesso literário junto da crítica e do público foi “O que diz Molero”, publicado em 1977, com muitas reedições e já traduzido para quatro idiomas (alemão, búlgaro, espanhol e romeno). A adaptação desta obra ao teatro foi igualmente um êxito e obteve vários prémios.
Também é autor de: “Discurso de Alfredo Marceneiro a Gabriel Garcia Marquez” (1984), “Reduto Quase Final” (1989) e “Gráfico de vendas com orquídea” (1999).
Foi autor de argumentos e diálogos para vários filmes. Escreveu para a Rádio Televisão Portuguesa "Um gato no caixote do lixo", uma série policial (1979), colaborando ainda na série "Retalhos da vida de um médico".
A banda desenhada foi outras das artes por onde passou, tendo sido chefe de redacção da revista semanal "Tintin", ao longo de quinze anos, e editor e chefe de redacção da famosa "Revista para Gente Nova, Spirou”.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Quem confessa o pecado... não merece castigo!
Recordando "Abril"
EFEMÉRIDE Henrik Johan Ibsen, dramaturgo norueguês, considerado um dos criadores do teatro realista moderno, nasceu em Skien, na Noruega, em 20 de Março de 1828. Faleceu em Christiania, no dia 23 de Maio de 1906.
Henrik teve uma infância tranquila até aos oito anos de idade, época em que o negócio do pai abriu falência e a família se viu obrigada a viver mais modestamente. Tal mudança influenciou o comportamento de Ibsen que, sendo já tímido por natureza, ainda se tornou mais isolado e taciturno. A atmosfera familiar também não era fácil, pois o pai, de tipo dominador, tornou-se alcoólico. A mãe, uma mulher submissa, buscava conforto na religião.
Na adolescência, Ibsen interessou-se pela teologia e passava todos os seus momentos livres a ler a Bíblia. Teve, porém, pouco tempo para se dedicar aos estudos, em virtude das precárias condições da família. Aos dezasseis anos, foi obrigado a escolher uma profissão, mudando-se para a cidade de Grimstad, onde trabalhou como aprendiz de farmacêutico durante cinco anos.
Ibsen pretendeu estudar medicina, mas foi reprovado nos exames de admissão à universidade e passou a dedicar-se à literatura. A sua primeira obra para teatro “Catilina”, escrita em 1849, não foi bem recebida pelos editores. Já a sua segunda peça, “Túmulo de gigantes”, com um só acto, foi representada em 1850 no Teatro Real de Christiania, actual Oslo. Escreveu algumas sátiras e uma epopeia, granjeando popularidade. Foi designado para director de um pequeno teatro de Bergen, o Den Nationale Scene, para o qual escreveu quatro peças.
A festa em Solhang”, em 1856, foi o seu primeiro grande êxito teatral. Ibsen voltou para Christiania e assumiu a direcção do Norwegian Theatre em 1857. Após este teatro ter acabado, foi nomeado director do Christiania Theatre, escrevendo então “Os guerreiros em Helgoland” e a sátira “A comédia do amor”.
Em 1861, descontente com as suas dívidas e doenças e desanimado com a pouca valorização atribuída ao que escrevia, chegou a pensar no suicídio. Acabou por ir para Roma em 1864, com uma bolsa de estudos. Voltou depois para Dresden, onde viveu sete anos, começando a sua fase de dramas modernos. Destaca-se “Casa de bonecas”, em 1879, onde se mostrou um defensor das causas feministas e alcançou grande prestígio internacional. As suas peças passaram a ser representadas quase simultaneamente nas principais capitais europeias.
Após ter viajado por toda a Escandinávia, Áustria, Itália e Alemanha, fixou-se em Munique em 1885, só voltando à Noruega em 1891. Em 1894 escreveu “O Pequeno Eyolf”, onde criticou o papel social da família no século XIX.
Em 1899, Ibsen escreveu a sua última obra: “Quando despertarmos de entre os mortos”. Em 1902 foi nomeado para o Prémio Nobel de Literatura. Em 1903, após um terceiro derrame cerebral, perdeu a faculdade de escrever, tendo morrido três anos depois. Foi sepultado com honras de Estado.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Recordando "Abril"
