quarta-feira, 31 de julho de 2019

JIM CAPALDI - "Love Hurts" 1975


31 DE JULHO - JOÃO BARREIROS


EFEMÉRIDE - João Manuel Rosado Barreiros, também conhecido pelo pseudónimo ‘José de Barros’, escritor de ficção científica, tradutor e crítico português, nasceu em Lisboa no dia 31 de Julho de 1952.
Licenciou-se em Filosofia na Universidade de Lisboa, em 1977 e é professor do ensino secundário, nessa área, desde 1975. A sua experiência na educação levou-o a escrever uma sátira semiautobiográfica intitulada “O Teste”, em 2000.
O seu estilo de escrita, sarcástico e com um característico humor negro, denota algumas influências de Robert Silverberg e James Tiptree, Jr.
Os seus enredos, situados em cenários distópicos, são frequentemente protagonizados por personagens antipáticas, que enfrentam a brutalidade do dia-a-dia e acabam punidas em consequência das suas próprias acções. As histórias são ricas em descrições gráficas de violência e rejeitam peremptoriamente os ícones do politicamente correcto, como Walt Disney e a “Rua Sésamo”, alvos frequentes de escárnio; por exemplo, na sua novela “A verdadeira invasão dos marcianos”, em que os principais antagonistas foram criados à imagem do ‘Poupas’.
Alguns dos seus trabalhos foram traduzidos para inglês, espanhol, francês, italiano e sérvio.
Ganhou por duas vezes o prémio brasileiro Nova, atribuído por fãs ao melhor conto publicado na América do Sul.
Publicou críticas a filmes e livros, nos jornais “Público” e “O Independente” e nas revistas “Ler” e “Os Meus Livros”. A dureza das suas críticas tornou-o famoso entre os amantes de ficção científica portugueses, tornando lendária a sua caneta de aparo de titânio.
Durante os anos 1980 e início dos anos 1990, publicou duas colecções de ficção científica e fantástico na Editora Clássica e na Gradiva. Entres os escritores que deu a conhecer aos leitores portugueses, encontram-se Iain M. Banks, William Gibson, Peter Straub, Dan Simmons e A. A. Attanasio. Contudo, os editores opunham-se às suas escolhas pouco ortodoxas e por isso livros como “Lord Foul's Bane” de Stephen R. Donaldson, “Sunglasses After Dark” de Nancy A. Collins e “The Last Coin” de James Blaylock foram traduzidos, mas nunca publicados.
Foi co-fundador da Simetria — Associação Portuguesa de Ficção Científica e Fantástico, em 1995 (da qual se afastaria, em 1999), e da Associação Portuguesa do Fantástico nas Artes, em 2005.

terça-feira, 30 de julho de 2019

30 DE JULHO - PAUL ANKA


EFEMÉRIDE - Paul Anka, autor-compositor-intérprete canadiano de origens síria e libanesa, naturalizado norte-americano em 1990, nasceu em Otava no dia 30 de Julho de 1941.
Quando era criança, Paul começou a cantar, no coral da Igreja Ortodoxa Síria Santo Elias, na sua cidade natal. Como estudante da Fisher Park High School de Otava, fez parte de um trio chamado Bobby Soxers.
Com catorze anos, gravou “I Confess”, encorajado pelos pais. Em 1957, foi para Nova Iorque, onde fez um teste para a ABC, cantando uma canção de amor que escrevera para uma babá. A canção, “Diana”, trouxe um estrelato instantâneo a Paul e é um dos discos de 45 rotações mais vendidos de sempre, com nove milhões de cópias. Prosseguiu com quatro músicas, que chegaram aos Tops 20 de 1958, transformando-o no maior ídolo dos adolescentes da época. Fez tournées no Reino Unido (1957) e depois, com Buddy Holly, na Austrália (1959). Actuou igualmente na Argélia e nos Estados Unidos. 
Graças aos títulos “You Are My Destiny” e “Crazy Love”, classificou-se entre as 20 melhores vendas de 1958.
Nos anos 1960, Anka começou a actuar em filmes, escrevendo igualmente músicas para alguns deles. Tornou-se então num dos primeiros cantores de pop a apresentar-se nos casinos de Las Vegas.
Em 1969, adaptou para a língua inglesa uma canção de sucesso de Claude François (“Comme d'habitude”), que passou a chamar-se “My Way” e tornou-se um êxito na voz de Frank Sinatra e de muitos outros cantores.
Nos anos 1980, fez dueto com Peter Cetera na canção “Hold Me Til The Morning Comes”, que fez parte da banda sonora da novela “Guerra dos Sexos”, de 1983. Paul Anka fez dueto também com Julia Migenes, na canção “No Way Out”. que pertence a banda sonora do filme “Sem Saída”, de 1987.
Ainda nos 1980, co-escreveu várias canções com Michael Jackson que, no entanto, só viriam a ser gravadas em 2009, na voz de outros cantores.
Em 1999, lembrando as suas raízes libanesas, actuou no Fórum de Beirute. Paul Anka é pai de cinco filhas e de um filho, este nascido em 2006.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

