domingo, 5 de dezembro de 2010

EFEMÉRIDE Otto Ludwig Preminger, actor, produtor e realizador americano, de origem austríaca, nasceu em Wiznitz no dia 5 de Dezembro de 1906. Faleceu em Nova Iorque, em 23 de Abril de 1986 vítima de cancro e Alzheimer.
Estudou Direito e Filosofia, trabalhando no teatro de 1933 a 1934, antes de se dedicar ao cinema. Em 1935, optou por deixar a Áustria e exilou-se nos Estados Unidos da América.
Apesar da sua origem judaica, actuou em alguns filmes interpretando papéis de espiões ou oficiais nazis, por causa do seu sotaque austríaco. Tinha fama de pessoa rude e desagradável. Gostava de trabalhar com temas de desvios e conflitos comportamentais e teve o mérito de deixar grandes obras em todos os géneros cinematográficos, desde o romance até histórias de guerra.
Os seus principais filmes são: “Laura” (1944), um dos maiores clássicos do chamado “cinema noir”; “O rio das almas perdidas” (1954), grandioso western protagonizado por Marilyn Monroe; “Carmen Jones” (1954), musical protagonizado por actores negros, que revelou o lendário Harry Belafonte; “O homem do braço de ouro” (1955), polémico drama sobre drogas, que proporcionou a Frank Sinatra o seu maior papel no cinema; “Bom dia, tristeza” (1958), sensível e marcante drama baseado no best-seller homónimo de Françoise Sagan; “Anatomia de um crime” (1959), um drama de tribunal; “Êxodo” (1960), épico sobre a formação do estado de Israel após o final da Segunda Guerra Mundial; “Tempestade sobre Washington” (1962); “A primeira vitória” (1965); “Bunny Lake desapareceu” (1965), um dos “filmes símbolos” da década de 1960; e “O factor humano” (1979), o seu derradeiro filme, um subtil drama de guerra.
Tem uma estrela na Calçada da Fama no Hollywood Boulevard. Foi duas vezes nomeado para os Oscars.

sábado, 4 de dezembro de 2010

EFEMÉRIDE Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro, advogado e político português, fundador e líder do Partido Popular Democrático e Primeiro-Ministro de Portugal durante cerca de onze meses no ano de 1980, morreu em Camarate no dia 4 de Dezembro de 1980, vítima de um acidente de aviação. Nascera no Porto em 19 de Julho de 1934.
Originário de uma família da alta burguesia, era filho de um advogado natural de Barcelos e de uma filha dos Condes de Lumbrales, de origem espanhola.
Advogado de profissão, licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi eleito pelas listas da Acção Nacional Popular, o partido único do regime salazarista, para a Assembleia Nacional, convertendo-se em líder da chamada Ala Liberal, onde desenvolveu diversas iniciativas que visavam a gradual transformação da ditadura numa democracia típica da Europa Ocidental. Não tendo alcançado os objectivos a que se propusera, viria a resignar ao cargo de deputado juntamente com outros membros da Ala Liberal, entre os quais Pinto Balsemão e Magalhães Mota.
Em Maio de 1974, após a Revolução dos Cravos, Sá Carneiro fundou o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde renomeado Partido Social Democrata (PSD), juntamente com Pinto Balsemão e Magalhães Mota. Tornou-se no primeiro Secretário-Geral do novo partido.
Ministro (Sem Pasta) em diversos governos provisórios, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte em 1975 e, no ano seguinte, seria eleito deputado na I Legislatura da Assembleia da República.
Em Novembro de 1977, demitiu-se da chefia do partido, mas foi reeleito no ano seguinte para desempenhar a mesma função.
Em finais de 1979, criou a Aliança Democrática, uma coligação de direita entre o seu PPD/PSD, o CDS/PP, o Partido Popular Monárquico e alguns independentes. A coligação venceu as eleições legislativas desse ano. Dispondo de uma ampla maioria a apoiá-lo, foi chamado pelo Presidente da República Ramalho Eanes para liderar o novo executivo, tendo sido nomeado Primeiro-Ministro em Janeiro de 1980, sucedendo a Maria de Lurdes Pintasilgo.
Francisco Sá Carneiro faleceu na noite de 4 de Dezembro de 1980, em circunstâncias trágicas e nunca completamente esclarecidas, quando o avião no qual seguia se despenhou em Camarate, pouco depois da descolagem do aeroporto de Lisboa, quando se dirigia ao Porto para participar num comício de apoio ao candidato presidencial da coligação, o General António Soares Carneiro. Juntamente com ele faleceu o Ministro da Defesa, o democrata-cristão Adelino Amaro da Costa, bem como a sua companheira Snu Abecassis, para além de assessores, piloto e co-piloto.
Trinta anos depois dos acontecimentos, continuam a existir duas teses relativas à sua morte: a de acidente (eventualmente motivado por negligência na manutenção do avião) ou a de atentado (neste último caso, desconhecendo-se quem o teria perpetrado e contra quem teria sido ao certo - Sá Carneiro ou Amaro da Costa).
O aeroporto internacional do Porto, para o qual ele se dirigia, foi posteriormente rebaptizado com o seu nome, apesar das objecções de que não seria curial dar a um aeroporto o nome de alguém que tinha morrido num desastre de aviação.
Humor

