EFEMÉRIDE
– Henri Cartier-Bresson (“HCB”), fotógrafo francês considerado
um dos pais do fotojornalismo mundial, nasceu em Chanteloup-en-Brie no dia 22
de Agosto de 1908. Morreu em Montjustin, em 3 de Agosto de 2004.
Oriundo
da classe média (família de industriais têxteis, relativamente abastada), recebeu
como prenda, ainda criança, uma câmara fotográfica Brownie Kodak, com a
qual produziu inúmeros instantâneos durante as férias. A sua obsessão pelas
imagens levou-o a testar também uma máquina de filmar de 35mm. Além disto,
Bresson desenhava e pintava, tendo ido para Paris em 1927 para estudar Artes
num estúdio em
Montparnasse. Durante o serviço militar, relacionou-se com
Max Ernst, André Breton e outros surrealistas
Em
1930, com 22 anos, viajou até África, onde ficou um ano. Uma doença tropical,
porém, obrigou-o a voltar a França. Foi neste período, durante uma viagem a
Marselha, que ele descobriu verdadeiramente a fotografia, inspirado por uma
foto do húngaro Martin Munkacsi, publicada na revista “Photographies”
(1931) e que mostrava três rapazes negros a correrem para o mar.
Foi
militante comunista entre 1936 e 1946. Em 1937, casou com Eli, uma dançarina
javanesa, célebre sob o nome artístico Ratna Mohini. Com ela, militou pela
independência da Indonésia.
Quando
eclodiu a Segunda Guerra Mundial, serviu o exército francês. Durante a
invasão alemã, foi capturado e levado para um campo de prisioneiros de guerra.
Tentou fugir por duas vezes e somente à terceira tentativa teve sucesso,
juntando-se à Resistência Francesa em Lyon.
Regressada
a paz, Cartier-Bresson fundou em 1947
a célebre agência fotográfica Magnum, juntamente
com Bill Vandivert, Robert Capa, George Rodger e David Seymour. Revistas como a
“Life”, “Vogue” e “Harper's Bazaar” contrataram-no para
viajar pelo mundo. Da Europa aos Estados Unidos, da Índia à China, Bresson fixou
os seus pontos de vista sobre a actualidade. Tornou-se também o primeiro
fotógrafo da Europa Ocidental a registar a vida na União Soviética e fotografou
os últimos dias de Gandhi.
Na
década de 1950, foram lançados vários livros com os seus trabalhos,
sendo o mais importante “Images à la Sauvette”, publicado em inglês sob o título “The
Decisive Moment” (1952). Em 1960, uma mega exposição com quatrocentos
trabalhos seus foi apresentada nos Estados Unidos.
No
princípio de 1963, fez uma foto reportagem em Cuba, depois da “crise dos
mísseis”, que foi publicada com grande relevo na revista “Life”.
Nos
últimos trinta anos de vida, consagrou-se mais à organização da sua obra, se
bem que guardasse sempre à mão uma objectiva Leica… Não gostava de
fotografias a cores, fazendo-as apenas por necessidades profissionais. Dedicou-se,
então, mais ao desenho, o que lhe permitia uma maior reflexão.
Em
1996, foi nomeado professor honorário da Academia das Belas Artes da China,
o que não o impediu de escrever uma carta às autoridades chinesas para
denunciar as persecuções no Tibete. Budista, assistia regularmente aos
ensinamentos do 14º Dalai-Lama (que também fotografou), militando pela causa
tibetana.
Em 2003,
com 95 anos, um ano portanto antes da sua morte, foi criada em Paris uma
fundação com o seu nome, para assegurar a conservação e apresentação das suas
obras e, igualmente, para apoiar e expor trabalhos de outros fotógrafos.
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