29 DE JULHO - RENÉ FAVALORO


EFEMÉRIDE - René Gerónimo Favaloro, cirurgião cardiovascular e professor argentino, morreu em Buenos Aires no dia 29 de Julho de 2000. Nascera em La Plata, em 12 de Julho de 1923. Realizou, em 1967, a primeira cirurgia de ponte de safena (aorta-coronária) do mundo.
Estudou Medicina na Universidade de La Plata e trabalhou no Hospital Policlínico, passando depois a residir em Jacinto Aráuz, para substituir temporalmente o médico local.
Lia, então, bibliografia médica actualizada e começou a ganhar interesse pela cirurgia torácica. Nos finais da década de 1960, começou a estudar uma técnica para utilizar a veia safena na cirurgia coronária.
Esteve numa clínica em Cleveland, Ohio, nos EUA. Em 1971, voltou à Argentina para operar na clínica privada Guemes. No início da década de 1970, criou uma fundação que tem o seu nome.
No ano 2000, a Argentina estava imersa numa crise económica e política e a Fundação Favaloro tinha 75 milhões de dólares em dívidas. Por várias vezes, Favaloro pediu ajuda ao governo, mas nunca teve resposta. Face às dificuldades, Favaloro suicidou-se com arma de fogo.
A seguir ao suicídio, veio a saber-se que uma sua carta dirigida ao presidente Fernando de la Rúa nunca tinha sido lida. Nessa missiva, mostrava-se cansado por «ser pedinte no meu próprio país» e pedia ajuda ao presidente Rúa no sentido de angariar verbas para a fundação.

domingo, 28 de julho de 2019

PAUL ANKA - "medley" 1966


28 DE JULHO - MARIA DE BELÉM ROSEIRA


EFEMÉRIDE - Maria de Belém Roseira Martins Coelho Henriques de Pina, jurista e política portuguesa, nasceu no Porto em 28 de Julho de 1949.
Licenciada em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1972, iniciou a sua carreira profissional como técnica superior do Ministério do Trabalho, na Direcção-Geral da Previdência, em 1973. Desenvolveu toda a sua carreira na Administração Pública, tendo-se aposentado com a categoria de assessora principal do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social.
Após o 25 de Abril de 1974, integrou como adjunta o gabinete da Secretária de Estado da Segurança Social, Maria de Lourdes Pintasilgo, logo no I Governo Provisório. Anos depois, em 1983, foi nomeada chefe de gabinete do ministro da Saúde, António Maldonado Gonelha.
A ministra da Saúde Leonor Beleza, do governo de Cavaco Silva, viria a nomeá-la vice-provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (1988/1992) e, posteriormente, Arlindo de Carvalho escolheu-a para administradora-delegada do Centro Regional de Lisboa do Instituto Português de Oncologia (1992/1995). Foi também administradora da Teledifusão de Macau (1986/1987).
Militante do Partido Socialista desde 1976, após a vitória do partido então liderado por António Guterres nas eleições legislativas de 1995, Maria de Belém seria nomeada ministra da Saúde do XIII Governo Constitucional (1995/1999). Em seguida, foi ministra para a Igualdade no XIV Governo Constitucional (1999/2000), ambos presididos por Guterres. Terá abandonado o último cargo por divergências com Manuela Arcanjo, que lhe sucedeu na pasta da Saúde. Foi ainda, durante aquele período, vice-presidente (1997) e presidente (1999) da Assembleia-Geral da Organização Mundial de Saúde.
Após a saída do governo, assumiu o cargo de deputada à Assembleia da República, para o qual fora eleita, pelo Círculo do Porto, na legislatura iniciada em 1999. Seria reeleita em 2002, 2005, 2009 e 2011. Em Dezembro de 2006, quando era presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, foi contratada como consultora pela empresa Espírito Santo Saúde, tendo afirmado não considerar existir incompatibilidade entre as duas funções. Em 2015, ainda deputada, foi apontada como um dos nomes do Conselho Consultivo da Administração da Luz Saúde, ex-Espírito Santo Saúde. Em 2008, foi nomeada presidente da Comissão parlamentar de Inquérito ao Processo de Nacionalização, Gestão e Alienação do Banco Português de Negócios.
Nas eleições presidenciais de 2011, foi a mandatária nacional da candidatura de Manuel Alegre. Cinco anos antes, nas presidenciais de 2006, apoiara Mário Soares contra Alegre, que se candidatara como independente. Já em Setembro de 2011, Maria de Belém, depois de apoiar António José Seguro em eleições directas no PS (que obteve vitória sobre a candidatura de Francisco Assis), foi eleita presidente do PS. Seria sucedida no cargo por Carlos César, em Novembro de 2014, após a eleição de António Costa em primárias, contra Seguro.
Ao longo do seu percurso, Maria de Belém participou na fundação de diversas instituições particulares de solidariedade social, nomeadamente a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, a Associação Portuguesa de Psico-gerontologia e a Liga de Amigos do Hospital de São Francisco Xavier. Desempenhou ainda os cargos de presidente da Assembleia-Geral da União das Misericórdias Portuguesas, da União das Mutualidades, do Conselho Consultivo do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e da Irmandade de S. Roque. Foi membro da Direcção da APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, da Associação Para o Progresso do Direito e da Associação Portuguesa de Telemedicina; membro do Conselho de Administração da Fundação Francis Obikwelu; membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, da Fundação do Gil e da Fundação Portuguesa do Pulmão.
Foi comentadora regular na SIC Notícias até Março de 2013, no programa “Frente-a-Frente”. Desde então, é comentadora regular na CMTV.
Maria de Belém anunciou a sua candidatura às eleições presidenciais de 2016, em Agosto de 2015, e formalizou-a em Dezembro, no Tribunal Constitucional, com cerca de 9 200 assinaturas. O seu mandatário nacional foi Eduardo Marçal Grilo, sendo Simonetta Luz Afonso e Júlio Machado Vaz os mandatários em Lisboa e no Porto, respectivamente. Pertenceram à comissão de honra da candidatura Manuel Alegre, Jorge Coelho, José Vera Jardim e Alberto Martins. Bruno Matias foi o mandatário para a juventude.
Ficou em 4.º lugar nas eleições, com apenas 4,24% dos votos, um resultado muito abaixo do que as sondagens iniciais previam. O resultado inferior a 5% levou a que não tivesse direito à subvenção estatal para fazer face às despesas da campanha eleitoral.
Em Fevereiro de 2005, Maria de Belém foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi feita membro do Conselho das Antigas Ordens Militares, em Junho de 2016.