EFEMÉRIDESergei Pavlovich Diaghilev, empresário russo, fundador dos Ballets Russos, companhia de bailado a partir da qual surgiram famosos dançarinos e coreógrafos, nasceu em Selichtchi no dia 19 de Março de 1872. Morreu em Veneza, em 19 de Agosto de 1929.
De origem nobre, teve uma educação privilegiada e estudou Direito e Artes. Com grande capacidade e dinamismo, foi designado pelo príncipe Volkonski, então director dos teatros imperiais russos, delegado nas missões extraordinárias dos teatros imperiais, incorporando-se no ballet por mero acaso.
Fundou o diário artístico “O Mundo da Arte”, que divulgava a pintura e a arte russas.
É considerado como um dos maiores produtores de ballet do mundo. Ambicioso e inteligente, absorvia com facilidade todas as novas correntes da arte. Dotado de uma personalidade muito forte e de notável cultura artística, bastante eclético e conservador no que tocava às tradições clássicas, Diaghilev, com a ajuda de alguns mecenas, conseguiu moldar à sua maneira grandes talentos e revelou ao mundo no campo da dança, da música, da cenografia, da pintura e da poesia, grandes nomes como os de Nijinski, Anna Pavlova, Natalia Dubrovska, Serge Lifar, Stravinski, Rimski Korsakov, George Balanchine, Debussy, Ravel, Prokofiev, Stravinsky, Matisse, Picasso, Cocteau e muitos outros.
Diaghilev também encomendou músicas de bailado a compositores de grande renome: Debussy, Ravel, Richard Strauss, Prokofiev, etc.
Durante vinte anos maravilhou o mundo, mostrando a arte russa na sua integralidade. Nos anos seguintes as representações continuaram a ter sucesso, mas o equilíbrio financeiro tornou-se precário. A sua morte veio pôr fim a uma vida que foi uma verdadeira aventura.
Vários membros dos Ballets Russos tornaram-se referências da arte coreográfica no Ocidente, como Balanchine nos Estados Unidos, Serge Lifar em França e Ninette de Valois na Inglaterra.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Recordando "Abril"
EFEMÉRIDEAugusto José de Freitas Abelaira, professor, romancista, dramaturgo, tradutor e jornalista português, nasceu em Ançã no dia 18 de Março de 1926. Faleceu em 2003.
Mudou-se ainda jovem para a cidade do Porto, fixando-se depois em Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, exercendo o Ensino durante algum tempo.
Abelaira participou activamente na luta contra a ditadura de Salazar, integrando-se nos movimentos estudantis e no Movimento de Unidade Democrática.
Estreou-se como autor de romances no fim da década de 1950 com o romance “A Cidade das Flores” (1959), um retrato das perplexidades da juventude do seu tempo em relação ao totalitarismo de Salazar, desenvolvendo o enredo em Itália a fim de não ser preso pela polícia política. No ano seguinte, publicou “Os Desertores”.
Foi detido em 1965 por ter atribuído, como presidente do júri, o Grande Prémio de Novelística da Sociedade Portuguesa de Escritores ao angolano José Luandino Vieira (preso no Tarrafal), pelo seu livro de contos “Luuanda”.
Trabalhou como tradutor e como jornalista no “Diário Popular”, no “Jornal de Letras” e no “Século”. Entre 1977 e 1978, foi director de programas da Rádio Televisão Portuguesa e das revistas “Seara Nova” e “Vida Mundial”.
Recebeu, entre outros, os seguintes galardões: Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, pelo romance “As boas intenções” (1963); Prémio Cidade de Lisboa, com o romance “Sem tecto entre ruínas” (1979); Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, Prémio Cidade de Lisboa, Prémio Pen Clube e Prémio da Crítica, pelo romance “Outrora, agora” (1996), no qual as personagens confrontam a época das lutas pela democratização do país, nos anos 60, com o período contemporâneo, evocando as suas esperanças e desilusões.
Publicou ainda as peças de teatro “A Palavra é de Oiro” (1961), “O Nariz de Cleópatra” (1962) e “Anfitrião, Outra Vez” (1980).