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

EFEMÉRIDEJoop Zoetemelk, antigo ciclista holandês, nasceu em Rijpwetering no dia 3 de Dezembro de 1946.
Foi profissional de 1970 a 1987, uma longevidade notável no ciclismo. Conquistou uma Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de 1968 na cidade do México e um Tour de France em 1980. Concorreu 16 vezes à Volta a França e chegou sempre ao fim, sendo este o recorde do “Tour”. Ficou em segundo lugar nos anos 1970, 1971, 1976, 1978, 1979 e 1982.
Em 1974, vítima de uma queda na prova “Midi Libre”, não pôde participar na Volta a França, quando tinha dominado claramente os seus rivais mais próximos (Merckx, Thévenet e Van Impe) nas principais corridas por etapas do princípio da época (3 provas, 3 vitórias).
Quando se retirou do ciclismo, juntou-se a sua esposa na direcção de um hotel em Meaux. Em Abril de 2010, em Paris, com 64 anos, participou na sua primeira maratona pedestre na companhia do filho.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

EFEMÉRIDEAntonín Panenka, ex-jogador de futebol checoslovaco, nasceu em Praga no dia 2 de Dezembro de 1948.
Jogou quase toda a sua carreira no Bohemians Praga, onde se iniciou nos juvenis com nove anos, profissionalizando-se em 1967. A primeira convocação para a Selecção Checoslovaca ocorreu em 1973. A equipa falhou a classificação para o Mundial de 1974, mas conquistou a Taça Europeia das Nações em 1976 sobre a então Campeã do Mundo, a Alemanha Ocidental. A vitória só foi conseguida na marcação de grandes penalidades. Todos os jogadores as concretizaram com êxito, até que o alemão Uli Hoeneß mandou a bola à barra. Cabia a Panenka a responsabilidade de conquistar o título e ele marcou a penalidade tranquilamente, fazendo o guarda-redes voar para um canto enquanto a bola fazia uma lenta parábola vertical em direcção ao meio da baliza. Diz-se desde então que é um penalty “à Panenka”, quando marcado desta forma. Ele já tinha utilizado este estilo numerosas vezes na Checoslováquia. Ao todo, durante a sua carreira, marcou 46 penalties e não falhou nenhum. À medida que se tornou conhecido foi alternando o modo de os marcar, surpreendendo sempre os guarda-redes.
A selecção checoslovaca falhou as eliminatórias para o Mundial de 1978 e Panenka só disputou o seu primeiro e único Mundial em 1982. Panenka, que marcou os dois golos da equipa nesta competição, já estava desde 1981 no futebol austríaco, mais precisamente no Rapid Viena, onde conquistou dois títulos na Liga Austríaca (1982 e 1983). Aquele que talvez tenha sido o maior jogador da extinta Checoslováquia desde Masopust rodaria por outros clubes da Áustria até encerrar a carreira aos 44 anos de idade.
Foi internacional 59 vezes pela selecção checoslovaca tendo marcado 17 golos. É actualmente presidente do “Bohemians Praga”.
Muitos jogadores de renome internacional começaram a marcar os penalties “à Panenka”, mas sem o «êxito de 1000%», como o próprio costumava dizer. Entre os bem conseguidos salientam-se: os de Totti, em Itália; o de Postiga (Portugal) nos quartos de finais dos Europeus de 2004 contra a Inglaterra; o do ucraniano Milevskyi nos Mundiais de 2006 contra a Suíça; o do francês Zidane na final dos Mundiais de 2006 frente ao famoso guarda-redes italiano Buffon; em 2007 o francês Ribery conseguiu marcar um “Panenka” pelo Bayern de Munique contra o Werder Bremen. Quando resulta é bonito, mas quando é falhado merece as críticas unânimes da crítica e dos adeptos. Aliás o golo de Hélder Postiga (2004) foi muito aplaudido, mas acompanhado de críticas dizendo que se devia atirar pelo seguro… Sim, porque Panenka só houve um!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