sábado, 27 de julho de 2019

27 DE JULHO - DANIEL BURBANK


EFEMÉRIDE - Daniel Christopher Burbank, astronauta da NASA e capitão da Guarda Costeira dos Estados Unidos, nasceu em Manchester, nos EUA, em 27 de Julho de 1961.
Burbank frequentou a Academia da Guarda Costeira, formando-se em 1985 e entrando para o serviço activo desta força. Em 1987, fez o curso de treino de pilotos e tornou-se piloto-instrutor, servindo em várias estações da Guarda Costeira, na Carolina do Norte, Massachusetts e Alasca.
Em 1996, foi seleccionado pela NASA para o curso de astronautas, sendo qualificado após o treino-padrão e foi ao espaço em Setembro de 2000, como especialista de missão da STS-106 Atlantis, que passou uma semana na ISS, preparando o módulo Zvezda para as primeiras expedições humanas na estação.
Em Setembro de 2006, fez o seu segundo voo espacial na STS-115 Atlantis, uma missão de onze dias na Estação Espacial Internacional, onde realizou uma caminhada no espaço de aproximadamente sete horas, para instalar os painéis solares da nova estrutura montada na base da estação.
Depois de uma estadia na Rússia, para aprendizagem e treino no programa russo Soyuz, Burbank foi pela terceira vez ao espaço em Novembro de 2011, a bordo da nave Soyuz TMA-22, para uma estadia de longa duração na ISS, onde participou na Expedição 29, como engenheiro de voo, e comandou a Expedição 30. Depois de seis meses no espaço, voltou à Terra em 27 de Abril de 2012, juntamente com os seus companheiros Anton Shkaplerov e Anatoli Ivanishin, pousando com a TMA-22 nas estepes do Cazaquistão.
Possuidor de um mestrado em Ciência Aeronáutica, Daniel Burbank é também um operador registado de radioamadorismo. Reformou-se em Julho de 2018.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

26 DE JULHO - CARL ROBERT JAKOBSON


EFEMÉRIDE - Carl Robert Jakobson, escritor, jornalista, político e professor estoniano, nasceu em Tartu no dia 26 de Julho de 1841. Morreu em Kurgja, em 19 Março de 1882.
Foi uma das personalidades mais importantes do despertar nacional da Estónia, na segunda metade do século XIX.
Entre 1860 e 1880, o Governatorato da Livonia foi liderado por um governo da nobreza mais moderada. Jakobson tornou-se líder da ala radical, defendendo reformas generalizadas.
Ele foi o responsável pelo Programa económico-político do Movimento nacional da Estónia. Jakobson pediu aos estonianos para exigirem a igualdade de direitos políticos e o fim da posição privilegiada da nobreza báltico-alemã.
Em 1878, Jakobson fundou o jornal “Sakala”, que se tornou rapidamente um promotor vital do despertar cultural da Estónia. Teve igualmente um papel central na criação da Sociedade de Literatos da Estónia, que foi uma influente associação estoniana, na segunda metade do século XIX.
Carl Robert Jakobson seria retratado na nota de 500 coroas da Estónia. Faleceu aos 40 anos.
Em 1948, o Museu Quinta de CR Jakobson foi fundado pela sua filha mais velha. Este museu foi projectado para ilustrar elementos da vida rural na Estónia, durante o período da vida de Jakobson.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

