EFEMÉRIDE
– Arthur Adamov, tradutor e escritor francês de origem arménia, nasceu em
Kislovodsk, no Cáucaso, em 23 de Agosto de 1908. Morreu em Paris no dia 15
de Março de 1970, vítima de uma overdose de barbitúricos.
Nascido
numa família rica da Arménia, acompanhou os pais que deixaram a Rússia em 1914
para residir no estrangeiro. A família Adamov, como muitas outras da época,
sofreu importantes revezes na sua fortuna, quando da Revolução Russa de
Outubro de 1917. Por outro lado, o pai, jogador obsessivo, viria a
suicidar-se em 1933, depois de ter perdido ao jogo o resto dos seus bens.
Como
numerosos russos afortunados, Arthur foi educado segundo a cultura francesa,
tendo feito os seus estudos na Suíça e na Alemanha. Em 1924, a família instalou-se
em Paris, onde ele veio a frequentar os meios surrealistas, tendo participado
também na publicação da revista “Discontinuité”. Escreveu nesta época a
sua primeira peça teatral (“Mort chaude”).
Durante
a Segunda Guerra Mundial, refugiou-se em Marselha, mas foi detido e
preso durante seis meses, no campo de concentração de Argelès-sur-Mer, por ter
tomado posições hostis para com o regime colaboracionista de Vichy.
A
guerra da Argélia, durante a segunda metade dos anos 1950, radicalizou
as suas posições, o que o levou a aderir, primeiro ao comunismo (anos 1960)
e, a partir de 1968, a
diversos movimentos de extrema-esquerda.
Em
1964, durante um ciclo de conferências dadas nos Estados Unidos sobre a Literatura
Francesa e o Teatro Moderno, participou em diversas manifestações
contra a guerra do Vietname.
Em
paralelo com a escrita de peças de teatro, fez várias traduções de grandes
autores clássicos romanescos e teatrais russos, alemães e suecos. Graves
problemas financeiros e fiscais fizeram-no, porém, mergulhar no alcoolismo.
O
teatro de Adamov, inicialmente influenciado pelo surrealismo, adoptou
depois a corrente teatral do absurdo, tendo optado posteriormente por
temáticas sociais e políticas, seguindo a linha de Bertold Brecht.
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