EFEMÉRIDE Costinha, de seu verdadeiro nome Francisco José Rodrigues da Costa, ex-futebolista português, nasceu em Lisboa no dia 1 de Dezembro de 1974. É Director Desportivo do Sporting Clube de Portugal desde Fevereiro de 2010.
Deu os seus primeiros passos como futebolista no Clube Oriental de Lisboa. Entre 1993 e 1995 impôs-se como jogador neste clube. Na temporada 1995/1996, foi jogar para um clube da Madeira, a Associação Desportiva de Machico, onde foi titular indiscutível. As suas exibições chamaram a atenção de outro clube madeirense, o Nacional, clube que representou na época seguinte como titular.
Quando tinha apenas 22 anos, deu-se uma reviravolta surpreendente na sua carreira. Sem nunca ter representado um clube das divisões superiores, sendo inclusive um desconhecido em Portugal, Costinha foi contratado por um dos grandes clubes de França - o Mónaco. Depois de um período de adaptação, chegou à equipa principal em 1998/1999. Na época seguinte sagrou-se Campeão de França. O seu prestígio chegou a Portugal e começou a ser convocado para a selecção nacional.
Foi um dos jogadores presentes na fase final do Euro 2000 disputado na Bélgica e na Holanda, no qual Portugal conquistou um excelente terceiro lugar.
Em 2001 regressou ao futebol português, onde finalmente se estreou na Primeira Liga, ao serviço do Futebol Clube do Porto. O seu melhor momento pelo F. C. do Porto terá sido quando marcou um golo e eliminou o Manchester United nos quartos-de-final da Liga dos Campeões na época de 2003/04. O F. C. do Porto acabaria por chegar à final, ganhando a competição.
Após uma época de 2004/2005 medíocre e com muitas lesões, foi transferido para o Dínamo de Moscovo. As coisas não correram bem e, em 2006, regressou a Portugal sem nenhum clube para representar. Preparou-se para os Mundiais de 2006, juntando-se à equipa do Belenenses unicamente para treinar e manter a forma. Pela sua influência no seio da selecção, Luís Felipe Scolari chamou-o para o Mundial a decorrer na Alemanha.
Costinha conquistou durante a sua carreira os seguintes títulos: Liga Francesa (1999/2000), Super Taça Francesa (2000/2001), Liga Portuguesa (2002/2003 e 2003/2004), Taça de Portugal (2002/2003), Super Taça de Portugal (2002/2003 e 2003/2004), Taça UEFA (2002/2003), Liga dos Campeões Europeus (2003/2004) e Taça Intercontinental (2004). Foi finalista dos Europeus de 2004 em representação da selecção portuguesa, tendo sido internacional 53 vezes.