25 DE JULHO - CARLOS GALHARDO


EFEMÉRIDE - Carlos Galhardo, de seu verdadeiro nome Catello Carlos Guagliardi, um dos principais cantores da Era da Rádio brasileira, morreu no Rio de Janeiro em 25 de Julho de 1985. Nascera em Buenos Aires no dia 24 de Abril de 1913.
Filho de pais italianos, teve três irmãos, dois nascidos em Itália e uma no Rio de Janeiro. Dois meses depois do seu nascimento, a família mudou-se para São Paulo e, em seguida, para o Rio de Janeiro.
Aos oito anos de idade, com o falecimento da mãe, passou a viver com um parente no bairro do Estácio e aprendeu o ofício de alfaiate. Aos quinze anos, era já um bom oficial, apesar de não gostar muito do ofício. Chegou a a abandonar os estudos (completara a primária), para se dedicar à profissão.
Passou por várias alfaiatarias e, numa delas, trabalhou com o barítono Salvador Grimaldi, com quem passou a ensaiar duetos de ópera.
Apesar de, em casa e para amigos, cantarolar cançonetas italianas e árias de ópera, a sua carreira só foi iniciada numa festa em casa de um irmão, onde se encontravam diversas personalidades. Ali cantou, para os convidados, “Deusa” de Freire Júnior. Aprovando-o, aconselharam-no a tentar a rádio. Foi então apresentado ao compositor Bororó, através do qual, conseguiu uma oportunidade na Rádio Educadora do Brasil, onde cantou “Destino”, de Nonô e Luís Iglesias. No dia seguinte, foi procurado e convidado para fazer um teste na RCA Victor. Aprovado, passou a fazer parte do coro que acompanhava as gravações da empresa.
O seu primeiro disco a solo foi lançado em 1933, com os frevos “Você não gosta de mim”, dos Irmãos Valença, e “Que é que há”, de Nélson Ferreira.
Conhecendo o compositor Assis Valente, gravou muitas canções suas, tais como “Para onde irá o Brasil”, “É duro de se crer”, “Elogio da raça” (em dueto com Cármen Miranda), “Pra quem sabe dar valor” e “Boas festas”, esta última sendo o seu primeiro grande sucesso.
Passou a cantar em várias emissoras de rádio do Rio de Janeiro, tais como: Mayrink Veiga, Rádio Clube, Philips, Sociedade, Cruzeiro, Cajuti, Tupi, Nacional e Mundial.
Em 1935, estreou-se como cantor romântico, com a valsa-canção “Cortina de Veludo”, de Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago, obtendo um enorme sucesso.
Durante a sua carreira, gravou também na Columbia, Odeon e Continental. Foi o segundo cantor que mais gravou no Brasil - cerca de 570 músicas (só perdeu para Francisco Alves).
Além das canções carnavalescas, Galhardo foi quem mais cantou temas de outras datas festivas. Participou ainda nos seguintes filmes: “Banana da terra” (1938), “Vamos cantar” (1940), “Entra na farra” (1941), “Carnaval em lá maior” (1955) e “Metido a bacana” (1957).
Em 1945, gravou - juntamente com Dalva de Oliveira e Os Trovadores - a adaptação de João de Barro para a história infantil “Branca de Neve e os sete anões”, com canções de Radamés Gnattali.
Em 1952, passou um ano a actuar em Portugal. Em 1953, a “Revista do Disco” deu-lhe o título de Rei do disco. Também ficou conhecido como “O rei da valsa” e «O cantor que dispensa adjectivos».
Começou a apresentar-se por todo o Brasil, inclusivamente através da televisão. Em 1983, fez a sua última actuação, no espectáculo “Allah-lá-ô”, de Ricardo Cravo Albin, dedicado ao compositor António Nássara, realizado na Sala Funarte - Sidney Miller.
Carlos Galhardo faleceu aos 72 anos e foi sepultado no Cemitério São João Batista. Juntamente com Francisco Alves, Orlando Silva, Vicente Celestino e Sílvio Caldas, formou o quadro de honra dos grandes cantores da era da rádio brasileira.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

24 DE JULHO - ELISA LISPECTOR


EFEMÉRIDE - Elisa Lispector, de seu verdadeiro nome Leah Pinkhasovna Lispector, escritora brasileira, nasceu em Savran, na Ucrânia, em 24 de Julho de 1911. Morreu no Rio de Janeiro em 6 de Janeiro de 1989. Autora introspectiva, buscava exprimir, através dos seus textos, as agruras e antinomias do ser. A exemplo da sua irmã Clarice, também escritora, algumas das suas obras caracterizam-se pela exacerbação do momento interior e pela ruptura com o enredo factual, embora de forma menos acentuada.
Iniciada a Revolução Russa de 1917, a família Lispector passou a sofrer a perseguição aos judeus, refugiando-se, por diversas vezes, em aldeias do interior da Ucrânia. Em 1920, embarcaram num navio com destino ao Brasil. Chegaram a Maceió em Março de 1922, sendo recebidos por familiares. Por iniciativa do seu pai, mudaram de nome. Ela passou a chamar-se Elisa. Desde pequena, Elisa dedicou-se à leitura de obras de ficção e de clássicos da literatura universal.
Em 1925, mudaram-se para o Recife. Formada na Escola Normal, Elisa chegou a ser professora de crianças durante alguns anos. Mais tarde, no Rio de Janeiro, ingressou no funcionalismo público federal, ocupando cargos elevados e funções no estrangeiro, ao secretariar delegações do governo em viagem. Mesmo nessa época, dedicava-se a colaborações em periódicos literários.
Durante algum tempo, manteve uma relação com o escritor Orígenes Lessa, mas o relacionamento não se desenvolveu e o noivado ficou sem efeito. 
Estreou-se na literatura em 1945, com a publicação do romance “Além da Fronteira”, marco inicial de uma extensa obra pontuada por reminiscências de fugas e perseguições enfrentadas no passado e um sentimento permanente de exílio. Com o livro “O Muro de Pedras”, um dos seus trabalhos mais reconhecidos e apreciados pela crítica, no qual disserta em profusão sobre temas recorrentes do Existencialismo, conquistou os prémios José Lins do Rego (1963) e Coelho Neto - Academia Brasileira de Letras (1964).
A sua estreia como contista, deu-se, entretanto, apenas em 1970, com a publicação de “Sangue no Sol”, ao qual se seguiram “Inventário” (1977) e “O Tigre de Bengala” (1985). Esta última colectânea de contos foi agraciada com o prémio Pen Clube, em 1986.
Faleceu aos 87 anos, no Rio de Janeiro, onde fixara residência.

