EFEMÉRIDE - José Ronald Golias, actor e humorista brasileiro, considerado um dos pioneiros da televisão no país, morreu em São Paulo no dia 27 de Setembro de 2005. Nascera em São Carlos, em 4 de Maio de 1929.
Neto de italianos, nasceu numa
família humilde. O pai, fã do artista Ronald Colman, resolveu dar ao filho o
nome de Ronald. A sua estreia nos palcos foi aos 8 anos de idade, como artista
amador, na Escola Dante Alighieri, em São Carlos.
Mudou-se para São Paulo em 1940.
Trabalhando como alfaiate e funileiro, começou a praticar natação no Clube
Regatas Tietê, onde - posteriormente - entraria para o grupo Acqua
Loucos, um dos precursores de espectáculos aquáticos no Brasil. Por
sugestão de Golias, as apresentações passaram a ter uma parte com diálogos e as
suas performances com a trupe acabaram por o levar a participar no programa “Calouros
em Cena”, da Rádio Cultura.
Na década de 1950, com o
fim dos programas produzidos pela emissora, Golias passou a integrar a equipa
de artistas da Rádio Nacional. Foi então que conheceu Manuel de Nóbrega
que, em 1957, o convidou a participar no humorístico “A Praça da Alegria”,
que estreara naquele mesmo ano na TV Paulista.
Golias despontou para a fama a
partir do seu trabalho na “Praça da Alegria”. Interpretando o inquieto
Pacífico, acabou por se tornar numa das estrelas da ainda incipiente televisão
brasileira.
Com o sucesso na TV, foi
convencido por Herbert Richers a entrar para o cinema. A iniciativa a princípio
foi complicada. Com a agenda ocupada na televisão, o humorista enfrentou
dificuldades em conciliar as gravações. O seu primeiro filme foi a comédia “Um
Marido Barra-Limpa”, de Luís Sérgio Person, produzido em 1957 que, no
entanto, acabou por ser finalizado por outro realizador e lançado apenas em
1967. Participou também em “Os Três Cangaceiros” (1959), de Victor Lima.
Entre os seus últimos trabalhos cinematográficos, estão “O Dono da Bola”
(1961) e “Golias contra o Homem das Bolinhas” (1969).
Golias dedicou a maior parte da sua
carreira à televisão. Trouxe consigo, dos grandes ecrãs, o personagem Carlos
Bronco Dinossauro, que acabaria por se tornar num dos destaques do programa “Família
Trapo”, exibido na TV Record entre 1967 e 1971. Contracenando com Jô
Soares, Ricardo Corte-Real, Cidinha Campos, Renata Fronzi e Otelo Zeloni,
Golias consagrou-se definitivamente como um dos mais célebres humoristas do
Brasil.
Após o fim da “Família Trapo”
em 1971, Golias protagonizou, ainda na Record, a série “Bronco Total”,
entre 1972 e 1973. Em 1979, fez na Globo a série “Superbronco”. Durando
os 29 episódios, a série esteve entre os dez programas com maior audiência na
televisão brasileira naquele ano.
Na década de 1980 foi para
a Bandeirantes, onde estrelou o humorístico “Bronco”.
Em Junho de 1990, passou a
integrar o elenco fixo de “A Praça É Nossa”, no SBT, onde
permaneceu até 2005 interpretando personagens como “O Profeta”, “Bronco”, “Pacífico”
e “Professor Bartolomeu”. Nesse meio tempo, foi protagonista, na mesma emissora,
dos humorísticos “A Escolinha do Golias”, “Palace Hotel” (2002) e
“Meu Cunhado”, com Moacyr Franco.
Na época da estreia de “Meu
Cunhado”, em Abril de 2004, Golias fez uma cirurgia para a implantação de
um pacemaker. No mês seguinte, voltou a ser internado por causa de um coágulo
no cérebro. O seu estado de saúde, a partir de então, passou a agravar-se.
Em 8 de Setembro de 2005, foi
internado no Hospital São Luiz, em São Paulo. Com um quadro de infecção
pulmonar, faleceu dezanove dias depois, com uma infecção generalizada. Foi sepultado
no Cemitério do Morumbi.
Em Setembro de 2007, a prefeitura
de São Carlos inaugurou a Praça Ronald Golias, em sua homenagem. Em 2016,
inaugurou o Memorial Casa Ronald Golias. A cidade paulista de Serra
Negra homenageou-o também com uma estátua em bronze, em tamanho real, sentado num
banco da praça em frente à prefeitura.
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