Especializado nos 3000 m com obstáculos, conquistou o
título desta prova em quatro Campeonatos Mundiais, Berlim 2009, Daegu
2011, Moscovo 2013 e Pequim 2015, e em dois Jogos
Olímpicos, Atenas 2004 e Londres 2012.
Iniciou-se no atletismo apenas depois de ter terminado
os estudos secundários, quando foi descoberto por Paul Ereng, campeão olímpico
dos 800 m em Seul 1988, que passou a treiná-lo.
Sob a tutela de Ereng, venceu a prova dos 3000 m steeplechase
no Campeonato Africano de Atletismo Júnior, em 2001, mesmo depois de
sofrer uma queda durante a competição. Em 2002, ficou em 2º lugar nos Jogos
da Comunidade Britânica, em Manchester, Inglaterra, atrás do seu
compatriota Stephen Cherono.
No Campeonato Mundial de Atletismo de 2003, em
Paris, Kemboi travou uma dura batalha com Cherono, que agora sob o nome de Saif
Saaeed Shaheen era cidadão do Qatar e competia por este país. Shaheen venceu a
prova por menos de 1 s de diferença.
Em Atenas 2004, com a ausência de Shaheen - o
Quénia, depois dos fortes rumores surgidos de que ele havia trocado a cidadania
queniana pela catarense por um milhão de dólares, foi
impedida a inscrição do atleta pelo Qatar de acordo com a decisão do COI
de que um período de três anos de interrupção nas competições era necessário
para que um atleta competidor de um país pudesse competir por outro, a menos
que as nações envolvidas chegassem a um acordo, acordo que o Quénia não aceitou.
Ezequiel passou a ser o favorito para a medalha de ouro. Ele venceu a prova com
8m05s81, o melhor tempo do ano, tornando-se campeão olímpico e o Quénia fez o
pódio completo, com Brimin Kipruto e Paul Kipsiele Koech a ficarem com a prata
e o bronze.
No ano seguinte, ele conquistou a medalha de prata no Mundial
de Helsinque 2005 e, em Março de 2006, venceu a prova nos Jogos da
Commonwealth em Melbourne, Austrália.
Kemboi chegou para os Jogos de Pequim 2008 como
um dos grandes favoritos a um segundo ouro no steeplechase, mas teve o seu
pior desempenho num grande evento global, conseguindo apenas o 7º lugar. No ano
seguinte, recuperou-se e foi campeão mundial da prova em Berlim 2009, a sua
primeira medalha de ouro em campeonatos mundiais, depois de três pratas, em Paris
2003, Helsínquia 2005 e Osaka 2007.
Em 2010, dedicou-se a competir em corridas de rua e de
estrada na Itália, vencendo duas provas no país. Voltou, em 2011, ao steeplechase,
mostrando continuar em grande forma ao vencer novamente o Mundial,
disputado neste ano em Daegu, na Coreia do Sul.
A sua participação em Londres 2012, em
princípio garantida pelos seus resultados, foi posta em dúvida quando, em Junho
deste ano, sofreu uma acusação de assalto sexual a uma mulher que o denunciou
por tentar esfaqueá-la após ela se recusar a manter relações sexuais com ele.
Ezequiel negou as acusações, retrucando que a agressão foi causada por um
conluio entre a mulher e assaltantes para roubá-lo e que ele havia ficado
ferido no acto, e teve concedida fiança e autorização do judiciário queniano
para representar o país nos Jogos Olímpicos.
Em 5 de Agosto de 2012, aos 30 anos, Kemboi venceu os
3000 m com obstáculos nos Jogos de Londres, em 8m18s5, tornando-se o
segundo bicampeão olímpico desta prova, depois do finlandês Volmari Iso-Hollo,
campeão em Los Angeles 1932 e Berlim 1936.
A sua melhor marca pessoal, 7min55s76, conseguida em Julho
de 2011 no Mónaco, é a sétima melhor de todos os tempos para a modalidade.
O seu domínio absoluto nesta prova em eventos globais
foi confirmado nos anos seguintes ao conquistar o ouro nos Campeonatos Mundiais
de Moscovo 2013 e Pequim 2015, tornando-se tetracampeão mundial do steeplechase.
Kemboi participou pela última vez de Jogos
Olímpicos no Rio 2016, onde viu o seu compatriota Conseslus Kipruto
vencer a prova com novo recorde olímpico, que perdurava desde Seul 1988
e estava em poder de outro queniano, Julius Kariuki. Chegou em 3º lugar, mas
foi posteriormente desclassificado por ter pisado fora da pista na última curva
depois do fosso de água. No final da corrida, anunciou que aquela tinha sido a sua
última competição e encerrava a carreira.
Voltou, no entanto, a competir em mais um Mundial,
aos 35 anos, ficando em 11º lugar em Londres 2017.
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