terça-feira, 23 de julho de 2019

23 DE JULHO - STEPHANIE SEYMOUR


EFEMÉRIDE - Stephanie Michelle Seymour, supermodelo e actriz norte-americana, nasceu em San Diego no dia 23 de Julho de 1968.
A mãe era fotógrafa. Stephanie, apenas com 14 anos, começou a trabalhar em alguns jornais de San Diego. Aos 15 anos, participou no concurso “Elite Look of the Year”, conquistando o 1º lugar. Stephanie foi vista pelo dono da agência, John Casablancas, e - como consequência - mudou-se para Nova Iorque a fim de trabalhar como modelo da Elite Model.
Fez muito sucesso nos anos 1990, juntamente com as suas colegas de trabalho e já supermodelos Naomi Campbell, Cindy Crawford e Claudia Schiffer, entre outras.
De 1989 a 1990, foi casada com o guitarrista e cantor de country Tommy Andrews. A união falhou, mas resultou no nascimento de Dylan Thomas Andrews, em 1991.
Em Fevereiro de 1991, começou uma relação com o vocalista do grupo Guns N’ Roses, Axl Rose. Não se casaram nem tiveram filhos. Participou nos clipes de “Don’t Cry” e “November Rain”. O relacionamento terminou em 1993, com acusações mútuas de violência doméstica. Casou-se depois com o milionário Peter Brant, com quem teve três filhos.
Em Março de 1991, posou para a revista “Playboy”, quatro meses após ter nascido o seu primeiro filho. Nesse mesmo ano, foi capa da revista inglesa “Glamour”. Depois de dois anos a viver na Europa, em 1993 apareceu novamente na “Playboy”, desta vez na edição do “Dia dos Namorados”. Em 1994, foi fotografada por Richard Avedon para a “Egoïste” e para a “Versace Jeans”.
Apareceu nos catálogos da Victoria's Secret, onde foi uma das “Angel’s” de 1993 a 1999. Foi capa das revistas “Cosmopolitan”, “Elle”, “GQ”, “Self”, “W”, “Allure” e “Vogue”, entre outras. Ilustrou também as páginas da revista “Sports Illustrated Swimsuit Edition”.
Escreveu o livro “Stephanie Seymour’ Beauty for Dummies”, publicado pela ICD Publishing, onde revelou alguns dos seus segredos de beleza.
A revista “Paris Match” nomeou-a Modelo Mais Bonita de 1994. Por sua vez, a revista “People” colocou-a em 1º lugar entre as 50 pessoas mais bonitas do Mundo. Em 1998, foi classificada em 61ª, na lista da “Playboy” das 100 Estrelas Mais Sexys do século XX.
Actuou no filme “Pollock” de Ed Harris; num episódio de uma série de televisão; e em diversos filmes e vídeos publicitários.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

