terça-feira, 12 de março de 2019

OS LIVROS QUE NUNCA LEREI…


Quase sem dar por isso, a pouco e pouco, lentamente, o dia foi-se fazendo noite. Deixei de ler jornais, livros e revistas. Ao princípio, ainda lia os títulos, mas com o passar do tempo, nem isso. Dificuldade igualmente em reconhecer as feições de pessoas que passam na rua ou se cruzam comigo. Em vez de caras, vejo manchas esbatidas.
Resta-me o computador, dependendo do tamanho e cor das letras. Maior dificuldade com textos em maiúsculas, pois as letras são mais rectilíneas e menos arredondadas. Também em textos com letras claras em fundos claros e escuras em fundos escuros. Há ainda a televisão, sem ler as legendas, principalmente se passam muito rápido, e sem identificar alguns dos personagens. Sobra-me a rádio, desde que não seja necessário sintonizá-la manualmente. De preferência, através de um clique…
Tenho as paredes de casa com estantes repletas de livros, todos lidos nos bons-velhos-tempos. Agora, dificuldade em ler as próprias lombadas. Sei, porém, mais ou menos, onde se encontra cada um deles.
Na mesa-de-cabeceira, guardo diversos livros que comprei ou me ofereceram e que nunca li. São aqueles que, para desgosto meu, nunca virei a ler, pelo menos nesta encarnação…
Vou busca-los, para me lembrar de quais são. Eis alguns dos títulos:

- “Não é meia noite quem quer” - António Lobo Antunes (autografado pelo autor);
- “Sinais de Fogo” - Jorge de Sena;
- “Os Anos” - Virginia Woolf;
- “Conversas n’A Catedral” - Mario Vargas Llosa;
- “Álvaro Cunhal” - Álvaro Cunhal;
- “Ardorosa Súmula” - João Rui de Sousa (autografado pelo autor);
- “José Cardoso Pires e o leitor desassossegado” - Marco Neves.

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