domingo, 27 de setembro de 2020

27 DE SETEMBRO - RONALD GOLIAS

EFEMÉRIDE - José Ronald Golias, actor e humorista brasileiro, considerado um dos pioneiros da televisão no país, morreu em São Paulo no dia 27 de Setembro de 2005. Nascera em São Carlos, em 4 de Maio de 1929.

Neto de italianos, nasceu numa família humilde. O pai, fã do artista Ronald Colman, resolveu dar ao filho o nome de Ronald. A sua estreia nos palcos foi aos 8 anos de idade, como artista amador, na Escola Dante Alighieri, em São Carlos.

Mudou-se para São Paulo em 1940. Trabalhando como alfaiate e funileiro, começou a praticar natação no Clube Regatas Tietê, onde - posteriormente - entraria para o grupo Acqua Loucos, um dos precursores de espectáculos aquáticos no Brasil. Por sugestão de Golias, as apresentações passaram a ter uma parte com diálogos e as suas performances com a trupe acabaram por o levar a participar no programa “Calouros em Cena”, da Rádio Cultura.

Na década de 1950, com o fim dos programas produzidos pela emissora, Golias passou a integrar a equipa de artistas da Rádio Nacional. Foi então que conheceu Manuel de Nóbrega que, em 1957, o convidou a participar no humorístico “A Praça da Alegria”, que estreara naquele mesmo ano na TV Paulista.

Golias despontou para a fama a partir do seu trabalho na “Praça da Alegria”. Interpretando o inquieto Pacífico, acabou por se tornar numa das estrelas da ainda incipiente televisão brasileira.

Com o sucesso na TV, foi convencido por Herbert Richers a entrar para o cinema. A iniciativa a princípio foi complicada. Com a agenda ocupada na televisão, o humorista enfrentou dificuldades em conciliar as gravações. O seu primeiro filme foi a comédia “Um Marido Barra-Limpa”, de Luís Sérgio Person, produzido em 1957 que, no entanto, acabou por ser finalizado por outro realizador e lançado apenas em 1967. Participou também em “Os Três Cangaceiros” (1959), de Victor Lima. Entre os seus últimos trabalhos cinematográficos, estão “O Dono da Bola” (1961) e “Golias contra o Homem das Bolinhas” (1969).

Golias dedicou a maior parte da sua carreira à televisão. Trouxe consigo, dos grandes ecrãs, o personagem Carlos Bronco Dinossauro, que acabaria por se tornar num dos destaques do programa “Família Trapo”, exibido na TV Record entre 1967 e 1971. Contracenando com Jô Soares, Ricardo Corte-Real, Cidinha Campos, Renata Fronzi e Otelo Zeloni, Golias consagrou-se definitivamente como um dos mais célebres humoristas do Brasil.

Após o fim da “Família Trapo” em 1971, Golias protagonizou, ainda na Record, a série “Bronco Total”, entre 1972 e 1973. Em 1979, fez na Globo a série “Superbronco”. Durando os 29 episódios, a série esteve entre os dez programas com maior audiência na televisão brasileira naquele ano.

Na década de 1980 foi para a Bandeirantes, onde estrelou o humorístico “Bronco”.

Em Junho de 1990, passou a integrar o elenco fixo de “A Praça É Nossa”, no SBT, onde permaneceu até 2005 interpretando personagens como “O Profeta”, “Bronco”, “Pacífico” e “Professor Bartolomeu”. Nesse meio tempo, foi protagonista, na mesma emissora, dos humorísticos “A Escolinha do Golias”, “Palace Hotel” (2002) e “Meu Cunhado”, com Moacyr Franco.

Na época da estreia de “Meu Cunhado”, em Abril de 2004, Golias fez uma cirurgia para a implantação de um pacemaker. No mês seguinte, voltou a ser internado por causa de um coágulo no cérebro. O seu estado de saúde, a partir de então, passou a agravar-se.

Em 8 de Setembro de 2005, foi internado no Hospital São Luiz, em São Paulo. Com um quadro de infecção pulmonar, faleceu dezanove dias depois, com uma infecção generalizada. Foi sepultado no Cemitério do Morumbi.

Em Setembro de 2007, a prefeitura de São Carlos inaugurou a Praça Ronald Golias, em sua homenagem. Em 2016, inaugurou o Memorial Casa Ronald Golias. A cidade paulista de Serra Negra homenageou-o também com uma estátua em bronze, em tamanho real, sentado num banco da praça em frente à prefeitura.

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