22 DE JULHO - GIANFRANCESCO GUARNIERI


EFEMÉRIDE - Gianfrancesco Sigfrido Benedetto Guarnieri, actor, director de teatro e dramaturgo italiano naturalizado brasileiro, morreu em São Paulo no dia 22 de Julho de 2006. Nascera em Milão, em 6 de Agosto de 1934.
Foi um actor em destaque no Teatro de Arena de São Paulo e a sua mais importante obra foi “Eles Não Usam Black-Tie”. Em 2006, foi homenageado na 18ª edição do Prémio Shell de Teatro de São Paulo pela sua contribuição para o teatro brasileiro.
Era filho de músicos antifascistas, o maestro Edoardo Guarnieri e a harpista Elsa Martinenghi, que decidiram ir para o Brasil em 1936, estabelecendo-se no Rio de Janeiro. No início dos anos 1950, a família mudou-se para São Paulo. Líder estudantil desde a adolescência, Guarnieri começou a fazer teatro amador com Vianinha e um grupo de estudantes de São Paulo. Em 1955, criaram o Teatro Paulista do Estudante, com orientação de Ruggero Jacobbi. No ano seguinte, o TPE uniu-se ao Teatro de Arena
A sua peça de estreia, como dramaturgo, foi “Eles Não Usam Black-Tie”, encenada em 1958 pelo Teatro de Arena. O elenco contou com grandes talentos que começavam a despontar no teatro brasileiro, como o próprio Guarnieri, no papel de Tião. Programada para encerrar o trabalho do grupo, que vivia uma crise financeira, alcançou sucesso imenso, sendo um dos marcos da renovação do teatro brasileiro da época. A peça, o autor e o elenco foram premiados pelo então governador de São Paulo, Jânio Quadros, e o Arena foi salvo da crise. Paralelamente, o realizador Roberto Santos dava o pontapé inicial no Cinema Novo, com o filme “O Grande Momento”, um clássico do cinema brasileiro, protagonizado por Guarnieri e Miriam Pérsia.  
O director Sandro Polloni encomendou uma peça a Guarnieri, para ser representada pela companhia de Maria Della Costa. Guarnieri saiu do Arena por uns tempos para poder realizar esse trabalho com Maria Della Costa e, em 1959, surgiu “Gimba, Presidente dos Valentes”. Era o primeiro trabalho de Guarnieri num palco italiano e a direcção ficou a cargo de Flávio Rangel. Levada à cena de maneira pioneira, com a realidade dos morros cariocas, em forma de musical, inspirando-se em parte na sua própria experiência de vida. A encenação foi espectacular e a peça passou os meses seguintes em tournée pela Europa, sendo apresentada no Festival das Nações, em França.
A “Semente” estreou em 1961 no TBC e também contou com a direcção de Flávio Rangel. A peça, de cunho abertamente político e inteiramente fora dos padrões do TBC, abordava de forma contundente a militância comunista, criticando tanto os métodos da direita como os da esquerda. Embora contasse com actores consagrados, fosse uma montagem grandiosa e tivesse o aval da crítica, a peça teve problemas homéricos com a censura, o que acabou por esfriar o interesse dos frequentadores do então chamado “Templo Burguês do Teatro Paulista” e a peça saiu rapidamente de cena. Nesse mesmo ano, ainda no TBC, Guarnieri participou em duas montagens de Flávio Rangel: “Almas Mortas”, de Gogol, e a primeira montagem de “A Escada”, de Jorge Andrade.
Em 1962 voltou para o Arena, não só como actor e autor, mas como sócio proprietário. O Teatro de Arena acabou por se tronar uma sociedade entre Guarnieri, Augusto Boal, Paulo José, Juca de Oliveira e o cenógrafo Flávio Império. Juntos, participaram em várias peças nessa nova fase, como “A Mandrágora”, de Maquiavel (1962) e “O Melhor Juiz, o Rei”, de Lope de La Vega (1963).
O Filho do Cão”, de 1964, texto de Guarnieri, tratava da questão do misticismo religioso e da reforma agrária, já num turbulento contexto político (ano do Golpe Militar). A partir desse momento, a sua carreira, como a de todos os intelectuais ideologicamente colocados à esquerda, passou por momentos difíceis.
Optou então por utilizar uma linguagem metafórica e alegórica que tomaria corpo em montagens como os musicais “Arena conta Zumbi”, tendo como destaque a música “Upa Neguinho”, com parceria de Edu Lobo, e “Arena conta Tiradentes”, feitos em parceria com Augusto Boal.
Na década seguinte, daria prosseguimento àquele estilo em peças como “Castro Alves Pede Passagem” (1971) e, principalmente, “Um Grito Parado no Ar”de 1973 (que mostrava as dificuldades da classe artística naquele período) e “Ponto de Partida” de 1976 (onde utilizava uma vila da Idade Média como pano de fundo para focalizar a repressão a partir da morte do jornalista Vladimir Herzog), pontos capitais do teatro brasileiro nos anos 1970.
Na década de 1980, a sua carreira como autor de teatro tornar-se-ia cada vez mais esparsa, lançando poucos textos. Em 1988, escreveu “Pegando Fogo Lá Fora”; em 1995, publicou “A Canastra de Macário”, que é o momento em que a sua saúde lhe dá o primeiro susto, com um aneurisma na aorta. Em 1998, escreveu - com o filho Cláudio - a peça “Anjo na Contramão”; a sua última peça foi “A Luta Secreta de Maria da Encarnação”, realizada em 2001.
Apresentou-se num palco pela última vez em Agosto de 2005 (no mesmo Teatro Maria Della Costa onde, 46 anos antes, apresentara a peça “Gimba”). Fez ainda o papel de Marcelo Belluomo na gravação da peça “Você Tem Medo do Ridículo, Clark Gable?”, de Analy Alvarez, com direcção de Roberto Lage, para o programa “Senta que lá vem comédia” da TV Cultura. O programa foi transmitido em Setembro do mesmo ano.
Escreveu, em 1960, o libreto da ópera “Um Homem Só”, de Camargo Guarnieri. Foi parceiro musical de compositores como Carlos Lyra, Edu Lobo e Toquinho, entre outros.  
A partir do final dos anos 1950, passou a conciliar a sua bem-sucedida actividade no teatro com uma presença cada vez maior na televisão e no cinema. Tornou-se, assim, um dos melhores e mais populares actores brasileiros.
Na televisão, actuou em novelas como “A Muralha” (1968), “Mulheres de Areia” (1973/74)), “Jogo da Vida” (1981/82), “Cambalacho” (1986), “Rainha da Sucata” (1990), “A Próxima Vítima” (1995), “Sol de Verão” (1982/83), “Vereda Tropical” (1984/85), “Mandala” (1987/88), e “Que Rei Sou Eu?” (1989). Actuou igualmente em mini-séries como “Anos Rebeldes” (1992) e “Incidente em Antares” (1994).
O público mais jovem provavelmente reconhece-o pelo papel do carinhoso e divertido avô Orlando Silva, na série juvenil “Mundo da Lua” (1991/92).
No cinema, além de protagonizar “O Grande Momento”, também participou em filmes como “O Jogo da Vida” (1976), “Gaijin – Os Caminhos da Liberdade” (1980) e “Eles Não Usam Black-Tie”, versão cinematográfica da sua peça homónima (1981).  Este filme ganhou o Prémio Especial do Júri no Festival de Veneza. Protagonizou ainda “A Próxima Vítima” (1983), “Beijo 2348/72” (1990), e “O Quatrilho” (1995). O seu último filme foi “Contos de Lygia”, de 1998.
Foi secretário da Cultura da cidade de São Paulo, entre 1984 e 1986. Nessa oportunidade, procurou valorizar as acções comunitárias.
Guarnieri casou-se pela primeira vez em 1958 com a jornalista Cecília Thompson, com quem teve dois filhos, ambos também actores. Com a sua companheira dos últimos 40 anos, a socióloga Vanya Sant´Anna, teve mais três filhos, que também seguiram carreira teatral. 
Gianfrancesco Guarnieri estava a gravar, no Teatro Oficina, a telenovela “Belíssima”, da Rede Globo, em que interpretava o personagem Pepe, no dia 2 de Junho de 2006, quando se sentiu mal, sendo internado no Hospital Sírio-Libanês, onde veio a falecer, no mês seguinte, de insuficiência renal crónica. Foi sepultado no cemitério Jardim da Serra, na cidade de Mairiporã, onde morava.

