Foi eleito presidente do país
em 1982 e assassinado dias antes de assumir o poder, durante a Guerra Civil
Libanesa, num atentado com um carro-bomba que vitimou mais 26 pessoas.
Bashir era o mais jovem dos
seus 6 irmãos. O pai, Pierre Gemayel, foi fundador das Falanges Libanesas,
partido nacionalista libanês inspirado na Falange Espanhola de José
António Primo de Rivera.
A Falange, apesar de
oficialmente laica, recebeu quase todo o seu apoio dos cristãos, principalmente
dos católicos da Igreja Maronita.
Bashir uniu-se, em 1962, nas
fileiras juvenis da Falange. Completou a sua educação universitária
formal em 1971, na Universidade São José de Beirute. Em 1972, abriu um
escritório de advocacia em Beirute.
Em 1970, foi sequestrado durante
8 horas por militantes palestinos. Em 1971, tornou-se inspector do ramo militar
da Falange, liderado por William Wahi, criado com o objectivo de
garantir a integridade territorial do Líbano que, segundo eles, estava a ser
ameaçada pela imigração massiva de palestinos. As tensões entre a Organização
para a Libertação da Palestina e os partidos cristãos do Líbano chegaram ao
limite quando, em 13 de Abril de 1975, pistoleiros não identificados abriram
fogo contra uma igreja católica em Beirute. Horas depois, Falangistas
mataram mais de 30 palestinos, o que foi o estopim definitivo para a Guerra
Civil Libanesa, que duraria de 1975 até 1990.
Foi acusado de ser ordenador do
massacre de 200 palestinos em 6 de Dezembro de 1975, no que ficou conhecido
como Sábado Negro.
Em 1976, com a morte de
William Wahi, tornou-se líder das milícias falangistas. Mais tarde, no mesmo
ano, tornou-se líder das Forças Libanesas, um agrupamento de várias
milícias cristãs sob a liderança de Bashir. A nova milícia não só se opôs à OLP,
como também se opôs à invasão da Síria, ordenada por Hafez al-Assad, com o intuito
de ajudar as milícias palestinas. Bashir liderou as suas tropas na chamada Guerra
de Cem Dias, em 1978, quando com êxito, conseguiu resistir durante três
meses à invasão Síria de Beirute, até que um acordo pôs fim às hostilidades.
Durante todo esse tempo, Israel foi o principal financiador da milícia.
Como comandante-chefe, Bashir
fortaleceu o potencial militar das Forças Libanesas, instituindo treino
militar em escolas do sector cristão para construir reservas. Ele também deu às
Forças Libanesas uma dimensão política mais ampla e base popular e
organizou serviços públicos nas áreas liberadas para substituir a falta de
serviços fornecidos pelo governo. Estes incluíam um sistema de transporte
público; um comité popular para prover as necessidades diárias da população,
como água, electricidade, manutenção de estradas, colecta de lixo, esgotos,
serviços de assistência social, etc.; duas estações de rádio e uma estação de
televisão; e um pequeno aeroporto.
Israel invadiu o Líbano em
1982. O ministro da Defesa israelitq, Ariel Sharon, reuniu-se com Bashir
meses antes, dizendo-lhe que as Forças de Defesa de Israel estavam
planeando uma invasão para expulsar a OLP do Líbano, uma séria ameaça
para eles. Esse apoio militar e político às forças israelitas no Líbano
enfureceu muitos libaneses.
A OLP foi expulsa do
Líbano em Agosto de 1982. Então, Bashir anunciou a sua candidatura à
presidência. Foi apoiado pelos Estados Unidos, que enviaram tropas de paz para
supervisionar a retirada da OLP do Líbano. Bashir pediu que eles ficassem
mais tempo a fim de manter a estabilidade no Líbano, mas o seu pedido foi
negado. Em 23 de Agosto de 1982, sendo o único candidato, Bashir Gemayel foi
eleito presidente.
Em 3 de Setembro de 1982,
duas semanas antes do seu assassinato, Bachir reuniu-se com o primeiro ministro
israelita Menachem Begin em Nahariya, e concordou em iniciar o processo de
estabelecer relações diplomáticas entre Israel e o Líbano desde o momento em
que assumisse o poder. No entanto, alguns dias depois, ele pediu a David
Kimche, director-geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel: «Por
favor, diga ao seu povo para ser paciente, eu estou comprometido em assinar a
paz com Israel, e eu vou. Mas preciso de tempo: nove meses, no máximo um ano,
tenho que consertar as minhas relações com os países árabes, especialmente com
a Arábia Saudita, para que o Líbano possa voltar a desempenhar o seu papel
central na economia do Médio Oriente».
Em 14 de Setembro, na sede da
Falange Libanesa, quando fazia o seu último discurso como chefe das Forças
Libanesas, as 16h10, um carro bomba explodiu, causando a morte de Bachir e
outros 26 falangistas. No começo, acreditava-se que Bachir fora apenas ferido,
o que foi noticiado pelos jornais, mas na manhã seguinte a sua morte foi
confirmada. Apenas dois dias depois, com a suspeita de que militantes
palestinos perpetraram o ataque, tropas falangistas invadiram os campos de
refugiados como vingança. O exército de Israel que monitorizava a região não
interveio; o evento ficou conhecido como Massacre de Sabra e Chatila.
Posteriormente, Habib Shartouni, um cristão maronita do Partido Social
Nacionalista Sírio, foi preso acusado pelo assassinato, enquanto visitava a
irmã; Habib confessou que instalou a bomba um dia antes do atentado, e que a
motivação do ataque foi por Bashir aliar-se com Israel, acusando-o de
transformar o Líbano num «estado fantoche».
Bashir foi casado com Solange
Toutounji em 1977. O seu primeiro filho, Maya, com a idade de dezoito meses,
foi morto em Beirute em 23 de Fevereiro de 1980 numa explosão de carro-bomba
destinada a Bashir. Os eus dois outros filhos são Youmna, nascido em 1981, e
Nadim, nascido em 1982.
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