Foi considerado por muitos como o «pai do verso livre».
Paulo Leminski considerava-o a grande poeta da Revolução americana, como
Maiakovsky seria o grande poeta da Revolução russa. A sua obra “Folhas
de Relva” é considerada um marco na literatura universal, principalmente
dentro do género poético.
Pelo lado paterno, Whitman descende de ingleses e pelo
lado materno de holandeses.
Quando tinha apenas 4 anos, a sua família mudou-se
para Brooklyn, onde ele frequentou até aos 15 anos uma escola oficial,
trabalhando depois como aprendiz numa tipografia.
Em 1835, trabalhou como impressor em Nova Iorque e, no
Verão do ano seguinte, começou a ensinar em East Norwich, Long Island. Entre
1836/1838 deu aulas e de 1838 a 1839 editou o semanário “Long Islander”,
em Huntington. Voltou ao ensino depois de participar como jornalista na
campanha presidencial de Van Buren (1840/1841).
Em Maio de 1841, regressou a Nova Iorque, onde
trabalhou novamente como impressor.
Entre 1842/1844, editou um jornal diário, “Aurora”,
e o “Evening Tatler”. Regressou a Brooklyn em 1845 e, durante um ano,
escreveu para o “Long Island Star”, tornando-se em seguida editor do “Daily
Eagle” de Brooklyn, lugar que ocupou de 1846 a 1848.
Em Fevereiro desse ano, partiu com o irmão Jeff para
Nova Orleães, onde trabalhou no “Crescent”. Deixou Nova Orleães em Maio
do mesmo ano, regressando a Brooklyn através do Mississippi e dos Grandes
Lagos.
Editou o “Freeman” de Brooklyn entre 1848/1849
e, no ano seguinte, montou uma tipografia e uma papelaria.
No início de Julho de 1855, publicou a primeira edição
de “Leaves of Grass”, impressa na Rome Brothers de Brooklyn e
cujos custos Whitman suportou. Os versos deste livro eram livres, longos e
brancos, imitando os ritmos da fala.
A primeira edição da obra mais importante da sua
carreira não mencionava o nome do autor e continha apenas 12 poemas e um
prefácio.
A obra poética de Whitman centra-se na colectânea “Leaves
of Grass”, dado que ao longo da sua carreira o escritor se dedicou a rever
e completar aquele livro, que teve 8 edições durante a vida do poeta.
No Verão seguinte, foi publicada a segunda edição de “Leaves
of Grass” (1856), ostentando na capa o nome do seu autor. O livro foi
recebido com entusiasmo por alguns críticos, mas mal recebido pela maioria, o
que, contudo, não impediu Whitman de continuar a trabalhar em novos poemas para
aquela colectânea.
A segunda edição de “Leaves of Grass” era
composta por 32 poemas, intitulados e numerados. Entre eles, encontrava-se “Poem
of Walt Whitman, an American”, poema que haveria de se chamar “Song of
Myself” (“Canto de Mim Mesmo”).
Entre a Primavera de 1857 e o Verão de 1859, Whitman
editou o “Times” de Brooklyn, sendo publicada em 1860, em Boston, a
terceira edição da sua obra. Contudo, a editora foi à falência em 1861 e a
edição, que continha 154 poemas, foi pirateada.
Entre 1863/1864, trabalhou para o Exército em
Washington, DC, servindo entretanto como voluntário em hospitais militares.
Regressou a Brooklyn doente e com marcas de envelhecimento prematuro causadas
pela experiência da guerra civil.
Trabalhou posteriormente como funcionário do Departamento
do Interior (1865) e publicou em Maio desse ano o livro “Drum-Taps”,
que continha 53 poemas acerca da guerra civil e da experiência do autor nos
hospitais militares. No mesmo ano, foi despedido pelo secretário James Harlan,
por este ter considerado “Leaves of Grass” indecente.
Em 1867, foi publicada a 4ª edição de “Leaves of
Grass”, com 8 novos poemas. No ano seguinte, saiu em Londres uma selecção
de poemas de Michael Rossetti, intitulada “Poems by Walt Whitman”.
A 5ª edição de “Leaves of Grass” (1870/1871)
teve uma segunda tiragem que incluía “Passage to India” e mais 71
poemas, alguns dos quais inéditos.
Depois de publicar “Democratic Vistas”, Whitman
viajou para Hannover, New Hampshire. Corria o ano de 1872. Na Faculdade de
Dartmouth, leu “As a Song Bird on Pinions Free”, posteriormente
publicado com um prefácio. Em Janeiro de 1873, Whitman sofreu uma paralisia
parcial. Pouco depois, morreu a mãe e o escritor deixou Washington para se
fixar em Camden, Nova Jérsia, com o irmão George.
Em 1876, surgiu a 6ª edição de “Leaves of Grass”,
publicada em dois volumes. Em Agosto de 1880, Whitman reviu as provas da 7ª
edição de “Leaves of Grass”, que sob ameaças do promotor Público
teve de suspender a distribuição do livro.
A edição só foi retomada dois anos mais tarde por Rees
Welsh e depois por David McKay. Incluía 20 poemas inéditos e os títulos
definitivos e uma ordem dos poemas revista. Em 1882, foi ainda publicado o
livro “Specimen Days and Collect”.
Os últimos anos de vida de Whitman foram marcados pela
pobreza, atenuada apenas pela ajuda de amigos e admiradores americanos e
europeus.
Em 1884, Whitman adquiriu uma casa em Camden, Nova
Jérsia. Quatro anos depois, sofreu um novo ataque de paralisia e viu publicados
62 novos poemas sob o título “November Boughs” (1888). Ainda nesse ano
foi publicado “Complete Poems and Prose of Walt Whitman”.
A 8ª edição de “Leaves of Grass” apareceu em
1889 e, no ano seguinte, o escritor começou a preparar a sua 9ª edição,
publicada em 1892.
Whitman faleceu em Março de 1892 e foi sepultado em
Camden, Nova Jérsia.
Cinco anos depois, foi publicada em Boston a 10ª
edição de “Leaves of Grass” (1897), a que se juntaram os poemas póstumos
“Maria Amélia”.
Nos seus poemas, Walt Whitman elevou a condição do
homem moderno, celebrando a natureza humana e a vida em geral em termos pouco
convencionais. Na sua obra “Leaves of Grass”, Whitman exprime em poemas
visionários um certo panteísmo e um ideal de unidade cósmica que o Eu
representa. Profundamente identificado com os ideais democráticos da nação
americana, Whitman não deixou de celebrar o futuro da América.
Ficou ainda mais conhecido mundialmente a partir das
citações inseridas no enredo do filme “Sociedade dos Poetas Mortos”.
Na série “No Fim do Mundo”, alguns poemas de “Leaves
of Grass” são lidos na rádio local, originando uma disputa entre o locutor
e o proprietário da rádio a propósito das supostas inclinações sexuais de
Whitman e da conotação sexual da obra.
O escritor português Fernando Pessoa escreveu um poema
intitulado “Saudação a Walt Whitman”.
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