Como obra mais marcante,
destaca-se a construção do Estádio da Luz. Foi também determinante para
a profissionalização do clube, que cimentaria o crescimento do Benfica
enquanto clube profissional, criando as condições para o clube combater a
hegemonia do Sporting CP e dar um salto qualitativo na década de 1960.
É assim, um dos presidentes do clube mais importantes no historial benfiquista,
tendo ficado conhecido como “o Homem do Estádio”.
Os sócios do clube
atribuíram-lhe em 31 de Julho de 1938 a Águia de Ouro, na sequência do
galardão de Sócio Honorário do Benfica.
Nascido em Chamiço, freguesia
da Benedita, concelho de Alcobaça, era conhecido pela sua forte personalidade.
Sempre que não concordava com as opções tomadas pelas direcções das quais fazia
parte demitia-se, acabando sempre por ser convidado pelas futuras equipas directivas
para voltar a integrar a estrutura do clube.
Começaria desde cedo a
acompanhar a vida do Benfica regularmente como adepto, tornando-se
depois sócio, chegando mesmo a ser guarda-redes do clube, na terceira
categoria.
Dos campos, passou para os
gabinetes, estreando-se nestas funções como vice-secretário da Direcção,
em 1926. Além deste cargo, exerceu ainda funções como delegado da Direcção,
representante do Benfica na Divisão de Honra da AF Lisboa,
director-suplente do campo e tesoureiro (onde se notabilizou devido à sua
grande capacidade para reestruturar as contas do Benfica).
Integrou várias comissões de
futebol e fez parte da Comissão dos 25º e 28º Aniversários do clube,
bem como da Comissão dos Estatutos e Regulamentos. Em Agosto de
1940, preside o Conselho Fiscal.
De 1948 a 1951 pertenceu ao Conselho
Consultivo e Jurisdicional do clube, fazendo parte do grupo que elaborou o
plano para angariação de fundos do novo campo em 1949. Dois anos depois, era
relator do Conselho Fiscal. Presidiu em 1952 à Comissão para a
Construção do Novo Parque de Jogos e, um ano depois, presidiu também à Comissão
da Elaboração do Programa das Festas das Bodas de Oiro do Benfica.
Em 1955, pertenceu à Comissão de Angariação de Fundos para a Construção da
Piscina.
De forma a fazer avançar um
dos maiores projectos da história do clube, a construção de um estádio,
candidatou-se à Presidência do Clube. Assumiu, assim a Presidência
da Direcção do Benfica pela primeira vez, em 15 de Março de 1952,
sendo sucessivamente reeleito em 31 de Janeiro de 1953, em 30 de Janeiro de
1955 e, finalmente, em 18 de Fevereiro de 1956.
Durante a sua presidência,
começa por sanear as contas do clube de forma a conseguir dar asas ao seu sonho
e tornar o Benfica num dos maiores clubes do Mundo, sendo responsável
pela profissionalização do futebol. A sua obra mais marcante foi iniciada em 14
de Junho de 1953, dia em que dar-se-ia início à construção do Estádio da Luz.
Para esta construção ser possível, mobilizou os adeptos de forma a angariar
fundos, permitindo que o estádio fosse inaugurado em 1 de Dezembro de 1954.
No seguimento da
profissionalização do clube, investiu em jogadores e contratou o treinador
brasileiro Otto Glória para que este revolucionasse o futebol do Benfica.
Daria apoio para que os jogadores se tornassem profissionais exclusivos ao
serviço do clube, criou o Lar do Jogador e contratou jogadores como
Costa Pereira, Coluna e Santana.
Ferreira Bogalho e Otto
Glória viriam a tornar-se na base que cimentaria o crescimento do Benfica
enquanto clube profissional e que ajudaria a que fossem criadas as condições
necessárias para o salto qualitativo dado na década de 1960, onde o
clube se sagrou bicampeão europeu.
Durante o seu percurso no
clube, aos 38 anos de idade, ser-lhe-ia atribuída pelo clube o seu galardão
máximo, a Águia de Ouro.
Sem comentários:
Enviar um comentário