EFEMÉRIDE – Émile Coué de La Châtaigneraie , psicólogo e farmacêutico francês, autor de métodos de psicoterapia baseados em auto-sugestão ou auto-hipnose, morreu em Nancy no dia 2 de Julho de 1926. Nascera em Troyes, em 26 de Fevereiro de 1857.
Depois de uma escolaridade brilhante, sonhou ser químico. Os estudos, porém, eram muito onerosos e ele teve de desistir, visto que a situação financeira do pai era precária. Dedicou-se então ao ofício de farmacêutico, tendo feito um estágio de três anos. Acabou a sua formação no Collège Sainte-Barbe e na Escola de Farmácia em Paris. Aos 26 anos, abriu o seu próprio estabelecimento em Troyes. O jovem boticário tinha o hábito de juntar aos remédios que vendia algumas palavras encorajadoras. Notou que os pacientes, por ele facilmente persuadidos, pois sabia encontrar as palavras certas sobre a eficácia dos medicamentos, melhoravam mais rapidamente do que seria de prever. Progressivamente, foi descobrindo aquilo que mais tarde se chamaria o “efeito placebo”.
Os primeiros anos de experiência fizeram-no tomar consciência da eficácia da sugestão e da acção determinante da imaginação nos processos de cura. Coué começou então a desenvolver os princípios com que estabeleceria mais tarde o seu método.
Considerado como “o pai do condicionamento aplicado”, aprendeu hipnose com o médico Ambroise-Auguste Liébeault (fundador da Escola de Nancy). Em 1910, deixou a sua farmácia e instalou-se em Nancy, onde fundou uma “Clínica livre”. Aconselhava gratuitamente os doentes necessitados, que o vinham consultar. Em breve, começou a receber doentes de todas as classes sociais.
Em 1913, fundou a École Lorraine de Psychologie Appliquée. O seu livro “Auto-domínio por auto-sugestão consciente” causou enorme sensação quando da publicação em Inglaterra (1920) e nos Estados Unidos (1922), sendo depois traduzido em várias línguas.
A sua fama começou a ultrapassar fronteiras, o que o levou a fazer viagens frequentes a Inglaterra, Suíça e Bélgica, para dar conferências a que assistiam vastas plateias. Foi aos Estados Unidos em 1923, sendo acolhido pelo presidente Calvin Coolidge. Deu conferências em Nova Iorque e depois noutras cidades, sendo sempre acolhido triunfalmente e atentamente escutado por públicos entusiasmados. Fez outra viagem transatlântica no ano seguinte. De regresso à Europa, apesar de extenuado, fez novas conferências e sessões a que assistiam cada vez mais pessoas. Entretanto, recebia, no seu consultório, doentes que acorriam do mundo inteiro.
Esgotado, viria a falecer em 1926, vítima de pneumonia. Um monumento com o seu busto foi inaugurado em 1936, no parque Sainte-Marie em Nancy. O busto desapareceria durante a ocupação alemã, juntamente com outras estátuas em bronze, mas foi substituído por um outro em 1947.
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