É
considerado o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa, além
de antecipador do princípio modernista da fragmentação.
A
sua obra influenciou escritores como Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa,
Wenceslau de Moraes, Sophia de Mello Breyner Andresen e Eugénio de Andrade.
Nasceu
como filho ilegítimo de Francisco António de Almeida Pessanha, um aristocrata
estudante de Direito, e de Maria Espírito Santo Duarte Nunes Pereira,
sua empregada, em 7 de Setembro de 1867, às 11h00, na Sé Nova, Coimbra.
O casal teria mais quatro filhos.
Tirou
o curso de Direito em Coimbra. Procurador Régio em Mirandela
(1892), advogado em Óbidos, em 1894, transferiu-se para Macau, onde, durante
três anos, foi professor de Filosofia Elementar no Liceu de Macau,
deixando de leccionar por ter sido nomeado, em 1900, conservador do registo
predial em Macau e, depois, juiz de comarca.
Entre
1894 e 1915, voltou a Portugal algumas vezes, para tratamentos de saúde, tendo,
numa delas, sido apresentado a Fernando Pessoa, que era, como Mário de
Sá-Carneiro, apreciador da sua poesia.
Foi
iniciado na Maçonaria em 1910, na Loja Luís de Camões, em Macau,
com o nome simbólico de Angélico.
Em
8 de Março de 1919, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar
de Sant’Iago da Espada.
Publicou
poemas em várias revistas e jornais, mas o seu único livro, “Clepsidra”
(1920), foi publicado sem a sua participação (pois encontrava-se em Macau) por
Ana de Castro Osório, a partir de autógrafos e recortes de jornais. Graças a
essa iniciativa, os versos de Pessanha salvaram-se do esquecimento.
Posteriormente, o filho de Ana de Castro Osório, João de Castro Osório, ampliou
a “Clepsidra” original, acrescentando-lhe poemas que foram encontrados.
Essas edições foram publicadas em 1945, 1954 e 1969.
Na
área da imprensa, encontra-se colaboração da sua autoria nas revistas “Ave
Azul” (1899/1900), “Atlantida” (1915/1920) e “Contemporânea” (1915/1926)
e, postumamente, na revista “Prisma” (1936/1941).
Faleceu
em Macau, devido ao uso excessivo de ópio e a tuberculose pulmonar. A sua campa
encontra-se no Cemitério São Miguel de Arcanjo, em Macau.
Em
1949, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o poeta dando o nome dele
a uma rua junto à Avenida da Igreja, em Alvalade.
No
seu livro “Memórias de um Ex-Morfinómano” (1933), o jornalista Reinaldo
Ferreira (“Repórter X”) relata o caso de Camilo Pessanha, sob as
iniciais C.P. Durante uma estadia em Paris, Pessanha experimentou o ópio
e ficou viciado. Nessa cidade, nunca teve dificuldade em obter a droga, mas uma
vez regressado a Portugal, onde o ópio era muito difícil de obter, sofreu os
horrores do síndrome de abstinência. Como o ópio em Paris era caro, a solução
foi ir viver para Macau, onde a droga era barata, podendo obtê-la sem qualquer
problema, pois era consumida por muitos dos habitantes da cidade.
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