terça-feira, 30 de novembro de 2010


Fecho de Telejornal em beleza!!
EFEMÉRIDE Fernando António Nogueira de Seabra Pessoa, poeta e escritor português, faleceu em Lisboa no dia 30 de Novembro de 1935. Nascera também em Lisboa, em 13 de Junho de 1888.
Considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa e da Literatura Universal, é muitas vezes comparado a Luís de Camões.
Por ter crescido na África do Sul, para onde foi aos sete anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu muito cedo a língua inglesa. Das quatro obras que publicou em vida, três são em inglês. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções desse idioma.
Ao longo da vida trabalhou em várias firmas como correspondente comercial. Foi também empresário, editor, crítico literário, activista político, tradutor, jornalista, inventor, publicitário e publicista, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária que, em grande parte, ficou inédita até à sua morte. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades, conhecidas como heterónimos.
A sua infância e a sua adolescência foram marcadas por factos que o influenciariam posteriormente. Às cinco horas de uma manhã de Julho de 1893, o pai morreu, com 43 anos, vítima de tuberculose. Fernando tinha apenas cinco anos. O irmão Jorge viria a falecer no ano seguinte, sem completar um ano. A mãe viu-se obrigada a leiloar parte da mobília e mudou-se para uma casa mais modesta. Ainda no mesmo ano, escreveu o primeiro poema, um verso curto com a infantil epígrafe de «À Minha Querida Mamã». A mãe casou-se pela segunda vez em 1895 com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban (África do Sul). Em África, onde passou a maior parte da juventude e recebeu educação inglesa, Pessoa viria a demonstrar talento para a literatura desde muito cedo.
Fez a instrução primária na escola de freiras irlandesas da West Street, percorrendo em dois anos o equivalente a quatro. Em 1899 ingressou no Liceu de Durban, onde permaneceu durante três anos e foi um dos primeiros alunos da sua turma. No ano de 1901, foi aprovado com distinção no exame Cape School High Examination e escreveu os primeiros poemas em inglês. Na mesma época, morreu a sua irmã Madalena Henriqueta, com dois anos. Em 1901 partiu com a família com destino a Portugal, para um ano de férias. No navio em que viajavam, vinha o corpo da irmã. Viajou tempos mais tarde até à Ilha Terceira, nos Açores, onde vivia a família materna. Deslocaram-se também a Tavira para visitar parentes paternos.
Tendo recebido uma educação britânica, que lhe proporcionou um profundo contacto com a língua inglesa, os seus primeiros textos foram em inglês. Manteve contacto com a literatura inglesa através de autores como Shakespeare, Edgar Allan Poe e Lord Byron, entre outros. O Inglês teve grande importância na sua vida, trabalhando com o idioma quando, mais tarde, se tornou correspondente comercial em Lisboa, além de o utilizar nos seus textos e de traduzir trabalhos de poetas ingleses. Com excepção de “Mensagem”, os únicos livros publicados em vida foram os das colectâneas dos seus poemas ingleses, escritos entre 1918 e 1921.
Fernando Pessoa permaneceu em Lisboa, enquanto todos - mãe, padrasto, irmãos e empregada doméstica - regressaram a Durban. Voltou depois, sozinho, para África. Matriculou-se na Durban Commercial School, escola comercial de ensino nocturno, enquanto durante o dia estudava as disciplinas humanísticas para entrar na universidade.
Em 1903, candidatou-se à Universidade do Cabo da Boa Esperança. Na prova de admissão, entre os 899 candidatos, obteve a melhor nota no ensaio de estilo inglês. Recebeu por isso o “Prémio Rainha Vitória”. Um ano depois, ingressou na Durban High School, onde frequentou o equivalente a um primeiro ano universitário. Aprofundou a sua cultura, lendo clássicos ingleses e latinos. Escreveu poesia e prosa em inglês, assinando com heterónimos. Por fim, encerrou os seus bem sucedidos estudos na África do Sul, com o “Intermediate Examination in Arts”, na Universidade, obtendo uma boa classificação.
Deixando a família em Durban, regressou definitivamente à capital portuguesa em 1905. Continuou a produção de poemas em inglês e, em 1906, matriculou-se no Curso Superior de Letras, que abandonou sem sequer completar o primeiro ano. Foi nesta época que entrou em contacto com importantes escritores portugueses, interessando-se pela obra de Cesário Verde e pelos sermões do Padre António Vieira.
Em Agosto de 1907, morreu a sua avó Dionísia, com quem então vivia e que lhe deixou uma pequena herança. Montou uma modesta tipografia, que rapidamente faliu. A partir de 1908, dedicou-se à tradução de correspondência comercial, uma actividade a que poderíamos dar o nome de “correspondente estrangeiro”. Nessa profissão trabalhou praticamente toda a vida, tendo uma modesta actividade pública.
Iniciou a sua actividade de ensaísta e crítico literário, com o artigo “A Nova Poesia Portuguesa Sociologicamente Considerada”, a que se seguiriam “Reincidindo…” e “A Nova Poesia Portuguesa no Seu Aspecto Psicológico”, publicados em 1912 pela revista “A Águia”.
Pessoa foi internado no dia 29 de Novembro de 1935, no Hospital de São Luís dos Franceses, com diagnóstico de cólica hepática, provavelmente causada por cálculo biliar e associada a cirrose com origem no excesso de álcool. Morreu no dia seguinte.
Pode dizer-se que a vida do poeta foi dedicada a criar e que, de tanto criar, criou outras vidas através dos seus heterónimos.
Saliente-se que os heterónimos, diferentemente dos pseudónimos, são personalidades poéticas completas: identidades que, em princípio falsas, se tornam verdadeiras através da sua manifestação artística própria e diversa do autor original. Os três mais conhecidos foram Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Um quarto heterónimo de grande importância na obra de Pessoa foi Bernardo Soares, autor do “Livro do Desassossego”, importante obra literária do século XX.
Na comemoração do centenário do nascimento de Fernando Pessoa, em 1988, o seu corpo foi trasladado para o Mosteiro dos Jerónimos.
Pessoa interessava-se também pelo ocultismo e pelo misticismo, tendo defendido publicamente as organizações iniciáticas, contra ataques da ditadura do Estado Novo. Tinha o hábito de fazer consultas astrológicas para si mesmo e realizou mais de mil horóscopos.
Fernando Pessoa foi o primeiro português a figurar na Collection Bibliothèque de la Pléiade, prestigiada colecção francesa de grandes nomes da literatura. A sua obra está traduzida em numerosas línguas, desde as europeias até ao chinês.