domingo, 21 de julho de 2019

21 DE JULHO - CATHERINE NDEREBA


EFEMÉRIDE - Catherine Ndereba, maratonista queniana, ex-recordista mundial da prova, quatro vezes campeã da Maratona de Boston, bicampeã Mundial e duas vezes medalha de prata em Jogos Olímpicos, nasceu em Gatunganga no dia 21 de Julho de 1972.
No mundo do atletismo é conhecida por “Queen Catherine” (“Rainha Catarina”), alusão à poderosa imperatriz da Rússia no século XVIII, Catarina, a Grande, em relação à sua ‘soberania’ nas corridas de longa distância.
Ndereba apareceu no cenário internacional do atletismo em 1995, quando representou o Quénia pela primeira vez numa corrida de estafetas por equipas em Seul, na Coreia do Sul. No ano seguinte, participou em 18 corridas, tendo vencido 13. Retirou-se por um ano do desporto, em 1997, para dar luz a sua filha, Jane.
De 1998 em diante, Catherine colocou o seu nome entre as grandes fundistas do atletismo, recebendo o título de Corredora do Ano por várias vezes, atribuído por publicações especializadas dos Estados Unidos, onde passou a disputar provas.
A partir do ano 2000, acumulou uma série de vitórias consecutivas em maratonas importantes, que deram origem à sua alcunha. Venceu em Boston em 2000, 2001, 2004 e 2005, tornando-se a primeira mulher com quatro vitórias na centenária maratona. Venceu a Maratona de Chicago em 2000 e 2001, quando estabeleceu o então recorde mundial da prova (2h 18m 47s). Foi medalhada com ouro nos Campeonatos Mundiais de 2003 e 2007 e vice-campeã olímpica nos Jogos de Atenas em 2004 e de Pequim em 2008.
Ndereba vive em Nairobi com a família, onde trabalha no sistema penitenciário do Quénia desde 1994, actividade para a qual diversos cidadãos são convocados pelo governo, como um tipo de serviço militar, exercendo estas funções durante vários anos.

sábado, 20 de julho de 2019

20 DE JULHO - KIM CARNES


EFEMÉRIDE - Kim Carnes, cantora e compositora de música pop norte-americana, nasceu em Pasadena (Califórnia) no dia 20 de Julho de 1945.
Lançou o seu primeiro álbum em 1972 (“Rest on Me”). Em 1981, com a sua voz rouca, chamaria a atenção de todo o mundo com o hit “Bette Davis Eyes”, em homenagem à célebre actriz de cinema.
Tornou-se popular com grandes sucessos, como More Love”, “I’ll Be Here Where the Heart Is” e “Crazy in the Night (Barking at Airplanes)”, entre muitos outros.
Em 1984, fez um dueto com Barbra Streisand, na canção “Make No Mistake, He’s Mine”. No mesmo ano, participou com Kenny Rogers e James Ingram na música “What About Me”.
Em 1985, colaborou na campanha de filantropia “We Are the World” promovida por Michael Jackson.
Juntamente com o seu marido, compôs canções para Barbra Streisand, Frank Sinatra e Kenny Rogers, nos anos 1980.
A partir de 1983, abandonou o sintetizador e enveredou por uma carreira mais comedida, virada essencialmente para a música country.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

19 DE JULHO - PEDRO ANTONIO DE ALARCÓN


EFEMÉRIDE - Pedro Antonio Joaquín Melitón de Alarcón y Ariza, jornalista, escritor e político espanhol, morreu em Madrid, no dia 19 de Julho de 1891. Nascera em Guadix, Granada, em 10 de Março de 1833. Pertenceu ao movimento realista, sendo um dos seus mais destacados autores.
Alarcón teve uma intensa vida ideológica. Assim como os seus personagens, evoluiu de ideias liberais e revolucionários para posições mais tradicionalistas. Embora tivesse origem fidalga, a sua família era bastante humilde, mas não tanto que o impedisse de estudar Direito na Universidade de Granada, curso que abandonou logo no início para ingressar num seminário. A vida eclesiástica também não o satisfez e, em 1853, foi para Cádis, onde co-fundou “El Eco de Occidente”, com Torcuato Tárrago y Mateos, começando a sua carreira de jornalista na direcção deste jornal.
Alarcón escreveu desde a adolescência. A sua primeira obra de ficção, “El final de Norma”, foi composta aos dezoito anos de idade e publicada em 1855. As suas preocupações levaram-no a juntar-se ao grupo literário Cuerda granadina.
Em 1854 mudou-se para Madrid, aborrecido com o ambiente reaccionário de Granada. Ali criou um jornal satírico, “El látigo”, que também dirigiu, com ideologia antimonarquista, republicana e revolucionária. Era um claro herdeiro da sua experiência no “El eco de Occidente”.
Em 1857, escreveu “El hijo pródigo”, um drama de grande sucesso. Também no mesmo ano, começou a publicar relatos e artigos de viagens, na publicação madrilena “El Museo Universal”. Mais tarde, como soldado e jornalista envolvido na Guerra de Marrocos, recolheu tudo o que acontecia na campanha e na sua vida ali, enviando para o seu editor, numa série de artigos, que foram publicados sob o título “Diario de un testigo de la guerra de África”, em 1859. Este livro é particularmente apreciado pela sua abundante e exacta descrição da vida militar.
Posteriormente, cultivou a literatura de viagens, contando em diversos artigos as suas viagens pela Itália (“De Madrid a Nápoles”, 1861) e a sua Granada natal (“La Alpujarra”, 1873), nos quais o realismo e as descrições contrastam com a ilusão de uma prosa que narra o próximo e o desconhecido. Estes artigos, além do interesse puramente jornalístico, são um exemplo para toda a literatura de viagens.
Como integrante do partido político União Liberal, ocupou vários cargos, sendo o mais importante o de conselheiro de Estado, no reinado de Afonso XII, em 1875, tendo sido também deputado, senador e embaixador na Noruega e na Suécia. Foi igualmente membro da Real Academia Espanhola, a partir de 1877.
Após 1887, convencido de que o caminho do realismo já lhe havia dado tudo, remeteu-se ao silêncio, certo de que não tinha mais nada a oferecer aos seus leitores e amigos.  Faleceu quatro anos depois.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

