EFEMÉRIDE – Alfred Dreyfus, capitão do exército francês, de origem alsaciana e religião judaica, faleceu em Paris no dia 12 de Julho de 1935, vítima de crise cardíaca. Nascera em Mulhouse, em 9 de Outubro de 1859. Injustamente acusado e condenado por traição, foi mais tarde amnistiado e reabilitado, tendo sido o fulcro do famoso “Caso Dreyfus” durante a 3ª República Francesa.
Alfred Dreyfus decidira alistar-se no exército, desejando que a Alsácia, anexada pelos alemães em 1871, voltasse a ser francesa. Em 1893 foi destacado como capitão estagiário para o serviço de informações e espionagem.
Em 1894 foi acusado de ter vendido segredos militares aos alemães. Incriminado por um conjunto de documentos falsos, foi condenado a prisão perpétua na Ilha do Diabo, na Guiana Francesa. O seu caso foi discutido em todo o mundo e aos poucos foi sendo esclarecido sobretudo graças à acção dos escritores Anatole France e Émile Zola. O incidente viria a envolver toda a sociedade francesa.
Foram-lhe retirados os galões de oficial numa cerimónia humilhante realizada em 1895, em que a multidão furiosa gritava «Abaixo o traidor, abaixo o judeu!».
Entretanto, no desterro, a sua saúde e a sua moral pioravam de dia para dia. Um outro prisioneiro contou mais tarde que ele afirmara conseguir falar com os tubarões e que estes vinham ao seu chamamento. Só conseguia dormir com a ajuda de calmantes. Enchia cadernos escrevendo unicamente o nome da sua mulher e algumas figuras geométricas.
Em 1898, no jornal L'Aurore, Émile Zola escreveu a famosa carta aberta ao presidente, com o título “Eu Acuso!”, denunciando o Alto Comando Militar francês, os tribunais, enfim, todos os que o tinham condenado, incendiando a opinião pública nacional. O escritor apoiava-se no trabalho do chefe do serviço secreto francês, coronel Picquart, que descobrira que os documentos contra Dreyfus haviam sido todos forjados ou alguns nem sequer existiam. Zola, ameaçado, para evitar ser preso, exilou-se na Inglaterra.
Amnistiado, Dreyfus foi libertado mais tarde. Só seria no entanto oficialmente reabilitado em 1906, sendo-lhe confiado o comando de uma unidade de artilharia e recebendo a Legião de Honra.
Em 1908 foi vítima de um atentado, quando da transferência para o Panteão das cinzas do escritor Émile Zola. Nova injustiça: o autor dos tiros, se bem que descoberto, preso e julgado, não foi condenado.
Entrou na Primeira Guerra Mundial como tenente-coronel e viu a “sua” Alsácia voltar a ser território francês.
Em 12 de Julho de 2006, numa cerimónia organizada na Escola Militar, na presença do Presidente da República Francesa Jacques Chirac, foi-lhe prestada a homenagem póstuma que há muito a França lhe devia.
Alfred Dreyfus decidira alistar-se no exército, desejando que a Alsácia, anexada pelos alemães em 1871, voltasse a ser francesa. Em 1893 foi destacado como capitão estagiário para o serviço de informações e espionagem.
Em 1894 foi acusado de ter vendido segredos militares aos alemães. Incriminado por um conjunto de documentos falsos, foi condenado a prisão perpétua na Ilha do Diabo, na Guiana Francesa. O seu caso foi discutido em todo o mundo e aos poucos foi sendo esclarecido sobretudo graças à acção dos escritores Anatole France e Émile Zola. O incidente viria a envolver toda a sociedade francesa.
Foram-lhe retirados os galões de oficial numa cerimónia humilhante realizada em 1895, em que a multidão furiosa gritava «Abaixo o traidor, abaixo o judeu!».
Entretanto, no desterro, a sua saúde e a sua moral pioravam de dia para dia. Um outro prisioneiro contou mais tarde que ele afirmara conseguir falar com os tubarões e que estes vinham ao seu chamamento. Só conseguia dormir com a ajuda de calmantes. Enchia cadernos escrevendo unicamente o nome da sua mulher e algumas figuras geométricas.
Em 1898, no jornal L'Aurore, Émile Zola escreveu a famosa carta aberta ao presidente, com o título “Eu Acuso!”, denunciando o Alto Comando Militar francês, os tribunais, enfim, todos os que o tinham condenado, incendiando a opinião pública nacional. O escritor apoiava-se no trabalho do chefe do serviço secreto francês, coronel Picquart, que descobrira que os documentos contra Dreyfus haviam sido todos forjados ou alguns nem sequer existiam. Zola, ameaçado, para evitar ser preso, exilou-se na Inglaterra.
Amnistiado, Dreyfus foi libertado mais tarde. Só seria no entanto oficialmente reabilitado em 1906, sendo-lhe confiado o comando de uma unidade de artilharia e recebendo a Legião de Honra.
Em 1908 foi vítima de um atentado, quando da transferência para o Panteão das cinzas do escritor Émile Zola. Nova injustiça: o autor dos tiros, se bem que descoberto, preso e julgado, não foi condenado.
Entrou na Primeira Guerra Mundial como tenente-coronel e viu a “sua” Alsácia voltar a ser território francês.
Em 12 de Julho de 2006, numa cerimónia organizada na Escola Militar, na presença do Presidente da República Francesa Jacques Chirac, foi-lhe prestada a homenagem póstuma que há muito a França lhe devia.
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