Nasceu
em Senhor da Pedra, perto de Óbidos, filho de Manuel Gonçalves dos Santos e
Vitória Luísa e ingressou no Real Seminário de Música Patriarcal de Lisboa
em 24 de Junho de 1754.
Depois
de se formar em 1 de Janeiro de 1763, Santos aceitou a oferta para permanecer
no quadro de professores de Solfejo e mais tarde foi nomeado professor
(mestre) de Harmonia, Contraponto e Composição. Ele continuou
ensinando ali no resto da sua vida.
A
partir de 1768, paralelamente ao seu trabalho dentro do seminário, exerceu
também a função de cantor, organista, compositor e maestro na Capela Real.
Sobre
as suas habilidades de ensino, um de seus alunos, André da Silva Gomes,
descreveu Santos como «sábio e experiente», acrescentando depois que no domínio
da escrita de fugas era «excelente... e singular», enquanto para Nancy
Lee Harper na sua pesquisa de Português a música do teclado disse que
ele era «conhecido pelas suas regras de acompanhamento do baixo figurado».
De
acordo com o musicólogo Robert Stevenson, o próprio estilo de composição de
Santos foi fortemente influenciado pelo compositor de ópera napolitano David
Perez, que o ensinou no seminário, e comentando sobre a abordagem geral de
Santos, Enrico Ruggieri diz na sua tese: «Ele era conhecido como mestre do
estilo antico, porém também compôs música em estilo concertato».
Olhando
especificamente para o cenário do Stabat Mater de Santos em 1792,
Ruggieri observou que «a composição é construída em torno da estrutura
formal de uma cantata sacra da câmara que pertence ao estilo da tradição
napolitana de compositores como Alessandro Scarlatti ou Giovanni Battista
Pergolesi».
Fica
aqui claramente demonstrado o que foi descrito pelo musicólogo Ricardo
Bernardes como «o conhecido processo de italianização das práticas musicais
iniciado no reinado de D. João V».
Além
de duas éclogas seculares, que foram realizadas respectivamente em 1786 e 1787
na Academia das Ciências de Lisboa para as celebrações da Festa da
Imaculada Conceição, o restante das obras conhecidas de Santos foram
escritas para uso litúrgico e realizados em Portugal e no Brasil. As forças
vocais variam de 4 a 8 vozes mais solistas em algumas obras, e sempre com
acompanhamento de órgão, orquestra, órgão e orquestra, ou diversas combinações
menores de instrumentos solo.
A
data exacta e a causa da morte de Santos e o local da sua sepultura são
desconhecidos.
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