Trabalhou como correspondente de guerra em Madrid
durante a Guerra Civil Espanhola (1936/1939). Esta experiência
inspirou uma das suas maiores obras, “Por Quem os Sinos Dobram”. No fim
da Segunda Guerra Mundial (1939/1945), instalou-se em Cuba. Em
1953, ganhou o Prémio Pulitizer de Ficção e, em 1954, recebeu
o Prémio Nobel de Literatura. Suicidou-se em Ketchum, Idaho, em
1961.
Ainda muito jovem, quando a I Grande Guerra (1914/1918)
assolava o mundo, decidiu vir à Europa pela primeira vez. Hemingway havia
terminado o segundo grau de estudos em Oak Park e trabalhava como jornalista no
“The Kansas City Star”. Tentou alistar-se no exército, mas foi preterido
por ter um problema na visão. Decidido a ir à guerra, conseguiu uma vaga de
motorista de ambulância na Cruz Vermelha. Na Itália, apaixonou-se
pela enfermeira Agnes Von Kurowsky, que viria a ser a sua inspiração para a
criação da heroína de “Adeus às Armas” (1929) - a inglesa Catherine
Barkley. Atingido por uma bomba, voltou para Oak Park que, no entanto, depois
do que havia visto na Itália, se tornara monótona demais para ele.
Voltou então à Europa (Paris) em 1921, recém-casado
com Elizabeth Hadley Richardson, o seu primeiro casamento, com quem teve um
filho. Na ocasião, trabalhava para a revista canadiana “Toronto Star Weekly”
e, no início de carreira, aproximou-se de outros principiantes: Ezra Pound (1885/1972),
Scott Fitzgerald (1896/1940) e Gertrude Stein (1874/1946). Hemingway fazia
parte da comunidade de escritores expatriados em Paris conhecida como “geração
perdida”", nome inventado e popularizado por Gertrude Stein.
A vida e a obra de Hemingway têm intensa relação com a
Espanha, país onde viveu quatro anos. Uma breve, mas marcante, passagem para o
escritor americano, que estabeleceu uma relação emotiva e ideológica com os
espanhóis. Em Pamplona, em meados do século XX, fascinou-se pela tauromaquia,
chegando a tourear como amador, experiência que abordaria no seu livro “O
Sol Também Se Levanta” (1926).
O seu segundo casamento (1927) foi com a jornalista de
moda Pauline Pfeiffer, com quem viria a ter dois filhos. Em 1928, o casal
decidiu morar em Key West, na Flórida. Em Key West, no entanto, o escritor
sentiu falta da vida de jornalista e correspondente internacional. Ao mesmo
tempo, o casamento com Pauline tornou-se instável. Nessa época, conheceu Joe
Russell, dono do Sloppy Joe’s Bar e companheiro de farras.
Já na década de 1930, resolveu partir com
o amigo para uma pescaria. Dois dias em alto-mar que terminaram em Havana,
capital cubana, para onde passou a voltar anualmente na época da pesca ao
marlim (entre os meses de Maio e Julho). Na cidade, hospedava-se no Hotel
Ambos Mundos, em plena Habana Vieja, bairro mais antigo da
cidade, que se tornou o lar do escritor e o cenário que comporia a sua história
e a da própria ilha nos próximos 23 anos. Duas décadas de turbulências que
teriam, como desfechos, a revolução socialista e o suicídio do escritor.
Em Cuba, o escritor apaixonou-se por Jane Mason, que
era casada com o director de operações da Pan American Airways.
Hemingway e Jane tornaram-se amantes. Em 1936, novamente se apaixonou: desta
feita pela destemida jornalista Martha Gellhorn, motivo do seu segundo
divórcio, confirmando o que predissera o seu amigo, Scott Fitzgerald, quando
eles se conheceram em Paris: «Você vai precisar de uma mulher para cada
livro».
Assim, Hemingway partiu para Espanha, onde Martha já
estava, e no meio da guerra, os dois viveram um romance que resultou no seu
terceiro casamento. Ao cobrir a Guerra Civil Espanhola como
jornalista do “North American Newspaper Alliance”, não hesitou em se
aliar às forças republicanas contra o fascismo, o que viria a ser o tema do
livro “Por Quem os Sinos Dobram” (1940), considerada a sua obra-prima.
Quando a república espanhola caiu e a Europa vivia um prenúncio de um conflito
generalizado, Hemingway voltou para Cuba com Martha.
Em Cuba, durante a Segunda Guerra Mundial,
Hemingway montou uma rede de informantes com a finalidade de fornecer, ao
governo dos Estados Unidos, dados sobre os espanhóis simpatizantes do fascismo
na ilha. Também passou a patrulhar o litoral a bordo do seu iate “Pilar”
na busca de possíveis submarinos alemães. Porém, a Agência Federal de
Investigação americana via com desconfiança a colaboração de
Hemingway, por considerá-lo um simpatizante do comunismo.
Em 1946, o escritor casou-se pela quarta e última vez:
desta vez com Mary Welsh, também jornalista, mas tímida e disposta a viver ao
lado de um Hemingway cada vez mais instável emocionalmente.
Ao longo da vida do escritor, o tema “suicídio”
aparece em escritos, cartas e conversas, com muita frequência. O seu pai
suicidou-se em 1929, por problemas de saúde e financeiros.
Aos 61 anos e enfrentando problemas de hipertensão,
diabetes, depressão e perda de memória, Hemingway decidiu pôr termo à vida.
Era, também, portador de hemocromatose, a qual está relacionada com a depressão,
hipertensão e diabetes.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Ketchum,
em Ketchum, no Condado de Blaine, em Idaho.
Sem comentários:
Enviar um comentário