EFEMÉRIDE – Leon Trotski, intelectual marxista e revolucionário bolchevique, fundador do Exército Vermelho e rival de Estaline na tomada do PCUS após a morte de Lenine, morreu em Coyoacán, no México, em 21 de Agosto de 1940. Nascera em Ianovka no dia 7 de Novembro de 1879.
Nos primeiros tempos da União Soviética, desempenhou um papel político importante, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros e, posteriormente, como criador e comandante do Exército Vermelho e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.
Afastado do controlo do partido, Trotski foi expulso do PCUS e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, um agente de Estaline. As suas ideias políticas, expostas em várias obras, deram origem ao trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.
Participou desde jovem na oposição clandestina ao regime autocrático dos czares, organizando em 1897 a Liga Operária do Sul da Rússia, motivo da sua primeira prisão em 1898, tendo sido condenado a dois anos de detenção.
Em 1900 foi condenado a quatro anos de exílio na Sibéria. Aprofundou os seus estudos marxistas, iniciados na prisão e começou a escrever artigos de crítica literária e cultural para a imprensa local.
Em 1902 conseguiu fugir da Sibéria rumo a Londres, onde se aproximou da figura que já então despontava na oposição no exílio: Vladimir Lenine.
Por volta de 1903, Trotski entrou em contacto com o socialista alemão, Alexander Helphand, o qual havia elaborado o primeiro esboço do que viria a ser a Teoria da Revolução Permanente: a ideia de que a futura revolução russa não seria como pensavam os mencheviques – dirigida pela burguesia liberal, buscando construir um Estado capitalista - nem como pensavam os bolcheviques – dirigida pela classe operária ou pelo campesinato mas cumprindo as mesmas tarefas democráticas e construindo um Estado capitalista à revelia da burguesia. Trotski propunha, alternativamente, que as tarefas democráticas, de carácter burguês, só poderiam ser cumpridas na Rússia sob a direcção da classe operária, mas que esta, no processo de implantação das reformas burguesas, necessariamente tenderia para o socialismo.
Dois anos depois de romper com Lenine, regressou à Rússia para participar na revolução de 1905, chegando a presidente do primeiro conselho revolucionário, o soviete de São Petersburgo. Fracassada a revolução, o seu envolvimento numa greve geral em Outubro e o apoio à rebelião armada que dela decorreu levaram à condenação a exílio perpétuo, novamente na Sibéria. Em Janeiro de 1907 conseguiu de novo escapar e regressar a Londres. Em Outubro desse ano mudou-se para Viena, onde, um ano mais tarde, fundou um periódico social-democrata bissemanal em língua russa, o “Pravda” (A verdade), dirigido aos trabalhadores russos. Distribuído clandestinamente, este jornal foi uma das publicações revolucionárias mais populares da época.
Esteve seguidamente na Sérvia, Bulgária e Roménia como correspondente do jornal liberal ucraniano “Pensamento de Kiev”. Mais tarde, em 1914, perante a ameaça de ser detido como cidadão de um país inimigo, aquando da eclosão da I Guerra Mundial, mudou-se da Áustria para a Suíça e posteriormente para França. Por instigação do embaixador russo em Paris, acabou por ser deportado para Irún, em Espanha, onde foi detido pela polícia e forçado a embarcar para os EUA. Fixou-se em Nova Iorque, onde colaborou no jornal “Novy Mir” [Mundo Novo]. Entretanto, com o derrube do Czar Nicolau II, iniciou-se a Revolução Russa de 1917, o que o levou regressar ao seu país.
No decurso da revolução, Trotski deixou de acreditar na unificação de todas as facções da oposição, abandonou a sua trajectória anterior de socialista independente e juntou-se ao partido bolchevique de Lenine. Destacando-se pelo seu talento como organizador e agitador, foi eleito presidente do soviete de Petrogrado, participando activamente na luta para derrubar o Governo Provisório de Alexander Kerenski e liderando o Comité Militar Revolucionário que planeou e concretizou o assalto ao Palácio de Inverno, que consumou a Revolução de Outubro.
Desde 1920 que Lenine receava cada vez mais a burocratização do Partido e do Estado. A sua morte, em 1924, gerou um vazio de poder que acirrou a disputa interna entre o sector burocratizado e o sector que defendia uma maior sovietização do regime. Trotski acabou por perder o poder para uma “Troika”, constituída por Estaline, Kamenev e Zinoviev. Posteriormente Estaline dissolveria este triunvirato com purgas aos seus próprios camaradas, concentrando em si todo o poder.
Importantes discordâncias afastaram irremediavelmente Trotski de Estaline, o que culminou com a sua exclusão do partido em 1927, o exílio em Alma Ata e finalmente a sua expulsão da União Soviética em 1929. Passou pela Turquia, França e Noruega, fixando-se depois no México, a convite do pintor Diego Rivera, vivendo temporariamente em casa deste e mais tarde em casa da esposa de Rivera, a pintora Frida Kahlo.
No dia 20 de Agosto de 1940, Ramón Mercader, agente de Estaline, conseguiu sob disfarce entrar pacificamente na sua sala para um encontro e, aproveitando um momento de distracção, aplicou com uma picareta um golpe fatal no seu crânio. Ao ouvir o ruído, os guarda-costas de Trotski precipitaram-se para a sala e quase mataram Mercader, mas Trotski deteve-os, exclamando «Não o matem! Esse homem tem uma história para contar!». Trotski faleceu no dia seguinte.