terça-feira, 17 de março de 2009

Recordando "Abril" (para os mais novos, lembremos que "D.Fernanda" era uma empresária "de sucesso" e Silva Pais o antigo "chefão" da polícia política)
EFEMÉRIDELuchino Visconti di Modrone, um dos mais importantes realizadores do cinema italiano, morreu em Roma no dia 17 de Março de 1976, vítima de uma forma grave de trombose. Tinha acabado de visionar o seu último filme, juntamente com os colaboradores mais próximos. Nascera em Milão, em 2 de Novembro de 1906.
Viveu os melhores anos da sua juventude cuidando dos cavalos existentes na propriedade da sua família. Além disso, frequentava activamente o mundo da ópera e do melodrama, que tanto o viria a influenciar. Por essa época conheceu Giacomo Puccini e Gabriele D'Annunzio.
Foi depois para França, onde se tornou amigo de Coco Chanel e, através dela, em 1936, foi apresentado ao cineasta Jean Renoir de quem foi assistente. Em 1937 esteve em Hollywood, mas voltou para Roma.
A partir de 1940 ligou-se aos intelectuais que faziam o jornal “Cinema” (Rosselini, Fellini, etc.) e vendeu algumas jóias da família para realizar o seu primeiro filme, "Ossessione" (1943). No fim da Segunda Guerra Mundial realizou o segundo filme, o documentário "Giorni di Gloria".
Contratado pelo Partido Comunista Italiano para realizar três filmes sobre pescadores, mineiros e camponeses da Sicília, acabou por fazer apenas um: "A Terra treme", falado no dialecto siciliano com legendas em italiano.
Em 1951 filmou "Bellissima" com a grande actriz italiana Anna Magnani. O primeiro filme colorido foi feito em 1954 - "Sedução da Carne". Um grande prémio chegou em 1957, quando recebeu o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza com "As Noites Brancas", adaptação poética de uma história de Dostoievski, com Marcello Mastroianni, Maria Schell e Jean Marais.
O primeiro êxito de bilheteira aconteceu em 1960 com "Rocco e seus Irmãos". Foi o filme que consagrou igualmente o actor francês Alain Delon.
Em 1963 dirigiu o seu maior sucesso e um dos filmes mais elogiados pela crítica, "O Leopardo", filme com três horas de duração, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes. O filme tinha um “elenco de luxo” onde se destacavam Burt Lancaster, Claudia Cardinale e Alain Delon.
Com "Morte em Veneza" (1971), protagonizado por Dirk Bogarde e baseado na obra de Thomas Mann, voltou a encontrar o sucesso junto do público e da crítica, após alguns filmes menos conseguidos. Durante as filmagens de “Ludwig” sofreu um ataque cardíaco que o prendeu a uma cadeira de rodas até ao fim dos seus dias. Com muita dificuldade, ainda fez mais dois filmes.
Ganhou durante a sua carreira, entre outros galardões, dois Prémios Bodil de Melhor Filme Europeu (1960 e 1971), a Palma de Ouro no Festival de Cannes (1963), o Prémio do 25º Aniversário do Festival de Cannes (1971), o Leão de Ouro (1965), o Leão de Prata (1957) e um Prémio Especial (1960) nos Festivais de Veneza.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Recordando "Abril"

