Também
conhecido como “Papa Doc”, foi eleito chefe de Estado da sua nação com
uma plataforma populista e de nacionalismo negro.
Após
deter um golpe militar em 1958, o seu regime tomou um caracter totalitário e
despótico. Entre um dos seus actos mais notórios foi a formação de um esquadrão
da morte, conhecido como Tonton Macoute, cujo principal propósito era
assassinar opositores do governo; o Tonton Macoute foi tão eficiente nas
suas actividades clandestinas de caçar e matar dissidentes, que a população
geral haitiana ficava extremamente receosa de expressar qualquer forma de
descontentamento com o governo, mesmo que em privado.
Duvalier
buscou consolidar o seu poder, ao incorporar elementos da mitologia haitiana no
culto à personalidade que foi erguido à sua volta.
O
seu governo foi marcado por prisões arbitrárias, tortura e morte de opositores,
corrupção e nepotismo. No âmbito externo, de início manteve-se alinhado com os Estados
Unidos, mas quando o seu regime começou a ficar cada vez mais opressor, os
americanos foram lentamente cortando os seus laços com ele.
Em
1962, Papa Doc anunciou que o seu país rejeitaria qualquer ajuda monetária
vinda do governo americano. Ele então se apropriou de toda a ajuda externa que
vinha ao Haiti, desviando milhões de dólares para contas pessoais.
Com
o passar dos anos, o seu regime foi-se tornando cada vez mais repressivo. Bens
privados eram apropriados pelo governo e toda a oposição era silenciada. Fome e
má-nutrição tornaram-se epidémicas. Por causa destas atrocidades, Duvalier era
chamado “Diabo do Haiti”.
Durante
o seu regime, a economia do Haiti sofreu, enquanto ele acumulava uma enorme
fortuna pessoal. A repressão política e a falta de oportunidades fizeram com
que houvesse uma enorme fuga de cérebros do país, com a elite intelectual
haitiana fugindo em grandes números para o exterior. Ainda assim, a sua
popularidade permaneceu alta durante boa parte do seu governo, sustentada pela
população maioritariamente rural, que dependia de subsídios do governo para se
manter relevante economicamente. A sua fala de nacionalismo negro também
ressoava com a classe média-baixa.
Antes
de se tornar presidente, Duvalier foi um médico de certo prestígio. O seu
profissionalismo e conhecimento da área renderam-lhe a alcunha de “Papa Doc”.
Uma vez no poder, foi reeleito, em 1961, numa eleição conturbada, onde ele foi
o único candidato nas cédulas eleitorais. Em seguida, continuou a consolidar o seu
poder até o ponto onde, em 1964, se proclamou président à vie (presidente
vitalício) após outra eleição fraudulenta, mantendo-se no poder até à sua
morte, em Abril de 1971.
Ele
foi sucedido pelo seu filho, Jean‑Claude,
que foi apelidado de “Baby Doc”.
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