segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

18 DE DEZEMBRO - ALLEN KLEIN

EFEMÉRIDE - Allen Klein, empresário, promotor, produtor de discos e financeiro norte-americano, nasceu em Newark no dia 18 de Dezembro de 1931. Morreu em Nova Iorque, em 4 de Julho de 2009.

Notabilizou-se nos anos 1960 e 19770 na área do entretenimento musical, mais notadamente no rock, que descobriu ser uma mina de ouro na década de 1960, como empresário audaz e agressivo nos negócios, e que durante uma época foi o mais bem-sucedido e conhecido empresário musical do mundo, por ter, como contratados, algumas das maiores bandas de rock de todos os tempos, como The Beatles e The Rolling Stones.

O estilo de empreendedor brilhante e persuasivo, porém sem medidas, de Klein valeu-lhe processos de quase todos os seus contratados, de quem fez aquisições e assumiu o controlo de trabalhos após conseguir para eles contratos extremamente vantajosos com as suas gravadoras, além de ter sido investigado, julgado, condenado e cumprido pena por crime de informação privilegiada e fraude em investimentos financeiros.

Sofria de Mal de Alzheimer, e faleceu em 2009, na sua casa em Nova Iorque.

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Filho de um açougueiro de origem judaica-húngara de Nova Jérsei, Klein tinha excelente memória para aritmética e trabalhou em diversos pequenos empregos na adolescência, enquanto estudava à noite. Nos anos 1950, ele cuidava dos livros-de-caixa de diversos artistas e fez auditorias para gravadoras de Nova Iorque.

Começou um pequeno negócio neste ramo em 1957, em sociedade com a sua esposa Betty, até conhecer numa festa de casamento o cantor de sucesso entre as adolescentes americanas Bobby Darin, de quem após alguma conversa, achou que a sua gravadora estava-lhe devendo direitos de venda. Com a concordância de Darin, Klein fez uma auditoria nas suas contas e, de posse dos números, envolveu-se numa discussão legal com a gravadora do artista, entregando no fim da disputa um cheque de US$100 mil dólares em direitos não pagos ao atónito Darin.

A partir deste dia e pelo resto da sua carreira, Allen Klein passou a ser recomendado como agente entre os artistas do rock e a ser temido e odiado pelas suas gravadoras.

Em 1965, quando os Stones explodiam nas paradas mundiais e se tornavam os grandes rivais dos também britânicos The Beatles, a maior banda do mundo na época, Andrew Loog Oldham, seu empresário desde o início da carreira, afogava-se em drogas e ficava incapacitado de continuar gerindo os negócios do grupo.

Mick Jagger, que é formado em Economia, impressionado com o talento de Klein para o negócio e o resultado conseguido por ele com outros artistas, contratou-o para empresariar a banda e chegou a indicá-lo para Paul McCartney. Entretanto, com o tempo, Jagger começou a duvidar da probidade de Klein e em 1968 demitiu-o, levando os Stones a criar o seu próprio selo e gerirem o seu próprio trabalho a partir de 1970, não sem antes Klein conseguir os direitos da maioria das músicas gravadas pelo grupo antes de 1971.

Em 1969, a Apple Corps Ltd, empresa fundada pelos Beatles para cuidar de seus negócios, estava completamente desestruturada economicamente e em vias de falência depois da morte de Brian Epstein, o cérebro por trás do grupo, que cuidava dos contratos e da contabilidade da banda. Numa entrevista neste ano, John Lennon declarou que eles estariam quebrados em seis meses se as coisas continuassem como estavam.

Klein então procurou Lennon e numa conversa impressionou o músico pelos seus conhecimentos dos meandros do negócio e pelo seu jeito de homem das ruas, simples no linguajar e sem a afectação do pai de Linda Eastman, namorada de McCartney e outro pretendente ao cargo de empresário dos Beatles, atitudes estas que o tornaram simpático ao beatle. Lennon então convenceu George Harrison e Ringo Starr a apoiarem a escolha de Klein, mesmo contra a vontade de Paul McCartney, que nunca colocou a sua assinatura no contrato entre a banda e o empresário.

Este desacordo sobre o escolhido para ser o novo empresário dos Beatles, aliado a uma década de ressentimentos internos, desconfianças mútuas e inseguranças emocionais e de poder entre eles, foi um dos factores chave para o fim do grupo um ano depois.

Com a péssima situação financeira da Apple, Klein propôs ao grupo trabalhar sob percentagem de lucros e, em pouco tempo, começou a mostrar o seu estilo empresarial e de administração: renegociou os rendimentos do grupo com a EMI, gravadora detentora da maior parte do catálogo musical dos Fab Four, conseguindo para eles a mais alta percentagem EM na venda de discos da época; por outro lado, o seu estilo abrasivo de negociação e administração causou a maior demissão em massa entre os profissionais que viviam em volta do grupo, na Apple e fora dela.

Os seus métodos agressivos deram resultado, recuperando as finanças da empresa e dos integrantes do grupo. Entretanto, apesar do sucesso de Klein, McCartney continuou desconfiando dele e viria a processar os três companheiros em 1971, após o fim da banda, pelo que ele considerou a causa de um «divórcio» entre ele e os Beatles.

As relações profissionais de Klein com John, George e Ringo viriam a durar até 1979.

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