Nos primeiros tempos da União Soviética, desempenhou um papel político importante, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros e, posteriormente, como criador e comandante do Exército Vermelho e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.
Afastado do controlo do partido, Trotski foi expulso do PCUS e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, um agente de Estaline. As suas ideias políticas, expostas em várias obras, deram origem ao trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.
Participou desde jovem na oposição clandestina ao regime autocrático dos czares, organizando em 1897 a Liga Operária do Sul da Rússia, motivo da sua primeira prisão em 1898, tendo sido condenado a dois anos de detenção.
Em 1900 foi condenado a quatro anos de exílio na Sibéria. Aprofundou os seus estudos marxistas, iniciados na prisão e começou a escrever artigos de crítica literária e cultural para a imprensa local.
Em 1902 conseguiu fugir da Sibéria rumo a Londres, onde se aproximou da figura que já então despontava na oposição no exílio: Vladimir Lenine.
Por volta de 1903, Trotski entrou em contacto com o socialista alemão, Alexander Helphand, o qual havia elaborado o primeiro esboço do que viria a ser a Teoria da Revolução Permanente: a ideia de que a futura revolução russa não seria como pensavam os mencheviques – dirigida pela burguesia liberal, buscando construir um Estado capitalista - nem como pensavam os bolcheviques – dirigida pela classe operária ou pelo campesinato mas cumprindo as mesmas tarefas democráticas e construindo um Estado capitalista à revelia da burguesia. Trotski propunha, alternativamente, que as tarefas democráticas, de carácter burguês, só poderiam ser cumpridas na Rússia sob a direcção da classe operária, mas que esta, no processo de implantação das reformas burguesas, necessariamente tenderia para o socialismo.
Dois anos depois de romper com Lenine, regressou à Rússia para participar na revolução de 1905, chegando a presidente do primeiro conselho revolucionário, o soviete de São Petersburgo. Fracassada a revolução, o seu envolvimento numa greve geral em Outubro e o apoio à rebelião armada que dela decorreu levaram à condenação a exílio perpétuo, novamente na Sibéria. Em Janeiro de 1907 conseguiu de novo escapar e regressar a Londres. Em Outubro desse ano mudou-se para Viena, onde, um ano mais tarde, fundou um periódico social-democrata bissemanal em língua russa, o “Pravda” (A verdade), dirigido aos trabalhadores russos. Distribuído clandestinamente, este jornal foi uma das publicações revolucionárias mais populares da época.
Esteve seguidamente na Sérvia, Bulgária e Roménia como correspondente do jornal liberal ucraniano “Pensamento de Kiev”. Mais tarde, em 1914, perante a ameaça de ser detido como cidadão de um país inimigo, aquando da eclosão da I Guerra Mundial, mudou-se da Áustria para a Suíça e posteriormente para França. Por instigação do embaixador russo em Paris, acabou por ser deportado para Irún, em Espanha, onde foi detido pela polícia e forçado a embarcar para os EUA. Fixou-se em Nova Iorque, onde colaborou no jornal “Novy Mir” [Mundo Novo]. Entretanto, com o derrube do Czar Nicolau II, iniciou-se a Revolução Russa de 1917, o que o levou regressar ao seu país.
No decurso da revolução, Trotski deixou de acreditar na unificação de todas as facções da oposição, abandonou a sua trajectória anterior de socialista independente e juntou-se ao partido bolchevique de Lenine. Destacando-se pelo seu talento como organizador e agitador, foi eleito presidente do soviete de Petrogrado, participando activamente na luta para derrubar o Governo Provisório de Alexander Kerenski e liderando o Comité Militar Revolucionário que planeou e concretizou o assalto ao Palácio de Inverno, que consumou a Revolução de Outubro.
Desde 1920 que Lenine receava cada vez mais a burocratização do Partido e do Estado. A sua morte, em 1924, gerou um vazio de poder que acirrou a disputa interna entre o sector burocratizado e o sector que defendia uma maior sovietização do regime. Trotski acabou por perder o poder para uma “Troika”, constituída por Estaline, Kamenev e Zinoviev. Posteriormente Estaline dissolveria este triunvirato com purgas aos seus próprios camaradas, concentrando em si todo o poder.
Importantes discordâncias afastaram irremediavelmente Trotski de Estaline, o que culminou com a sua exclusão do partido em 1927, o exílio em Alma Ata e finalmente a sua expulsão da União Soviética em 1929. Passou pela Turquia, França e Noruega, fixando-se depois no México, a convite do pintor Diego Rivera, vivendo temporariamente em casa deste e mais tarde em casa da esposa de Rivera, a pintora Frida Kahlo.
No dia 20 de Agosto de 1940, Ramón Mercader, agente de Estaline, conseguiu sob disfarce entrar pacificamente na sua sala para um encontro e, aproveitando um momento de distracção, aplicou com uma picareta um golpe fatal no seu crânio. Ao ouvir o ruído, os guarda-costas de Trotski precipitaram-se para a sala e quase mataram Mercader, mas Trotski deteve-os, exclamando «Não o matem! Esse homem tem uma história para contar!». Trotski faleceu no dia seguinte.
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