Alzira de Jesus Coelho de Campos
de Barros Mendes de Abreu e Costa era filha de Albano Mendes de Abreu, médico,
natural de Oliveira do Hospital, e de Maria Emília de Barros Coelho e Campos,
natural de Farminhão e irmã do general António de Almeida Coelho e Campos e do
escritor Luís de Campos.
Era a primeira filha do casal,
sendo irmã mais velha do escritor, bacharel em direito, político, director
geral do Supremo Tribunal de Justiça e comendador da Ordem Militar de
Cristo, José de Barros Mendes de Abreu e do advogado António de Barros
Mendes de Abreu, sendo tia da bailarina e coreógrafa Margarida von Hoffmann de
Abreu e de Maria Helena von Hoffmann de Abreu, professora de piano e pioneira
do ioga no país, casada com João de Freitas Branco, filho do compositor Luís de
Freitas Branco. Era ainda avó da activista feminista e militante socialista Maria
Alzira Lemos, trisavó da actriz Catarina Wallenstein e tia-trisavó de Sofia Sá
da Bandeira.
Com 17 anos de idade, em 15 de
Setembro de 1892 casou-se com Afonso Costa, natural de Seia, então com 21 anos
e estudante do 4º ano de Direito, na Sé Nova de Coimbra.
Do seu casamento, nasceram quatro
filhos, Sebastião, tenente do Exército Português condecorado cavaleiro
pela Ordem de Cristo em 1919, Maria Emília, Afonso e Fernando de Barros
Abreu e Costa.
Inseparável do seu marido, ainda
antes da implantação da República Portuguesa a 5 de Outubro de 1910,
Alzira Costa mudou-se com a sua família de Coimbra para Lisboa, onde Afonso
Costa se tornou num dos principais dirigentes do Partido Republicano
Português. Posteriormente, ele foi chamado a integrar o Governo Provisório
da República, tendo desempenhado o cargo de ministro da Justiça e
legislado a lei da separação do estado e das igrejas, a criação do registo
civil, a lei do divórcio, a lei de protecção dos
filhos, a legalização das comunidades religiosas não católicas e a privatização
dos bens da Igreja Católica, entre muitas outras
medidas, ou ainda como ministro das Finanças, tendo obtido o feito
de conter o défice público e equilibrar as contas públicas, tornando-se mais
tarde líder e fundador do Partido Democrático.
Durante esse período, Alzira
Costa conviveu com várias figuras ilustres da sociedade cultural e política
portuguesa, travou amizade com várias sufragistas e republicanas da primeira
vaga do feminismo português e actuou em vários movimentos de beneficência e de
combate às desigualdades sociais.
Em 1916, com a participação
portuguesa na Primeira Guerra Mundial e a consequente
mobilização de homens para o Corpo Expedicionário Português, aderiu ao
movimento de beneficência feminino e de apelo ao esforço de guerra, criado pela
Primeira Dama Elzira Dantas Machado, a Cruzada das Mulheres
Portuguesas, tornando-se numa das suas principais impulsionadoras.
Em
1926, após o Golpe de Estado de 28 de Maio, sendo o seu marido um forte
opositor da ditadura militar de Óscar Carmona e do regime do Estado Novo,
dirigido por António de Oliveira Salazar, Afonso e Alzira Costa exilaram-se em
Paris, organizando a resistência republicana no estrangeiro através da Liga
de Defesa da República e da Frente Popular Portuguesa.
Regressava
ocasionalmente a Portugal, para visitar a sua família e sem o seu marido,
correndo este o risco de ser preso ao entrar em território nacional, Alzira
Costa somente regressou definitivamente a Portugal após a morte de Afonso
Costa, em 11 de Maio de 1937.
Faleceu
com 94 anos de idade.
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