terça-feira, 6 de julho de 2010

EFEMÉRIDE – Antônio Frederico de Castro Alves, poeta e dramaturgo brasileiro, faleceu em Salvador no dia 6 de Julho de 1871. Nascera em Muritiba, em 14 de Março de 1847. As suas poesias mais populares são marcadas pelo combate à escravidão, motivo pelo qual ficou conhecido como o “Poeta dos Escravos”.
A mãe morreu quando ele tinha 12 anos. Foi no colégio e com o pai que o pequeno Antônio foi aumentando o interesse pela literatura, com saraus, festas de arte, música, poesia e declamação de versos. Aos 17 anos fez as primeiras poesias. Em 1863 teria recitado os primeiros versos numa festa no Ginásio Português.
Em 1862, após o segundo casamento do pai, Castro Alves e o irmão rumaram para o Recife. Submeteu-se à prova de admissão para ingresso na Faculdade de Direito do Recife, mas foi reprovado. No Recife seria um tribuno e poeta sempre requisitado nas sessões públicas da Faculdade, nas sociedades estudantis, na plateia dos teatros, acarinhado desde logo por calorosos aplausos. Era um belo rapaz, de porte esbelto, tez pálida, grandes olhos vivos, negra e basta cabeleira, voz possante, dons e maneiras que impressionavam a multidão, impondo-se à admiração dos homens e arrebatando paixões às mulheres. Ocorreram então os primeiros romances, que ficaram espelhados em alguns dos seus versos, dos mais belos poemas líricos do Brasil.
Em 1863 publicou, no primeiro número de “A Primavera”, o seu primeiro poema contra a escravidão: “A Canção do Africano”. A tuberculose manifestou-se entretanto e, neste mesmo ano, teve uma primeira hemoptise.
Em 1864, o irmão - que sofria de distúrbios mentais desde a morte da mãe - suicidou-se. Castro Alves conseguiu matricular-se entretanto na Faculdade de Direito do Recife e viajou para a Bahia. Só voltou ao Recife em Março de 1865. Em Agosto alistou-se no Batalhão Académico de Voluntários para a Guerra do Paraguai. Em Dezembro, voltou a Salvador. O pai morreu no ano seguinte. Castro Alves voltou de novo ao Recife, matriculando-se no segundo ano da Faculdade. Nessa ocasião, fundou com Rui Barbosa e outros amigos uma Associação Abolicionista.
Passou por uma fase de intensa produção literária e pugnou por duas grandes causas: uma, social e moral, a da abolição da escravatura; outra, a república, aspiração política dos liberais mais exaltados. Data de 1866 o seu drama “Gonzaga ou a Revolução de Minas”, representado na Bahia, em São Paulo e, mais tarde, em Salvador.
Em 1868, embarcou para o Rio de Janeiro, sendo recebido por José de Alencar e visitado por Machado de Assis. Viajou depois para São Paulo onde continuou os seus estudos de Direito.
Prosseguiu a produção intensa de poemas líricos e heróicos, publicados nos jornais e recitados nas festas literárias. Fez a apresentação pública de “Tragédia no Mar”, que depois se chamaria “O Navio Negreiro”.
Um acidente durante uma caçada teve nefastas consequências na sua vida. Tuberculoso, previra uma estadia na cidade de Caetité, com um clima mais salutar. Antes disso, porém, ainda em São Paulo, resolveu participar numa caçada e feriu o pé com um tiro. Disso resultou uma longa enfermidade, cirurgias, chegando ao Rio de Janeiro no começo de 1869, para salvar a vida, mas com o martírio de uma amputação devido a gangrena. Os cirurgiões tiveram de lhe amputar o membro inferior esquerdo sem qualquer anestesia.
Chegou a estar matriculado no 4º ano de Direito mas, doente e mutilado, procurou em Salvador o consolo da família, para os últimos tempos de vida. A sua última aparição em púbico foi em Fevereiro de 1871 numa récita de beneficência.
A vida de Castro Alves foi retratada no cinema e na televisão, nos filmes “Vendaval Maravilhoso” (1949) e “Retrato Falado do Poeta” (1999).

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