EFEMÉRIDEJerry Lewis, nome artístico de Joseph Levitch, comediante, actor, produtor, director, realizador e escritor do cinema norte-americano, nasceu em Newark no dia 16 de Março de 1926.
Iniciou a sua carreira artística como parceiro de Dean Martin, formando uma dupla cómica que fez grande sucesso no cinema internacional até ao meio dos anos 50. Divergências na concepção dos filmes e talvez um certo ciúme profissional fizeram com que a dupla se desfizesse em 1956. A partir daí Jerry Lewis tomou o controlo da sua carreira e, além de actor, veio a trabalhar como director e produtor de vários dos seus filmes, alcançando grandes êxitos de bilheteira e mantendo-se como um dos principais astros de Hollywood até 1966. A sua carreira de actor entrou então em declínio. Nos anos 70, Jerry fez vários programas na televisão americana, ainda com grande êxito.
Tem uma estrela com o seu nome na Calçada da Fama em Hollywood. Em 1976, Jerry e Dean Martin reencontraram-se numa festa de beneficência organizada por Frank Sinatra.
Nos anos 80 Jerry Lewis aceitou voltar ao cinema para fazer alguns papéis dramáticos e também participou numa série de televisão.
Em 2009 ganhou o Prémio Jean Hersholt, o “Oscar Humanitário”, por ter contribuído para a criação da Associação de Distrofia Muscular no início dos anos 50 e por continuar com este trabalho voluntário. É detentor da Legião de Honra Francesa.
No seguimento de uma queda, ia ficando paralisado e a dor lancinante que sentia quase que o levou ao suicídio. A dor foi em parte atenuada com a instalação de um dispositivo electrónico nas costas. Em 2008 ainda trabalhou num filme de animação (The Nutty Professor). Completa hoje 83 anos.

domingo, 15 de março de 2009

Recordando "Abril"
EFEMÉRIDEPaul Johann Ludwig von Heyse, escritor alemão, nasceu em Berlim no dia 15 de Março de 1830. Faleceu em Munique, em 2 de Abril de 1914.
Foi o primeiro ficcionista de língua alemã a receber o Prémio Nobel de Literatura (1910).
Estudou filologia e línguas clássicas, literatura e história. Entrou para a “Berliner Universität” em 1852 e fez uma viagem de estudo pela Itália patrocinada pelo Ministério da Cultura da Prússia.
Traduziu numerosos poetas italianos, escreveu cerca de 150 novelas e publicou vários romances, o mais conhecido dos quais foi “Criança do Mundo” (1873). Foi também poeta e dramaturgo.
Em Berlim, fez parte do grupo poético “Tunnel über der Spree ” e, em Munique, do “Clube Crocodilo”. Mudou-se para Munique a convite do rei bávaro Maximilian II.
Segundo alguns críticos, foi o primeiro e único escritor a vencer o Prémio Nobel pela insistência com que se insinuou junto da comissão julgadora…

sábado, 14 de março de 2009

Conversa à lareira

Recordando "Abril"
EFEMÉRIDEThéodore de Banville, poeta, dramaturgo e crítico francês, nasceu em Moulins no dia 14 de Março de 1823. Morreu em Paris, em 13 de Março de 1891, pouco tempo depois de ter publicado o seu único romance: “Marcelle Rabe ”.
Discípulo de Vítor Hugo, amigo de Charles Baudelaire e de Théophine Gautier, publicou em 1842 a sua primeira recolha de versos “Les Cariatides”, passando a ser especialmente considerado nos meios literários. Dois anos depois, publicou um segundo livro de versos “Les Stalactites”, com sucesso ainda maior.
Tornou-se muito conhecido após a publicação, em 1857, das famosas “Odes Funambulesques”. Em 1867, publicou “Éxilés”, que será porventura a sua melhor obra. Foi considerado, ainda em vida, como um dos mais eminentes poetas da sua época. Foi ele também quem descobriu o talento de Arthur Rimbaud, tinha este ainda dezasseis anos.
Escreveu várias peças de teatro e um “Pequeno Tratado da Poesia Francesa”. Colaborou como crítico dramático e cronista literário nos jornais “Pouvoir” (1850) e “National” (1869), tornando-se membro da “Revue fantaisiste” (1861), onde se reuniam os poetas que estiveram na origem do Parnaso e de todos os Movimentos do século.
Dele, disse Charles Baudelaire «Théodore de Banville não é um materialista; ele é luminoso. A sua poesia representa as horas felizes».

sexta-feira, 13 de março de 2009

Recordando "Abril"

