Mariano Gago foi aluno do Liceu Camões entre os
anos lectivos de 1958/1959 e 1964/1965, tendo concluído o curso dos liceus com
a classificação final de 17 valores.
Ingressou no Instituto Superior Técnico da Universidade
Técnica de Lisboa no ano lectivo de 1965/1966, onde se licenciou em Engenharia
Electrotécnica em 1971.
Foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura, no Laboratório
de Física Nuclear e de Altas Energias da École Polytechnique,
de 1971 a 1976.
Obteve o grau de Docteur d’État ès Sciences, no
domínio da Física, pela Université Paris VI Pierre et Marie
Curie em 1976.
Foi bolseiro da Organização Europeia para a
Pesquisa Nuclear entre 1976 e 1978.
Obteve o título de agregado em Física, em 1979,
no Instituto Superior Técnico.
Iniciou a sua actividade no Movimento Estudantil Português
por altura da grande mobilização estudantil associada às cheias que atingiram a
zona de Lisboa em 1967.
Em 1969/1970, foi presidente da Associação dos
Estudantes do Instituto Superior Técnico. A sua experiência é
relatada em várias entrevistas onde se destaca a concedida a Luísa Tiago de
Oliveira.
Em Maio de 1986, foi nomeado presidente da Junta
Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, funções que desempenhou
até Maio de 1989.
Em 1987, promoveu a realização das Jornadas
Nacionais de Investigação Científica e Tecnologia, na sequência das quais
lançou o Programa Mobilizador de Ciência e Tecnologia, que visava a
implementação de um conjunto de projectos dinamizadores de C&T, a
nível nacional. O programa visava o fomento de projectos de investigação
científica e tecnológica, tendo sido abertos concursos em 1987 (PMCT/87)
e em 1990 (PMCT/90). O programa articulava-se com outros programas de
financiamento, nomeadamente os Programas CIÊNCIA e Formação de
Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia.
Em 1988, foi publicada a Lei nº 91/88, de 13 de Agosto,
que define a investigação científica e o desenvolvimento tecnológico como
prioridades nacionais envolvendo a participação activa dos sectores público,
privado e cooperativo.
Ainda antes da conclusão do curso foi monitor do Instituto
Superior Técnico.
Em 1979, foi contratado como professor catedrático do Departamento
de Física do Instituto Superior Técnico.
Mariano Gago desenvolveu a sua actividade profissional
de investigador no domínio da física experimental das partículas elementares em
Paris, na Escola Politécnica, em Genebra, na Organização Europeia de
Pesquisa Nuclear (CERN) e em Lisboa, no Laboratório de Física
Experimental de Partículas (LIP), que criou e de que foi presidente.
Dinamizou a criação do Instituto de Prospectiva
no âmbito do qual coordenou a realização de vários estudos de prospectiva à
escala europeia e promoveu, desde 1991, os Encontros Anuais de Prospectiva no
Convento da Arrábida.
Em 1995, Mariano Gago foi nomeado ministro da Ciência
e da Tecnologia do XIII Governo Constitucional, cargo que manteve
até 2002, já no XIV Governo Constitucional.
Foi o primeiro titular de um cargo ministerial
vocacionado exclusivamente para a área da ciência e da tecnologia.
Enquanto ministro da Ciência e da Tecnologia,
assumiu a responsabilidade de coordenação das áreas da política científica e
tecnológica e da política para a sociedade da informação.
Neste âmbito dinamizou iniciativas para a promoção da
cultura científica e tecnológica em Portugal (Ciência Viva) e na União
Europeia.
Coordenou e dinamizou igualmente a Estratégia para
Sociedade da Informação, que incluiu iniciativas como a da ligação de todas
as escolas à Internet, a criação de Espaços Internet, o Programa
Cidades e Regiões Digitais e a Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade
(RCTS).
Em 2005, foi nomeado ministro da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior do XVII Governo Constitucional de José
Sócrates, cargo pelo qual foi renomeado para o XVIII Governo Constitucional.
Como ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior foi responsável por uma ampla reforma do sistema de ensino
superior em Portugal, que incluiu: o regime dos graus e diplomas do ensino
superior; o regime de acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos; o
regime jurídico das instituições de ensino superior; o regime jurídico de
reconhecimento de graus estrangeiros de ensino superior; o regime jurídico da
avaliação da qualidade do ensino superior e a criação da Agência de
Avaliação e Acreditação do Ensino Superior; a revisão do Estatuto da
Carreira Docente Universitária (ECDU); a revisão do Estatuto da
Carreira do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico (ECPDESP);
a revisão do regime jurídico da atribuição do título de agregado; a criação e
regulação do título de especialista; e a revisão do regime de reingresso,
mudança de curso e transferência.
Promoveu ainda a revisão do regime jurídico dos cursos
de especialização tecnológica, potenciando a sua expansão no quadro das
instituições de ensino superior politécnico.
Mariano Gago faleceu, em Lisboa, em Abril de 2015, de
doença súbita.
Como reconhecimento público da comunidade científica
nacional pela contribuição de Mariano Gago para a ciência em Portugal, os
centros de investigação e faculdades pararam as suas actividades normais
durante cinco minutos no dia 20 de Abril, às 12h00, realizando uma concentração
em frente das respectivas instituições.
No mesmo sentido, foi criada uma página em que foram
reunidos testemunhos, documentos e fotografias documentando o seu legado de
pensador e humanista.
Em 2015, foi dado o seu nome a um conjunto de prémios
de educação e comunicação de ciência, os Prémios Ecsite
Mariano Gago.
Em Novembro de 2016, a Câmara Municipal de Lisboa
atribuiu o seu nome ao antigo Largo Diogo Cão, no Parque das Nações.
Entre as condecorações que recebeu durante a sua carreira, salienta-se: em Portugal, comendador da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico de Portugal (1992); do Brasil, Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco (1999); de Espanha, Grã-Cruz da Real Ordem de Isabel a Católica (2007); e da Alemanha, Grã-Cruz com Estrela da Ordem do Mérito da República Federal (2009).
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