Pau Casals nasceu na cidade de El Vendrell, na
província de Tarragona, Catalunha, Espanha. OO seu pai, Carles Casals i Ribes
(1852/1908), era organista e maestro do coral da paróquia, instruindo o filho
em piano, violino e órgão. A sua mãe, Pilar Defilló, nasceu em Mayagüez, Porto
Rico, de pais catalães.
Casals demonstrou talento desde pequeno, obtendo fama
internacional ainda jovem. Centralizando as suas actividades de músico em
Paris, percorreu a Europa e os Estados Unidos da América promovendo concertos e
recitais memoráveis, que sempre assombraram a audiência, críticos e a imprensa
especializada.
Ao mesmo tempo, formou uma orquestra em Barcelona, actuando
também como maestro. Contudo, ela desenvolveu-se na turbulência da revolta e
guerra civil conduzida pelo general Francisco Franco. Por ser um ardente
patriota catalão e republicano, recusou-se a viver sob a ditadura e exilou-se em
França. No entanto, o amor pela pátria levou-o a morar em Prades, uma pequena
cidade no sul da França no sopé dos Pirenéus, não muito longe da sua terra
natal.
Logo depois, eclodiu a Segunda Guerra Mundial e
Casals continuou na sua resoluta oposição contra o governo de Franco,
combatendo também os nazis alemães e os fascistas italianos que o apoiavam. Os nazis
ameaçaram-no, tentando suborná-lo, mas ele manteve-se firme nas suas convicções
e ajudou os refugiados da Espanha fascista.
Quando a guerra terminou e a paz voltou a reinar em
França, muitos músicos foram a Prades estudar com Casals.
Em Junho de 1950, a convite e insistência de Alexander
Schneider, músico violinista, entre outros músicos, aceitou fazer parte de um
festival de música de Bach. Foi o início do Festival de Prades, que mais
tarde se tornou conhecido em todo o mundo.
Casals foi convidado a dar um concerto, no dia 24 de Outubro
de 1958, para festejar o dia das Nações Unidas, na sua sede em Nova Iorque.
Nessa oportunidade, Casals propôs a união da humanidade em busca da paz através
da Ode à Alegria de Beethoven.
Ironicamente, Pau Casals tornou-se conhecido
internacionalmente pelo seu nome em castelhano, Pablo, com a curiosidade de ser
um grande incentivador da luta contra a ditadura de Francisco Franco e o
domínio nazi. Por fim, o nome imposto pelo regime franquista, ficou gravado e é
por ele que é mais conhecido.
Casals morreu em San Juan de Porto Rico aos 96 anos de
idade e foi sepultado no Cemitério Nacional de Porto Rico. Ele não viveu
para ver o fim do regime franquista, mas foi postumamente homenageado pelo
estado espanhol já sob a chefia do rei Juan Carlos I que, em 1976, emitiu selos
comemorativos do centenário de seu nascimento. Em 1979, os seus restos mortais
foram transferidos para a sua cidade natal. Em 1989, Casals foi galardoado postumamente
com o Grammy Lifetime Achievement Award.
Sem comentários:
Enviar um comentário