quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

18 DE FEVEREIRO - MANUEL DA NÓBREGA

EFEMÉRIDE - Manuel da Nóbrega, sacerdote jesuíta português, chefe da primeira missão jesuítica à América, nasceu em Sanfins do Douro, Alijó, no dia 18 de Fevereiro de 1517. Morreu no Rio de Janeiro em 18 de Outubro de 1570. As cartas enviadas aos seus superiores são documentos históricos sobre o Brasil colonial e a acção jesuítica no século XVI.

Filho do desembargador Baltasar da Nóbrega e sobrinho de um chanceler-mor do Reino, Manuel da Nóbrega estudou durante quatro anos na Universidade de Salamanca e transferiu-se depois para a Universidade de Coimbra, bacharelando-se em Direito Canónico e Filosofia em 1541.

Estimulado pelo seu mestre, chegou a inscrever-se para Lente (professor) da Universidade, fez prova escrita, mas, na leitura do trabalho ao auditório, percebeu-se ser gago. O defeito na fala impediu-o de ser nomeado professor da Universidade.

Aos 27 anos, foi ordenado pela Companhia de Jesus. Viajou por Portugal, Galiza e pelo resto de Espanha, na pregação do Evangelho. Foi surpreendido com um convite do rei dom João III, embarcando na armada de Tomé de Sousa (1549).

Chegaram à Bahia em 29 de Março de 1549 e, celebrada a primeira missa, ter-se-ia voltado para os seus auxiliares e dito: «Esta terra é a nossa empresa». Ao serviço da Coroa, com a missão de se dedicar à catequese dos indígenas na colonização do Brasil.

Assim que aportou, deu início ao trabalho de catequese dos indígenas, desenvolvendo uma intensa campanha contra a antropofagia existente entre os nativos e, ao mesmo tempo, combatendo a sua exploração pelo homem branco.

Participou na fundação das cidades de Salvador e do Rio de Janeiro e também na luta contra os franceses, como conselheiro de Mem de Sá. O seu maior mérito, além de constantes viagens por toda a costa, de São Vicente a Pernambuco, foi estimular a conquista do interior, ultrapassando e penetrando além da Serra do Mar. Foi o primeiro a dar o exemplo, ao subir ao planalto de Piratininga, para fundar a vila de São Paulo que viria a ser o ponto de penetração para o sertão e de expansão do território brasileiro. A pequena aldeia dos jesuítas tornar-se-ia a mais populosa cidade do hemisfério sul.

Segundo Henrique dos Santos em “Aventura Feliz”, Nóbrega visitou pela primeira vez o planalto de Piratininga em companhia do padre Manuel de Paiva, primo de João Ramalho, e do irmão António Rodrigues. Na companhia de André Ramalho, filho de João Ramalho, percorreu os campos à procura do local onde viria a fundar a casa e escola dos Jesuítas. Escolheu o topo da colina chamada Piratininga, localizada entre os rios Piratininga (também chamado Tamanduateí) e Anhangabaú. Era um local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá.

A primeira missa foi ali rezada por Nóbrega em 29 de Agosto de 1553. Na última semana de Janeiro de 1554, Nóbrega voltou à colina de Piratininga. No dia 25 de Janeiro, dia em que se comemora a conversão de Paulo ao cristianismo, celebrou uma missa no local e decidiu mudar o nome do colégio e casa dos jesuítas de “Piratininga” para “São Paulo”.

Juntou-se em 1563 a José de Anchieta, desembarcado no Brasil como noviço em 1553, no trabalho de pacificação dos Tamoios em Iperoig, que retiraram apoio aos invasores franceses, finalmente derrotados.

Foi Nóbrega quem solicitou ao rei de Portugal, dom João III, a criação da primeira diocese no Brasil. Em consequência desse pedido, dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil, foi enviado para Salvador.

Em 1558, convenceu o governador Mem de Sá a baixar “leis de protecção aos índios”, impedindo a sua escravização. Foi nomeado primeiro provincial (líder) da Companhia de Jesus no Brasil, mas, faltando-lhe a saúde, foi substituído pelo padre Luís da Grã.

Manuel da Nóbrega faleceu aos 53 anos de idade.

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