EFEMÉRIDE – Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho, militar português, nasceu em Lourenço Marques, actualmente Maputo, Moçambique, no dia 31 de Agosto de 1936. Foi um dos estrategas da Revolução dos Cravos (1974).
Estudou em Moçambique e ingressou na Academia Militar de Lisboa aos dezanove anos.
Foi capitão em Angola (1961/1963) e na Guiné (1970/1973), sendo um dos dinamizadores da contestação ao Decreto-lei nº 353/73, que deu origem ao Movimento dos Capitães e ao MFA (Movimento das Forças Armadas).
Foi o responsável pelo sector operacional da Comissão Coordenadora do MFA e foi ele quem dirigiu as operações do 25 de Abril, a partir de um posto de comando clandestino instalado no Quartel da Pontinha.
Foi graduado em brigadeiro e nomeado Comandante-adjunto do COPCON (Comando Operacional do Continente) e Comandante da Região Militar de Lisboa em 13 de Julho de 1974, tendo passado a Comandante do COPCON, com o posto de General, em 23 de Junho de 1975 (cargo que na prática já exercia). Foi afastado destes cargos, a seu pedido, após o golpe de estado de 25 de Novembro de 1975.
Fez parte do Conselho da Revolução desde que ele foi criado em 14 de Março de 1975 até Dezembro de 1975. A partir de 30 de Julho daquele mesmo ano integrou, com os Generais Costa Gomes e Vasco Gonçalves, um Directório em que os restantes membros do Conselho da Revolução delegaram temporariamente os seus poderes.
Conotado com a ala mais radical do MFA, viria a ser preso em consequência dos acontecimentos do 25 de Novembro. Solto três meses mais tarde, foi candidato às eleições presidenciais de 1976, voltando a concorrer quatro anos mais tarde. Em 1979 passou à Reserva com o posto de tenente-coronel e, na década de 1980, teria passado a liderar a “organização terrorista” FP-25 (Forças Populares 25 de Abril).
Em 1985 foi preso, julgado e condenado pelo seu papel na liderança das FP-25, responsáveis pela morte de várias pessoas nos anos 80. Foi libertado cinco anos mais tarde, após ter apresentado recurso, ficando a aguardar novo julgamento em liberdade provisória. Em 1996 a Assembleia da República aprovou um indulto, seguido de uma amnistia para os presos do chamado “Caso FP-25”.
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