Por FREI BENTO DOMINGUES, O.P.
«Público» Domingo, 28 de Dezembro de 2003
«No plano internacional, a grande depressão resulta da "chaga do terrorismo". Não se deve identificar com a guerra no Iraque, onde os próprios norte-americanos morrem e se suicidam a um ritmo superior ao do Vietname.
Esta guerra encobre várias outras. Saddam deve ter agora - passadas quase duas décadas - muito que conversar com Donald Rumsfeld. Nos anos 80 do século passado, este enviado do Presidente Ronald Reagan selou com o sanguinário ditador um acordo de cooperação militar para impedir uma derrota de Bagdad na guerra contra o Irão. Os norte-americanos gastaram milhões de dólares em crédito, equipamentos militares, armas químicas e biológicas, informação permanente sobre as movimentações das tropas iranianas.
E, agora, não foram as armas de destruição maciça nem qualquer ligação de Saddam com os terroristas da Al-Qaeda nem o santo propósito de libertar o Iraque de uma ditadura cruel e assassina que moveram os EUA a destruir e ocupar um país sorteado agora entre as empresas de reconstrução. O Iraque foi invadido porque é um dos países mais estratégicos para dominar o Próximo Oriente.
Mas a questão de fundo já não está aí, porque é inevitável a pergunta: e quando os interesses dos norte-americanos na região não coincidirem com os interesses da maioria xiita e da minoria sunita?
Os interesses e a vontade dos EUA - enquanto única hiperpotência mundial - não podem continuar a ser a única lei e o único "tribunal" internacional que eles reconhecem.»
Esta guerra encobre várias outras. Saddam deve ter agora - passadas quase duas décadas - muito que conversar com Donald Rumsfeld. Nos anos 80 do século passado, este enviado do Presidente Ronald Reagan selou com o sanguinário ditador um acordo de cooperação militar para impedir uma derrota de Bagdad na guerra contra o Irão. Os norte-americanos gastaram milhões de dólares em crédito, equipamentos militares, armas químicas e biológicas, informação permanente sobre as movimentações das tropas iranianas.
E, agora, não foram as armas de destruição maciça nem qualquer ligação de Saddam com os terroristas da Al-Qaeda nem o santo propósito de libertar o Iraque de uma ditadura cruel e assassina que moveram os EUA a destruir e ocupar um país sorteado agora entre as empresas de reconstrução. O Iraque foi invadido porque é um dos países mais estratégicos para dominar o Próximo Oriente.
Mas a questão de fundo já não está aí, porque é inevitável a pergunta: e quando os interesses dos norte-americanos na região não coincidirem com os interesses da maioria xiita e da minoria sunita?
Os interesses e a vontade dos EUA - enquanto única hiperpotência mundial - não podem continuar a ser a única lei e o único "tribunal" internacional que eles reconhecem.»
Com a devida vénia e sem comentários. Comentários para quê? Se o Bush é um grande artista…
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