EFEMÉRIDE – Amélia Scmidt Lafourcade Rey Colaço Robles Monteiro, encenadora e actriz portuguesa, faleceu em Lisboa no dia 8 de Julho de 1990. Nascera na mesma cidade em 2 de Março de 1898.
Considerada a mais notável figura do teatro português do século XX, nasceu no seio de uma família de artistas e recebeu, desde criança, uma formação que privilegiou as artes. Apaixonou-se pelo teatro aos quinze anos, ao assistir, na Alemanha, a espectáculos de Max Reinhardt. Recebeu aulas de representação e, em 1917, estreou-se no então Teatro República (actual Teatro São Luís), na peça “Marinela”. Para fazer a personagem, uma rude vagabunda, aprendeu durante meses a andar descalça e a usar farrapos, no interior do jardim do seu palacete.
Casou-se em 1920 com o também actor Robles Monteiro. No ano seguinte os dois fundaram uma companhia de teatro própria. Seria a mais duradoura de toda a Europa, com cinquenta e três anos de existência - a “Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro”, sediada no Teatro Nacional D. Maria II e oficialmente extinta em 1988, altura em que a actriz se viu obrigada a leiloar o recheio da casa do Dafundo (cedida pela marquesa do Cadaval) e a abandoná-la, já depois de deixar, em 1968, a moradia onde nascera, na Lapa.
Na direcção da companhia, actuou em vários planos. Estruturou um grupo coeso e disciplinado, metódico e exigente, lutou pela dignificação social dos actores, conquistando para eles um estatuto de superioridade inovador, e organizou, ao mesmo tempo, um reportório ambicioso e diversificado, alternando autores contemporâneos com clássicos e estrangeiros com portugueses.
Chamou pintores prestigiados para colaborarem com ela nos cenários, casos de Raul Lino, Almada Negreiros e Eduardo Malta. Contratou actores que eram ídolos do público (Palmira Bastos, Alves da Cunha, Lucília Simões, Estêvão Amarante, Maria Matos, Vasco Santana, etc.) e revelou, fazendo escola, novos actores, como Raul de Carvalho, Álvaro Benamor, Maria Lalande, Assis Pacheco, João Villaret, Eunice Muñoz, Carmen Dolores, Maria Barroso, João Perry, Rogério Paulo, Lurdes Norberto, Varela Silva, Ruy de Carvalho, etc.
Abriu as portas à dramaturgia portuguesa, apresentando peças de José Régio, Alfredo Cortez, Romeu Correia, Bernardo Santareno e Luís de Sttau Monteiro, entre outros. Com ousadia, e contornando a censura do Estado Novo, revelou, por outro lado, nomes como Jean Cocteau, Jean Anouih, Frederico Garcia Lorca, Bertolt Brecht, Alejandro Casona, Eugene O'Neill, Tennessee Williams, Arthur Miller, Pirandello, Ionesco, etc.
Desempenhou o seu último grande papel aos 87 anos, representando D. Catarina na peça de José Régio “El-Rei D. Sebastião”.
Foi galardoada pelo governo francês com as insígnias de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras e, em Portugal, com as comendas da Ordem de Instrução Pública, da Ordem de Santiago da Espada e da Ordem Militar de Cristo.
Considerada a mais notável figura do teatro português do século XX, nasceu no seio de uma família de artistas e recebeu, desde criança, uma formação que privilegiou as artes. Apaixonou-se pelo teatro aos quinze anos, ao assistir, na Alemanha, a espectáculos de Max Reinhardt. Recebeu aulas de representação e, em 1917, estreou-se no então Teatro República (actual Teatro São Luís), na peça “Marinela”. Para fazer a personagem, uma rude vagabunda, aprendeu durante meses a andar descalça e a usar farrapos, no interior do jardim do seu palacete.
Casou-se em 1920 com o também actor Robles Monteiro. No ano seguinte os dois fundaram uma companhia de teatro própria. Seria a mais duradoura de toda a Europa, com cinquenta e três anos de existência - a “Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro”, sediada no Teatro Nacional D. Maria II e oficialmente extinta em 1988, altura em que a actriz se viu obrigada a leiloar o recheio da casa do Dafundo (cedida pela marquesa do Cadaval) e a abandoná-la, já depois de deixar, em 1968, a moradia onde nascera, na Lapa.
Na direcção da companhia, actuou em vários planos. Estruturou um grupo coeso e disciplinado, metódico e exigente, lutou pela dignificação social dos actores, conquistando para eles um estatuto de superioridade inovador, e organizou, ao mesmo tempo, um reportório ambicioso e diversificado, alternando autores contemporâneos com clássicos e estrangeiros com portugueses.
Chamou pintores prestigiados para colaborarem com ela nos cenários, casos de Raul Lino, Almada Negreiros e Eduardo Malta. Contratou actores que eram ídolos do público (Palmira Bastos, Alves da Cunha, Lucília Simões, Estêvão Amarante, Maria Matos, Vasco Santana, etc.) e revelou, fazendo escola, novos actores, como Raul de Carvalho, Álvaro Benamor, Maria Lalande, Assis Pacheco, João Villaret, Eunice Muñoz, Carmen Dolores, Maria Barroso, João Perry, Rogério Paulo, Lurdes Norberto, Varela Silva, Ruy de Carvalho, etc.
Abriu as portas à dramaturgia portuguesa, apresentando peças de José Régio, Alfredo Cortez, Romeu Correia, Bernardo Santareno e Luís de Sttau Monteiro, entre outros. Com ousadia, e contornando a censura do Estado Novo, revelou, por outro lado, nomes como Jean Cocteau, Jean Anouih, Frederico Garcia Lorca, Bertolt Brecht, Alejandro Casona, Eugene O'Neill, Tennessee Williams, Arthur Miller, Pirandello, Ionesco, etc.
Desempenhou o seu último grande papel aos 87 anos, representando D. Catarina na peça de José Régio “El-Rei D. Sebastião”.
Foi galardoada pelo governo francês com as insígnias de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras e, em Portugal, com as comendas da Ordem de Instrução Pública, da Ordem de Santiago da Espada e da Ordem Militar de Cristo.
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