Tresckow nasceu numa família
de aristocratas prussianos com longa tradição militar. A sua carreira militar
começou na Primeira Guerra Mundial, onde lutou na segunda batalha do
Marne como um dos mais jovens tenentes do exército imperial alemão.
Pelas suas acções, Tresckow mereceu elogios dos seus superiores e uma Cruz
de Ferro de primeira classe.
Após o armistício, Tresckow
abandonou a vida militar para prosseguir os seus estudos tendo em vista uma
carreira na área das Finanças.
Em 1926, regressou ao serviço
militar activo pouco depois do seu casamento com Erika von Falkenhayn.
Inicialmente, Tresckow foi
simpatizante da ideologia Nacional-Socialista de Hitler, devido à
oposição às condições do tratado de Versailles que partilhava. Iria
mudar de ideias, depois das perseguições da noite das facas longas de
1934 e do caso Blomberg-Fritsch de 1938, que deixou antever a supremacia
que os ideólogos do partido nazi teriam sobre a gestão dos oficiais da Wehrmacht.
Em consequência, aproximou-se de figuras civis e militares com uma atitude
crítica semelhante, tal como Erwin von Witzleben, Hans Oster e outros oficiais
do exército.
Entretanto, Tresckow concluiu
os seus estudos na Kriegsakademie (Colégio Militar) em 1936,
graduando-se como o melhor do seu ano.
Com o início da Segunda
Guerra Mundial, Tresckow foi destacado para o staff do general Gerd von Rundstedt
e, em 1943, passou ao serviço do seu tio Fedor von Bock, na frente Russa,
onde permaneceria até à sua morte.
Tresckow planeou vários
atentados contra a vida de Hitler, crendo que apenas o seu desaparecimento
podia pôr um fim digno para a guerra. Foram todos abortados ou falhados por uma
ou outra razão. O mais importante destes realizou-se em Março de 1943, na sequência
de uma visita do Führer à frente Leste. Tresckow e o seu adjunto Fabian
von Schlabrendorff conseguiram disfarçar dois pacotes de explosivos como caixas
de Cognac, embarcá-los no avião onde Hitler seguia, mas o dispositivo de
ignição falhou.
Em 20 de Julho de 1944, Claus
von Stauffenberg falhou um atentado à bomba contra a vida de Hitler. Quando
soube das notícias do falhanço, Tresckow decidiu cometer suicídio e, para
proteger os seus colaboradores e família, procurou disfarçar o acto com uma
morte em combate, matando-se com uma granada. O corpo foi enviado com honras
militares para a família, mas meses depois, os nazis descobriram o envolvimento
de Tresckow no movimento de resistência. Em consequência, o seu corpo foi
exumado e levado para o crematório do campo de concentração de Sachsenhausen.
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