EFEMÉRIDEGitta Sereny, historiadora, escritora e jornalista britânica, nasceu em Viena no dia 13 de Março de 1921. Os seus livros têm como temas, quase sem excepção, o Holocausto e os traumas das crianças vítimas de sevícias sexuais.
É filha de pai húngaro protestante e de mãe judia de origem alemã. Com treze anos, assistiu a uma manifestação em Nuremberga. Depois de a ter descrito num “trabalho de casa”, um dos seus professores aconselhou-lhe a leitura do livro “Mein Kampf” de Hitler, que a ajudaria a compreender aquilo a que tinha assistido…
Deixou a Áustria para fugir ao nazismo e partiu para França, onde trabalhou com crianças refugiadas durante a ocupação alemã. Prevenida de que estava prestes a ser presa, foi de avião para os Estados Unidos. Depois da Guerra, trabalhou para as Nações Unidas num programa de ajuda aos refugiados. Uma das suas funções era tentar devolver aos pais biológicos as crianças que tinham sido desviadas pelos nazis para serem educadas em famílias arianas. Esta experiência era por vezes extremamente traumatizante para as crianças, pois algumas já nem se lembravam das famílias de origem.
Assistiu ao Processo de Nuremberga em 1945, que a inspirou para escrever o livro “Albert Speer: a sua batalha pela verdade”, que recebeu o prémio “James Tait Black Memorial” em 1995.
Gitta Sereny casou-se em 1949 e instalou-se em Londres. O marido, Don Honeyman, era fotógrafo e trabalhava para a “ Vogue”, o “Daily Telegraph” e o “Sunday Times”. O célebre poster de Che Guevara com fundo vermelho é uma das suas criações mais conhecidas.
Para o livro “O caso Mary Bell”, publicado pela primeira vez em 1972, Gitta entrevistou a família, os amigos e os profissionais implicados naquele processo. Em 1998 publicou um segundo livro sobre Mary Bell (Cries Unheard), anunciando que repartiria com ela os direitos de autor. Este livro tornou-se rapidamente num texto de referência para os profissionais que trabalham com crianças “problemáticas”.
Em 1996, envolveu-se numa polémica, que quase acabou em tribunal, com o historiador David Irving que negava a existência do Holocausto. Gitta Sereny completa hoje 88 anos de idade.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Recordando "Abril"

EFEMÉRIDEVaslav Fomitch Nijinski, bailarino e coreógrafo russo de origem polaca, nasceu em Kiev no dia 12 de Março de 1889. Faleceu em Londres, em 8 de Abril de 1950, sendo sepultado em Paris.
É considerado um dos maiores bailarinos do seu tempo, tento vivido a dança desde muito cedo, pois era filho de bailarinos polacos, que se apresentavam em teatros e circos. Dançou nas apresentações dos seus pais, desde os quatro anos de idade.
Após o pai ter abandonado a família, mudou-se com a mãe para São Petersburgo. Com dez anos, iniciou estudos de dança na escola de ballet do Teatro Imperial. Aos dezoito anos foi o par da célebre bailarina russa Anna Pavlova. Em 1909 viajou para Paris com a companhia de ballet de Sergei Diaghilev, obtendo reconhecimento internacional.
Nijinski era dotado de uma técnica extraordinária. Por isso, muitos lhe chamavam o deus da dança e a oitava maravilha do mundo. Conciliava a sua técnica com um poder de sedução das plateias e com saltos que pareciam desafiar a lei da gravidade.
O relacionamento com Diaghilev, com quem manteve um caso amoroso, ficou bastante abalado quando Nijinski se casou com a condessa Romola de Pulszki, em 1913, em Buenos Aires. Por uns tempos, foi afastado do grupo, voltando a reintegrá-lo só em 1916.
Em 1918, com 29 anos, foi acometido de um distúrbio mental (esquizofrenia, com laivos de megalomania e mística), perdendo a totalidade dos seus recursos e abandonando os palcos. Retirou-se para a Suíça e passou por inúmeros psiquiatras até 1950, ano em que morreu numa clínica da capital inglesa. Deixou um diário, que espelha bem o estado mental em que viveu mais de metade da sua vida.
Em sua honra, foi criado o Prémio Nijinski que distingue personalidades do mundo da dança clássica. Dedicaram-lhe igualmente várias canções e foi feito um filme sobre a sua vida em 1980.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Recordando "Abril"
EFEMÉRIDEJacinta Marto, um dos três pastorinhos que alegadamente viram a Nossa Senhora na Cova da Iria, entre 13 de Maio e 13 de Outubro de 1917, nasceu em Aljustrel no dia 11 de Março de 1910. Morreu em Lisboa, em 20 de Fevereiro de 1920.
Jacinta Marto era uma criança típica do Portugal rural de então. Não frequentava a escola, trabalhando como pastora em conjunto com o irmão e uma prima. Mais tarde, logo após as aparições, «por recomendação de Nossa Senhora», entrou para a escola primária. Era, segundo a prima Lúcia, uma criança muito afectiva, sendo mimada por todos.
Na sequência das aparições, o comportamento das crianças alterou-se. Jacinta ficou muito marcada por uma visão do Inferno, que teria ocorrido na terceira aparição. Deslumbrada com a triste sorte dos pecadores, resolveu fazer penitências e sacrifícios pela sua conversão. É possível que os prolongados jejuns a tenham enfraquecido, a ponto de não sobreviver à epidemia de influenza que varreu a Europa em 1918, a seguir à primeira guerra mundial. Jacinta, que sofria de pleurisia e não podia ser anestesiada devido à má condição do seu coração, foi assistida em vários hospitais, acabando por sucumbir, sozinha, num hospital de Lisboa.
Jacinta foi beatificada em 13 de Maio de 2000, juntamente com o irmão, pelo Papa João Paulo II. É a cristã mais nova, “não mártir”, a ter sido beatificada. O seu dia festivo é o 20 de Fevereiro, data do seu falecimento.