Jogadores azarados

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

EFEMÉRIDE – Domenico Gaetano Maria Donizetti, compositor de óperas italiano, um dos mais fecundos do Romantismo, nasceu em Bérgamo no dia 29 de Novembro de 1797. Morreu na mesma cidade em 8 de Abril de 1848.
Nascido numa família pobre, sem tradições musicais, foi um dos primeiros alunos da escola de caridade de Bérgamo, em 1806, indo alguns anos mais tarde estudar no Liceu Filarmónico de Bolonha.
As suas primeiras peças foram composições religiosas. Em 1814 regressou a Bérgamo, ficando responsável pela música na Igreja de Santa Maria Maggiore.
Em 1818, foi representada em Veneza a sua primeira ópera, “Enrico di Borgogna”. O seu primeiro grande sucesso foi “Esule di Roma”, estreada em 1828 na cidade de Nápoles.
Em 1830, novo triunfo, no Teatro Carcano de Milão, com “Ana Bolena”, ópera que não tardou a ser também representada em Paris, Londres, Madrid, Dresde e Havana. Dois anos mais tarde, mais um sucesso com “O Elixir do Amor”, representada em Milão. Estes êxitos valeram-lhe a nomeação, em 1834, para mestre de capela e professor de composição no Real Collegio de Nápoles e, em 1836, mestre de contraponto no mesmo conservatório.
Em 1835, a convite de Rossini, deslocou-se a Paris para uma representação, sendo feito Cavaleiro da Legião de Honra pelo rei Louis-Philippe. De volta a Nápoles, arrancou um triunfo memorável com “Lucia di Lammermoor”, a sua obra mais célebre, composta apenas em seis semanas. Em Julho de 1837, a morte da sua mulher mergulhou-o numa profunda depressão. Em Outubro, fez no entanto representar uma nova obra-prima, “Roberto Devereux”.
No ano seguinte, a proibição de “Poliuto”, pela censura napolitana, determinam-no a deixar a Itália e a fixar-se em Paris.
Colaborando com Eugène Scribe, criou uma série de óperas, algumas das quais se tornaram clássicos do reportório lírico mundial, entre elas “D. Sebastião, rei de Portugal” (1843), composta em dois meses.
De 1842 a 1846 Donizetti não cessou de viajar, sobretudo entre Paris, as grandes cidades italianas (Nápoles, Roma, Bolonha, Milão e Veneza) e Viena, onde foi nomeado Mestre da Capela da Corte.
Começou então a sentir os efeitos da sífilis, que o levariam a abandonar o trabalho em 1845. Complicações da doença, de natureza nervosa, fizeram-no perder a fala, deixou de poder andar e foi enlouquecendo aos poucos. Ajudado por um sobrinho, voltou a Paris onde foi internado num asilo de alienados de Ivry-sur-Seine, antes de ser transferido um ano mais tarde para uma casa de saúde da sua terra natal, onde passou os últimos tempos de vida.
Ao todo, Donizetti legou aos vindouros 71 óperas, 13 sinfonias, 18 quartetos, 3 quintetos, 28 cantatas e 115 outras composições religiosas, sem contar com um número importante de peças de música de câmara e outras, o que faz dele um dos compositores mais prolíficos do século XIX.

