Foi um dos grandes representantes do teatro do absurdo
junto com Samuel Beckett e Eugène Ionesco. Recebeu o Nobel de Literatura
de 2005 e o prémio Companion of Honour da rainha da Inglaterra, pelos
serviços prestados à literatura.
Nascido num subúrbio pobre de Londres, ao norte do rio
Tamisa, parte leste da cidade, em Hackney, onde fez os seus primeiros estudos. Era
filho de pais judeus com ancestrais provenientes do leste europeu.
Começou em meados da década de 1950 a sua
carreira teatral. A sua primeira obra importante foi “Festa de Aniversário”
(“The Birthday Party”, 1957), um fracasso na estreia, mas um êxito na
remontagem, depois de ter sido apresentada na televisão.
É um dos mais importantes renovadores do teatro
moderno e as suas peças têm um estilo característico a que se deu o nome de pinteresco.
Nelas são criadas situações em que personagens normais, nas suas vidas quotidianas,
são colocadas repentinamente frente ao inesperado. “Traição”, por
exemplo, é uma peça que discorre de forma convencional sobre a vida de um casal
e a sua separação depois da aventura da esposa com o seu amante. Entretanto,
ela é apresentada ao reverso, em cenas que acontecem de trás para diante; uma
das cenas iniciais é um encontro num bar do amante com o marido traído, depois
da separação.
Pinter escreveu 29 peças e entre as mais reconhecidas
estão: “Festa de Aniversário” (“The Birthday Party”, 1957); “O
Porteiro” (“The Caretaker”, 1959); “Traição” (“Betrayal”,
1978); e “Volta ao Lar” (“Homecoming”, 1965), todas adaptadas ao
cinema.
Entre os seus guiões para o cinema mais reconhecidos,
está “A Mulher do Tenente Francês” (“The French Lieutenant’s Woman”,
1981).
Em Outubro de 2006, foi aclamado pela sua participação
como actor na produção de “A Última Gravação” (“Krapp’s Last Tape”)
como parte da comemoração dos 100 anos do nascimento de seu autor Samuel
Beckett e dos 50 anos do Royal Court Theatre.
Morreu de cancro, aos 78 anos, na véspera do Natal de
2008.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Kensal Green,
em Londres.
Bastante controverso politicamente, foi um forte
opositor às políticas belicistas do final do século XX, como no caso da invasão
do Iraque, quando contestou as políticas de George Bush e Tony Blair.
Entre outras polémicas, Pinter proferiu uma palestra
na Conferência pela Paz nos Balcãs, em 10 de Junho de 2000, contra o
bombardeamento de civis pela NATO na Sérvia. Em 2001, Pinter incorporou-se
no Comité Internacional na Defesa de Slobodan Milošević (ICDSM) e
mais tarde (2004) também assinou um manifesto de artistas por Milošević - não
por considerá-lo inocente, mas questionando a independência do tribunal
internacional «de inspiração norte-americana» criado especialmente para
julgá-lo.
Pinter foi também um grande apreciador de críquete.
Em Outubro de 2005, a Academia Sueca
atribuiu-lhe o Nobel de Literatura. Harold Pinter não foi à cerimónia de
atribuição do prémio na capital sueca.
A atribuição do Prémio Nobel a Pinter enfrentou
grande oposição pelas posições veementes do dramaturgo contra a participação
britânica na Guerra do Iraque. No pensamento dos opositores, a premiação
teria sido motivada sobretudo pelas suas posições políticas pacifistas e não
tanto pelo valor literário da sua obra, o que foi firmemente contestado por
grande parte da crítica mundial, que o considera um dos grandes autores do
século XX.
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