terça-feira, 10 de março de 2009

Recordando "Abril"
EFEMÉRIDE - Samuel Ferguson, poeta, advogado e antiquário irlandês, nasceu em Belfast no dia 10 de Março de 1810. Faleceu em Howth, perto de Dublin, em 9 de Agosto de 1886. É considerado por muitos como o mais importante poeta anglo-irlandês do século XIX, devido ao seu interesse pela mitologia irlandesa e pelos primórdios da história da Irlanda.
Enquanto o pai levava uma vida de perdulário, a mãe era uma pessoa muito sociável e amante da literatura: desde cedo, começou a ler para os filhos obras de Shakespeare, de Walter Scott e de Keats, entre outros autores ingleses.
Samuel foi educado na Academia e no Instituto Académico de Belfast. Mudou-se depois para Dublin, onde estudou Direito no Trinity College. Obteve o bacharelato em 1826 e o mestrado em 1832.
Visto que o pai tinha gasto grande parte do espólio da família, Ferguson viu-se obrigado a suportar as suas próprias despesas enquanto estudava. Para isso, dedicou-se à escrita, tendo começado a publicar regularmente no “Blackwood's Magazine” aos 21 anos. Iniciou a sua actividade de advogado em 1838, mas continuou a escrever e a publicar, tanto no Blackwood's como numa revista entretanto fundada - “Dublin University Magazine”.
Além de escrever poesia, Ferguson colaborou com vários artigos sobre temas irlandeses em jornais de antiquários. Em 1863 viajou até à Bretanha, Irlanda, Gales, Inglaterra e Escócia para estudar diversos sítios arqueológicos. Estes estudos foram de importância decisiva para o seu trabalho mais importante sobre antiguidades - “Inscrições Ogham na Irlanda, Gales e Escócia”, que foi publicado postumamente em 1887.
A colectânea dos seus poemas “Lays of the Western Gael” foi publicada em 1865 e mereceu o Doutoramento Honoris Causa concedido pelo Trinity College. Dois anos depois, Ferguson abandonou os tribunais para aceitar o cargo de Deputado dos Registos Públicos na Irlanda. Em recompensa pelos serviços prestados, recebeu a ordem de Cavaleiro (Sir) em 1878.
Em 1882 foi eleito Presidente da Academia Real Irlandesa, uma organização dedicada ao avanço da ciência, da literatura e aos estudos de antiguidades.

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