sexta-feira, 15 de setembro de 2017

15 DE SETEMBRO - LEON HIRSZMAN


EFEMÉRIDE - Leon Hirszman, cenarista e realizador brasileiro, figura notável do Cinema Novo, morreu no Rio de Janeiro em 15 de Setembro de 1987. Nascera na mesma cidade no dia 22 de Novembro de 1937.
Ainda estudante de Engenharia, já frequentava cineclubes onde se relacionou com Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, entre outros cineastas. Começou a sua actividade cinematográfica, aliada à sua vigorosa e consistente militância política, no movimento estudantil do Rio de Janeiro, tendo sido um dos fundadores do CPC – Centro Popular de Cultura, da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Foi no CPC que se estreou, realizando a curta-metragem “Pedreira de São Diogo”, um dos cinco episódios do filme “Cinco vezes favela”, lançado em 1962. A sua primeira longa-metragem foi uma adaptação de Nelson Rodrigues, “A Falecida”, protagonizada por Fernanda Montenegro e que já versava um dos temas caros a Leon - a alienação das classes populares.
Documentarista e autor de ficção, na sua obra figuram os documentários “Nelson Cavaquinho”, “Megalópolis (1972)”, “Ecologia” e “Sexta-feira da Paixão, Sábado de aleluia”. Em 1971, realizou o longa-metragem “São Bernardo”, baseada na história homónima de Graciliano Ramos, mas que apesar de bem recebida pela crítica, não conseguiu transformar-se num sucesso popular, mercê talvez da acção da Censura política.
Ainda na década de 1970, filmou os importantes documentários “Cantos do trabalho no campo” em 1976, a longa-metragem “Que país é esse?” em 1977, e “Rio, carnaval da vida” em 1978. Realizou “ABC da Greve”, sobre o movimento operário da região paulista.
Em 1981, recebeu a consagração do público e da crítica. Foi premiado no Festival de Veneza, foi nomeado para o Leão de Ouro e recebeu vários prémios, com a película “Eles não usam black-tie”, adaptação da peça teatral de Gianfrancesco Guarnieri, que também trabalhou como actor no filme.
Leon Hirszman teve um papel extremamente importante na afirmação do cinema brasileiro e deixou vários textos onde se podem ler agudas reflexões sobre as condições da produção cinematográfica no Brasil, o mercado nacional e a respectiva legislação de protecção, a Embrafilme, as correntes de criação cinematográfica e o cinema político.
Leon morreu vítima de SIDA, que contraiu na sequência de uma transfusão de plasma sanguíneo. Deixou viúva e três filhos.

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