domingo, 28 de novembro de 2010

EFEMÉRIDEAlexander Borissovitch Godunov, bailarino e actor de cinema soviético, nasceu na ilha de Sakalina em 28 de Novembro de 1949. Morreu repentinamente em Los Angeles no dia 18 de Maio de 1995.
Foi uma das principais estrelas do Ballet Bolshoi mas, em 1979, durante uma tournée nos Estados Unidos, pediu asilo em Nova Iorque, o que criou um incidente diplomático entre americanos e soviéticos. Na ocasião, era casado com a bailarina Ludmila Vlasov, também do elenco do Bolshoi, que não o quis acompanhar naquela decisão e regressou à então União Soviética. O avião em que ela ia viajar foi bloqueado pelas autoridades americanas, que quiseram confirmar se ela voltava de livre vontade à sua terra natal.
Nos Estados Unidos, tornou-se primeiro bailarino do American Ballet Theatre e investiu, mais tarde, numa carreira cinematográfica, trabalhando em filmes como “Duro de Matar” e “Um Dia a Casa Cai”. Manteve uma ligação amorosa com a actriz Jacqueline Bisset até 1988.
Seleccionado entre mais de 250 crianças, começara a dançar com 9 anos de idade, na Riga State Ballet School (Letónia). Progrediu rapidamente, fazendo depois tournées com o Moscow Classical Ballet.
Ingressou seguidamente no Bolshoi, onde as suas interpretações em “O Lago dos Cisnes”, em “Gisela” e em representações clássicas e contemporâneas, lhe valeram imensos elogios e medalhas.
Contraiu uma hepatite, agravada pelo alcoolismo. Foi encontrado morto na sua casa de Hollywood, por uma enfermeira que fora chamada por amigos que estranharam a sua ausência. As cinzas de Alexander Godunov foram dispersas no Oceano Pacífico. Nenhum dos seus familiares assistiu à cerimónia, mas um memorial foi-lhe dedicado num cemitério de Moscovo.

