sábado, 17 de janeiro de 2004

A JUVENTUDE DE HOJE

Os jovens de hoje desenvolvem-se muito mais rapidamente que os do meu tempo e das gerações que se seguiram. É verdade que nascem já num ambiente imbuído de coisas e acontecimentos que antes não passavam de sonhos e isso, com naturalidade, influi no seu desenvolvimento.

Conhecem toda a trama de programas televisivos, toda a espécie de jogos, de músicas e de canções. Possuem um vocabulário imensamente rico. Posso citar, ao acaso, duas pequeníssimas histórias passadas com os meus netos, ela de 3 anos e ele de 5 anos.
Ela, depois de entrar no carro, de apertarmos os cintos e de meter a chave na ignição: - «Falta a música!».
Ele, quando a irmã lhe perguntou onde estava a avó: «Há três hipóteses (sic). Está no emprego, está em casa ou vai a caminho».

Curiosamente, quase todos estes pequenos seres, mal saem do convívio mais próximo dos pais, das creches ou das pré-primárias, começam a demonstrar, a pouco e pouco, uma falta de cultura geral, a não saber fazer contas e a não conseguirem sequer escrever cinco palavras sem cometerem um erro grave. Muitos destes sintomas vão prolongar-se pela vida fora e é frequente ver pessoas, até na comunicação social, a trucidarem literalmente a língua portuguesa e a escreverem com erros que antes não se admitiam num ditado da quarta classe…

Tudo leva a crer, a menos que me provem o contrário, que a Escola não tem vindo a acompanhar o desenvolvimento cada vez mais precoce das crianças portuguesas. Porventura já não aprenderão certas matérias como os papagaios. Porventura poderão agora ter acesso a máquinas de calcular, que executam operações matemáticas muito mais rapidamente. Mas a língua, tanto falada como escrita, que é o nosso maior bem a nível mundial... Porque a deixam assim maltratar?

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