KIM CARNES - "Bette Davis Eyes" (1981)


18 DE JULHO - LEILAH ASSUMPÇÃO


EFEMÉRIDE - Leilah Assumpção, de seu verdadeiro nome Maria de Lourdes Torres de Assunção, dramaturga e pedagoga brasileira, nasceu em Botucatu no dia 18 de Julho de 1943. Em 1964, formou-se pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
O principal tema das suas peças é a Mulher e a sua situação na Sociedade. As suas obras exploram a falta de questionamento feminino por parte da própria mulher, além de criticar a composição da sociedade moderna e capitalista, onde o mais importante é o dinheiro e as aparências. Em comemoração aos 40 anos da sua carreira, foi montado o monólogo “Adorável Desgraçada” com a Débora Duarte.
Surgiu entre os dramaturgos que se projectaram em torno de 1969 e evidenciou especial talento para compor figuras femininas densas, empregando esta óptica para flagrar os conflitos sociais e os jogos de poder. Estudou teatro com Eugénio Kusnet, Renata Pallottini e Miroel Silveira nos anos 1960, quando trabalhava como manequim de alta-costura e, esporadicamente, como actriz.
A sua estreia deu-se em 1969, em São Paulo, com a peça “Fala Baixo Senão Eu Grito”, premiada com os Prémios Molière e da APCT (Associação Paulista de Críticos Teatrais). A actriz Marília Pêra brilhou no papel de uma solteirona perpassada por recalques e frustrações que empreende uma viagem existencial, guiada por um homem que invadiu o seu quarto. A peça teve, desde então, dezenas de montagens no Brasil e no estrangeiro. A sua segunda criação, “Jorginho, o Machão”, em 1970, mostrou um protagonista masculino. Não possui os méritos da obra anterior, mas confirma qualidades, destacando, através de monólogos interiores, a fuga para a evasão onírica.
A montagem carioca de “Amanhã, Amélia, de Manhã”, em 1973, prejudicada por cortes e produção deficiente, não foi bem-sucedida. Reestruturada e com uma inteligente encenação de António Abujamra, foi rebaptizada como “Roda Cor de Roda” na montagem paulista de 1975, aprofundando a análise sobre a mulher. Disseca o mito de um eterno feminino que valoriza a mulher bem-comportada, servil, meiga, modesta e dedicada dona de casa, mostrando, de modo provocativamente grotesco, os seus caminhos de libertação. Também este texto conheceu numerosas montagens brasileiras e algumas no exterior.
A “Kuka de Kamaiorá”, premiada no concurso de dramaturgia do Serviço Nacional de Teatro, em 1975, é a sua obra menos realista: uma fábula em que a protagonista engravida, contrariando as normas do regime ditatorial, e cujo feto resiste a todas as tentativas de aborto executadas pelas forças repressivas.
Em 1984, com “Boca Molhada de Paixão Calada”, seguiu o exemplo da ‘dramaturgia de casais’, caminho seguido por vários autores da época. Trata de um casal que se reencontra após a separação, relembrando a trajectória iniciada nos tempos da repressão e da revolução de costumes. Problemas de casais, analisados com cáustico humor, surgem igualmente em “Lua Nua”, em 1987.
E novamente as mulheres, os seus conflitos e as suas angústias, estão em “Adorável Desgraçada”, de 1994, pela qual obteve o Prémio de Melhor Autor da APCA.
Leilah escreveu ainda: “Sobrevividos”, para integrar a proibida Feira Brasileira de Opinião, de 1976; “Use Pó de Arroz Bijou”, 1968, sobre as suas experiências como manequim; “Seda Pura e Alfinetadas”, em 1981, escrita sob encomenda para o costureiro Clodovil Hernandez; e alguns textos inéditos, entre os quais “Um Dia de Sol a Pino” e “Noite de Lua Cheia”.
Durante alguns anos, dedica-se à teledramaturgia, sendo autora das novelas “Venha Ver o Sol na Estrada”, em 1974; “Um Sonho a Mais”, 1984; e da mini-série “Avenida Paulista”, 1985. Esteve no Festival Internacional de Dramaturgas, em Buffalo, nos Estados Unidos, em 1988, representando o Brasil.
Avaliando o conjunto da produção de Leilah Assumpção, o crítico Yan Michalski escreveu: «Ela é uma das personalidades mais fortes da geração de autores que veio à tona no fim dos anos 1960 e também uma das mais censuradas, nos anos do regime autoritário. Leilah tem preservado, na sua trajectória, uma apreciável coerência, criando alguns dos mais fortes personagens femininos da dramaturgia brasileira dessas duas décadas; personagens que defendem altivamente os seus direitos e a sua condição de mulheres, através de uma linguagem, na qual a veemência, o colorido coloquial e o humor se fundem para criar uma poética muito pessoal».

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