sábado, 27 de novembro de 2010

EFEMÉRIDEAnders Celsius, astrónomo sueco, nasceu em Ovanåker no dia 27 de Novembro de 1701. Morreu em Uppsala, vítima de tuberculose, em 25 de Abril de 1744.
Foi professor de Astronomia na Universidade Uppsala, de 1730 (com apenas 29 anos de idade) até 1744, tendo viajado de 1732 a 1735 com o intuito de visitar diversos observatórios, principalmente na Alemanha, em Itália e em França.
Em 1733 publicou em Nuremberga um conjunto de 316 observações da Aurora Boreal, feitas por ele próprio e por outros sábios, durante os anos 1716/1732.
Em Paris, defendeu a necessidade de medir o arco de meridiano na Lapónia, tendo feito parte da expedição organizada para este efeito pela Academia Francesa de Ciências, em 1736. Os resultados obtidos confirmaram, de maneira definitiva, que a Terra era efectivamente uma esfera achatada nos pólos.
Celsius foi um dos fundadores do Observatório Astronómico de Uppsala em 1741, mas ficou sobretudo conhecido pela escala de temperatura Célsius, proposta pela primeira vez num documento endereçado à Academia Real de Ciências da Suécia em 1742. A escala Célsius homenageia o seu nome, tendo sido revista por Carolus Linnaeus em 1745 e permanecendo como medida padrão até aos nossos dias.
Anders Célsius defendia também que a Suécia, estado protestante, adoptasse o calendário gregoriano, mesmo sendo este obra de um papa católico. Não teve sucesso imediato, mas a ideia germinou pois o calendário gregoriano substituiu o calendário juliano em 1753, mais de nove anos depois da sua morte.
Os seus restos mortais repousam numa igreja de Upsala. Foi dado o seu nome a uma cratera da Lua.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010


Eu amo você - Nilton
EFEMÉRIDEFausto, de seu nome completo, Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias, compositor e cantor português, nasceu em Vila Franca das Naves, no dia 26 de Novembro de 1948.
Foi naturalizado em Vila Franca das Naves, se bem que tenha nascido a bordo do navio “Pátria”, que navegava entre Portugal e Angola.
Com vinte anos, veio para Lisboa, onde se licenciou em Ciências Políticas e Sociais, no então Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina. Estudava ainda, quando lançou o primeiro álbum, “Fausto”. No âmbito do movimento associativo em Lisboa, aproximou-se de nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e Manuel Freire, e igualmente de José Mário Branco e Luís Cília, que viviam no exílio.
Eleito Presidente da Direcção da Associação dos Estudantes do ISCSPU, Fausto viu o seu nome não ser homologado pelo Ministério da Educação, em consequência de um certo comprometimento político na sua actividade musical. Como “castigo”, foi chamado a cumprir o serviço militar, embora possuísse todas as condições para ter um adiamento. Fausto recusou-se a comparecer no quartel e foi considerado refractário.
Vivendo quase clandestino, Fausto fez grande parte das gravações do seu segundo LP em Madrid. Nele, incluiu letras de Eugénio de Andrade e de Mário Henrique Leiria, num todo de características políticas muito acentuadas.
Com o 25 de Abril de 1974, Fausto acompanhou a actividade frenética dos cantores da resistência ao regime deposto.
Após o período mais quente da Revolução, Fausto assistiu ao que ele considera uma invasão da música anglo-saxónica. Reagiu: «Sempre me opus e resisti à tirania do rock e do pop em Portugal pelo que isso representa de normalização da música». E deu a sua própria resposta, gravando em 1977 “Madrugada dos Trapeiros”, um dos discos fundadores da nova música popular portuguesa.
Em “Por Este Rio Acima” (1982) e a partir da obra de Fernão Mendes Pinto, o principal cronista dos Descobrimentos, Fausto traçou um retrato da sociedade portuguesa, procurando os pontos de confluência entre a época das naus e das caravelas e a actualidade. A esse propósito, o autor afirmou: «Canto o lado do povo anónimo que ia nos barcos, não o dos heróis. Canto o outro lado da História, o lado mais humano. Não falo do passado. Falo dos dias de hoje e curiosamente há pontos em comum».
Com “A Preto e Branco” (1989), as canções africanas da sua adolescência foram de novo interpretadas, num reencontro com a música angolana.
Autor de doze discos, gravados entre 1970 e 2005 (dez de originais, uma colectânea regravada e um disco ao vivo), é um dos mais importantes nomes da música portuguesa, a popular em particular. A sua obra tem sido revisitada por nomes como Mafalda Arnauth, Né Ladeiras, Teresa Salgueiro e Cristina Branco.
O país reconheceu, em 1997, a importância de Fausto, através da Comissão Nacional dos Descobrimentos Portugueses, que o convidou para dar um concerto comemorativo dos 500 anos da partida de Vasco da Gama para a Índia.
A crise omnipresente...



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