Ficou mais conhecido pelo seu trabalho na Selecção
Espanhola, mas está mais identificado com o C. Atlético de Madrid,
mesmo tendo jogado no rival Real Madrid CF. Foi no Atlético que
ele mais tempo esteve numa equipa, onde se tornou o maior rematador do clube,
que viria a treinar em quatro oportunidades. Como jogador, era conhecido apenas
por Luis.
Atacante, começou no pequeno Getafe CF,
dos subúrbios de Madrid, em 1957. Um ano depois, já estava no Real
Madrid, clube que, após duas décadas decadentes, desfrutava de consagração
continental. Luis passou dois anos no Santiago Bernabéu, mas não
conseguiu espaço, sendo seguidamente emprestado a outras equipas até ser
vendido a outro Real, o Real Oviedo. Um ano depois, já
estava noutro clube da realeza, o Real Betis.
Três anos de destaque na equipa de Sevilha
FC levaram-no de volta, em 1964, à sua cidade-natal, agora como
jogador do Atlético de Madrid. No rival da sua ex-equipa, teria os
seus melhores momentos, obtendo convocações para a Selecção Espanhola.
Na primeira temporada, levantou a Copa do Generalíssimo (nome
à época da Copa do Rei).
Os “colchoneros”, que não conquistavam o
campeonato espanhol desde 1951 e viram os rivais superarem o clube nas
conquistas domésticas, quebrariam o jejum na época posterior, a de 1965/1966.
Mesmo com o título, Luis acabou não-incluído entre os convocados que foram a
Inglaterra defender a Espanha na Copa do Mundo de 1966.
Após três novas conquistas do Real,
o Atlético voltou ao título em 1970, com Luis, aos 32 anos,
sendo um dos artilheiros da Liga. Ele, entretanto, experimentou a
mesma sensação de 1966: ser campeão espanhol, mas ficando de fora da Copa
do Mundo do ano. No caso, pela não-classificação da Espanha. Em 1972,
conseguiu nova Copa do Generalíssimo e, no ano seguinte, o seu
terceiro título espanhol.
Na sua derradeira temporada como jogador, Luis
participou na campanha que finalmente levou o Atlético à final
da Copa dos Campeões da UEFA, torneio conquistado já seis vezes
pelo rival Real. Teriam pela frente o favorito FC Bayern
Munique, base da Selecção Alemã-Ocidental que seria depois
campeã do mundo.
Entretanto, foram os espanhóis que quase levaram a
taça: após uma partida equilibrada, Luis, de falta, abriu o marcador já no
prolongamento, a quatro minutos do fim da partida. Porém, Hans-Georg
Schwarzenbeck empataria o jogo a 30 segundos do fim. Como o regulamento não
previa desempate por penaltis, um jogo-extra teve de ser realizado e, em
vantagem psicológica, os germânicos destroçaram o Atlético por
4 a 0.
Luis, que já tinha 36 anos, retirou-se após a época.
Cinco meses depois de deixar de jogar, voltava ao elenco do Atlético,
então como treinador. Conquistou o Mundial Interclubista, com os
espanhóis a ocupar o lugar do Bayern, que desistira de disputar o
torneio. Permaneceu treinando a equipa até 1980, ganhando o Campeonato Espanhol
em 1977 e a Copa do Rei no ano anterior.
Em 1981, foi contratado por outra ex-equipa, o Real
Betis, para logo voltar ao Atlético no ano seguinte.
Ficaria cinco anos na sua nova passagem pelo Vicente Calderón,
conseguindo a Copa do Rei em 1985. Entre 1987 e 1991, morou em
Barcelona, onde treinou os rivais FC Barcelona (onde ganhou
nova Copa do Rei, em 1988) e o Español.
A sua terceira passagem pelo Atlético como
técnico durou entre 1991 e 1993. Depois de passar por cinco clubes, voltou
aos colchoneros em 2001, com a equipa na sua pior fase,
na Segunda Divisão Espanhola. Reconduziu a sua ex-equipa à elite,
ficando até 2003. Após uma temporada no Real CD Mallorca, que já
treinara anteriormente, tornou-se técnico da Selecção Espanhola.
Assumiu a Selecção em 2004, ficando
marcado ainda naquele ano por declaração de teor racista contra Thierry Henry,
em jogo contra a França. Faleceu em 2014.
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