quarta-feira, 27 de abril de 2022

27 DE ABRIL - MARIA MANUEL MELO

Maria Mota fez a sua licenciatura em Biologia em 1992 e obteve o mestrado em Imunologia em 1994. Durante esse período, esteve sob a coordenação de Maria de Sousa.

Prosseguiu os seus estudos com um doutoramento em Parasitologia molecular em 1998, na University College em Londres.

Ela disse ter decidido estudar a malária, quando viu uma fotografia do parasita que causa Leishmaniose num livro.

Desde 1995, Maria Mota estudou a malária, uma doença que apesar de descoberta há mais de um século, continua a matar 200 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, especialmente no continente africano onde a uma criança com malária a doença é endémica. Ela estuda o parasita responsável pela doença, o Plasmodium, cuja picada pode voltar a adoecer mesmo aqueles que já tiveram malária antes. Os estudos da cientista, publicados na revista científica “Nature Communications” revelaram que os parasitas quando entram no corpo humano percorrem um longo caminho até ao fígado, onde se multiplicam antes de voltar à corrente sanguínea. Essa descoberta permitiu a possibilidade de novas medidas profilácticas, que visem o bloqueio ou diminuição da infecção do fígado. O trabalho liderado por Maria Mota recebeu o Prémio Pfizer em 2017.

Maria Mota foi presidente da Associação Viver a Ciência.

Desde 2005, lidera como directora o Unidade de Malária do Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa. E desde 2014 que assume o cargo de directora executiva da mesma instituição. Em 2016, foi eleita membro da Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO).

A cientista considera-se feminista e assume o acesso à educação como uma das causas por que tem lutado.

A cientista liderou a equipa responsável pela descoberta de que o parasita da malária atravessava várias células até chegar ao fígado. Uma vez instalado nesse órgão, fazia o mesmo até se fixar numa dessas células.

Em 2017, demonstrou que o parasita da malária detecta o estado nutricional do hospedeiro, torna-se mais ou menos agressivo dependendo disso.

Durante a pandemia em 2020, Maria Mota desenvolveu o kit de diagnóstico de Covid-19 português. Esse teste serológico passou a ser produzido pelo Instituto da Medicina Molecular (IMM), dirigido por ela.

Tem recebido vários prémios e honrarias: 2003 - Prémio EMBO Young Investigator; 2004 - European Young Investigator Award, da European Science Foundation; 2005 - comendadora da Ordem do Infante D. Henrique; 2013 - Prémio Pessoa; 2017 - Prémio Pfizer; 2018 - Prémio Sanofi-Pasteur no valor de 150 mil euros; e 2020 - Prémio Consagração de Carreira Dona Antónia Adelaide Ferreira.

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