Filho de João Floriano Baptista Pato e de Maria
Rodrigues Pato, teve como irmãos Abel e Carlos Alberto, todos oposicionistas ao
Estado Novo e militantes comunistas.
Aos 14 anos de idade, começou a trabalhar na indústria
do calçado, como empregado de uma sapataria.
Com um grupo de jovens de Vila Franca de Xira criou um
jornal, escrito e distribuído à mão, em papel quadriculado, com o título “Querer
é Poder”. O jornal foi um dia lido pelo seu irmão Carlos, que estava ligado
ao Partido Comunista Português, e que o mostrou a Dias Lourenço,
responsável pela organização local do partido em Vila Franca. Daí até entrar na
Federação da Juventude Comunista Portuguesa passou menos de um ano.
Tinha então 15 anos de idade.
Pouco depois, em 1940, e com a libertação de um grande
número de militantes, entre os quais Álvaro Cunhal, Militão Ribeiro, Sérgio
Vilarigues e Joaquim Pires Jorge, entre outros, iniciou-se a Reorganização
de 1940-1941 em que, pela primeira vez na vida clandestina do partido, «se
criou um Comité Central, uma direcção colectiva e um forte grupo de
revolucionários profissionais». Octávio Pato passou a fazer parte do Comité
Local de Vila Franca de Xira e do Comité Regional do Baixo
Ribatejo.
Na região de Vila Franca, participou activamente na
organização das greves de Maio de 1944. Esta acção, que incluiu milhares de
trabalhadores, resultou de um trabalho que «levou meses, orientado para a
mobilização das classes trabalhadoras, envolvendo a distribuição de milhares de
manifestos feitos clandestinamente». Diria, em 1976: «Tive de facto uma
participação intensa, quer na preparação e organização, quer no desencadeamento
da greve (…). Ocupei-me de aspectos relacionados com a greve, designadamente no
que respeitava à mobilização dos trabalhadores assalariados agrícolas das
lezírias do Tejo (…). Essa greve constituiu para mim uma riquíssima experiência
em todos os aspectos. Deram-se nessa altura centenas de prisões, concentrando
as forças repressivas, na praça de touros de Vila Franca, mais de um milhar de
grevistas presos».
Mais de um ano passado sobre as greves de 8 e 9 de
Maio de 1944, entrou na clandestinidade. Em 1946, foi escolhido pelo PCP
para representar o partido como membro fundador do MUD Juvenil (Movimento
de Unidade Democrática Juvenil).
Integrou depois a direcção da organização regional de
Lisboa do PCP e, em 1949, foi eleito para o Comité Central como
membro suplente. Em 1951, passa a membro efectivo. Entre as tarefas que lhe
foram designadas destacam-se as de controlar as tipografias clandestinas
centrais do partido, bem como trabalhar nas Direcções Regionais de Lisboa,
do Norte e do Sul, assim como na redacção do jornal “Avante!”.
Em Dezembro de 1961, foi capturado pela PIDE,
no mesmo dia que, embora em lugares diferentes, foi presa a sua companheira
Albina Fernandes e os filhos de ambos, de 2 e 6 anos.
Foi condenado a 8 anos e meio de cadeia, indefinitivamente
prorrogáveis por «medidas de segurança». Durante esse período foi
espancado e torturado, impedido de dormir durante 18 dias e noites seguidos,
recusando-se a responder a quaisquer perguntas.
De seguida, foi mantido incomunicável durante mais de
3 meses. Foi espancado no decorrer do próprio julgamento no tribunal Plenário
de Lisboa, em que foi defendido, sem consequência, por Mário Soares. Foi
condenado a 8 anos e meio de prisão, com «medidas de segurança».
Suicidou-se a sua companheira Albina Fernandes, em resultado
da degradação da sua saúde psicológica em função dos maus-tratos infligidos
pela PIDE durante os 6 anos que esteve presa, morte da qual a Comissão
Nacional de Socorro aos Presos Políticos acusaria o presidente do Conselho
Marcelo Caetano através de telegrama. Foi assim, por via de um movimento de
solidariedade nacional e internacional, que Octávio Pato foi finalmente
libertado nesse ano de 1970. Após a sua libertação, esteve alguns meses em Vila
Franca de Xira, regressando de novo à clandestinidade. Pouco tempo depois, foi chamado
ao Secretariado e à Comissão Executiva do Partido, ficando a seu
cargo, entre outras tarefas, a redacção do jornal “Avante!”.
Depois do 25 de Abril, foi deputado e
presidente do grupo parlamentar do PCP na Assembleia Constituinte,
candidato à Presidência da República em 1976 e deputado à Assembleia
da República.
Pouco depois do dia 25 de Abril de 1974,
Octávio Pato apareceu na Cova da Moura, para falar com o general Spínola,
como primeiro dirigente comunista a apresentar-se pelo partido, num momento em
que Álvaro Cunhal ainda não tinha regressado do exílio.
Faleceu em Fevereiro de 1999, vítima de doença
prolongada.
Fora condecorado pela França, com a Comenda da
Ordem Nacional do Mérito (28 de Janeiro de 1991).
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