segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

2 DE DEZEMBRO - EDMOND ROSTAND

EFEMÉRIDE - Edmond Eugène Alexis Rostand, poeta e dramaturgo francês, morreu em Paris no dia 2 de Dezembro de 1918. Nascera em Marselha, em 1 de Abril de 1868.

A sua fama deve-se, sobretudo, à autoria da conhecida peça “Cyrano de Bergerac”. Edmond é pai do biólogo Jean Rostand.

Descendente de um prefeito de Marselha, Alexis Rostand Joseph (1769/1854), Edmond Rostand nasceu numa família rica, sendo filho do economista Eugène Rostand.

Em 1880, o pai levou a família, Edmond, sua mãe e dois primos ao elegante spa Bagnères-de-Luchon. Instalado inicialmente no chalet Spont, em seguida, na villa Devalz, eles então construíram a Villa Julia, próximo do Casino. Edmond Rostand vive 22 anos em Luchon, que inspirou as suas primeiras obras.

Diplomado em Direito, nunca exerceu a profissão e, desde o início da faculdade, frequentou as rodas literárias, conhecendo aí o seu grande amor, a poetisa Rosemonde Etiennette Gérard, autora do livro “As Flautas”.

Em 1888, Rostand escreveu a sua primeira obra, a peça “Le Gant Rouge” (“A Luva Vermelha”) e, em 1890, casou com Rosemonde.

Em 1891, escreveu a peça “Les Musardises” (“Divagações”) e, em 1893, “Les Deux Pierrots”, mas apenas em 1894 conseguiu a fama, com a peça “Les Romanesques” (“Os Românticos”), encenada pela Comédie-Française.

As suas peças seguintes, “La Princesse Lointaine” (“A Princesa Longínqua”), La Samaritaine” (“A Samaritana”) e “L’Aiglon” (“O Filhote de Águia”) foram interpretados, na época, por Sarah Bernhardt, considerada a maior actriz de teatro do seu tempo.

A sua obra máxima, a peça “Cyrano de Bergerac”, que estreou com estrondoso sucesso em 1897, em Paris, no Théàtre de la Porte-Saint-Martin, também foi encenada por Sarah, mas apenas em Londres, em 1901.

A peça “Cyrano de Bergerac” transformou Rostand num verdadeiro ídolo do público francês, tornando-o membro da Academia Francesa, em 1904.

Vítima de uma pneumonia, porém, ele retirou-se em Cambo-les-Bains, na região basca, onde viveu durante nove anos, discretamente. Só voltou aos palcos em 1910, com “Chantecler”, a história de um galo que acredita que é o seu canto que faz nascer o dia.

Rostand ainda escreveu uma última peça, “La Dernière Nuit de Don Juan” (“A Última Noite de Don Juan”), que ficou incompleta, mas foi aos palcos em 1921, três anos após a sua morte.

Rostand escolheu para as suas peças temas típicos do romantismo, apesar de os ideais românticos, na época, já estarem ultrapassados, em função do realismo. Na sua peça “A Princesa Longínqua”, inspirou-se na Idade Média, no caso uma história de amor entre um trovador, Rudel, e uma princesa, Melisandre. Também buscou inspiração romântica na religião cristã, com a peça “A Samaritana”, e histórica, em “O Filhote de Águia”, que relatava a tentativa do filho de Napoleão, o duque de Reichstadt, em recriar o império do pai.

Para escrever “Cyrano de Bergerac”, Rostand inspirou-se no poeta e filósofo assim chamado, que viveu entre 1619 e 1655, um questionador dos intelectuais do seu tempo. A obra, segundo a tradição romântica, foi escrita em versos, e consta que Rostand trabalhava tão febrilmente que chegava a compor 250 versos num único dia.

Muitos críticos, quando Rostand escreveu a sua peça “Chantecler”, chegaram a defender que ela foi um final infeliz para uma carreira que se notabilizou e se imortalizou com uma única obra: “Cyrano de Bergerac”.

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