domingo, 23 de novembro de 2003

IDADE DA REFORMA:

Estou de acordo que, legalmente, se pudesse trabalhar para além do limite previsto (mediante confirmação de estar em boas condições físicas e mentais).
No entanto, cada caso é um caso, e este raciocínio pode ser perverso:
- as pessoas que estivessem em boas condições, continuavam a trabalhar... As outras iriam para a reforma. Os reformados tornar-se-iam assim num universo de «incapacitados»... Ora seria bom que todos os reformados tivessem direito a levar uma nova vida, mais calma, com outros interesses e com qualidade, portanto ainda em boas condições.
- Diz-se (e é verdade) que cada vez se vive mais tempo... Mas quase se esquece que esses anos a mais são acompanhados de debilidades e doenças que anteriormente nem o chegavam a ser. Esses anos «ganhos» são passados muitas vezes penosamente.
- Quem prefere trabalhar, por temer a falta de ocupação dos seus tempos livres, que seja autorizado a fazê-lo. Mas dê-se aos outros o direito de fazer o que lhes apetecer e mais gostarem, ainda com saúde, durante mais alguns anos da sua vida. Diria que, depois, já é tarde... Já não vale a pena...

LARES PARA A TERCEIRA-IDADE:

Há os dois extremos. Alguns lares (poucos) de luxo. Outros (a maioria) mais não são que depósitos de idosos ou antecâmaras da morte, principalmente para os dependentes e acamados.
O Estado pouco faz, para além de fechar os piores lares entre os piores...
Os únicos casos de sucesso que conheço (haverá outros, claro) são obra de Autarquias.
As Juntas de Freguesia e Entidades Religiosas também são úteis na ajuda domiciliária. Porventura nestes casos haverá subsídios do Estado. Será?
A imagem que nos fica (será errada?) é que o Estado só se interessa pelos trabalhadores enquanto contribuintes; depois esquece-os enquanto reformados. Curiosamente os reformados continuam a pagar impostos!

SER AVÔ HOJE:

Os avós deveriam ser um elo importante no círculo da família. Experiência acumulada, situações já vividas, maior permissividade às travessuras dos netos (sem exageros e, sobretudo, sem desautorizar nem alterar a orientação dos pais.).
Há porém os problemas de localização geográfica dos respectivos lares (pais e filhos) que não permitem a proximidade, por vezes tanto desejada (pelos netos e pelos avós).
A entrada precoce nas creches não será um mal. Há muito que isto acontece no estrangeiro e talvez esteja até, aqui, a razão da precocidade das crianças de hoje em relação às crianças que nós fomos. A todos os níveis, mesmo de vocabulário.
O mal é que, mais uma vez, o Estado, as Empresas, não correspondem a esta necessidade. A maioria das creches ou jardins-de-infância são caros e não estão ao alcance de todas as bolsas.
Recurso às amas e aí, com um pouco de sorte, as crianças ficam bem acompanhadas. Talvez não tanto ao nível do desenvolvimento...
Se por um lado, se pretende que os «avós» continuem a trabalhar até mais tarde, como lhes sobrará tempo para os seus netinhos?

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